O Novo Patrono



- Capítulo nove -
O novo patrono

A hospitaleira Hogwarts abriu mais uma vez seus portões para Harry Potter, e, ele tinha certeza de que, de todas as vezes que lá já entrara (cinco), nunca se sentira tão feliz como agora, de mãos dadas com Hermione. Era verdade de que toda a Hogwarts os vira no Expresso de Hogwarts e não paravam de fazer reverências a eles quando passavam, dizendo em altas vozes: "Abram-alas para o Casal 20!", deixando Hermione muito vermelha. Mas o que irritava Harry mesmo era Draco Malfoy.
- Ei, Granger, é verdade que Potter tem mau hálito? E Potter, como você faz para beijar a Granger, você não se enrosca nesses dentões?
- Malfoy, porque você não vai fazer companhia para seu querido paizinho na prisão? Ops... me esqueci - berrou Harry. - Ele e os amiguinhos já saíram né...
- Eu vou te mostrar, Potter...
Malfoy sacou a varinha bem na hora que McGonnagal passava.
- E vocês, já para os seus lugares. Francamente, no começo do ano já se metem em brigas. Abaixe essa varinha, Sr. Malfoy, vai assustar os primeiranistas. Menos cinco pontos para Sonserina...
- Nem liga pro Malfoy, Harry - sussurrou Hermione. - Que é que você esperava? Ele está furioso porque o pai foi para Azkaban por sua culpa.
A Seleção das Casas acabou e Dumbledore levantou-se, como de costume, para os avisos.
- Sejam bem-vindos novos alunos, sejam muito bem-vindos...
O diretor comentou sobre a Floresta Proibida, sobre fazer feitiços nos corredores e outras coisas que Harry já sabia. Até que chegou a parte em que Dumbledore costumava esbanjar sábias palavras de união entre Casas.
- As comunidades bruxa e trouxa estão se entrelaçando em tempos muito difíceis. Vocês sabem que a vida é o que fazemos dela em nossas escolhas. Precisamos escolher entre o doce e o amargo. Entre o errado e o certo. Entre o bem e o mal. Entre a vida e a morte... Para cada qual caminho que trilharemos, precisamos nos esforçar para plantar sementes que dêem grandes frutos. E a união...
Harry olhou para a mesa da Sonserina. Malfoy beijava uma colher, arrancando risadas de seus colegas que não prestavam a mínima atenção ao diretor. Como se uniria a pessoas como Malfoy? Era impossível, pensou ele, voltando atenção para Dumbledore.
- Nunca se vence uma guerra lutando sozinho. Enquanto estivermos unidos nessa batalha cinzenta que se ergue perante a nós, mesmo que uns e outros falhem, enquanto sobrar dois lutando, ainda poderemos fazer toda a diferença do mundo. Só precisamos fazer boas escolhas... e, enchermos bem nossas barrigas para não ficarmos fracos e mirrados na hora em que precisarmos usar nossa força... Podem atacar!
O maravilhoso banquete de abertura animou a todos, que enchiam seus pratos, alegres e satisfeitos.
Harry olhou para o corpo docente. Snape o encarou por alguns segundos, lançou um olhar zombeteiro a Hermione e fingiu uma cara de nojo. Harry o amaldiçoou. Como poderia fazer o que Dumbledore gostaria que ele fizesse? Se unir ao pessoal da Sonserina e ao injusto Snape?
- E agora - recomeçou Dumbledore, após o banquete, quando as portas do saguão se abriram. - Gosaria de lhes apresentar o mais novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Seja bem-vindo, Prof. Rômulo Lupin!
- Lupin? - exclamou a maioria dos alunos, em grande parte os da Grifinória. - Ele voltou?
Mas todos perceberam na mesma hora que não se tratava do velho Remo Lupin. O homem que apertava agora a mão de Dumbledore, que a maioria lembrou terem o visto no Centro, sentou-se ao lado de Snape. Snape lançou um olhar de esguelha ao homem o que não surpreendeu Harry nem um pouquinho...

Após o banquete, quando os sonolentos alunos iam para os dormitórios, Harry e Hermione decidiram ficar no Salão Comunal da Grifinória, sentados à poltrona diante a lareira, abraçados.
- Harry... você já havia pensado que algum dia nós dois ficariamos juntos?
- Nem imaginava - respondeu, acariciando os cabelos de Hermione.
- É tudo tão estranho, não é? - disse ela. - Brigamos todos estes dias... e aí isso acontece.
Era realmente estranho, mas era tudo muito bom. Nunca se sentira assim com uma garota antes.
- Hermione, posso saber porque é que você ficou com aquele tapado do André?
- Harry, eu jamais gostei dele - falou Hermione, encarando os olhos verdes dele. - Há semanas que eu percebi o quanto gosto de você, mas não sabia se realmente você queria ficar comigo. Aí eu fiquei com dó do André porque ele disse que gostava de mim... ele é meio delicado.
- Ahá! E aposto que ele chegou a monitor com alguma ajuda sua, não foi? - adivinhou Harry.
- Foi... ele não é muito inteligente...
- E é por isso que eu gosto de você, Mione. Cho me beijou e eu percebi que já não tinha mais graça beijar outra garota... não depois do nosso primeiro beijo na Ordem - explicou Harry.
- Foi maravilhoso...
Eles se beijaram mais uma vez. Um beijo ardente. Um beijo que aquecia cada célula de seu corpo.
- Eu só preciso saber que você não vai me deixar... - confessou Hermione. - Que não vai me decepcionar...
- Jamais, minha linda - confirmou Harry, olhando fundo naqueles olhos amendoados. - Jamais...


A primeira aula do ano era Trato das Criaturas Mágicas, matéria lecionada por Rúbeo Hagrid, guardião das chaves e das terras de Hogwarts.
- Vamos, vocês aí - ordenou o professor, batendo palma para os alunos bagunceiros se apressarem. - Me sigam... todos... Olá Harry, Rony, Hermione...
O gigante os conduziu até a orla da floresta. Os sonserinos se agruparam logo atrás dos grifinórios, todos de frente para Hagrid.
- Ei, Potter - sussurrou Pansy Parkinson, atrás de Harry, enquanto Hargrid falava sobre as aulas que teriam. - Como é beijar um castor?
- Não posso lhe dizer, nunca beijei um - respondeu Harry. - Mas deve ser bem melhor do que beijar você.
Pansy pareceu se irritar com a resposta. Voltou sua atenção se voltou a Hermione.
- Hey, Granger! - disse maliciosamente. - É verdade que quer se tornar auror? Sabe, com a sua beleza fica mais fácil... os bruxos morreriam de medo de você.
- Tá bom, senhorita Pansy-Pamela Anderson - respondeu Hermione, ainda assim bebeno cada palavra de Hagrid. - Estou tão encantada com a sua beleza que acho que preciso de uma plástica.
Embora já estivesse acostumado às irritações do pessoal da Sonserina, Pansy trouxe uma coisa à cabeça de Harry que havia se esquecido: O Campeonato Mirim.
- Bem, então, hoje vamos estudar os clouveris... e é claro que nossa querida Hermione sabe o que eles são - acrescentou Hagrid, animado, vendo a mão de Hermione no ar.
- São animais com diversas formas que vivem escondidos entre as nuvens - respondeu a garota.
- Isso mesmo... dez pontos - falou Hagrid. - Agora, alguém saberia me dizer se os clouveris são sólidos... Hermione?
- Não podemos tocá-los a menos que eles queiram que nós o toquemos.
- Puxa! Mais dez! Então, bem, alguém consegue ver algum por aí? - pediu Hagrid.
Os alunos olharam para os lados, confusos, mas Hermione foi a única que não olhava pro chão e sim para o céu, em direção a umas nuvens repolhudas, não muito longe dali.
- E o que é que eu deveria estar vendo? - bufou Malfoy, acompanhando o olhar de Harry, Hermione e Hagrid para as nuvens.
Harry olhou atentamente para as nuvens... e algumas delas olhavam para ele.
Harry tirou os óculos e limpou-os com as vestes. Colocou-os de volta. Agora as nuvens só não olhavam para ele... se aproximavam dele e do resto da turma.
- Hagrid, eles estão mesmo...?
- Eles estão tentando manter um contato com a gente porque perceberam que nós estávamos procurando por eles - explicou Hagrid. - Vocês conseguem perceber quais são os clouveris?
- Sim! - exclamou Simas de repente, apontando. - Estão vendo aquele ali? Parece um filhote de dragão.
- Ooohhh! - gritou Parvati. - Estou vendo um... o mais próximo, parece um coelhinho.
Harry viu um que parecia um leão, abrindo a bocarra. Em grupo, eles saíram do meio das nuvens... e sumiram.
- Cadê? - perguntou Lilá. - Não estou vendo nada!
- Ah, não, sabem, agora não é possível vê-los - explicou Hagrid. - Eles tomam a forma gasosa quando não se molduram nas nuvens.
- Ah... que emocionante - exclamou Malfoy secamente. - Você quer dizer então que tem um bando de espíritos sobevoando a gente?
- Ah! - Pansy se encolheu atrás de Malfoy, assustada.
- Eles procuram por bruxos dignos de confiança - disse Hagrid. - Eles se tornarão formas vaporosas e se solidificarão quando sentirem que podem confiar na gente. Vêem como muitos preferiram não arriscar?
Harry tornou a olhar para o céu. Realmente muitos clouveris só hesitavam, observando os humanos abaixo. Havia um grande hipogrifo que abria e fechava o bico, em forma de uma nuvem particularmente fofa.
- Hagrid! - exclamou Hermione. - Tem um aqui!
Todos olharam para a garota. Harry arregalou os olhos. Uma forma enevoada de um pequeno elfo doméstico tocava a mão de Hermione.
- Ah... oi, fofinho - falou Hermione, insegura, pegando a mão do clouveri.
O pequeno clouveri soltou um leve assobio bela boca, aqueles assobios que fazem em dias muito ventosos.
- Veja, ele gostou de você - disse Hagrid.
- Mas pra que é que eles servem? - perguntou Pansy, ainda atrás de Malfoy. - são assustadores.
- Pra mim eles são patéticos - Malfoy soltou um bocejo. - Aliás, essa aula é patética.
O louro começou a andar, despreocupado, fazendo o caminho de volta ao castelo.
- Hagrid, sem querer ofender, mas... - perguntou Rony. - Pra que mesmo eles servem?
- Ah... - Hagrid olhou preocupadamente para o elfo que agora abraçava a mão de Hermione, satisfeito e feliz. - Bem, eles são... bem amigáveis...
- Acho que nisso Malfoy tem razão - disse Rony, no fim da aula, quando caminhavam para Defesa Contra as Artes das trevas. - Qual a importância daqueles couve-flores?
- São clouveris - corrigiu Hermione automaticamente. - Além disso, a vantagem deles é que ninguém corre o risco de perder a cabeça durante uma aula, especialmente a do Hagrid. Não acha os clouveris mais convincentes a serem estudados do que os explosivins?
- Obrigado, fico com os explosivins - resmungou Rony. - A propósito, você só gostou deles porque foi a única que um deles confiou.
- Eu achei eles muito interessantes - cortou Hermione. - É bom saber que as nuvens só tem formas significativas por causa deles...
- Hermione - Harry, que ficara muito tempo calado, decidiu perguntar quando entravam na sala. - Porque é que você se inscreveu no Campeonato Mirim para aurores?
- Bem... porque - a garota pareceu tentar refletir por um momento e, percebendo a demora de dar uma resposta, mostrou-se irritada. - Ora, porque sim, há algo de errado nisso? Só você tem o direito de seguir essa carreira?
- Não, é só que... bem, você nunca pareceu se interessar por isso - comentou Harry, baixinho.
Hermione permaneceu quieta, eis que demonstrando respeito e interesse quando o professor Rômulo Lupin entrou na sala. Mas Harry percebeu, e ficou meio desapontado com isso, que havia algo sendo ocultado a ele.
- Bom-dia pessoal - o professor parecia muito animado aquela manhã. - Nossa primeira aula, hein... Bem, eu preparei algo muito avançado para os alunos do sexto ano. Vamos aprender a projetar um feitiço escudo chamado O Feitiço do Patrono. Creio que muitos de vocês mal ouviram falar nele.
- Não - disseram Rony, Hermione, Dino, Simas, Neville, Parvati e Lilá, entre risinhos.
Na verdade, eles só não tinham ouvido falar como também haviam praticado nas sessões secretas da AD. Harry já tivera experiência em que precisara recorrer ao Patrono para não querer mais.
Era incrível como Rômulo era idêntico ao irmão. Quem não o conhecesse diria apenas que Remo trocou as vestes surradas. Em poucos minutos depois, animais prateados de todos os tipos perambulavam a sala. Lupin ficara muito impressionado com a facilidade com que eles executaram o feitiço, mesmo que uns só conseguissem uns fiapinhos de fumaça.
- Belo veado, Harry - elogiou o professor.
- Obrigado, senhor.
Harry olhou para o veado, galopando alegremente, dando voltas na sala. O garoto se impressionou quando viu um hipogrifo prateado enorme, que se aproximou do veado. Eles interagiam...
- Professor... - chamou Harry. - Ele nunca fez isso, sabe... parece que está se comunicando com o hipogrifo...
- Ah, sim, Potter, isso às vezes acontece - explicou Rômulo. - Sabe, isso ocorre quando a pessoa que o conjurou está, digamos, muito ligada pela outra. Quanto mais emoções passamos ao patrono, mais eles se indentificam com a gente. O amor é um dos casos mais fortes.
- Mas de quem... - começou Harry, procurando a origem do hipogrifo.
Hermione sorria para o garoto, com a varinha erguida.
- É... é seu? - perguntou impressionado. - Mas eu pensei que fosse uma lontra...
- Ah... - vejo que temos uma mudança emocional aqui - disse Rômulo, dando uma piscadela à Hermione. - Sabem que o hipogrifo representa o laço inquebrável entre duas pessoas? Ele simboliza o amor.
Harry olhou para a namorada. Estava impressionado com ela. Então realmente era amor...
O veado de Harry e o mais novo hipogrifo de Hermione se entrelaçaram em uma nuvem de fumaça prateada e desapareceram, juntos.
Quando a aula acabou, Harry e Hermione pararam em um canto do corredor, a conversarem, animados.
- Você é doida, sabia? - comentou Harry, feliz, segurando o rosto da garota. - E é por isso que eu gosto de você.
- Então acho que você já sabe o que eu sinto por você, não é? - a garota não cabia em si de felicidade, parecia até mais bonita.
- Sim, o mesmo o que sinto por você. E quer saber de uma coisa, Mione... - disse Harry. - Obrigado por existir.
- Ah, Harry... que fofo - falou Hermione. - Eu te amo... te amo de verdade, Harry...
- É, até onde eu sei, ninguém ama de mentira - falou o garoto, puxando-a para um beijo envolvente.
- Ei, Potter! - disse uma voz maliciosa.
Harry, muito zangado por ter que interromper aquele momento com Hermione, olhou para Malfoy.
- Que é?
- Parabéns, vocês ganharam o oscar como "O Casal Mais Feio de Hogwarts" - caçoou Malfoy, amassando uma folha de papel e jogando a bolinha na direção de Harry.
A bolinha, porém, a meio caminho, parou e voltou para a cabeça de Draco. Crabbe e Goyle riram mais disso do que a piada do amigo.
- Mas que...?
- E aí, Harry - era Max Mclagan, passando pelo corredor acompanhado de sua irmã.
Max deu uma piscadela e Harry descobriu porque a bolinha de papel mudara de rumo a meio caminho.
Malfoy se afastou, parecendo muito confuso, com seus dois comparsas.
- Valeu, max - agradeceu.
- Nada demais... ás vezes é muito bom poder usar estes poderes telecinésicos...
- Oi, Harry, oi, Hermione - cumprimentou Daisy Mclagan. - Sou da Lufa-Lufa.
- Muito prazer - falou hermione. - É você que sofre de sono instantâneo?
- Sim, sou eu. Tudo graças àquela maldita fada que me mordeu quando eu colhia morangos...

A cama de colunas era muito confortável, mas Harry já não a achava mais tão confortável, não, porque o lugar mais confortável para ele era agora os braços quentes e macios de Hermione. Sem sono, levantou-se e foi até a janela do dormitório. A noite estava calma. A brisa suave passava pelas árvores da Floresta Proibida. Uma coruja branca como a neve dava bicadinhas na janela.
- Edwiges - disse Harry. - Eu não vi você!
A coruja adentrou o dormitório. Harry pegou a carta que ela trazia. Abriu-a. Era de Dumbledore.

Harry,
Creio que você se lembre de nossa reunião. Se estiver acordado, venha até meu escritório imediatamente.

Dumbledore
Ps.: se tiver canetas de açucar, me traga umas.

Harry sentiu seu peito explodir em emoção e ansiedade. Que é que Dumbledore ensinaria a ele? Devia ser algo realmente importante. Entendeu que caneta de açúcar deveria ser a senha para sua sala. Se dirigiu, então, ao escritório de Dumbledore, ao encontro do desconhecido.

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