O pedido de Dumbledore



- Capítulo sete -

O pedido de Dumbledore




- Os participantes são... - começou Jimbo, pigarreando.

- Harry Potter...

- Eu sabia - disse Rony, dando um tapinha em Harry.

- Daisy Mclagan...

- Quê?! - exclamou Max. - Minha irmã?

Daisy lançou um olhar de superioridade a Max.

Harry fazia figa para Rony ser o próximo.

- Draco Malfoy...

- Quê?! - fora a vez de Rony exclamar.

Harry se virou e encarou Draco, este sorriu maliciosamente.

- Vítor Krum...

Harry viu Vítor sorrir para Hermione. Harry sentiu sua raiva por ele aumentar.

- E, por fim... Hermione Granger.

Desta vez Vítor olhou assustado para Hermione; e não foi o único.

- Quê?! - exclamou Harry.

- Ela se inscreveu? - perguntou Gina a Harry.

- Eu não sabia - disse Harry, assustado.

- Potter... Mclagan... Malfoy... Krum... e Granger - repetiu Jimbo.

- Muito bem - disse Rômulo, animado. - Parabéns aos escolhidos. Eu lhes desejo boa sorte. Ah, e gostaria de lembrar-lhes que estarei em Hogwarts, lecionando. Bem, até a primeira etapa.

- Preciso voltar correndo - esganiçou-se o desastrado Neville, quando todos iam saindo. - Minha avó não sabe que eu vim...



- Eu não sabia que a Hermione tinha interesse em ser auror - comentou Gina, quando já estavam na Ordem.

Hermione já havia se deitado, parecia não querer conversar com ninguém.

- Harry - falou Gina, temerosa. - Você não andou tendo mais nenhuma visão, andou?

- A última que tive foi aquela que contei à você - disse Harry. - Porque está me perguntando isso?

- Nada - disse ela, depressa.

Rony abriu a porta do quarto.

- Gina, mamãe está chamando para jantar - e saiu, sem ao menos olhar para Harry.

- Fiz alguma coisa que ele não gostou? - perguntou Harry, zangado.

- Você conhece o Rony - disse Gina, se levantando.

- Inveja? - arriscou Harry.

- É - disse Gina, balançando a cabeça.

Harry fechou os olhos.

- Que é que ele acha que eu posso fazer? - perguntou Harry, tentando manter a calma. - Não tenho culpa se ele não foi escolhido. Mas, talvez ele até fosse, se a Srta. Crânio da Hermione, que por acaso não queria participar, não tivesse se inscrito. Mas acabou se inscrevendo, ocupando uma vaga que poderia muito bem ser do Rony - acrescentou, com selvageria.

- Eu vou jantar - anunciou Gina, como se o amigo não tivesse dito nada. - Você vem?

- Não.

Gina saiu, fechando a porta.

Harry se jogou na cama, furioso.

Ele não sabia se sentia mais raiva de Rony ou Hermione.

Harry não entendia mais o amigo. Tinha que ser tão invejoso? Harry nunca tivera muito do que se gabar na casa dos Dursley, e quando conseguia isto em outro lugar, tinha que ter alguém para protestar.

Ora, Harry beijou Hermione primeiro... mas na verdade isto já estava fora de questão... ou, foi o que pensou...

- Hermione - falou Harry, zangado.

Então ele se levantou e saiu do quarto.

O garoto andou cautelosamente pelo corredor para não ter de socar a mãe de Sirius novamente. Ele foi até a beirada da escada, mas; ao ouvir alguém falar o seu nome na cozinha, decidiu voltar. Na verdade não queria ninguém o parabernizando por ter consegüido entrar no Campeonato.

Subiu... mas parou novamente.

Ouvira novamente o seu nome; mas desta vez vinha do quarto das meninas. Harry, sem hesitar, foi até a porta e a abriu com violência.

- O assunto do momento - disse ele, entrando no quarto - Harry aqui, Harry ali... Harry isso, Harry aquilo... Harry, me dá um autógrafo, Harry, cheira meu traseiro...

- A gente só estava falando - disse Gina, calmamente -, de um garoto chamado Harry, que conhecíamos; um que não se zangava tão fácil com todo o mundo, sem o menor motivo.

- Conhecem outro Harry, é? Se conhecem, por favor, me apresentem - falou ele, encarando Gina. - Preciso perguntar a ele, como se faz para não ficar maluco, de tantos mal olhares e pessoas como o seu irmão que acham que eu sou o culpado de tudo.

Hermione lhe lançou um olhar breve.

- Eu acho que talvez você já tenha ouvido falar em bater na porta antes de entrar - falou Gina, calmamente. - Sabe, é educado.

- Então, Hermione - disse Harry, não ligando para Gina. - Já se decidiu, não é? Ser auror sempre foi o seu sonho, não foi?

Agora nenhuma das duas falara. Harry achou isso um insulto ainda maior.

- E sabe o que é engraçado? - continuou Harry. - Há poucas horas, a Srta. Crânio não queria que eu participasse. Queria a chance só para você, não é?

Hermione agora o encarava.

- Isso é ridículo, Harry - disse Gina, se zangando. - A Hermione não tem o direito de se inscrever, é?

- E você, Gina. Pensei que estivesse jantando ao invés de fofocar sobre mim.

- Se é tão importante que saiba - falou Gina, encarando Harry. - Eu e Hermione estávamos conversando sobre...

- Ah - exclamou Harry, não querendo saber o que Gina protestava. - Comovente.

- Escuta aqui - Hemione se encaminhou até ele. - Não sei qual é o seu problema, mas...

- O meu problema, Srta. Segurança, é que você disse para eu não participar do Campeonato porque era perigoso. Mas a senhorita se inscreveu, não foi?

- EU NÃO QUERO MAIS SABER DESTES SEUS ATAQUES DE RAIVA - berrou Hermione, de repente.

- OLHA QUEM FALA - berrou Harry, em resposta. - ALIÁS VOCÊ ESTÁ FUGINDO DA QUESTÃO.

- VOCÊ É UM INGRATO. E EU AINDA ME PREOCUPEI COM VOCÊ - retrucou Hermione. - VOCÊ É UM EGOÍSTA.

- Querem parar, os dois - falou Gina, tentando parar a briga, embora não adiantasse muito.

- E VOCÊ É UMA MIMADA, METIDA A SABE-TUDO, QUE SE ACHA SUPERIOR A TODOS POR TER UM CÉREBRO QUASE TÃO GRANDE QUANTO A CABEÇA - Harry alteava a voz cada vez mais.

- OLHA SÓ QUEM ESTÁ FALANDO, O MENINO-QUE-SOBREVIVEU - caçoou Hermione. - POTTER, O SUPERIOR. ME DÁ UM AUTÓGRAFO, HARRY. VOCÊ É UM IMPULSIVO.

- IMPULSIVO, É? VOCÊ NÃO SABE DE NADA - continuou Harry, não dando ouvidos a Gina. - VOCÊ É A BONITINHA DE TODO O MUNDO, NÃO É? FICA SE ESFREGANDO NO VÍTOR KRUM.

- POSSO SABER O QUE O VÍTOR TEM A VER COM ISSO? - perguntou Hermione, erguendo as sombrancelhas.

Gina, que ainda tentava ser ouvida, falando calmamente, começou a berrar com os dois.

- TEM A VER QUE O HARRY ESTÁ COM CIÚMES.

- CALE A BOCA, GINA - Harry quase chegara a encher as duas de saliva.

- Primeiro: fale, não cuspa - disse Gina, vermelha. - E depois, se você acha que pode se dirigir a mim assim, está enganado.

- VOCÊ JÁ ESTÁ FALANDO DEMAIS - continuou Harry. - E VOCÊ TAMBÉM - acrescentou à Hermione. - VOCÊS DUAS DEVIAM IR LAMBER SABÃO.

PÁ.

Gina e Hermione deram-lhe um tapa simultâneamente, cada uma acertando um lado do rosto, deixando-o inteiramente vermelho.

- Que gritaria é essa? - era Rony, que acabara de entrar.

Harry se dirigiu até Rony, espumando de raiva.

- PASSOU A INVEJA? - berrou Harry, fazendo Rony sobressaltar.

- Do que é que você está falando? - retrucou Rony.

- ESTOU FALANDO QUE VOCÊ É UM INVEJOSO - Harry não ligava para mais nada, só queria berrar. - PRIMEIRO FICOU COM CIÚMES QUANDO EU BEIJEI HERMIONE - Harry viu Gina arregalar os olhos para Hermione; isto o deixou satisfeito. - E AGORA ESTÁ AÍ, QUE NEM UMA BONEQUINHA, ZANGADINHA, SÓ PORQUE EU FUI ESCOLHIDO E VOCÊ NÃO.

A garganta de Harry doía. Escutava outros berros vindos do corredor, e sabia que eram da Sra. Black.

- HARRY... - começou Rony.

- CHEGA! PRA MIM JÁ CHEGA! NÃO QUERO MAIS SABER DISSO - Harry saiu do quarto antes que Rony pudesse pular em cima dele ao efeito daquelas palavras.

Sentia muita raiva. Queria gritar com todos. Não sabia bem de onde viera toda aquela raiva de repente, mas nem queria saber.

- Vou me embora - disse ele, entrando no quarto.

Harry pegou o malão com violência. Depois carregou a gaiola até a porta.

- Vem, Edwiges - disse em tom agressivo.

A coruja piou, indignada, do alto do armário.

- Ótimo - e jogou a gaiola, causando o maior estardalhaço. - Fique aí.

Harry começou a arrastar o malão para fora do quarto, mas, na porta...

- Aonde pensa que vai? - perguntou Alvo Dumbledore, bloqueando a passagem.

- Não faço idéia - disse ele, dando de ombros. - Mas vou. O senhor me dá licença?

- Não - disse Dumbledore, calmamente, o observando com seus oclinhos de meia-lua.

- QUÊ - exclamou Harry, indignado. - Não posso mais sair, é isso?

- É exatamente isso - confirmou Dumbledore. - Você vai entrar neste quarto e se acalmar.

- O senhor ENDOIDOU?

- Deixe que eu cuido dele, Alvo - rosnou Moody, que acabara de chegar atrás de Dumbledore, com uma varinha na mão.

- Tudo bem, Alastor - disse Dumbledore, sacando a própria.

- Vão me matar, é? - perguntou Harry, encarando a varinha.

- Harry, só preciso que me escute. Entre neste quarto; e não dê ouvidos ao que você possa ouvir em sua cabeça.

- Do que é que o senhor está falando? - perguntou Harry, intrigado.

- Você está possuído, Potter - rosnou Moody.

- QUÊ?!

De repente, Harry sentiu uma vontade enorme de morder Dumbledore. Sentiu uma vontade de envenená-lo; e queria dar o fora daquela casa; queria ir para um lugar muito distante e desconhecido.

- Alastor, peça para que o Prof. Snape nos arranje uma boa dose de Poção da Paz - ordenou Dumbledore. - Harry, eu peço que confie em mim - acrescentou ao garoto, que jogara o malão para o lado e fazia menção de atacar.

Dumbledore acenou a varinha... Harry perdera os sentidos... Adormeceu ou simplesmente morrera?



Harry abriu os olhos e contemplou o quarto. Estava extremamente cansado. Mas muito mais calmo; o que lhe indicou que deviam ter lhe medicado com a Poção da Paz.

Então ele começou a se recordar de tudo o que acontecera. Sentiu um peso enorme na consciência. Gritara com Hermione, Gina e Rony.

Harry não sabia se tinha coragem de procurar os amigos a se desculpar. Agira muito mal...

Edwiges sobrevoou a cama e deixou um envelope cair sobre o colo de Harry.

Ele o abriu; tinha um aspecto oficial.



Caro Sr. Potter,



Esta carta se limita a informar o senhor, que, a primeira etapa do Campeoato Mirim para Aurores, está marcada para o dia 10 de agosto, que caíra em um sábado. O senhor deve comparecer no Centro ao meio-dia para a etapa teórica; que consistirá em um questionário de cento e vinte e cinco perguntas, relacionadas às artes das trevas e seus componentes.

Sua presença é obrigatória.



Atenciosamente,

Richard Norton.

Centro de Aurores.



Harry estranhou. Rômulo tinha dito que receberiam a data da primeira etapa em dentro de seis dias; mas não se passara nenhum e o garoto já havia recebido.

Correu, então, até o calendáro. Alguém riscara os dias, até primeiro de setembro.

- Que está acontecendo? - perguntou Harry, encarando o calendário.

- Ah, você acordou - disse uma voz, vinda do quadro.

Era Fineus Nigellus.

- Que dia é hoje? - perguntou Harry ao homem.

- Primeiro de setembro - respondeu Fineus.

- Que?!

- Você dormiu uma semana inteira, garoto - falou Fineus.

- Quero falar com o Prof. Dumbledore - pediu ele, calmamente. - Quero explicações.

- Claro - disse Fineus, com severidade. - Ele pediu para avisá-lo quando você acordasse. Vou chamá-lo - acrescentou, desaparecendo.

Harry se sentou na cama, confuso.

Como pudera dormir uma semana inteira?

Dumbledore apareceu um momento depois; em um estalo à uma labareda, próximo ao quadro do bisavô de Sirius.

- Fico feliz em vê-lo de pé, Harry - falou Dumbledore, se aproximando.

- O que aconteceu naquele dia? - perguntou sem rodeios.

- Imagino que já saiba o que o tenha deixado tão zangado - disse Dumbledore, com um brilho nos olhos.

- Voldemort - concluiu Harry, sem emoção. - Mas porque isso aconteceu, se eu nem ao menos tive mais nenhuma visão? Geralmente eu sei os motivos da fúria de Voldemort.

- Você provavelmente saberá no Profeta Diário de hoje - disse Dumbledore, se sentando.

- Saberei o que...?

- A fúria de Voldemort. Mas a questão que vim tratar com você, Harry - disse Dumbledore, objetivamente. - É que você pode continuar a ter estes ataques, portanto, pedirei ao Prof. Snape para lhe preparar uma dose de Poção da Paz por semana. Já está para amanhecer e logo você irá para Hogwarts. E quanto aos seus amigos, eu sei que eles vão perdoá-lo; você não estava agindo em si.

- Voldemort não me possuiu? - perguntou Harry, nervoso.

- Não. Mas ele repôs algum controle sobre você - disse Dumbledore, com firmeza; mas, ao que o garoto percebeu, fora omitido de alguma coisa. - Bom, praticaremos Oclumência agora, porque à noite não teremos tempo, devido ao regresso para a Escola. Agora, tenho um outro assunto para tratar com você...

- Qual?

- Estamos diante à segunda guerra, como você bem sabe - disse Dumbledore. - Hogwarts está com medidas de segurança mais rigorosas. Você precisa tomar cuidado; espero que tenha o conhecimento que, mais do que qualquer outro, você corre perigo.

Harry contemplou o chão, infeliz.

- Mas sabemos o quanto você é talentoso, Harry - acrescentou Dumbledore, com uma nota de orgulho na voz. - Por isso eu preciso de um favor seu.

- Sim, senhor? - perguntou Harry, ansioso.

- Eu gostei do bom trabalho que você fez com os seus amigos no ano letivo - Dumbledore sorria. - A Armada de Dumbledore.

Harry o encarou, surpreso.

- Todos nós precisamos nos preparar, o quanto antes - os olhos de Dumbledore cintilavam. - Você ensinou muita coisa aos seus amigos. Eu pediria a você que continuasse a A.D., este ano.

- Mas senhor, nós só tínhamos a A.D. porque não tínhamos um bom professor de Defesa Contra as Artes das Trevas - justificou Harry. - Quero dizer, a Umbridge não é o que podemos chamar de uma boa professora. Que eu saiba, este ano teremos um professor melhor.

- É verdade, Harry - Dumbledore sorria, novamente. - Que temos um professor mais decente, este ano. O irmão do Remo é carismático, isso eu lhe asseguro; embora ele também possa ser severo quando precisa. Mas digamos que nenhum professor é autorizado a passar "certas" matérias a alunos.

- O que o senhor quer dizer com certas matérias?

- Matérias que eu passarei a você, particularmente, durante o ano letivo - disse Dumbledore. - E que pedirei a você passar aos seus alunos da A.D. Em sigilo, é claro.

- Que tipo de matérias, senhor? - perguntou Harry, surpreso.

- Você verá, Harry - disse Dumbledore, parecendo animado. - E então, o que você acha de continuar a A.D.?

Harry pensou por um momento. Hermione que havia começado aquela idéia, no ano letivo anterior. E se Dumbledore aprovava a idéia...

- O.k.

- Excelente, Harry, excelente - falou Dumbledore, massageando o cocoruto do garoto. - Agora, quanto ao local que você utilizará durante as aulas da A.D...

Dumbledore procurou alguma coisa no bolso das vestes. O homem retirou um pequeno objeto, triangular, que brilhava com o seu tom dourado-vivo. Era uma espécie de pirâmide, formada por dois triângulos, abaixo de um terceiro no topo.

Dumbledore ergueu o objeto a altura dos olhos. O examinou. Havia um espaço vazio, triangular, no centro da pirâmide.

- Toque - ordenou Dumbledore.

Harry, se perguntando o que seria aquele objeto curioso, tocou um dos triângulos. O diretor segurava o objeto com uma das mãos, e com a outra puxava a varinha do bolso.

- Tri-ângulo Sagrado, Tri-ângulo Sagrado, arranje-nos um lugar seguro, e seu segredo jamais será revelado - ordenou Dumbledore, a varinha apontada para a pirâmide.

Aconteceu tudo tão rápido. Num momento, Harry pôde ver que no meio dos três triângulos, onde havia um espaço vazio, simplesmente se fechara, completando uma pirâmide completa e dourada. Mas o quarto em que antes estiveram, simplesmente sumira.

Harry podia ver Dumbledore, claramente. Mas estavam em um completo vazio. Tudo branco, nada há vista do garoto, além do própro diretor; que sorria diante a sua intrigação.

- Aonde estamos, senhor?

- Esta pergunta é questionável, Harry - disse Dumbledore, pensativo. - Eu diria, é claro, que estamos em outra dimensão. Mas há razões para se acreditar que nos encontramos dentro do Tri-ângulo. Porém, se você preferir assim dizer, estamos no meio do nada.

Harry estava encantado com aquela maravilha. Existiria um lugar que ele poderia entrar e sair quando quisesse? Um lugar somente dele? Um lugar que só entraria aqueles que o próprio permitisse? Em outras palavras: um lugar seguro.

- Onde o senhor o conseguiu - perguntou Harry, maravilhado.

- De um velho amigo meu - respondeu Dumbledore. - Agora, espero que você tenha entendido o porque estou lhe mostrando isso, Harry.

- O senhor quer que eu dê aulas à A.D. dentro do Tri-ângulo?

- Exatamente - disse Dumbledore, satisfeito. - Aqui você só deixará entrar aqueles em que depositar a sua confiança.

- E como fazemos para sair do Tri-ângulo? - perguntou Harry, olhando o branco à sua volta.

Dumbledore pegou na mão de Harry. Os dedos longos do diretor o seguraram.

- Os que saem do Tri-ângulo, são somente os que o dono do próprio o permitem. Portanto, como eu estou passando o Tri-ângulo Sagrado a você, Harry, cabe a você, e somente a você, tirar-nos daqui.

- Como? - perguntou Harry, nervoso.

- Simplesmente deseje - disse Dumbledore, as mãos seguras nas de Harry.

O garoto, talvez não necessariamente, fechara os olhos; desejando.

- Professor, não está dando certo; eu não sei como... - Harry abriu os olhos, mas a imensidão a que se encontravam, simplesmente se dissipara; trazendo à tona, o quarto sombrio da Ordem da Fênix.

Harry teve uma surpresa ao ver que o Tri-ângulo não estava mais nas mãos de Dumbledore, e sim em suas próprias mãos.

- Muito bem - disse Dumbledore, enquanto Harry observava o espaço no meio da pirâmide, que se abrira novamente. - Você poderá ensinar aos seus alunos em segurança. Cuide bem do Tri-ângulo Sagrado, Harry.

Dumbledore passou a mão na cabeleira de Harry.

- Preparado para a Oclumência?

- O.k.



A Sra. Weasley entrou no quarto pela manhã, após a Oclumência, trazendo uma pilha de vestes novas.

- Bom-dia, Harry - disse ela, despejando-as na cama. - Comprei seus livros novos.

- Obrigado - agradeceu Harry, guardando no bolso o objeto que admirara durante muito tempo. - Cadê o Rony?

- O Rony dormiu na casa de uma colega, Harry - disse a Sra. Weasley. - Logo estará aqui.

- Na casa da Luna? - perguntou Harry.

- É - respondeu a mulher, parecendo preocupada. - Suponho que sim.

- E a Gina? - perguntou ele, desesperado. - A Hermione?

A Sra. Weasley o fitou, carinhosamente.

- Harry, querido - disse ela, largando o que estava fazendo. - Não se preocupe. Nós sabemos que a culpa não foi sua. Sabemos que aquela raiva não veio de você.

- Eles nunca vão me perdoar - disse Harry, desanimado, sentando-se na cama. - Não vão mais nem querer andar comigo, agora que sabem que eu posso ter outro ataque a qualquer momento.

- Querido, eles são seus amigos - falou a Sra. Weasley, maternalmente. - Eles amam você. Vão te perdoar. E pode apostar que não darão a mínima se você tiver outro ataque, desde que esteja ao lado deles - completou, sorrindo.

Harry discordou, mas sorriu para a mulher. Sentia-se muito agradecido pela Sra. Weasley, ela era como uma mãe para ele; uma mãe, que infelizmente, jamais tivera.

- Imagino que esteja com fome. Vamos lá tomar café - disse ela o conduzindo para a cozinha.



Eram nove horas da manhã. Harry já tinha arrumado o seu malão para regressar a escola. Resolvera se despedir de Bicuço no quarto de Sirius.

Harry teve uma surpresa ao chegar no quarto. Bicuço desaparecera.

- Aonde ele foi? - perguntou Harry, contemplando o canto onde o hipogrifo costumava ficar.

Alguma coisa arranhou os pés de Harry.

- Ai! Bichento, que é que...

O gato alaranjado de Hermione saiu em disparada para debaixo da cama de Sirius.

- Que há com você? - perguntou Harry, se abaixando para espiar o gato em baixo da cama.

Harry entendeu o porquê o gato estava tão alarmado. Havia um brilho em baixo da cama. Era um espelho. Mas haviam também ruídos, vindos do espelho.

Harry esticou o braço e puxou o espelho; ignorando os bufos de Bichento.

Era o Espelho de Duas Faces. Sirius lhe dera o par antes de morrer. O espelho de Harry se encontrava, no momento, esquecido em seu malão.

Pode ser útil, pensou Harry, observando o espelho. Aquele espelho poderia ser realmente útil, se consertasse o par. Poderia se comunicar com membros da A.D.

A porta do quarto de Sirius se abriu.

- Gina - disse Harry, contemplando a garota ruiva que acabara de surgir.

- Olá, Harry - saudou Gina, que não parecia tão zangada quanto estivera a uma semana. - Dormiu bastante, hein.

- Olha, Gina - Harry se aproximou dela, desesperado. - Me desculpe por aquele dia. Eu não devia ter gritado com você daquela maneira.

- Tudo bem - disse Gina, erguendo a mão para interrompê-lo. - Está perdoado. Aliás, desculpe-me pelo tapa-na-cara.

Harry sorriu para ela; lembrando do tapa duplo que levara de Gina e Hermione.

- A Hermione deve estar furiosa comigo - disse Harry, se lembrando da garota.

- Estava - falou Gina, dando um tapinha de consolo em Harry. - Não foi sua culpa. Ela entendeu isso imediatamente. Me pareceu que estava muito preocupada, a Hermione. Chegou até a ralhar com todos na Ordem por te deixarem inconsciente por tanto tempo.

Essa é a minha Hermione, pensou Harry, feliz.

- Harry - disse Gina, corando suavemente. - Você gosta da Hermione?

- Que você quer dizer com gostar?

- Olha, você e Hermione se beijaram - falou Gina, como se estivesse explicando a uma criança o porquê do uso de um fio-dental. - Vocês brigam feito um casal. Vocês se gostam, essa é a verdade.

Harry não encontrou palavras para protestar.

- Vocês deviam... - começou Gina; mas fora interrompida por alguém que chamara o seu nome.

Hermione entrara no quarto; estava ruborizada.

- Posso falar com você um instante? - chamou Hermione, antes de dar um breve aceno a Harry.

Gina saiu do quarto, com a amiga sussurando para ela. Harry, disfarçadamente, pôde ouvir o que Hermione sussurava:

- Você ficou louca? Porque disse isso a ele.

- Qual é, Hermione - protestou Gina, baixinho. - Você gosta dele; pelo que percebi ele gosta de você. Porque vocês dois não se assumem de uma vez?

Harry deixou o quarto, muito contente, esquecendo dos protestos de Bichento, e a ausência de Bicuço.

Hermione gosta de mim, pensou Harry, cheio de si.



Dumbledore estava na cozinha, vestia um terno trouxa acinzentado. Suas barbas e cabelos prateados desciam até a cintura; onde se revelava uma calça jeans muito apertada; e seus pés enormes eram sustentados, ao que pareceu a Harry, por uma chuteira trouxa.

Harry nunca vira uma combinação tão incomum; mesmo em um homem tão excêntrico e incomum como Dumbledore.

- Estamos prontos? - perguntou ele, ajeitando a calça, com uma breve careta.

- Belas roupas, senhor - disse Harry, tentando não rir com Gina e Hermione.

- Ah, essas liquidações trouxas são fascinantes - falou o diretor, dando uma piscadela a Harry. - Embora que, esta calça aqui seja muito apertada, e minhas partes íntimas não estejam respirando direito.

Harry riu, mas ao olhar para Rony, que abafava risadinhas sobre Dumbledore, seu sorriso desapareceu.

Harry, Gina, Rony e Hermione arrastavam seus malões, liderados por Dumbledore. Mas alguém aparatou atrás do grupo, fazendo um estardalhaço. Era um homem ruivo, de pernas arqueadas como as de um gato.

- Pedro Pettigrew foi visto - anunciou Mundungo Fletcher, balançando a edição diária do Profeta.

»»» Continua «««

C-O-M-E-N-T-E-M

Anderson Gryffindor

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