- Testrálios?

   Quando Alvo abriu os olhos já havia amanhecido,ele passou a noite inteira na floresta proibida.Ele olhou ao redor e não viu ninguém,o corpo da garota ainda estava lá,o que dava a entender que o que afastou o assassino não fosse ninguém humano;Alvo levantou-se,bateu a poeira de suas vestes e seguiu seu caminho sem saber muito bem por onde.
   Algum tempo depois ele chegou em uma clareira enorme,muito maior do que as duas anteriores em que ele esteve.Ele havia adentrado mais na floresta,não sabia como conseguiu se perder tanto assim.
   Ele começou a andar olhando para todos os lados procurando uma saída daquele lugar,pensou em usar a varinha para mandar algum sinal ou coisa do tipo,mas não fazia ideia de como fazer isso.Ele estava totalmente perdido.
   Então ele ouviu uns ruídos,galhos quebrando e folhas secas sendo pisadas e arrastadas.Alvo se desesperou,será que era novamente aquele homem encapuzado que ele havia visto na noite passada?Ele correu e se escondeu atrás de uma árvore e esperou...
   Alvo ainda ouvia os barulhos,mas não pareciam ameaçadores,não estavam muito longe dali,se fosse algo ou alguém querendo machucá-lo já teria o feito,não é?;Ele respirou fundo e saiu devagar do seu esconderijo.Não conseguia acreditar no que via,queria gritar mas não conseguia,só ficou encarando aquele animal estranho que estava ali na frente dele.
   Alvo estava com medo,mas ao mesmo tempo não estava,era estranho,ele foi se aproximando do animal;Ele parecia um cavalo,mas tinha asas e era meio sombrio,parecia feito somente de pele e osso (literalmente).Alvo olhou atentamente para ele,chegando mais perto a cada segundo.Ele já estava perto o bastante para sentir o cheiro do animal,mas não se atreveu a tocá-lo ainda.Então Alvo o tocou,o animal permaneceu imóvel,exceto pelo fato de ter balançado um pouco suas asas esqueléticas.Alvo sorriu e acariciou o animal,observando-o.

   - O que você é?Porque nunca vi nada como você antes? - Alvo falava com ele como se ele o entendesse e pudesse responde-lo,pelo menos entendendo-o ele estava,pensava Alvo. - O que você é? - Então Alvo ouviu barulhos vindo do lado contrário de onde ele estava,quando ele se virou para ver o que era não conseguiu ver nada,mas quando voltou o olhar para o animal ele havia sumido.Alvo não entendeu nada,ele sabia que o animal era real pois ele o tocou,ele o sentia,mas porque ele nunca viu nada parecido antes?

   Algum tempo depois andando sem saber bem para onde,Alvo conseguiu sair da floresta proibida,dando ao lado da casa de Hagrid que estava pendurando o que pareciam doninhas mortas.

   - Ora vejam só!Se não é o pequeno Alvo Severo Potter!

   - Olá Hagrid,bom vê-lo,como está?

   - Bem obrigado!Nossa,como você se parece com seu pai!Impressionante,e deve ter puxado bastante a ele.Sabe,o seu irmão James Sirius puxou bem o lado de se meter em encrencas dele,mas sempre consegue se safar,aquele danadinho...

   - Pois é... - Alvo não estava ouvindo muito bem tudo que Hagrid falava,ele sempre falava demais pelo que ele conhecia,mas ele era gente boa,muito simpático;De repente Hagrid se tocou,o que ele estaria fazendo na floresta proibida a essa hora da manhã?

   - Por que você estava na floresta proibida Alvo? - Alvo engoliu seco.Ele queria contar tudo que havia visto,mas não podia,iria estragar o plano.Mas quem acreditaria nele?Ele achou melhor somente dizer o porque estava lá,sem detalhes.

   - Fui atrás de James e,bem,acabei me perdendo dele.Não ando muito por lá então me perdi e acabei adormecendo.

   - Sei. - Hagrid parecia desconfiado,fitando Alvo com aqueles olhos negros,como quem quer tirar a verdade a força.

   - É tudo verdade!

   - Não disse que não era! - Então Hagrid olhou para trás,parecia curioso,então ele adentrou um pouco na floresta e Alvo o seguiu.

   Algum tempo depois chegaram em um ponto em que Hagrid parou,ele estava com aquele animal estranho que Alvo vira a pouco.

   - Como você veio parar aqui tão longe em?Está com fome?Vejamos... - Hagrid tirou um pedaço de carne crua do bolso e jogou no chão não muito longe dali e o animal foi até lá e começou a devorá-lo. - Bom garoto.

   - O que são esse bichos Hagrid?

   - Ah são testrálios,eles são meio estranhos e assustam no inicio,mas são muito dóceis,claro que se deve saber mexer com eles. - Hagrid deu um grande e amistoso sorriso na direção de Alvo. - Eles puxam as carruagens de Hogwarts a anos,mas ninguém pode vê-los,a menos que já tenha visto alguém morrer... - O sorriso de Hagrid foi se desmanchando aos poucos,e sua ficha ia caindo aos poucos também.Alvo permanecia em silêncio observando o testrálio. - Vo-Você... Você consegue... Vê-los? - Alvo confirmou com a cabeça.Hagrid ficou pasmo,não sabia o que dizer ou fazer,ele permanecia encarando Alvo. - Desde quando? - Alvo encarou Hagrid.Ele não queria dizer,mas não tinha saída,tinha que acabar dizendo uma hora ou outra.

   - Vi o primeiro hoje,nunca vi nenhum antes. - Hagrid ia ficando mais branco a cada palavra,então engoliu um seco e olhou para o testrálio depois para Alvo.

   - Volte para o castelo Alvo,nos falamos depois,está bem?

   - Está bem,adeus Hagrid.

   - Até! - Hagrid acompanhou Alvo correr até o castelo com os olhos,preocupado.Ele olhou para o testrálio e então respirou fundo. - Preciso falar com o diretor... - E então seguiu para o castelo,em direção à sala de Neville.

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