A Amizade



Cap.1 – A amizade



Os olhos verdes, o cabelo arrepiado, os óculos peculiares. Sua cicatriz continuava no mesmo lugar, em sua testa, como para recordá-lo as épocas mais sombrias da vida. Um moreno esperto, maroto e audacioso. Quase completo e ao mesmo tempo complexo...

Com vinte anos a vida dele parecia até ‘irreconhecível’, certo, nem tanto, ainda era famoso e rico. Mas Harry Potter havia mudado, era um auror, como quando criança queria, espetacular e bonito, muito bonito. Solicitado e cogitado para diversos cargos políticos. De certo responsável e um cavalheiro galante.

Do outro lado, à porta, uma morena inteligente e responsável. O olhava com olhos cor de chocolate mais perspicazes e destemidos que se tinha notícia e um sorriso que podia devastar a mente de bruxos do dobro de seu tamanho. Era uma inominável.



-E então Sr. Potter. Tem um tempinho para amiga aqui? – ela lhe lançou um olhar enviesado.



Por cima dos óculos ele ergueu a sobrancelha. – Querendo burlar o sistema, Srta. Granger?



-Anos de corrupção do meu estilo responsável, se é que me entende.



-É claro que sim. Também tenho culpa no cartório, Mione – ele brincou. - Entra, senta.



Tinham uma amizade fortíssima, indestrutível e nada poderia mudar isto. Eles não deixariam, nem Voldemort conseguiu separá-los, não seriam as más línguas que o faria.

Circulava o boato, que, diga-se de passagem, eles nem se deram o trabalho de desmentir, que andavam ‘saindo’ juntos. Que eram amantes...

O por quê? Simples, vira e mexe eram encontrados andando junto, mas e daí? Eram amigos e isso, até agora não demonstrava nada ou muito menos indicava uma relação mais ‘íntima’ entre os dois.

Na verdade, era o álibi deles... É claro que eles tinham uma relação íntima, mas não íntima daquele jeito, entende?



Certa vez, no sexto ano, sua amizade foi posta a prova:



Em dezembro, na época festiva, tudo aconteceu meio que de repente...



Estavam sóbrios, estavam brincando, estavam bebendo, estavam bêbados, estavam sós, estavam na cama... Pela amanhã com uma incrível dor na cabeça.



No fundo, culpavam Rony por toda esta confusão.

Ele, afinal de contas, que havia ido à Hogsmead e comprado bebidas com teor alcoólico elevado e levou tudo pro quarto feminino, onde a maioria (exceto Mione) achou o melhor lugar para a festinha particular.

Sem saber bem o por quê, como monitora não poderia ter admitido tal evento, Hermione também bebeu e até se divertiu bastante, o problema é que ela não estava acostumada, nenhum deles estava. Resultado: Uma coisa catastrófica...

Depois de se embebedarem... A turminha da Grifinória, isto é: Harry, Rony, Hermione, Gina, Dino e Lilá (uns dos únicos que passaram o natal em Hogwarts) estava num estado bizarro.



Dino e Gina começaram a se beijar e Rony ficou tão irritado que ameaçou bater no colega de quarto se “brincasse com minha irmãzinha” como ele mesmo disse. Com raiva, Gina disse que ele não mandava nela e puxou o namorado para fora do quarto. Rony, irado, falou ir dormir. Lilá estava lamentando tanto e ficando mais verde que a cor da sonserina, que decidiu ir pro banheiro do salão comunal o mais rápido possível, não apareceu até à tarde do outro dia...



Só sobraram Harry e Hermione.



-Acho que também vou dormir, Mione. Já e tarde e eu bebi demais...



-Harry fica. – ela soluçou, mas falou meio séria.



O rapaz do nada começou a rir e a jovem o acompanhou. – Por que estamos rindo?



-Vo...Cê, - ele puxava ar. – Soluçou! – Tudo bem, não tinha graça, mas estavam bêbados...



Eles se olharam sorrindo mais, se aproximaram e uma das mãos de Harry tirou um cacho da frente do olho esquerdo da garota, colocando-o atrás da orelha da mesma e essa mesma mão demorou segurando sua bochecha. Encararam-se por algum tempo, até que Hermione ficou na ponta dos pés e o beijou, colocando as mãos no pescoço dele e trazendo para si.



Alguns minutos após, ela franziu a testa.



-Estamos bêbedos? – ela sussurrou.



-É. Acho que estamos... – Harry respondeu com a boca na dela, e beijaram-se novamente.



E, mais além, eles não lembravam de nada, mas sabiam o que tinha acontecido. Pois pela manhã na cama da menina, estavam os dois, seminus, Hermione com a cabeça no peito de Harry. E ele abraçava sua cintura. No chão, suas roupas espalhadas, tiradas (jogadas) aparentemente com presa.



Hermione levantou de supetão quando percebeu estar acariciando um corpo, sua cabeça doeu e ela gemeu alto. Harry abriu os olhos e procurou seus óculos, para depois encarar, chocado, Hermione e rapidamente virar o rosto para o outro lado. Hermione corou e se cobriu com o lençol. Cada qual parecia não ter coragem de falar. Respirando fundo Harry a olhou novamente.



-O que aconteceu? – Hermione perguntou desnorteada. – O que está fazendo aqui? E assim?



Os olhos de Hermione passaram pela cama e ao redor dela, então começaram a brilhar. Ele fechou as pálpebras por alguns segundos:



-Hã, eu não sei. – ela suspirou. - Você lembra de alguma coisa?



-Não – murmurou. “Mas imagino” pensaram juntos.



Ficaram em silêncio por minutos.



-Acha que, bem, passamos a noite...? – pergunta tola, pensou depois, é evidente que sim.



–Eu não posso acreditar...– lágrimas começaram a cair do rosto da adolescente.



Aterrorizado com a reação da amiga, Harry não soube direito o que dizer ou agir para que ela permanecesse tranqüila.



-Hermione, não fica assim... – ele pôs as mãos no ombro dela, mas a menina se esquivou.



-Como eu não vou ficar assim? – ela tinha a voz embargada. – Você e eu, de qualquer modo, sabemos o que aconteceu!



Harry baixou os olhos. – Eu não tenho idéia do que fazer.



-E acha que sei? Era, - ela o olhou horrorizada e pôs a mão na boca. – Meu Deus! – ela chorou mais, estava um pouco descontrolada agora.



Harry estava em dúvida das possibilidades que esse “Meu Deus!” Poderia significar. Pensando um pouco mais, ele ofegou. – Você não, nunca...?



Ela balançou a cabeça negativamente. Corada, nunca pensou estar falando desses assuntos com Harry, é tão íntimo. Na verdade, nunca imaginou fazer amor com seu melhor amigo... Muito menos bêbada. – E... Você?



-Nunca. – Mas isso não diminuía o sentimento que o invadia, sentia-se um crápula. Por Deus, sua melhor amiga! Hermione era uma garota especial, não podia ter acontecido isso com ela...



Hermione não sabia se ficava aliviada ou mais corada. Tudo estava ficando...Mal. Não devia ter bebido, era sua única certeza.



-Eu...



-Gostaria de ficar sozinha, se não se importa Harry. – Hermione pediu quando ainda podia se controlar. Ele balançou a cabeça.



-Certo.



Ela se jogou na cama, esperando que fosse um pesadelo e que, a qualquer momento, iria acordar em casa, onde sua mãe lhe espera com um maravilhoso café da manhã.



-Mamãe... O que ela vai pensar de mim? – ‘Não vai pensar nada, porque eu não vou contar...’.



Estava tão arrependida...

Bem, não podia pronunciar que estava realmente arrependida de um acontecimento que nem se lembrava. Isso era o pior de tudo.

Sentia vontade de muitas coisas, mas a mais alarmante era de cortar os pulsos, que com certeza, encontrava-se fora de questionamento...



-Quem deu a idéia daquela maldita festa? – perguntou para si mesma, enfiando o rosto no travesseiro, que tinha o cheiro do xampu de Harry. – O que eu vou fazer? – Fechou os olhos, já vermelhos, vendo a última coisa que lembrava:



Eles se beijando, calorosamente...



***



Horas mais tarde, tomado banho e com a cabeça no lugar:



Hermione lia um livro perto da lareira. Precisa, enfim, parar de pensar demais, havia acontecido e não tinha volta. Não conseguia, no entanto, deixar de ficar inquieta, não teria coragem de encarar Harry, antes seu amigo, agora, ela não sabia bem.



-Mione, precisamos falar. – pediu atrás dela.



Harry tinha certeza que precisava, ao menos, dialogar com Hermione.

Não queria que nenhum mal-estar ficasse entre eles, gostava muito dela pra isso. Não poderia de modo algum perder a sua amizade, isto era irrelevante. Não queria que sofresse.

Ele só dava mancadas, não deveria ter bebido!



Ela fechou o livro e o colocou de lado, próximo a si.



-Queria... Hã... – ele parou sem saber o que dizer.



-Estou preocupada – ela confessou. Necessitava se abrir, e Harry era a pessoa, antes de tudo, em quem mais confiava. Dali, nada do que discutissem, passaria.



-Por quê? – Harry se ajoelhou a sua frente. Hermione hesitou a olhá-lo.



-Você não percebe? Harry. É tão complicado, estou com medo... – ela olhou pras mãos. – E se a nossa amizade ficar fragilizada?



-Eu entendo o que conta Mione. Mas não quero que nada mude entre a gente.



-Nem eu! – Hermione levantou a cabeça rapidamente. - Você é meu melhor amigo e eu quero que sempre seja. Mas tudo que aconteceu...



-Porque estávamos bêbados. – ele assegurou.



Hermione fungou. – É isso que doe mais, nós nem nos lembramos, Harry. Eu imaginei que a minha primeira, a minha primeira vez... Fosse mágica, mas eu não lembro dela! – ela falou rapidamente. – Com... – ela deu um muxoxo. – Esquece.



-Sei o que sente. – Harry disse fixando o olhar nela. – Acredite, linda, eu mudaria tudo se pudesse. – ele, incerto, acariciou o rosto dela. – Nunca que foi minha intenção deixá-la desse modo... Eu gosto muito de você, Mione. Jamais fazia algo que pudesse machucá-la ou magoá-la, querendo. – Hermione chorava e isso o deixava tão mal. Ela baixou a cabeça. – Olha pra mim... Iria até o fim do mundo para não te ver desse jeito, chorando. Não quero perder uma amizade por nada e não vou deixar que ela se estrague por um deslize, não mesmo! – ela deu um fraco sorriso antes de se jogar nos braços do rapaz.



Estavam abraçados e Hermione soluçava no ombro de Harry. Quando Rony e Gina entraram pelo retrato da mulher gorda, não entenderam nada. Todavia Gina fez sinal para que Rony a seguisse sem fazer barulho, aquilo deveria ser um assunto sério e realmente particular, se eles quisessem contariam, depois.



A partir daquele momento em diante, tudo entre eles mudou, a amizade ficou mais forte, até a intimidade deles cresceu, se era possível. Hermione podia dizer que agora, de verdade, conhecia Harry melhor que qualquer outra pessoa e o mesmo se encaixava para ele.



-Você vai jantar lá em casa hoje? Me lembrei que não tínhamos confirmado. – Ela sorriu. – Porque talvez, você fosse sair com a Maristela... – Ela tinha um sorriso maldoso no rosto.



Ele balançou a cabeça. – Um monstro tomou o lugar da minha amiga! – ele levou a mão até a boca. – Estou correndo perigo, ela se transformou num ser corruptível e mal-intencionado. Não... – Hermione sorriu da bobeira dele.



O bom na amizade deles é que além de cúmplices, nada se tornava monótono.



-Não. Para a sua informação eu não a chamei para sair. Então... – se levantou e foi para trás dela e falou no seu ouvido. – Acho que vou ser convidado para jantar na casa de uma amiga.



-E se eu desistir? – Hermione se virou para encará-lo.



-Vou de penetra. – encolheu os ombros sorrindo brejeiro.



-Certo Potter. Às dez na minha casa. – Hermione lhe deu um beijinho e se retirou.



***

(continua)





Espero que gostem, e comentem tá?



_________________

"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?"

O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.

Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

Elas não gritam. Falam suavemente. E, por quê?

Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.

Às vezes, estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E, quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.

Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

† † †♫† † †♫† † †♫† † †

E é por isso que eu sou H²...

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“E nosso amor, que brotou

Do tempo, não tem idade,

Pois só quem ama escutou

O apelo da eternidade.”

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Sou da Família H²: Filha da JessicaHH e do Diggory_Valadao! E tou muitooo filix!

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