Discussões



No dia seguinte Albus acordou tarde. Vestiu-se e desceu para o seu escritório. Vendo que o filho não estava lá, deduziu que ainda estaria a dormir.
Ao entrar no quarto verificou que estava certo. O rapaz estava deitado e a dormir calmamente.
Albus observou-o por uns momentos antes de se mover até à cama do filho. Ajoelhou-se à cabeceira e, levemente, passou a mão pelos cabelos negros do rapaz-que-sobreviveu. Então, chamou baixinho:



-Harry.


O rapaz nem se mexeu.


-Harry, acorda amor. – disse Albus desta vez sussurrando ao ouvido do filho.


Desta vez Harry mexeu-se e lentamente abriu os olhos. Ele sorriu e o pai sorriu de volta.



-Bom dia. – disse Harry.



-Bom dia. – retribuiu Albus – Dormiste bem?



-Sim. – respondeu o moreno.



-Ótimo! Levanta-te para irmos almoçar. Eu preciso de falar contigo depois. – informou Dumbledore.



-Sobre o quê? – perguntou o aluno curioso.



-Vais descobrir mais tarde. - respondeu o diretor sorrindo.



-Estou em sarilhos? - questionou Harry preocupado.



Albus riu e abanou negativamente a cabeça:



-Não, filho. Desta vez não. A não ser que devas estar...



-Não, pai! Juro que não fiz nada! - exclamou rapidamente o rapaz.



-Eu sei, querido. - assegurou o pai.


Harry abraçou Albus e o último retribuiu com extremo carinho e amor. Separaram-se lentamente. Albus acariciou a bochecha do filho e sorriu-lhe mais uma vez, saindo depois do quarto para deixar o rapaz-que-sobreviveu a vestir-se.



Quinze minutos mais tarde estavam a caminhar juntos para o Salão Principal.

Harry foi ter com os amigos à mesa dos Gryffindor enquanto que Albus foi para a mesa dos professores e funcionários.



-Albus, passou-se alguma coisa? – perguntou Minerva preocupada.



-Não, querida, não se passou nada, não te preocupes. Nós só acordámos mais tarde que o previsto. – explicou Albus sorrindo.

Minerva sorriu também para o namorado.



-Tens planos para hoje? – perguntou a professora de Transfiguração.



-Não, tu tens?



-Não.



-Hum... e queres passar a ter? – sussurrou Dumbledore ao ouvido da namorada fazendo-a arrepiar-se.



-Depende... – respondeu McGonagall dividida entre o receio e a diversão.



-Então, Min... tu sabes que eu não tenho segundas intenções contigo. – explicou Albus sorrindo sinceramente mas com um brilho estranho no olhar.



-Comigo? – perguntou Min olhando diretamente nos olhos azuis.



Albus primeiro não percebeu.



-O que eu queria dizer é nem contigo nem com ninguém.



Minerva olhou para ele com as sobrancelhas erguidas, mas Albus conseguia distinguir bem no fundo dos olhos da namorada um olhar de dor e medo.



-Não, espera... – O diretor estava todo atrapalhado.



-Esquece, Albus. Eu acabei de me lembrar que tenho uns... trabalhos para corrigir. Boa tarde. – e com isso McGonagall saiu da mesa apressando o passo para a sua sala.


Albus, simplesmente ficou a olhar, pasmo. Ele não fazia a mínima ideia do que tinha acontecido.
Poucos segundos após a subdiretora ter saído, Albus viu também o filho a correr para fora do salão. Ele calculava que Harry tivesse presenciado a discussão e tinha ficado preocupado.
Dumbledore pensou em seguir ambos, mas decidiu que naquele momento precisava de deixar Minerva com os seus pensamentos. Além disso, ela ficava muito mais calma quando o filho estava por perto, ele tinha um grande jeito para ajudar as pessoas a lidar com os seus pensamentos, principalmente, em momentos difíceis, como já tinha feito várias vezes com ele.



Harry tinha visto os pais a terem uma pequena discussão na mesa dos professores e funcionários. Ele não tinha ouvido nada, mas conseguiu perceber que a mãe tinha ficado magoada com qualquer coisa. Se tinha algumas dúvidas, elas rapidamente desapareceram ao ver a mulher a sair do Salão quase a correr.
Ele rapidamente a seguiu.
Foi em direção à sala de Transfiguração e entrou. Não viu ninguém. Então subiu umas escadas que iam dar aos quartos privados. Depois de passar pelo retrato de Godric, que guardava os mesmos, bateu à porta de onde sabia ser o quarto de Minerva.
Quando ninguém abriu a porta, nem fez qualquer som para ele entrar, Harry simplesmente empurrou a porta. O que viu fez o seu coração doer. Sentada na cama, com a cabeça baixa, estava a sua mãe, a chorar...



-Mãe... – sussurrou Harry preocupado.


Minerva percebeu a visita e rapidamente tentou limpar as lágrimas e tentou assumir uma voz neutra, falhando terrivelmente.



-Harry? O que estás a fazer aqui? Pensava que ias jogar Quidditch com os teus amigos. – disse Minerva tentando esconder o facto de ter estado a chorar mas fazendo os possíveis e os impossíveis não olhar para Harry.



-Sim, ia. Mas vi-te a discutir com o pai e a correr para fora do Salão e queria ver se estavas bem. – explicou o rapaz-que-sobreviveu.



-Ah, sim, está tudo bem. Vai jogar, não te preocupes comigo.



-Tu és muito mais importante do que um simples jogo de Quidditch. – sussurrou Harry que já se tinha aproximado e abraçava agora a mãe por trás.


Minerva recostou-se no abraço de Harry fechando os olhos apreciando. Ela sentia-se sempre tão bem quando estava com Harry. Era como se sentia quando estava com Albus.

Uma onda de dor passou pelo seu corpo como ela pensou no namorado. A professora sabia que não devia ter agido daquela maneira mas... não o conseguiu evitar...



-Queres contar-me o que se passou? – perguntou Harry girando lentamente a mãe para que esta ficasse de frente para ele.

Gentilmente, limpou as lágrimas, que ainda habitavam o rosto de Minerva com os polegares e a mulher fechou os olhos, puxando depois novamente o filho para outro abraço, encostando a cabeça no seu peito.


Então respirando fundo, sussurrou com a voz abafada contra o peito do filho:



-Podes ver...



-Tens a certeza?


Minerva apenas assentiu e afastou-se o suficiente para poder olhar diretamente nos olhos de Harry, sem contudo sair do abraço.


Harry concentrou-se e entrou na mente da mãe. Imediatamente se encontrou dentro da memória que queria.
Assistiu a toda a discussão e o motivo e sentiu a quantidade de dor e receio que McGonagall sentiu.


Quando voltou à realidade abraçou novamente a mãe e guiou-a para a cama sentando-se com ela.



-Do que tens medo? – perguntou Harry.



-Que o Albus me deixe... – respondeu Minerva com a voz a tremer.



-Porque é que ele faria isso? Ele ama-te! – lembrou o rapaz-que-sobreviveu.



-Eu tenho medo que ele ainda não tenha esquecido a tua mãe e que só me esteja a usar para a esquecer.



-Primeiro que tudo, tu és a minha mãe. E segundo, tu conhece-lo, ele nunca faria isso. – enumerou o moreno.


Minerva sorriu ao ouvir Harry a dizer que ela é que era a sua mãe e culpou-se por pensar assim de Albus.



-Tu tens razão... não sei como é que pude pensar isto dele. - concordou finalmente Minerva, sentindo-se culpada.



-Tens de falar com ele. - comentou o filho.



-Eu sei... mas não sei o que lhe dizer.



-Diz o mesmo que me disseste a mim, ele vai compreender. - aconcelhou o moreno.



-Obrigada, filho. O que é que eu faria se não te tivesse comigo?



-Provavelmente, pouca coisa! - respondeu Harry no gozo.


O efeito foi o esperado: a mãe riu-se e Harry não pôde deixar de sorrir com isso.
Harry admirou-a por um bocado com os olhos a brilhar, antes de se levantar. Segurou a mão da mãe e levantou-a também. Começou a guiá-la para a porta quando ela falou:



-Onde vamos?



-Falar com o pai.


Harry sentiu McGonagall a estremecer ligeiramente a seu lado mas ele continuou a andar, colocando o seu braço sobre os ombros da mãe. Min deixou-se ir, ela sabia que mais tarde ou mais cedo teria de falar com Albus.



Ao chegarem à gárgula que guardava o gabinete do diretor, a professora de Transfiguração chegou-se mais para perto de Harry.



O rapaz deu a senha e ambos subiram. Quando chegaram à porta de carvalho bem cuidada, Minerva respirou profundamente, antes de Harry bater à porta levemente.

De dentro veio a voz de Albus:



-Entre.


Harry entrou segurando Minerva perto de si.



-Harry...Min - os olhos de Albus pararam na namorada e ele rapidamente fez o seu caminho até ela, abraçando-a fortemente.



-Desculpa! Desculpa por aquilo que te disse há bocado. Não era aquilo que eu queria dizer. Eu às vezes fico nervoso quando estou perto de ti. Eu amo-te. Por favor não me deixes. - disse Albus num só fôlego.


Minerva apertou mais o abraço e respondeu com lágrimas a escorrerem pelo seu rosto:



-Eu não te vou deixar! Eu também te amo e não devia ter agido daquela maneira. Desculpa.



-O que é que se passou, meu amor? - perguntou Dumbledore.


A mulher afrouxou o abraço e olhou para o namorado nos olhos mas não disse nada. Estava a tentar ganhar coragem. Harry decidiu que era melhor os pais resolverem aquele assunto sozinhos e falou pela primeira vez desde que tinha entrado no escritório do diretor:



-Eu tenho um... ahhh... jogo de Quidditch... por isso... até logo.



Com isso, saiu.

Albus olhou confuso para onde o rapaz tinha desaparecido mas depois percebeu que era só para os deixar sozinhos. Guiou a nomorada para um sofá e lá sentaram-se abraçados por vários minutos até que Minerva quebrou o silencio:



-Ainda sentes algo pela Lily?


A boca do diretor ficou aberta por cerca de um minuto, durante o qual ele não conseguiu pronunciar qualquer som. Então falou:



-Eu... o quê?!



-Ainda sentes algo pela Lily? - repetiu McGonagall.



-Não! Eu não sinto nada pela Lily! É isso que pensas de mim? Que eu te ando a enganar e a usar-te para esquecer a Lilian? - Albus estava verdadeiramente magoado com a namorada.



-Claro que não! Eu só... precisava de ter a certeza. Desculpa.


Um raio de compreensão atingiu o velho:



-Foi por isso que agiste daquela maneira ao almoço?



-Eu... suponho que sim...



-Min, eu amo-te desde que tu eras aluna e eu era teu professor de Transfiguração. Quando começamos a namorar eu não podia acreditar na sorte que tinha por ter-te a meu lado quando tantos outros também o querem. Mas eu, de alguma forma, consegui conquistar-te! Nós vamos casar-nos em breve, temos um filho perfeito que nos ajuda em tudo... bem... por acaso temos dois, a contar com a Tonks que mesmo não sendo filha de sangue é como se fosse, e temos amigos espetaculares!

"Achas mesmo que eu deitaria tudo isso, a minha vida, a perder por causa de uma mentira? Eu amo-te a ti e a mais ninguém, pelo menos, daquela maneira que tu sabes. Acreditas em mim?"


Minerva olhou bem nos olhos azuis do namorado e lá ela viu que só habitava sinceridade e amor.



-Sim, acredito. Desculpa, amor. - pediu McGonagall voltando a abraçar o homem.


Albus retribuiu o abraço e depois beijou-a levemente.



-Não tens de pedir desculpa de nada.



Continuaram abraçados e a beijar-se ocasionalmente quando, cerca de quinze minutos mais tarde, uma batida soou.

Ambos olharam para a janela e riram, ao ver o filho parado do lado de fora, sobre a Firebolt com o braço apoiado na portada da janela.

Albus foi até a janela e abriu-a. Minerva seguiu-o.



-Então o casalinho já está bem? - perguntou Harry num tom de gozo mas com um sorriso sincero e os olhos a brilhar.


Os recitados olharam um para o outro antes de McGonagall confirmar:



-Sim, está tudo bem.



-Hey, Harry! Anda lá, meu! - chamou Dean Thomas.



-Calma, Dean! - gritou Harry de volta virando-se depois novamente para os pais - Desculpem, tenho de ir. Até logo.



Fez uma acrobacia no ar antes de voar de volta para perto dos amigos.

O casal riu mais uma vez ficou a assistir ao jogo pela janela.


O jogo durou até à hora de jantar.



Depois do jantar, Harry e Albus foram para a sala do diretor para terem a tal conversa que Albus tinha prometido ao filho e Minerva foi para a sua sala, deixando os dois a conversarem a sós.



Depois de estarem instalados no sofá do quarto de Harry, o mais velho começou a falar:



-Bem, como já deves ter reparado, a nossa relação pai e filho está a ficar cada vez mais forte...



-Sim... eu já reparei. - respondeu Harry sorrindo inconscientemente.


Albus sorriu feliz ao ver o filho.



-Isso pode ter algumas consequências... que já estão a ocorrer... - continuou Albus.



-Consequências? - perguntou o rapaz preocupado.



-Sim... por exemplo: eu, às vezes, consigo ouvir os teus pensamentos sem usar Legilimância. E acho que tu não podes usar Occlumência contra isso.


Harry pensou por um momento antes de acenar a cabeça em compreensão. Albus prosseguiu:



-Andei a pesquisar e creio que encontrei um feitiço para impedir que isso aconteça. Então... quando quiseres... podemos realizá-lo.



-Eu não acho que vá ser necessário. - respondeu Harry sorrindo.



-Como assim? - inquiriu Albus curioso.



-Eu não me importo que consigas ouvir alguns dos meus pensamentos, não tenho nada a esconder de ti. - explicou o rapaz-que-sobreviveu.


Albus limitou-se a sorrir e abraçou-o.
Ficaram muito tempo abraçados, até que Dumbledore percebeu que a respiração do filho estava muito calma. Chamou-o baixinho:



-Harry.


Não obtendo resposta percebeu que o moreno tinha adormecido nos seus braços.

Reuni-o nos seus braços e levou-o para o seu quarto. Deitou-se ao lado do filho e deixou-se também adormecer, após um dia cheio de emoções.

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Heeeey!

Então... a fic pode ter mais alguns capitulos afinal :)
Estou de férias agora, por isso os cap's vao sair com mais regularidade. Mas agora não estou na minha cidade, estou na praia (so pra vos deixar com inveja) por isso acho que o proximo so saira pouco depois do dia 3 que e quando volto.
Espero que estejam a gostar. Comentem e deiam nota e sugestões por favor :D

Façam um autor feliz :)

H.D.

ps - por favor leiam a minha outra fic e deixem tmb comentarios. o link esta no capitulo anterior intitulado "NOVA FIC!!!" obgd.
 

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Comentários (1)

  • vitoria67

    ola finalmente cheguei ate aqui estou lendo direto a sua fic . que eu achei muito boa....bem algumas partes e estrenhas mais ...... e da imaginacao do autor.....gosta da parte da inseguranca do alvo em relacao ao filho ... ab nossa amei ele e incrivel.... sei que e chato dar palpites mais eu so assim..... gostaria muito de ver mais parte do harry e gina....em que tal. mais  e uma fic incrivel e totalmente original...o que e ddddddddddd++++++vitoria

    2013-06-19
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