Introduçao, Cap. 1



Harry Potter e o Portal Onírico

By E. Y. Thomas



Introdução:



Harry Potter não conseguia dormir. Para variar, sua cabeça latejava particularmente no ponto onde podia se divisar uma cicatriz em forma de raio. Para piorar a situação seus pés estavam gelados e havia milhões de pelinhos de gato girando em círculos no seu estômago.



Na aula de herbologia daquele dia, madame Ponfrei dera como tarefa a poda e manutençao da erva Rabo de Gato. Dos seus pelos os bruxos fabricavam pincéis especiais para pinturas especiais. Também usavam-se as suas folhas macias e porosas para fazer um pó marrom, obtido após o trituramento da folha seca queimada. Dela surgia a matéria prima principal para fazer uma tinta muito especial. Usada nos rituais de visualizações oníricas.



Tudo estaria bem se Longbotton não tivesse tropeçado e derrubado a maior parte do material coletado por ele, sobre a cabeça de Harry, que estava sentado no chão triturando o carvão da madeira escura. Harry ficou coberto de erva "Rabo de gaTo. Os "pelos" entraram pelas narinas de Harry e pareciam ter vida própria. Sentia como se estivesse com coceiras dentro do corpo, pelo pulmão e pelos outros órgãos.



Por isso custou muito a pegar no sono. Porém, ele enfim chegou e Harry teve uma noite de sonhos se não diria estranhos pelo menos muito divertidos. Parecera a Harry que todos os mais secretos desejos do seu coração se realizaram e se materializaram naquela noite enquanto dormia.



Primeiro os desejos infantis de comer os bolos e doces do primo Duda em suas festas de aniversários.

Viajar de vassoura, com manobras radicais.

Sem falar nos sonhos com o professor Snape de poçoes misturando-se com outros elementos divertidos, como o professor sendo transformado em um corvo ensebado e inofensivo.

Finalmente Com Você Sabe Quem, sendo derrotado pelo Diretor Dumbledore e transformado em um ovo oco.



Mas nada preparou Harry para um sonho muito estranho e simbólico...



Primeiro capítulo:



Não desista Jamais de seus sonhos.

( Onde ficamos conhecendo um garoto que vai fazer a diferença )



Era uma vez, num lugar não muito distante um garoto chamado Lúcio da Luz Prima. Recebera esse nome da avó materna. No dia do seu nascimento, num dia incerto de Maio, sua mãe não resistiu a um sangramento interno. Antes de morrer, ela voltou seus olhos para a janela e observou que uma luz tênue se insinuava pelas frestas, falou alegre: "Olha mãe, tá clareando..." Quando a mãe de Lúcio partiu de encontro a outra Luz, Lúcio veio ao mundo. Daí Lúcio da Luz. Muito vermelho e cabeludo.



O Prima vem de pai. De origem indefinida, o pai, criado em um internato de monges franciscanos lá para os lados da cidade. O Prima veio do fato de ser sempre o primeiro da lista porque os monges puseram o nome dele tirado do Velho Testamento. Simplesmente abriram o livro e deram com o nome Aabrao. Assim o pai de Lúcio ficava sempre no topo da lista de chamada.



Era Aabrao Primeiro em quase tudo. Piores notas, pior comportamento, um verdadeiro revolucionário sem causas, ou melhor, as causas normais de qualquer um nascido sem pai nem mãe para protegê-lo. Seu maior amigo era o cachorro vira-lata de nome Pauoco ( de Santo do Pau Oco). Conta a lenda que um dia passou um circo e Aabrao Primeiro pulou o muro do mosteiro e foi ver os leões sem dentes. Ficou maravilhado com aquilo tudo. Principalmente quando viu o mágico. Tudo isso fora do toldo, porque Aabrao não tinha um vintém, ou seja estava duro.



Foi a gorducha cigana Carmem quem deu uma forcinha para o pai de Lúcio ver o Maior Espetáculo da Terra. Era tudo uma grande aventura, e quando o Mágico Mandarim qualquercoisaassim entrou no picadeiro, já estava selado o futuro de Aabrao Primeiro. Voltou para o mosteiro só para levar emprestado o cachorro Pauoco e o livro O Despertar dos Mágicos.



Entao, começou sua promissora carreira, primeiro lavando as roupas da gentarada toda do Circo de Mequetrefes Madame China. Não venha dizer que isso não era trabalho de homem, não senhor. Qualquer trabalho é trabalho, desde que honesto e também a semente que pode levar a seu grande sonho. Agora falei bonito...



Aabrao mudou o nome para Prima porque a cigana leu nas cartas que isso traria fama, riquezas e glórias. Fama e riquezas não veio não senhor, mas um dia apareceu uma joveninha de grandes olhos castanhos de nome Glorinha. Era um sobrinha da cigana Carmem, que nem era lá cigana de verdade mas descendente de libaneses, da Família Musafat. Foi assim que os pais de Lúcio se encontraram e deram o primeiro passo para que nosso personagem nascesse.



Apesar de ser um rebelde de marca maior, e metido a falante, nas coisas do coração, era, o pai de Lúcio, uma nulidade. Achou a moça muito bonitinha, e o que chamou sua atenção foram os cabelos castanhos escuros lisos e macios presos numa trança opulenta. Até tomar coragem e pedir ela em namoro, aja paciência.



No circo, Aabrao Prima foi de tudo um pouco, só fez questão de não ser palhaço, que isso ele achava que dava azar. Era, como podemos reparar, muito supersticioso, não gostava de gato pois acreditava que seu animal totênico era o cachorro, inimigo natural um do outro.



Um dia, partiu para uma caçada e acabou sendo ferido por uma onça, vejam vocês o destino ( um gato bem grande, nê ? ) O ferimento infeccionou e deu febre alta. E nosso jovem ficou órfão de pai antes de nascer.



Bem, agora que já conhecem pelo menos a origem genética de Lúcio, vocês podem estar se perguntando onde é que essa enrolaçao toda vai levar... e o que isso tudo tem a ver com Harry Potter. Calma que eu chego lá. Como vocês podem notar, tanto Lúcio quanto Harry tinham em comum serem órfãos. Mas diferentemente do Harry , o Lúcio foi criado pelos avós maternos, de origem libanesa, numa vila no sul de um país de clima subtropical, chamado Porto Belo.



Também diferente de Harry, Lúcio teve uma infância senão maravilhosa, pelo menos razoavelmente feliz. Pois os avós não eram pessoas ruins e mesquinhas com ele, como os Dursleys eram com Harry. A questão era que além de Lúcio para criar havia um Tio meio boa vida ( Tio Celsinho) , a Tia Cida que era um tantinho maluca ( porque acreditava em coisas estranhas ! ) fora o batalhão de primos e primas e sobrinhos que viviam num entra e sai sem descanso.



Harry dormia numa espécie de armário debaixo das escadas ? Lúcio dormia num galpão em cima do celeiro. Ele até gostava, pois podia ver as estrelas da janelona enorme e sem vidro. No inverno ele podia dormir junto com o Tio Celso que afinal não era má pessoa, só um tanto criançola e amante de insetos e coleções de todos os tipos, figurinhas a revistas em quadrinhos. Trabalhar que era bom, nada. Ou melhor, de vez em quando pintava uns bicos, mas muito esporadicamente, quando as coisas não iam bem na oficina do avô.



Seu avó Bento era carpinteiro e fazia muitas coisas artesanais, principalmente vassouras. As melhores da região. Sua avó era parteira, rezadeira, herbicultora e diziam as boas línguas uma boa e velha bruxa.



Como os tempos eram outros e os moradores eram todos boa gente da roça, vindos dos confins da terra, numa boa safra sem eira nem beira, eram gente simples, sem grandes convicções religiosas, ou seja, livre de dogmas bobocas e ultrapassados. Se acreditavam em Deus e o respeitavam, não deixavam de dar o devido valor ao seu arqüiinimigo, o Diabo, tratando-o senão, com o mesmo respeito que o Todo Poderoso, pelo menos, com a devida prudência com que sabiamente respeitamos um cachorro bravo e egocêntrico. Isso cada vez mais faz-me confirmar a máxima, cultura e sabedoria podem ser dissociadas uma da outra. Pois, já vi gente catedrática da maior falta de senso e gente "ignorante" e analfabeta da maior sabedoria popular.



Em resumo a família Musafat era muito bem quista e procurada. Já que o padre "responsável pela região" nunca conseguia dar conta da alma de tanto fiel. O "rebanho" vivia solto e desgarrado no bom termo. E o que mais existia eram crendices inofensivas e quase ingênuas, num ecumenismo de fazer inveja aos melhores diplomatas das Nações Unidas. As religiões africanas eram aceitas como bibelô cultural trazido pelos negros e o mais engraçado é que a maioria dos seus crentes era branca que só vendo. Lógico que havia uns fanáticos. Em todo lugar tem os da ala sectária. Coisa de "zé povinho" desenformado e influência da herança incomparável de cultura inquisidorial.



A vila onde morava Lúcio ficava nos confins do mundo moderno, era um oásis de Boa aventurança, longe de TV colorida e meios de comunicações. Tinham uma cadeia de serras que a cercava e danava qualquer tipo de transmissão de onda eletromagnética.



Lúcio ia para escola apenas aos sábados porque era longe, nesse dia seu Dorival Neves dava carona para ele na sua carroça de caixeiro viajante e na volta o Tio Celsinho ia buscar ele de cavalo malhado. No resto da semana era a Vizinha D. Ida ( de Idalina) que dava um reforço pedagógico.



Um dia, na época das grandes chuvas, Tio Celsinho teve um forte ataque de dor de barriga e Lúcio ficou esperando ele na sede da prefeitura que era onde funcionava a Escola.



Esperou, esperou e esperou. Já cansado de esperar, foi investigando os gabinetes. No segundo andar Lúcio encontrou uma salona enorme, cheia de colunas onde uma senhora de óculos engraçados ofereceu a ele finalmente a primeira refeição após horas: metade de um sanduíche de mortadela e uma caneca de chá mate. Mas o que de mais importante aconteceu naquele dia foi a descoberta de uma coisa que iria modificar sua pacata vidinha para sempre.

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