Pedras que Choram



- Capítulo treze -
Pedras que choram



- Meu pai! - exclamou Rony.
A mansão de Krum tinha o tamanho do Salão Principal de Hogwarts, isto vista por fora, por dentro então devia ser muito maior... Só a extensão do jardim dava uns quatro campos de quadribol.
- Esperro que gostem - disse Krum aos garotos, mas lançando um olhar exclusivo a Hermione que Harry não demorou a perceber.
- Também espero o mesmo - resmungou o garoto em voz baixa.
Krum os conduziu até a mansão. No "tour" pelo jardim eles puderam ver uma piscina enorme com trampolim e palmeiras em volta (hmpf, deve cair um monte de folhas na piscina, resmungou Harry), três cachorrões (o Fofo consegue ser mais bonito que esses daí, resmungou novamente), um mini campo para treinamento ao fundo (não é a mesma coisa, resmungou outra vez), um hangar (mas ele não..., e outra).
- Chega, Harry - sibilou Hermione.
- Ah - disse o garoto. - Que bom que você gostou...
Krum empurrou as portas duplas enormes (em que havia rostos de criaturas sinistras desenhadas que Harry gostaria muito de criticar, mas Hermione ainda estava ao seu lado). Era verdade, por dentro a sala parecia maior ainda. O teto era tão alto que seriam precisos seis Hagrid's para alcançá-lo. O chão era de mármore. O lustre dourado era muito grande.
- Já pensou se isso cai na cabeça de alguém? - comentou Harry, cutucando Rony para que o amigo o ajudasse a reclamar.
- É, seria um desastre sim, mas... Não vai cair - falou Rony. - Relaxa, amigo.
Harry olhou para ele, zangado.
Havia um grande tapete-urso no chão. Nas paredes haviam cabeças empalhadas de alces, ursos e elefantes.
- Olha só isso - cochichou Harry para Gina. - O cara é um assassino... Coitados dos bichinhos...
E ele ficou feliz de ver que Hermione parecia, pela primeira vez, desgostosa.
- Nam se prreocupem - disse Vítor, quando os garotos davam a volta para não pisar no tapete. - Nam são de verdade...
Harry começou a se zangar.
- Mas ele tem prazer em vê-los mortos e decapitados - justificou.
- Eu só os tenho porque gosto de estar em contato com a natureza, e como não posso tê-los de verdade... - completou Krum.
- Só se for "natureza morta" - disse Harry. - Além disso, ele poderia comprar uns menos... menos...
- Menos mortos? - perguntou Rony, entre risinhos com Gina e Max.
- Poxa, que amigos vocês são, hein - zangou-se, cruzando os braços.
- Eu não gosto muito deles - comentou Daisy.
- Porque? - caçoou Rony. - Tem medo que criem vida?
- Ou é pelo simples fato de você ser vegetariana? - perguntou Max.
- Vegetariana? - quis saber Rony, surpreso. - Como consegue?
- É só ter força de vontade e pensar nas vidas que você destrói dia-a-dia - respondeu.
- E força de vontade você tem aos montes, não é? - brincou Max.
- Deixa, Daisy - resmungou Harry, feliz com a amiga. - Deixa eles... Eles não nos entendem...
Rony olhou preocupado para o amigo.
- Você não está pensando em virar vegetariano, está?
Harry não respondeu.
- Eu comprei esta mansão há pouco tempo porque queria uma casa para passar as temporadas por aqui. Moro em um vilarejo tranqüilo na Bulgária. Minhas irmãs moram todas aqui em Northshore. Vamos, vou mostrar os quartos - chamou Krum, subindo as escadas.
No corredor de cima havia dezoito portas, sendo que cinco davam acesso a banheiros e treze a quartos.
- Bem, fiquem a vontade para escolherem seus quartos, são todos praticamente iguais - disse Krum. - Bem, se precisarem de algo, há uma campainha em cada quarto, e Manfred, meu criado, virá atendê-los. Eu vou resolver umas coisinhas para a festa de minha irmã.
Krum lançou um último olhar discreto a Hermione e desceu as escadas.
Rony assobiou, olhando para os lados.
- O que é que vocês acham? Que luxo, hein...
- Um dia na mansão do "James Bond" - falou Harry, indiferente. - Grande coisa; qualquer um conseguiria isso.
Harry escolheu um quarto qualquer e entrou. Feliz, percebeu que Hermione vinha logo atrás dele. Isso significava que ainda queria ficar com ele; se quisesse algo com Krum, certamente escolheria um quarto vazio.
O quarto era grande (como tudo o mais na casa). Tinha uma cama de casal muito fofa (por causa dos cobertores de mais que nela havia), um armário e uma escrivaninha. Havia também uma sacada.


Às seis horas as mesas estavam postas e cheias de iguarias da terra de Krum que Harry mal se atreveu a tocar.Os amigos e amigas de Vítor eram todos de dezoito anos para cima, o que o deixou um pouco sem jeito.
O mordomo, que Harry descobriu ser um cara legal, passara a tarde contando a ele e seus amigos a triste história de sua vida.
- Mama morreu... Papa era gay... E vovó tem dormido muito...
Agora ele passava entre as pessoas servindo bebidas e aperitivos. Mas andava se contorcendo estranhamente quando passou ao lado de Rony com uma bandeja cheia de potinhos descartáveis com algo verde dentro.
- Algum problema, Manfred? - perguntou Rony.
- Na verdade, sim. Eu preciso fazer uma coisa que mais ninguém pode fazer por mim, se é que vocês me entendem; o senhor poderia segurar esta bandeja para mim?
- Claro - Harry segurou a bandeja de mini gelatinas e o homem, tentando manter a postura, saiu rapidinho da sala.
Harry sentindo que também precisava fazer algo, deixou a bandeja com Rony e foi ao banheiro. Lá dentro, ouviu umas batidinhas no vidro da janelinha. Era Edwiges.
Ele abriu a janela e recebeu a carta da coruja. A caligrafia fina e rebuscada era de Dumbledore.


Harry,

Espero que se divirta na festa do senhor Krum.
Não deixe que uma certa garota leia esta carta (você sabe qual).
Nossa primeira aula particular será no sábado que vem. Espero que esteja pensando no pedido que lhe fiz, porque a AD nos será útil. Fique de olhos abertos e sempre alerta. Acho que estou perto de descobrir um jeito de eliminar Voldemort que não sua morte ou a da srta. você-sabe-qual.
Tudo se resolverá. Não tente fazer mais nenhuma besteira.

Te vejo no sábado, se tudo correr bem.
Boa festa,
Alvo Dumbledore


Harry releu. Como assim "não tente fazer mais nenhuma besteira"?


Professor Dumbledore,

Estou na casa do Krum. Acabei de receber sua carta e não entendi o que o senhor quis dizer com "mais nenhuma besteira".
Não se preocupe, a Hermione não viu a carta.
Que jeito o senhor encontrou para eliminar o Voldemort?

Harry


Ele amarrou a carta na coruja e a mandou para o horizonte. Ficou pensando se e como Dumbledore sabia que ele quase cometera um suicídio.
Voltou para a festa.
- O Manfred voltou? - perguntou Harry.
- Não - respondeu Daisy. - Acho que ele está, digamos, "ocupado" demais.
- Mas cadê a bandeja que eu deveria estar segurando?
- Não sei - disse Gina, olhando para os lados. - Era pro Rony estar servindo.
- E cadê o Rony? - perguntou Harry.
- Lá está ele - apontou Max.
Todos olharam. Rony estava em uma situação muito diferente a que se encontrava meia hora atrás.
- Ah... meu... Deus! - exclamou Gina.
Rony estava rindo bobamente, servindo gelatina a uma estátua em forma de cachorro no canto da sala.
Os amigos correram até ele.
- Rony! - exclamou Gina. - Você tomou tudo? Isso é vodka pura!
Rony olhou para Gina com cara de cachorro sem dono.
- A gelatina era igual a que mamãe fazia - murmurou ele.
Harry sentiu o bafo de Rony, ainda que nem estivesse tão perto do amigo quanto Gina estava.
- Ponha a língua pra fora! - ordenou Gina ao irmão.
- Tira a blusa! - ordenou Rony à irmã.
Gina cruzou os braços e ele mostrou, então, a língua, que estava verde.
- Vamos, Rony - falou Gina, pegando no braço do irmão. - Me ajuda aqui, Harry.
- Não, não quero ir... - resmungou Rony, se desvencilhando, cambaleante. - Estou conversando com minha amiga aqui, se me dão licença... - e acrescentou a Harry, baixinho: - Estou quase conseguindo o número do feletone dela, Harry.
- Rony, desculpe te desapontar, mas... sua amiga é um cachorro - avisou Harry.
Rony olhou para a cara da estátua e disse, bobamente:
- Oi, cachorrinho! É por isso que tá um bafo terrível aqui no ar, é...?
- O bafo é seu, seu idiota - retrucou Gina.
Daisy e Max estavam às gargalhadas.
- Desculpe, Gina, mas seu irmão é muito engraçado - comentou Daisy.
Rony olhou para Daisy e também começou a rir:
- Tem razão, seu irmão é engraçado demais... Mas quem é "seu irmão"? Não conheço esse senhor...
- Ele não é engraçado; é um idiota - falou Gina. - Deixa mamãe saber que ele tomou dois litros de vodka pura...
A porta da sala se abriu de repente e sete garotas idênticas, todas morenas e muito lindas, de saias deslumbrantes, entraram, chamando a atenção de todos. Krum correu à porta, sorrindo de orelha a orelha, e abraçou a que parecia ser a mais nova das garotas.
- Quantas garotas daquela vocês estão vendo? - perguntou Rony, semicerrando os olhos.
- Meu Deus, você tá topado mesmo! - exclamou Gina. - São as irmãs do Krum.
- Oi, irmãs do Krum - disse ele, dando um tchauzinho a uns dois metros à esquerda do ponto de onde estavam as garotas.
Os rapazes da festa cumprimentaram as garotas e a aniversariante. Uma delas, após cumprimentar todo o mundo, veio até a mesa que estava ao lado de Daisy.
- E o que estamos bebendo aqui? - perguntou.
- Hum... Tem suco de morango e um pouco de vodka - respondeu Daisy.
- Não brinca - disse a garota, se servindo. - É a mesma bebida que eu preparei antes de arrancar o fígado do meu marido.
Daisy se mostrou preocupada. Por fim, disse:
- Puxa... nem sei como falar com você...
Harry, que estivera distraído com a embriaguez de Rony, não reparara que Hermione estava no mesmo lugar que Krum estava antes de ir cumprimentar as irmãs. Que é que eles tanto conversavam...?
Ele ia falar com Hermione, mas Krum voltou para falar com ela, acompanhado de sua irmã. Desistiu. Teve uma idéia melhor...
- Max, Daisy, tenho algo a propor para vocês - e se aproximou dos amigos, falando baixinho. - É o seguinte...


Harry subiu para o quarto de Gina, pois não queria estar no quarto que dividia com Hermione, porque se o plano falhasse, Hermione terminaria com ele de vez.
- Harry, o que está acontecendo? - perguntou Gina, sentando-se ao lado do garoto na cama.
- Eu pedi ao Max e à Daisy para investigarem as coisas de Hermione - explicou Harry. - Porque ela tem um diário, e escreve nele todo o dia. Pedi a eles para procurarem algo sobre o Vítor. Porque eu estou meio desconfiado dos dois... Conversam demais... E eu sei que se há algo entre eles, ela certamente escreveu no diário.
Gina abriu a boca para falar, mas fechou. Abriu outra vez, mas fechou novamente. Olhou, então, para o próprio colo. Estava estranhíssima.
- Que foi? – perguntou, assustado. - Você está bem?
Mas aquela pergunta fora totalmente desnecessária, porque o rosto da garota dizia tudo. Estava com um aspecto horrível. Como não percebera antes? Seus olhos estavam um pouco vermelhos. Parecia que andara chorando. Estava muito triste. No entanto, ela respondeu:
- Sim, estou ótima.
Harry pegou a mão dela e se aproximou.
- Que é que há, Gina? - quis saber ele, encarando-a. - Pode me contar. Está com algum problema?
- Não, já disse que estou ótima - replicou ela, as mãos tremendo levemente nas dele.
- Não, não está - insistiu Harry. - Pode me contar, Gina, sou seu amigo...
- Tá, quer saber, Harry, este é o problema - confessou, corando. - Você é meu amigo.
Harry olhou para Gina, indignado.
- Se não quer ser minha amiga, é só falar. Não sabia que eu era tão ruim como amigo...
Gina pareceu mergulhar em mil pensamentos naquele momento, antes de dizer.
- Não, Harry, é que isso é doloroso para mim. Porque eu gosto de você... Mas sempre esperei algo mais que sua amizade. O que sinto por você é proibido...
Mas estou tão carente e...
Harry arregalou os olhos para a ruiva.
- Você quer dizer que...?
Gina não o deixou terminar de falar. Avançou nele. Envolveu-o em um beijo desesperado. Derrubou ele na cama e o beijou sem deixar que ele interrompesse.
- Gina... Eu-não-posso... eu... Gi... - ofegou ele, tentando se levantar, a ruiva em cima dele.
Mas, antes que pudesse tirá-la de cima, uma voz chegou aos seus ouvidos.
- Acho que errei de quarto!
Era Hermione.
Gina saiu de cima dele. Harry olhou para a porta, mas Hermione já tinha se mandado.
- Me desculpe, Harry - pediu Gina. - Eu não devia ter agido assim...
- Foi mal, Gina, foi muito mal - disse Harry, zangado, levantando-se e se dirigindo à porta. - Depois a gente conversa.
Harry saiu pelo corredor e percebeu a porta do quarto que dividia com Hermione bater. E agora? O que diria? A namorada acreditaria se ele dissesse que não teve a mínima intenção?
Era só o que faltava, pensou zangado, mais uma coisa para abalar um relacionamento que já fraquejava há um dia...
- Hermione! - berrou Harry, socando a porta do quarto. - Abra a porta!
Precisamos conversar!
Houve um silêncio, o barulho de chave girando e a porta se abriu. No mesmo instante Harry preferiu que a porta continuasse fechada.
- Ok - disse Hermione. - Você quer conversar, é isso? Podemos, não é, afinal é um direito seu... Você beijou a Gina...
É um convite, pensou Harry, temeroso. Hermione, furiosa, segurava a porta aberta para que ele entrasse. O garoto dirigiu-se, então, ao seu leito de morte. Hermione bateu a porta quando ele entrou e virou-se zangadíssima para ele.
Harry se perguntou se Max e Daisy teriam conseguido ler o diário. Algo lhe indicou que não. Talvez fosse palpite, mas podia jurar que vira um pé aparecendo na porta do armário entreaberto. O pé sumiu e a porta se mexeu ligeiramente.
- Vamos conversar! - disse Hermione, furiosa, mas tentando visivelmente manter a calma. - Me diga, então: como ela era?
Harry desviou o olhar do armário para encará-la. Não esperava essa pergunta.
- O que?
- Como ela era, Harry? - perguntou, impacientando-se. - Ela era boa?
Harry engoliu em seco.
- Ela era... ela era...
O garoto ouviu sussurros de recomendação vindos do armário:
- Diz que ela era ruim - alertou-o a voz de Max.
- Diz que é feia; uma baranga; nada comparada a você... - falou a voz bêbada de Rony. - Ei! Espera um pouco... estamos falando de minha irmã?
- Sim - sussurrou a voz de Daisy. - Agora fica quieto.
- Anda, Harry - apressou-o Hermione. - Estou esperando uma resposta. Não queria conversar? Vamos!
- Ah... ela era... o beijo dela era diferente, mas... - confessou Harry.
- Diferente? - Hermione perguntou fora de si, que pegou um exemplar do Profeta e começou a dar na cabeça de Harry. - Ela era boa, não é, seu cachorro, você gostou...
Harry, se desviando do jornal, conseguiu dizer:
- Não é isso. Foi um erro, Hermione...
A garota parou de bater.
- Um erro? E onde você enfiou esse erro? Na boca dela?
- Onde... onde ele enfiou? - disse a voz de Daisy, vinda do armário.
- Olha, Hermione, eu gosto de você, eu... - tentou explicar Harry.
- SEU CRETINO! - gritou Hermione, lançando o Profeta contra Harry, que se desviou. - É ASSIM QUE VOCÊ GOSTA?
O jornal bateu no armário e houve um gritinho.
- Fica quieta, Daisy - alertou Max.
- Mas não fui eu que gritei - falou Daisy. - Foi o Rony.
Houve silêncio, então Rony justificou:
- Eu me assustei, ué...
Harry desejou que os amigos calassem a boca antes que Hermione percebesse.
- Olha, Hermione, você não viu o estado de Gina - disse Harry. - Ela está supertriste, não quis magoá-la... Ela está carente...
- Sei, e a consolou muito, não foi? - falou Hermione, com a voz fraca.
- O beijo não significou nada para mim, juro. Foi ela que me beijou, na verdade... Me agarrou!
- Ah, conta outra, Harry - Hermione caiu no choro. - Eu vi vocês dois na cama, e você não a evitou...
Harry ficou com muita pena de Hermione. Ela chorava. Grossas lágrimas desciam lentamente pelo seu rosto triste.
- Hermione, você interpretou mal a cena...
- Uma ova, Harry - choramingou. - Mas quer saber? Eu não vou mais atrapalhar sua vida... Você pode ficar com quem quiser...
- Quê? Não, peraí, Hermione, a impressão que tenho é que VOCÊ quer ficar com outra pessoa - disse Harry rapidamente.
- Eu jamais quis ficar com outra pessoa, porque achei que com você não precisava de mais ninguém... Mas me enganei.
- Ah é? Tem certeza, Hermione? - questionou-a Harry, de braços cruzados. - E o Vítor, hein? Você parece ser muito íntima dele...
- Ah meu Deus! - exclamou ela agarrando os próprios cabelos. - Essa história outra vez?
- Então tá - intimidou-se Harry, se encolhendo ligeiramente, com medo que ela voltasse a gritar.
- O Vítor é o meu amigo - disse ela, largando os cabelos. - Ele gosta de mim, mas eu nunca dei bola para ele, dei? Eu já te traí alguma vez? Diga! Já traí?
- E o André? - disse Harry, recuperando a coragem e cruzando os braços novamente.
- Isso - falou Hermione, lançando um olhar azedo a ele - não tem nada a ver.
Nós nem namorávamos quando beijei o André.
- Mas já havíamos nos beijado antes! - lembrou o garoto.
- Olha, Harry, não pense que vai aliviar sua barra com detalhes - censurou Hermione. - Você beijou outra durante o nosso namoro, e isso não vai mudar.
Não é assim, não é assim...
- Eu não estou querendo aliviar barra nenhuma, tá legal? - disse Harry. - Só estou querendo salvar o nosso relacionamento. E aí, como vai fazer, Hermione? Vai resolver isso como? Vai deixar nosso relacionamento acabar assim, sem nem ao menos tentar consertá-lo? Vai jogar tudo para fora, vai?
- Acho melhor você ir, Harry - falou Hermione prontamente.
- Não, peraí - Harry agora entrou em profundo desespero; foi até ela e ficou cara a cara com a garota. - Lembra quando você disse que não importava o obstáculo, a barreira que aparecesse em nosso caminho... nós ultrapassaríamos juntos? Lembra quando você disse que poderíamos resolver tudo juntos?
Hermione cobriu o rosto com as mãos. Harry se aproximou e pegou nos braços da garota.
- Hermione, eu não consigo me imaginar sem você... Sem esses braços... quentes... esse... - e ele se ajoelhou, abraçando-a, implorando. - Sem esse coração... esse coração bom... Nosso amor... nosso amor tão lindo, Hermione...
Harry começou a chorar. Não queria que tudo acabasse entre eles. De jeito nenhum. Levantou-se; olhou para os olhos marejados de Hermione... tais olhos que o enfeitiçavam de uma maneira que ele sentia que... não poderia viver sem Hermione Granger...
Harry encostou seus lábios nos da garota. Como viveria sem aqueles beijos que o fortaleciam?
Hermione pareceu por um momento que se deixaria levar, que se entregaria ao beijo, mas...
- Pára... pára, Harry, não é assim, não é assim... A situação não vai mudar de uma hora para outra - disse ela, o empurrando, com a voz alterada, mas como se lhe causasse muita dor o simples ato de falar. - Eu achava que poderíamos resolver tudo juntos... Mas isso era antes...
“Não importa o que faça ou o que diga, Harry. Eu imaginava você como uma pessoa que nunca... nunca fosse me trair e... Agora não consigo parar de pensar em vocês dois se beijando... É uma pessoa totalmente diferente para mim agora... Isso mudou tudo, Harry... para sempre...”.
- Vai acabar assim, é? - perguntou Harry, sentindo as lágrimas queimarem o seu rosto.
- E vai acabar como? - disse ela, que segurava a porta aberta para Harry sair.


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