Proposta e o Novo Regente



Harry continuou tapando a boca de Hermione e depois a soltando falou num sussurro:

- Hermione, vou tentar entrar por cima dos telhados.

- Harry você pode cair. E eu faço o que?

- Você fica aqui e me espera. Eu vou voltar com o Sirius.

- Decididamente acho que não deve fazer isso. Essa cidade de bruxos é conhecida por estar aliada a você-sabe-quem.

- Eu não me importo. Já disse isso milhares de vezes. - Harry olhou significativamente pra ela e disse: - Se acontecer alguma coisa quero que me prometa que vai correr sem se importar comigo.

- Não posso deixar você e...

- Hermione! Quero que me prometa isso por favor.

Ela segurou o rosto dele com as mãos e Harry com esse gesto fechou os olhos segurando a mão dela a beijando carinhosamente:

- Eu prometo. - ela falou abraçando ele com um certo ar de preocupação. - Você vai conseguir.

Harry não respondeu dando uma espécie de correntinha que estava no pescoço dele e se afastou um pouco fixando os olhos dela, depois saiu andando pra trás até onde tivesse um apoio por uma janela, novamente espiou alguns comensais andando de um lado pro outro na entrada da cidade. Quando olhou pra Harry, este já estava em cima de um telhado, abaixado enquanto andava silenciosamente pra passar pra outra casa.

Harry cada vez ia mais devagar tentando não chamar a atenção até que finalmente avistou um tipo de uma gaiola média, aparentemente usada para prender barretes vermelhos atrás de uma das casas e desceu dando um pulo muito silêncioso atrás de uma das ávores. Foi caminhando por trás desta e espiou procurando ver se os bruxos guardas da cidade não estavam olhando, caminhou mais alguns passos sempre olhando para os lados até que chegou atrás dessa gaiola e o que mais temia jazia em frente aos seus olhos. Sirius estava terrivelmente amarrado em pé com os braços pra cima totalmente machucado.

- Si-Sirius. - Harry entrou correndo aproveitando que a preocupação dos guardas estava na entrada da cidade. Harry tirou a varinha : - "DIFFINDO" - ele falou cortando as cordas que prendiam os pulsos do padrinho à um ferro no alto. Sirius caiu no chão sem forças para se apoiar. Harry se ajoelhou ao lado dele erguendo sua cabeça:

- Sirius?! Sirius fala comigo...Está me ouvindo.

- Ha...Harry...pensei que não ia ver você...d-desde que...

- Sirius você está fraco...não fale nada. - Harry não pôde deixar de controlar que seus olhos ficassem marejados. Sirius realmente estava muito ruim, a boca rachada, provavelmente ficara sem tomar água muitos dias, com muitos arranhões.

- E-Eu...não...disse a eles...onde fica...a ordem... - Sirius tentava dizer e Harry ia concordando com a cabeça. - Eu tenho que tirá-lo daqui.

- Você não vai conseguir...s-sem que eles...peguem você... - Sirius falou agora com a voz mais rápida - Não tem como me salvar agora Harry...

- Sirius não.. - Harry tentou erguê-lo mas era quase impossível e este se ajoelhou novamente carregando a cabeça do padrinho.

- Sirius, você é minha única família...Não me deixe agora... -Harry falava enquanto algumas lágrimas insistiam em sair de seus olhos - Eu pensei que você tivesse morrido uma vez, não vou deixar que isso aconteça. E-eu não t-tenho poderes para...

Sirius fez sinal para que se calasse e disse:

- Harry...... quero que me prometa que...nunca deixará o medo invadir a sua mente... e que...será fiel ao código...proteger as pessoas... - Sirius estava fazendo muito esforço para falar.

- Sirius por favor...fique calado.

- Pelo menos agora eu.... - uma pausa longa enquanto Sirius fazia esforço pra erguer um dos braços e chegar ao rosto de Harry - Posso...ir...

- Não diga isso... - Harry disse desesperado - Nós vamos sair daqui.

- Você é como se fosse....meu filho...Harry. - Sirius falou forçando um sorriso e lentamente foi fechando os olhos. A mão que estava no rosto de Harry caiu com um estrondo batendo no chão de metal e Harry fez uma cara séria:

- Sirius?! Sirius me responda... - ele chacoalhava o padrinho até ver que não tinha chances de Sirius estar vivo. Harry deitou a cabeça sobre ele chorando muito. Ficou assim alguns segundos, depois ergueu o rosto limpando algumas lágrimas e olhou com um olhar impiedoso e de raiva pro lado de fora. Com grande esforço Harry ergueu Sirius pelo ombro o deixando atrás de uma das árvores e tirou a varinha de dentro da capa.

Harry foi caminhando por entre as poucas árvores até chegar onde os bruxos o pudessem ver e os comensais também.

- AVADA KEDRAVA! - Harry gritou e um lampejo de luz verde saiu de sua varinha num raio aproximadamente de 2 km. Muitos bruxos cairam e Harry foi andando com a capa esvoaçando atrás repetindo o mesmo feitiço até que garantiu que ninguém do pequeno povoado estivesse vivo. Com todos os bruxos e comensais mortos, Harry colocou Sirius no ombro e saiu caminhando pela entrada da cidade andando até onde Hermione estava sentada e escondida.

- Meu Deus, Sirius não! - Ela falou quando Harry passou olhando pra frente com o padrinho nos ombros. Hermione foi acompanhando Harry até onde ele parou onde a chave de portal estava.

- Vamos voltar. - foram as únicas palavras que Harry conseguiu dizer.



---------------



A noite estava escura. O corpo de Sirius estava num bloco de mármore e seu nome estava entalhado ao lado. Harry estava com a capa habitual, o capuz sobre o rosto para impedir que vissem suas lágrimas. A maior parte dos aurores e da Ordem estavam presentes. Um homem também encapuzado olhou pra Harry segurando uma tocha e Harry acenou afirmativamente com a cabeça. O pequeno homem se encaminhou até onde Sirius estava deitado e estendeu a tocha até que tocasse o tecido de suas vestes.

Harry ao ver a cena abaixou a cabeça e saiu andando após alguns minutos. Hermione que também

estava presente saiu correndo para acompanhá-lo:

- Harry espera.

Este não deu ouvidos a ela e continuou caminhando cada vez mais rápido. Hermione finalmente conseguiu segurar sua capa e Harry se virou com expressão de pura raiva nos olhos:

- TODOS PODERIAM TÊ-LO AJUDADO! - ele gritou assustando Hermione que recuou um pouco.

- Harry não adianta você ficar assim.

Este olhou pra Hermione e deu um passo a frente a abraçando carinhosamente. Este começou a chorar muito e Hermione alisou os cabelos dele. Harry começou a deixar-se cair e Hermione o acompanhando se ajoelhou na frente dele ainda o abraçando apertado.

- Calma Harry. - ela dizia ainda acariciando os cabelos dele.

Harry não conseguia falar, tinha que liberar todo o ódio e a tristeza que o invadia naquele momento.

Quando ele finalmente começou a respirar olhou pra Hermione com os olhos extremamentes vermelhos e isso deixada o "verde" ainda mais realçado.

- Eu matei todos. - Harry falou a olhando profundamente - Todos! - ele completou vendo que Hermione não entendera. - Mulheres e...as crianças também.

- Harry o que está dizendo?

- Acabei com aquele povoado. - ele falou ainda com a voz apertada de raiva - Não dei chance para que se explicassem...foram pêgos desprevenidos.

Dizendo isso novamente Harry se sentou afundando a cabeça nas mãos e Hermione se aproximou o abraçando carinhosamente sem saber o que dizer.

Os dois ficaram assim por alguns minutos até que Lupin os achou e com a ajuda de Hermione induziu Harry a se levantar o levando pra dentro da casa da Ordem da Fênix.

Dumbledore se aproximou:

- Harry...uma grande perda você sofreu. - disse se sentando ao lado de Harry no sofá - Mas como sabe, o destino muitas vezes não podemos mudar.

Harry não respondeu e Dumbledore continuou como se nada tivesse acontecido:

- John também foi pego, um pouco antes de você chegar no povoado de Dufftown pelos comensais, eles o levaram até Lord Voldemort. Já mandamos um grupo para resgatá-lo.

- Porque não fizeram isso por Sirius. - Harry olhou pra cima olhando pra Dumbledore.

- As condições eram desfavoráveis Harry. Não podíamos arriscar a vida de todos.

- Arriscaram a vida de Sirius. - repetiu Harry ainda com o olhar fixo pra frente.

Dumbledore não disse nada olhando com piedade para Harry e foi pro lado de Lupin:

- Senhor... como acha que Harry vai enfrentar isso tudo?! Quero dizer, a morte de Sirius.

- Harry está com medo Remus. Vai precisar de tempo...afinal Sirius era a única família que lhe restava.

- Voldemort realmente quer guerra. - Lupin falou apreensivo também olhando pra frente.

- Não se preocupe...o nosso "exército" de trolls que está sendo criado e treinado nos ajudará. Como sabe eles só obedecem a quem lhes ensina desde o início da vida.

- Sei senhor. Mas ainda há muito tempo pra que eles cresçam.

- Cerca de 3 anos mais ou menos. Mas isso não é problema Lupin...Voldemort não vai nos declarar guerra tão cedo. Disso eu tenho certeza.





------------------------------------------

Nota da autora: Os relatos desses principais capítulos foram poucos, pois a história em si se passa após esses anos mensionados por "Dumbledore"



-----------------------------------------------

Harry e Hermione estavam na sacada da casa de John. Este ainda permanecia no ministério. Hermione vestia um vestido longo não muito rodado branco com um véu até a cintura que cobria parcialmente seu rosto.

A Sra. Elizabeth estava atrás dos dois. Harry segurava a mão de Hermione enquanto um homem com um pequeno livro nas mãos dizia algumas palavras.

- Sr. Potter, aceita Hermione Granger como sua esposa, prometendo ser fiel a amando e respeitando por todos os dias de sua vida?

- Aceito. - Harry falou ainda sem soltar as mãos de Hermione. O homem a frente repetiu a mesma pergunta pra ela e esta afirmou positivo. Harry olhou pro homem a frente e este fazendo uma pequena reverência diz:

- Eu vos declaro marido e mulher. - fecha o livro que estava segurando a frente e se encaminha até onde a Sra. Elizabeth estava.

- Está tão linda. - Harry falou erguendo o rosto de Hermione para olhá-lo. Esta apenas sorriu quando Harry se aproximou mais e lhe beijou carinhosamente. Quando se afastaram, Hermione olhou profundamente pra Harry:

- Eu o amo demais para fazer isso que estou fazendo.

- Vai ver como seremos felizes. - Harry completou ainda segurando o rosto dela com as duas mãos.

Os dois olharam pra Sra. Elizabeth que se despedia do homem que fez a cerimônia. Este foi saindo pelo imenso jardim, depois a mulher se encaminhou até onde os dois estavam de mãos dadas.

- Fico feliz por vocês. - ela falou abraçando Harry e depois Hermione ternamente.

- Por favor Sra. Elizabeth, John não pode saber...ele...

- Não se preocupe Harry. Este é um segredo meu e seu...e é claro de Hermione. - ela sorriu novamente e depois perguntou:

- Como vão fazer para morar juntos.

- Não vamos. - Hermione falou com a voz desapontada. - Eu fico na minha casa.

- E eu na minha. -Completou Harry.

- Mas...quero dizer?! Não entendo.

- Nós já combinamos tudo. - Harry disse sorrindo e olhando pra Hermione. - Vamos amor.

- Vão pra onde?!

- Pra minha casa é claro. - Hermione disse sorridente.

- Desejo boa sorte a vocês. Serão muito felizes.

- Ninguém pode saber. - Hermione disse novamente com o olhar preocupado - Nós dois seríamos prejudicados.

- Ninguém irá saber minha querida. - Elizabeth se encaminhara pra Hermione dando-lhe um beijo no rosto e depois em Harry.



------------------------------------



- Temos um novo regente dos Aurores? - Harry perguntou a John quando este entrou sorridente na sua sala.

- Sim, foi eleito na semana passada, mas não o encontrei para lhe informar. A propósito onde estava Harry?

- Ahn... eu estava resolvendo uns problemas pessoais John. - Harry falou calmamente mexendo em alguns papéis lembrando-se que tinha levado Hermione à casa dos pais e depois vendo que John não ficara desconfiado, perguntou:

- Como se chama o novo regente?

- William Brokfields. - John disse com entusiasmo - Achei um sujeito muito atencioso. Com certeza vai reger o departamento dos aurores com grande sabedoria. A propósito Harry, vou trazê-lo aqui quando chegar...Vai gostar dele com certeza.

- Aposto que sim. - Harry também respondeu entusiasmado, desde seu casamento com Hermione nada parecia ter problemas e nada lhe causava aborrecimentos.

Harry se sentou em sua escrivaninha olhando um porta-retrato dentro da gaveta com a foto de Hermione no dia do casamento e sorriu pra si mesmo lembrando do dia. Alguns minutos depois, John entrou novamente na sala de Harry:

- Levante-se Harry. Levante-se. - John falou numa voz baixa anunciando que o regente havia chego. - Quero que conheça Harry, o regente Sr. William Brokfields. - John novamente falou agora numa voz de anúncio e o homem entrou. Este era alto, cabelos grisalhos e bem penteados, olhos extremamente azuis e caminhou até Harry.

- Ah jovem Harry Potter. - William estendeu a mão - John fala muito de você mencionando-o como um dos melhores aurores.

- Fico agradecido. - Harry falou educadamente apertando a mão do homem.

- Mas você me parece muito jovem. Se dedicou totalmente à carreira de espião e auror?

- Sim senhor.

- Não se casou?

- Não, me dedido totalmente a minha profissão.

- John, meu caro, esse jovem parece ter muita seriedade.

- Ah é claro. Nunca me decepciona.

Harry aproveitou que este conversava com John e tentou prestar mais atenção nos detalhes. Não sabia o "por que", mas tinha a leve impressão de que já conhecia o homem a quem fora apresentado, não sabia de onde, mas conhecia.

- Entendeu Harry? - John perguntou tirando Harry de seus pensamentos.

- Desculpe senhor?! EU não estava atento.

- O Sr. William está nos mandando numa missão contra comensais no sul da França.

- Exatamente. Quero ver do que vocês são capazes. - William falou sorrindo.

Harry não respondeu e John vendo a cara de desconfiança de Harry disse:

- Nós iremos.

- Mas que ótimo. Podem partir amanhã. Tenho orgulho de regenciar este departamento agora. - ele se virou pra Harry - Foi um prazer conhecê-lo Sr. Potter.

- Igualmente meu senhor. - Harry disse fazendo uma reverência formal e William saiu da sala acompanhado de muitos aurores que procuravam fazer amizade.

- Porque está com essa cara Harry? - John perguntou se encaminhando pra frente dele.

- Não sei, tive a impressão de conhecê-lo.

- Impressão Harry!!! Impressão! Bom, vou deixar tudo ajeitado para a nossa viagem amanhã. - ele falou sorrindo animado pra Harry - Estaremos numa missão novamente juntos meu aprendiz.

Harry acompanhou John com os olhos sair da sala e sentou-se novamente, ficou pensando mas decidiu que não tinha com o que se preocupar. Tinha sido bem comentado ao regente dos aurores e isso seria maravilhoso.

---------------------------------------

- Quanto tempo você vai ficar fora Harry? - Hermione perguntou chegando na sala segurando duas xícaras de chá.

- Talvez uma semana ou mais. Ataque de comensais é um problema como sabe.

- Mas pensei que isso tivesse acabado desde a última vez.

- Você sabe que Lord Voldemort não desiste. - Harry falou dando um gole, mas ao notar o olhar de preocupação da esposa deixou a xícara na mesa de centro e se virou pra ela - Não tem com o que se preocupar. - Harry se aproximou dando-lhe um selinho - Eu estou aqui.

- Após esses três anos eu ainda não acredito no que fizemos. - Hermione falou tentando se livrar das insistências de Harry.

- Não está feliz?! - ele perguntou não desistindo beijando-lhe o pescoço.

- Estou. - Hermione sorriu também beijando o marido carinhosamente e depois completou - Apenas me preocupo com você.

- Não tem mais nada que eu possa querer. Você é a coisa mais importante da minha vida- uma pausa na qual Harry se levanta estendendo a mão - Mais alguma pergunta Sra. Hermione?

Hermione sorriu segurando a mão de Harry se levantando também e quando Harry a puxou mais perto pela cintura:

- Pra falar a verdade eu tenho sim.. - sorrindo ela se aproximou mais do rosto dele e perguntou - O que vai fazer agora?

- Quer mesmo saber? - Harry também falou num sussurro e antes que Hermione pudesse responder, este a ergueu no colo a levando pro quarto dos dois que estava na casa de Hermione. Harry a deitou cuidadosamente na cama enquanto foi engatinhando sedutoramente sobre ela até chegar na altura do rosto.

- Eu te amo Hermione. - ele disse a olhando profundamente. Hermione sorriu acariciando o cabelo de Harry. - Nem tanto como eu.

Naquela noite os dois se amaram como se estivessem despedindo-se. Harry tinha a leve impressão de que o casamento escondido fazia as coisas mais atraentes e imprevisíveis, coisas que ele gostava e que a qualquer momento poderiam ser descobertas.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.