Capítulo 10



Eu não acreditava no que estava ouvindo, lágrimas começaram a transbordar dos meus olhos. Eu estava arrasada, saí correndo em disparada para meu quarto, abri a porta, subi rapidamente as escadas encostei minhas costas na porta e escorreguei até bater com o bumbum no chão. Chorava desesperadamente, meu rosto estava totalmente afundado na minha mão, perguntas não saiam da minha cabeça. O que eu tinha feito para merecer isso? Por que logo comigo? Será que eu não podia ser feliz? Eu ouvi um barulho de passos rápidos chegando cada vez mais perto de mim. Draco me puxou do chão e me abraçou fortemente.


- Ei, eu estou com você, ok? Pode contar comigo para qualquer coisa, agora vem aqui. – Ele me envolveu em seus braços e sentou na cama comigo no seu colo. Eu dormi ali, em seus braços quentes, ainda chorando. Na manha seguinte acordei com o rosto ainda molhado, abri os olhos e dei de cara com um par de olhos azuis me encarando.


 


- Está tudo bem. – Assegurei a Draco. – Não vai começar de novo.


- Você está realmente bem?


- Sim, eu não vou chorar mais, obrigado por ficar aqui comigo. Sei que não podia deixado você ver isso, mas não sei se iria aguentar sem você. – Eu falei fraca.


- Tudo bem, eu já disse que você pode contar comigo. – Ele passou suavemente a mão pelo meu rosto ainda molhado me fazendo fechar os olhos e inclinar a cabeça.


Tentei seguir o dia como se nada tivesse acontecido, mas era impossível, não conseguia evitar a tristeza. Depois de um mês após a morte de meus pais Draco tentava me convencer a ir para sua casa no Natal que já estava muito próximo.


- Vai ser melhor para você Hermione! – Ele insistia.


- Draco, não adianta, não vou para sua casa! – Tentei convence-lo.  


- Por favor, Hermione – Praticamente suplicava. - Se você não for eu vou ficar aqui com você por que não vou te deixar sozinha e também não iria conseguir ficar longe de você, se eu ficar aqui, vou ficar triste e irritado por não ter passado o Natal na minha casa. Quer que eu fique triste?


- Urgh! Tudo bem! Eu vou, mas só por que você pediu com jeitinho. – E sem dar tempo de eu ao menos piscar, Draco me puxou e beijou docemente meus lábios. Era sábado de tarde e eu estava no Expresso de Hogwarts a caminho da Mansão dos Malfoy, estava um pouco nervosa, perguntas não saíam da minha cabeça: será que seus pais iriam gostar de mim? E se não me aprovarem e me proibirem de nunca mais ver Draco? Eu não iria aguentar! A noite tinha caído e eu ia em direção a uma mulher loira, bonita e idêntica a Draco, quando avistou Draco, correu e o abraçou fortemente, deixando-o sufocado.


- Já chega mamãe, eu estou ficando sem ar! – protestou. A mulher o soltou logo quando me viu.


- Quem é essa linda menina? – perguntou.


- É minha namorada, será que ela poderia passar o Natal com a gente? Seus pais morreram e eu não podia deixa-la sozinha em Hogwarts.


- Ah, mas de jeito nenhum, claro que ela pode ficar lá em casa, fico feliz em conhecer sua namorada, Draco. Qual é o seu nome, querida? – perguntou a mãe de Draco abrindo um sorriso.


 


- Hermione Granger senhora, prazer em conhece a senhora.


- O prazer é todo meu, pode me chamar de Narcisa. – Cumprimentou sorrindo e estendendo a mão.


        Chegando aos portões da Mansão, o meu queixo estava literalmente caído, era praticamente um castelo das trevas, enorme e obscuro.


- Seja bem-vinda a minha casa. – Draco falou abrindo o enorme cadeado com apena um toque.


- Casa? Tá mais pra castelo. – Falei admirada e sorrindo. Nós entramos e seguimos direto para o quarto de Draco, a mansão era ainda maior por dentro, a sala era um enorme aposento revestido de carpete, com dois enormes sofás pretos com várias almofadas, todas de tom escuro, uma cristaleira, e móveis de madeira e na copa, uma gigante mesa de mármore polido e com pesadas cadeiras de madeira. A escada para ir ao quarto de Draco era larga e a parede era coberta de quadros e molduras.


- Bom, fiquem a vontade, vou estar no escritório caso precisem de mim, daqui a meia hora podem descer para o jantar, pode mostrar a casa para ela Draco, de todo modo, se sinta em casa querida. – Narcisa falou fechando a porta e descendo pelas escadas para a grande sala. Draco colocou nossos malões do lado de sua estante enquanto eu admirava seu quarto. Era tão grande quanto a sala, as paredes eram verdes e prata, a enorme cama de dossel no centro do quarto com grossas cobertas também verdes e pratas com o brasão da Sonserina no centro, um criado mudo, uma estante e um enorme guarda-roupas de madeira.


- Bom como minha mãe já disse se sinta em casa, o que você quer fazer? – Perguntou segurando minha cintura.


- Agora que fazer isso aqui. – Falei o beijando carinhosamente. Depois de nosso longo e demorado beijo, Draco me mostrou toda a casa, que era enormemente assustadora, me explicou cada detalhe e cada esconderijo ou passagem secreta que continha dentro daquela mansão, exceto por um aposento que a porta estava fechada.


- O que tem aqui? – Perguntei curiosa.


- Não tem nada. – Ele parecia estar me escondendo algo.


- Draco, eu te conheço, o que você tá me escondendo? – Ele suspirou.


- Será que não consigo guardar nada de você? Pode abrir a porta, mas não é nada de mais. – Pensei por um minuto se devia ou não entrar, mas a curiosidade venceu e eu abri com cuidado a pesada porta.

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