Lies, Trains and Doritos

Lies, Trains and Doritos



Narrado por Lily Evans.





Todo mundo parecia meio deprimido. Não sei se era por causa de terem que voltar a se enfiar dentro de uma van ou se era por causa das lembranças dolorosas do nosso porquinho, mas... Acho que ninguém devia ficar assim depois de um show como aqueles.


-Não acredito nisso – falei – Aquele pato comeu minha pulseira da sorte!


-Lily – disse James – Pela décima vez: Ninguém mandou você esfregar manteiga nele.


-Não esfreguei manteiga na minha pulseira! - reclamei, me virando no banco para encará-lo – Manteiga não tem cheiro bom. Era geleia de uva.


-Isso explica muita coisa – murmurou Zac, ao meu lado.


Depois de muito lutar, finalmente consegui sentar no banco da frente. Era sempre James e Sirius, e isso estava começando a virar uma van machista. E eles ainda disseram que eu era baixinha demais para sentar no banco da frente.


Ah, qual é. Isso é... A mais pura verdade. Droga.


-Se eu encontrar aquele idiota mais uma vez... - disse Lene – Juro que soco tanto aquela pança que ele vai acabar soltando banha pelos ouvidos.


Eu ri.


-Isso não é uma coisa que se vê todos os dias.


-Próxima parada? - perguntou James. Zac deu de ombros.


-Ah, sei lá – respondeu ele – Para onde a estrada nos levar.


Troquei um olhar preocupado com Lene, que por sua vez trocou com Dorcas, que olhou para James, e esse com Sirius.


-Ah, qual é? Eu quero participar também da troca de olhares misteriosa! - reclamou Remus. Nós o encaramos – Tá, podem parar agora. Tá me dando medo.


-Qual o problema? - perguntou Zac, olhando pelo retrovisor.


-Nós, huh... - começou James – Estamos meio incertos sobre o destino da School Of Rock.


-Como assim, que papo é esse?


-Você disse que tinha dois shows para a banda.


-Um nessa feira – continuei – E o outro em Liverpool.


De repente todos ficaram tensos.


-E...? - incentivou Zac.


-E queremos saber se é verdade – soltei – Porque se não for... Zac, se isso não for verdade, a gente nunca vai te perdoar.





Narrado por James Potter.





Ninguém queria falar nada.


-Pessoal, vocês sabem que não precisa ser assim – disse Zac.


-Você é um idiota, sabia? - disse Lily, colocando sua mala no chão, com violência. Suas lágrimas há muito já secaram – Leve os instrumentos lá pra casa da mamãe, uma hora a gente busca.


-Vamos? - chamou Lene, já mais na frente, com Sirius – O trem já vai partir.


-Pelo o menos deixa que eu levo vocês! - tentou Zac.


Ele se calou ao ver meu olhar furioso.


-Eu nunca mais quero ver ele na minha vida – falei, me atirando na poltrona. Com um solavanco, o trem começou a andar.


De volta a Londres. De volta a nossa vidinha medíocre. Tudo por causa de Zac, e de sua estúpida mentira.


Tive alguns probleminhas, na questão de... Convencer os organizadores a colocá-los no evento” dissera ele “Mas não se preocupem, consegui um show para vocês. Em um chá de fraldas, o que acham?”. Em um segundo estávamos arrasando, e no outro... Destinados a fazermos eventos medíocres.


-Acho que vai ser difícil – disse Lily, ao meu lado – Ele meio que é casado com minha mãe. - ela olhou para mim, triste – O que faremos agora, James?


Segurei sua mão.


-Eu sei – Sirius virou para trás e colocou o queixo sobre o encosto do banco – Vamos chegar no apartamento da Lily, jogar nossas malas em cima da cama dela e pedir uma pizza, o que acham?


-Adorei a parte da minha cama – ironizou Lily, com um meio sorriso – Mas só se for de queijo. Ah, e tem que ter batata frita também.


-E bolinho de arroz! - exclamou Dorcas, do banco de trás.


Franzi o cenho.


-Tá, bolinho de arroz – estranhou Lily – James paga, não é, Jay-Jay?


Todos deram uma breve risada. Como se ainda estivéssemos a caminho de oportunidades, como se nada tivesse mudado.


Como se ainda fossemos uma banda.


-Sério, James, você paga.





Narrado por Marlene McKinnon.





-QUERIDA, CHEGUEEI! - gritei, ao abrir a porta do apartamento de Lily – Nossa, sempre quis dizer isso. Cadê você?


O apartamento de Lily era realmente minúsculo. Ela vive nele há uns três anos, e eu ainda não consegui achar a tinta da parede da sala. Tinha mais livros do que oxigênio.


-Tô aqui – Lil's apareceu na porta da cozinha, com os olhos vermelhos.


-Honey, que foi? - perguntei, me aproximando e a abraçando. Ela deu uma risadinha.


-Nada não, eu estava picando cebola.


-Ah, então tá. - A soltei e me atirei no sofá.


-Na verdade, eu estava lembrando do nosso último show – fungou ela, tirando o avental e o jogando na cozinha.


-Ah, nem pensa nisso – falei – Já faz o quê, cinco dias?


-Seis – corrigiu ela – Mas é meio impossível não pensar. Foi tão especial.


-Eu sei – suspirei – Mas as coisas mudam. E aqui estamos nós, tentando nos adaptar a essa vida estranha. Temos que aceitar que não deu certo.


-QUERIDA, CHEGUEI!


-Ei, essa frase é minha! - gritei para James, que aparecia na porta.


-O que ela está fazendo aqui? - perguntou ele, confuso – Achei que ia ser só nós dois.


-Ah, por favor – falei, abanando com a mão – Um acampamento na sala de só duas pessoas? Que graça isso teria?


James revirou os olhos.





Narrado por Remus Lupin.





Deitados em almofadas e cobertores no chão da sala de Lily Evans, comendo Doritos e ouvindo Simple Plan.


O cúmulo do fundo do poço.


-Ok, ok, eu tenho uma – disse Dorcas, depois de se recuperar de três ataques de risos – O que é um pontinho verde na Antártica? Um pingreen!


Nunca vi Sirius rir tanto em minha vida.


-Como somos idiotas – comentou Marlene, segurando uma risada.


-É, acho que percebemos isso – concordou Sirius, e Lene olhou feio para ele.


-Fala sério, quando vocês vão se acertar? - perguntou Lily, deitada com a cabeça na barriga de James – Vocês dois não se agarrando toda hora já está me dando nos nervos.


-Não sei do que você está falando – resmungou Sirius, olhando para baixo. Lene revirou os olhos.


-Ah, Remus. Você falou com Tonks? - perguntou Marlene, tentando desesperadamente mudar de assunto – Eu peguei uma blusa emprestada, e queria devolver. Ela deve estar P da vida comigo.


-Na verdade, não falei com ela – respondi, pegando um punhado de pipoca. Todos olharam para mim – Ela foi viajar com uns amigos, acho – expliquei – Volta depois de amanhã.


-Ah – disse Lene – Que bom. Vou poder usar aquela blusa mais uma vez.


-Tudo bem com vocês dois? - perguntou Lily, dando uma olhadela para Dorcas, que disfarçou.


-Claro – respondi – Porquê não estaria? - Dorcas se encolheu nas cobertas, e Lily ergueu as sobrancelhas.


Não era justo com Dorcas. Não era justo com Tonks. Não era justo comigo mesmo.


-Na verdade – continuei – Vou terminar com ela.


-QUÊ? - gritou James, fazendo Lily dar um salto – Porquê?


-Acho que isso é óbvio pra todo mundo – respondeu Lene – Remus e Dorcas vão casar.


Ri, nervoso.


-Não vamos casar – falei – Mas é bem por esse caminho.


De uma hora para outra, todos pareceram mais animados.


-Ah, caramba! - riu Lily – Vou ser a madrinha, não é? Diz que sim.


-Nem vem! - brincou Lene – Essa ideia foi minha! Você pode tirar fotos, ou entregar toalhas no banheiro.


Depois disso, Dorcas deitou no meu colo.


Eu estava feliz. Todos estávamos. Não tínhamos mais uma banda. Mas estávamos juntos.


E, desde o início, essa era a única coisa que realmente importava.




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Comentários (2)

  • Lana Silva

    Vamos ver até quando a felicidade deles vai durar. Eu espero que dure um bom tempoooooo, agora quando a Tonks chegar o Reminho vai ter que se explicar muito para ela .... Bem eu simplesmente amei o capitulo apesar de eles não esteram mais com a banda e tal....Bjoos! 

    2013-01-05
  • Lana Silva

    Vamos ver até quando a felicidade deles vai durar. Eu espero que dure um bom tempoooooo, agora quando a Tonks chegar o Reminho vai ter que se explicar muito para ela .... Bem eu simplesmente amei o capitulo apesar de eles não esteram mais com a banda e tal....Bjoos! 

    2013-01-05
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