Grifinórios



Capítulo 4 – Girfinórios





Diz a lenda que o oitavo filho de uma família que já tem sete garotas sofre uma terrível maldição. Caso o bebê seja do sexo masculino, ele virará um lobisomem. A família Lupin nunca acreditou em superstições. Quando o pequeno Remo nasceu, de uma gravidez temporã, mais nenhuma de suas sete irmãs vivia com os pais. Estavam todas casadas e espalhadas pelo mundo. Não havia motivo para preocupações: o menino sempre fora saudável e não apresentava qualquer indício de que seu trágico destino pudesse tornar-se realidade. Mas a vida prega peças nas pessoas. O garoto não nasceu lobisomem, mas quis o acaso que sua sina se completasse pela mordida de um lobo, pouco antes do pequeno Remo entrar para a escola.



A confusão foi total; o medo grande. Mas Alvo Dumbledore, diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts acreditava que as pessoas deviam ter a chance de fazer suas próprias escolhas, e aceitou o menino na escola, tomando certas providências para garantir a segurança dos outros alunos. No começo Remo era um pouco solitário; todavia, a escola fez o garoto esquecer sua condição e fazer grandes amigos. Na verdade, tinha tido muito pouco contato com crianças de sua idade até então. Ele morava numa enorme fazenda perdida no estado de Lancashire e os pais, já bastante idosos, não tinham amigos com filhos de sua idade. Essa mesma solidão o atormentava agora durante as férias. Gostava dos pais e da fazenda, mas sentia muita falta dos amigos da escola, em especial, de Tiago Potter, Sirius Black e Pedro Pettigrew. Quando a coruja parda de Pedro pousou na sua janela naquela tarde foi como se uma brisa suave o tocasse num dia de intenso calor.



Aluado,



As aulas começam em uma semana. Pontas e Almofadinhas vão estar no Beco Diagonal depois de amanhã para comprar o que falta. Convenci mamãe a ir também, o que foi trabalhoso (ela odeia ir ao Beco nas vésperas das aulas porque está sempre muito lotado). Você já fez suas compras? Se não, podia nos acompanhar. Hoje é a última noite de lua cheia, então presumo que não deve haver qualquer problema, estou certo? Não responda essa carta pra mim, mas para Pontas. Ele ficou de marcar com a Evans e depois avisar o local e horário onde vamos nos encontrar.



Um abraço,



Rabicho




Remo lembrou do amigo. Baixinho e gordinho, Pedro estava sempre à sombra de um dos três. Tiago era o melhor jogador de quadribol da escola; Sirius, o conquistador; e ele, Remo, o garoto mais inteligente da Grifinória. Muitos, aliás, se perguntavam porque nunca ninguém o promovera a monitor. A desculpa já era automática: tinha a saúde fraca e não poderia ser monitor passando tanto tempo na enfermaria. Ainda sim, Remo acreditava que Rabicho se sentia confortável nessa posição. Raramente era incomodado por algum dos outros alunos – com exceção de Sirius, claro! -, e acabara se tornando popular por tabela. Remo dobrou o pedaço de pergaminho e desceu as escadas. Tinha certeza que a mãe iria deixar.








- Nossa, você demorou. – Tiago estava bravo com Pedro.



- Reclama com a minha mãe, Pontas. Foi ela que me arrastou por todas as lojas de roupas do Beco a procura de uma gravata nova... Cismou que a minha foi roída por um rato. – ele respondeu emburrado.



- Poxa, eu sabia que o regime forçado do ano passado tava te deixando estressado, Rabicho, mas nunca imaginei que estivesse chegando a extremos! – Remo debochou do colega, que fechou a cara ainda mais.



- Falando em regime forçado, acho que eu tenho que pagar uma dívida, não é? – Sirius olhou para Pedro. - Vamos à Artigos de Qualidade para Quadribol. Preciso encomendar minha Silver Arrow. Assim que chegarmos a Hogwarts minha vassoura antiga é sua, Rabicho.



Os olhos de Pedro Pettigrew brilharam, porém não mais que os de Tiago Potter. Ele finalmente encontrara seu "Lírio" do campo (pra quem não sabe, Lílian significa lírio em português também! Sei que os apelidos são ultrabregas, mas que apelido carinhoso não é?). Lílian vinha ao seu encontro acompanhada de outra garota, cujos cabelos castanho escuros estavam presos desajeitadamente junto ao pescoço. Vestida como uma trouxa, era difícil reconhecer Helen Silver.



- Oi! – Lílian deu um sorriso envergonhado e ruboresceu quando Tiago lhe deu um selinho. Ainda não se sentia à vontade em meio aos amigos dele.



Os outros três garotos tiveram reações diferentes: Remo achava estranho a paixão platônica de Tiago não ser mais platônica; Pedro estava impaciente (quem liga para um casal de namorados? Ele estava interessado era na vassoura) e Sirius fitava a colega de Lílian, que, por sua vez, procurava desviar o olhar, parecendo achar a vitrine de uma loja de raízes e outros condimentos mágicos interessantíssima (logo ela, que odiava poções!).



- Sua amiga é muda, Evans? – Sirius resolveu cutucar.



Só então os outros três repararam na menina. Ela realmente estava irreconhecível. Não mais bonita: estranha. Na verdade, se não a conhecessem, jamais diriam que ela era uma bruxa. Parecia ainda mais trouxa que Lílian. Ao comentário de Sirius, Helen fez uma careta:



- Oi! – e sorriu forçadamente.



- Nossa! Que fizeram contigo? – Rabicho tinha os olhos arregalados.



- Ih, se olha num espelho antes de falar de mim, ok?



- Calma, Helen, eles não tão acostumados a te ver vestida como trouxa. – Lílian estava desesperada. E se o comportamento da amiga provocasse algum tipo de desentendimento com os amigos de Tiago? Mas, para sua surpresa, os outros três rapazes soltaram risadas abafadas, para não irritar o amigo.



- Pelo visto o senso de humor continua o mesmo... – Black não perdia uma oportunidade de provocar a menina. Não sabia bem o que queria, mas alguma coisa nela fazia com que os pensamentos e língua formigassem.



Ela só olhou de volta para ele e soltou um "Humpf!", então dirigiu-se a Lílian:



- Olha, eu tenho que completar minha reserva de ingredientes para poções. Te encontro daqui a pouco.



- Mas nós acabamos de sair da loja, Helen!



Ela ficou quieta por um instante, como se procurasse a melhor desculpa. Não demorou muito para achá-la:



- Pois é, mas eu me esqueci das aulas de reforço. Só com isso aqui eu não vou cobrir a demanda...



- E será que eu poderia acompanhar a senhorita? – Sirius tratava de ser o mais cínico possível.



- Bem, a minha reputação na Sonserina já anda de mal a pior. Se eu for vista acompanhada por um grifinório, então. Não, obrigada.



- Ora, querida, é tão ruim assim andar com um grifinório? – um homem alto, bastante parecido com o irmão de Helen, Cameron, porém com cabelos quase negros de tão escuros, pousou a mão sobre o ombro esquerdo da garota.



- Pai? – ela olhava incrédula... – Eu não quis dizer... Eu...



- Eu sei, querida, se você tivesse algum problema com grifinórios não estaria acompanhada por Lílian, estou certo?



Ela apenas balançou a cabeça afirmativamente. Ele continuou:



- Olá, como puderam perceber, sou o pai de Helen. E ex-Grifinória, por uma caso! Meu nome é Henry Silver e o de vocês?



Lílian começou a apresentar os garotos:



- Este é Pedro Pettigrew, Remo Lupin, Sirius Black e Tiago Potter. – ela corou ao apresentar o namorado. – Todos estão no sétimo ano da Grifinória



- Potter? Filho de Judy e Richard, certo? – Tiago confirmou com a cabeça e então Henry Silver voltou a encarar Sirius Black. - Com certeza Helen vai apreciar sua companhia, Sr. Black.



- Pai! – ela olhava para o homem mais de 20 cm mais alto que ela perplexa. - É lógico que eu não aprecio coisíssima nenhuma. Lílian é uma boa amiga, independente da casa em que esteja. Você é meu pai, e o fato de ter sido da Grifinória não altera nada pra mim. Quando ao Sr. Black – finalmente ela o encarou -, acredito que seja ele quem não aprecia muito a companhia de sonserinas.



A menina saiu andando rápido e duro, sem falar mais nada. Todos a acompanharam com o olhar; o pai dela e Sirius, no entanto, tinham estampado na face o mesmo sorriso malicioso. Lílian, preocupada, olhou para o namorado e disse:



- Acho melhor ir atrás dela. – mas o pai da menina a segurou.



- Não é necessário, Lílian. Ainda faltava alguma coisa para ela comprar?



- Não, compramos tudo.



- Eu tenho que conversar com o Sr. Olivaras por um instante, então, me encontre daqui a meia hora no Caldeirão Furado, está bem?



- Sim, mas e a Helen?



- Ela vai estar lá, tenho certeza. – e voltando-se para os meninos: "Foi um prazer conhecê-los!", demorando um pouco mais o olhar em Tiago e Sirius. Este tinha certeza que a insistência do Sr. Silver não tinha nada a ver com as gracinhas que dissera a filha dele, mas provavelmente com a conversa que ele ouvira sem querer na casa dos Potter, sobre a misteriosa viagem ao Norte.



O pai de Sirius tinha sido visitado por Richard Potter, que poderia muito bem ter sido acompanhado por Bernard Figg e Henry Silver. O pai de Helen ia se retirando quando de repente deu meia volta e perguntou a Lílian.



- Você viu o tal Longbottom aqui hoje?



- Frankie? – ela respondeu sorrindo.



- É, acho que é esse. Viu?



- Não.



- Ele também é da Grifinória, não é?



- É sim, senhor.



Ele se retirou falando para si mesmo. "E depois ela tem coragem de dizer que não gosta de grifinórios..."



- Então, não íamos à loja de vassouras? – Pedro ainda não havia esquecido a promessa de Sirius.



O conquistador da Grifinória fez que sim com a cabeça e Remo os acompanhou: não queria ficar de vela de Tiago e Lílian, que se dirigiram à sorveteria.








Todos os anos era daquela mesma maneira: Pedro Pettigrew era sempre o primeiro a chegar. A mãe, preocupadíssima em não ser percebida pelos milhares de trouxas que circulavam pela Estação de King's Cross, chegava antes que o movimento começasse a surgir. Pedro estava sentado sobre o malão, contando formigas que iam em fila para o formigueiro quando um par de sapatos pretos interrompeu o monótono exercício. Não precisou olhar para cima para saber que era Sirius; as palhas da vassoura de corrida estavam ao lado dos pés do rapaz.



- Promessa é dívida. – e o rapaz moreno que tinha completado 17 anos duas semanas antes entregou a Shooting Aster a Rabicho.



- Então, vai continuar o plano? – Pedro perguntou.



- Que plano?



- Com a Silver, ué? A vassoura não foi por causa disso?



- Ah, tá... – e Sirius ficou quieto por alguns instantes. Na verdade não tinha mais a intenção de se vingar de Snape. Mas estava interessado na conversa que ouvira por acaso na casa dos Potter, e algo lhe dizia que Helen Silver não agira tão ingenuamente quanto o tio dela pensava. – Ainda não resolvi.



- Resolveu o quê? – Tiago acabara de se aproximar dos amigos.



Sirius olhou para Pedro: "Nada de importante... E aí, viu o Remo em algum lugar?"



- Logo ali. – e apontou para o garoto louro de olhos claros que fazia força para embarcar um malão bastante pesado. - Vocês não vão guardar a bagagem?



- Já íamos fazer isso – Pedro se levantou e deu um beijo na mãe. – Te mando uma coruja amanhã, está bem?



A Sra. Pettigrew era viúva; uma bruxa bastante magra e sem graça que vivia às custas da pensão que o marido deixara. Também fazia algumas costuras pra fora, mas a vida dos Pettigrew era apertada por conta de umas dívidas que o pai deixara antes de morrer. Ela lhe entregou um embrulhinho – o lanche para a viagem – e despediu-se. Procurou a saída da Estação, novamente tentando evitar a aglomeração de bruxos num local trouxa.



- E aí, como passaram o resto das férias? – Lupin se juntava ao grupo.



- Tud... – Tiago parou de falar de repente.



Os outros garotos viraram o rosto para o local que Tiago estava olhando. Há poucos passos de distância estava a namorada dele, entrando na plataforma 9 e ½, junto com uma bruxa mais velha, a Sra. Figg.



- A Evans deve ser especialista em poções do amor. Olha a cara de bobo do Pontas! – Sirius debochou.



Mas Tiago não ligava e, sem perceber, já tinha chegado perto da ruivinha.



- Tiago Potter, que prazer revê-lo – a Sra. Figg o encarou.



Aquilo deixou-o vermelho na mesma hora. Tiago tinha raiva dessas coisas: não era mais uma criança para sentir vergonha de ter uma namorada. Ia fazer 17 anos dali a um mês, tinha que começar a ter atitudes condizentes com a idade. Aos poucos a vermelhidão no rosto foi passando e ele cumprimentou a amiga da família. Então seu olhar voltou para Lílian:



- Tudo bem?



Ela respondeu com um aceno positivo da cabeça e, com o sorriso característico, emoldurado por duas covinhas nas bochechas, ela contou, alegre:



- Adivinha quem vai ser nossa nova professora de DCAT?



- Nova professora? O que houve com o Professor Wylde?



- Ah, parece que entrou em parafuso não sei bem porquê. Mas como eu ia lhe falando, a Sra. Figg aqui é a mais nova professora de Hogwarts.



- Quê? – Tiago olhava pasmo para Arabella Figg. Ela era quase uma tia para ele. Conhecia-a desde pequeno. Ele sempre soube que, quando jovem, ela havia se especializado em Artes das Trevas, mas nunca soube no que trabalhava. Na verdade achava que ela era uma bruxa-do-lar como sua mãe. – Não sabia que a senhora lecionava...



- Eu não lecionava mesmo. Foi um convite às pressas de Dumbledore. Não tive como recusar. Mas provavelmente só ficarei este ano, enquanto procuram um substituto para Louis Wylde.



Enquanto essa cena se desenrolava, os outros três marotos observavam as pessoas na plataforma. Bruxos e bruxas de todas as idades confundiam-se num mar de capas e chapéus pontudos. Mas algumas figurinhas eram fáceis de reconhecer: Narcisa Boggs cercada pelos seus admiradores da Sonserina distribuía piscadelas; Mundungous Fletcher, um aluno do 7º ano da Corvinal conversava com Eddie Turlington, goleiro do time de quadribol daquela casa. Na outra ponta da plataforma estava Rita Sketer, aluna do 4º ano da Sonserina e responsável pela central de fofocas de Hogwarts. Sirius lembrou-se que ouvira ela falando certa vez sobre o namorado de Helen Silver, mas sem falar o nome do rapaz. Aquilo não tinha mais muita importância mesmo. E foi quando pensava nisso que sentiu um cutucão. Era Remo:



- Olha quem tá chegando, Almofadinhas!



Sirius olhou na direção que Remo apontava. Pouco atrás de Tiago, Lílian e da Sra. Figg entravam Annie Preston, Helen Silver e o irmão. Os três se juntaram ao primeiro grupo.



- E daí?



- Ué, você não vai continuar o plano? – Remo o olhou intrigado. – Você nunca deixa nada pela metade...



- Ainda não sei. – e voltando-se para o trem. – Vou procurar um vagão vazio para nós.








Lílian sentou-se no mesmo vagão que o resto dos marotos, o que de certa forma, desagradou os outros três. Com a garota ali, não poderiam discutir assuntos importantes como a próxima armação para a turma de Severo Snape e Sean Avery; muito menos tirar de Sirius os motivos que o deixaram indeciso. A ruivinha também se sentia pouco à vontade e foi com certa satisfação que ela viu Frankie Longbottom entrar naquele camarote.



- Nossa, Lílian, até que enfim! Achei que você tinha ficado na plataforma.



- Imagina! Eu só tava com o Tiago... – ela disse meio hesitante.



- Olá, Potter! Bem, então acho que você não vai querer ir lá pra frente conosco, né?



Lílian olhou indecisa para o namorado. Ela queria ir. Por mais que achasse os amigos de Tiago divertidos, os amigos dela eram outros, e Frankie era um deles. Percebendo o conflito da garota e o 'pedido' nos olhos de Rabicho, Tiago resolveu a situação:



- Vai lá, mor. Não é porque a gente tá namorando que vamos deixar de ter amigos, né? A gente se encontra da cerimônia de abertura. – Tiago fez esforço para sorrir. Na verdade queria que a namorada ficasse ali, mas seria muito egoísmo de sua parte.



A menina já ia sair, contente, quando um novo rosto se apareceu pela fresta da porta:



- Ei, Frankie, achou a Lílian? – disse Helen terminando de entrar no vagão. Sirius, que estava deitado num dos bancos e que, por isso, não podia ser visto, levantou a cabeça por detrás da poltrona. Os olhos de Silver se arregalaram:



- O-oi!



- Estamos progredindo, hein? Agora pelo menos você me cumprimenta.



- Bom, se tivessem dito pra mim que eu não era um grifinório, esta seria a menor das minhas reações. – para a surpresa dos garotos, Frankie Longbottom enfrentava Sirius.



Mas o rapaz era um diplomata. Sabia se virar bem em qualquer situação embaraçosa.



- Eu já pedi desculpas a ela. Foi exatamente por pensar como você que disse aquilo. Nunca me passou pela cabeça que alguém pudesse gostar de estar na Sonserina. – e voltando os olhos para a garota – Pelo menos não alguém tão... – ele procurava a palavra – interessante!



Mas as palavras de Sirius tiveram o efeito contrário do imaginado. Lílian arregalou os olhos, Helen ficou roxa de vergonha e Frankie Longbottom teria avançado para o colega de casa se Remo e Tiago não o tivessem segurado.



- Peraí, que foi que eu fiz?



- Nada, Black, você não fez nada. – Helen olhava para Longbottom apreensiva. - Por favor, Frankie, não há motivo pra isso...



- E você ainda defende ele? Depois de tudo?



- Ele disse a verdade, Frankie. Black me pediu desculpas e eu aceitei – ela tinha aceitado? Disso Sirius não sabia. – Por favor, vamos sair daqui. Não há motivo pra se exaltar...



- Não há motivo? Ele fica mexendo com a minha namorada e não há motivo?



- NAMORADA?? – os quatro marotos falaram juntos.



- Vocês não sabiam? – Lílian olhou para eles como se aquela informação já fosse de conhecimento público.



- Não! – Remo olhava o casal como se não pudesse existir outro mais estranho. Mas foi Rabicho que fez a pergunta crucial:



- Mas você não era namorada do Snape?



E por falar no diabo...



- Que bagunça é essa no Expresso? – e dando de cara com o bando de grifinórios: "Ah, só podiam ser vocês. Pois saibam que os monitores estão autorizados a descontar pontos das casas já durante a viagem."



- Tá louco, Snape. Eu também sou monitor e não conheço essa regra. Além do mais, ninguém pode ter pontos negativos e nenhuma das casas ganhou algum por enquanto.



- Regras novas, Longbottom: o monitor-chefe tem a autorização para modificar as regras sempre que necessário! – respondeu com um sorriso cínico.



Detrás daquele bando de garotos altos surgiu a baixinha de cabelos curtos castanhos:



- Pois então a Sonserina vai começar desfalcada este ano, Severo. Fui eu que iniciei a briga. – ela mentiu.



- Silver! Você e suas más companhias. Já lhe avisei os problemas que isso pode lhe trazer.



- E você sabe que eu não sou de fugir das minhas responsabilidades. – os dois se encararam por alguns instantes.



- Muito bem, você fica com uma advertência, enquanto os outros...



- Os outros também vão receber apenas uma advertência, não é Severo?



Ele a olhou friamente e saiu do camarote sem responder. Quando imaginavam que estava tudo calmo ela retrucou:



- Vocês achavam que eu seria capaz de namorar ele? Caramba, ninguém seria tão desesperada.



Todos riam, inclusive Helen, o que era uma raridade. Sirius aproveitou a descontração para se desculpar com Longbottom:



- Foi mal, não sabia que ela era sua namorada. Mas posso garantir que meus interesses são puramente profissionais. Ela me ajuda com meu rato de estimação... – Sirius sorriu.



Frankie Longbottom olhou ressabiado. Sabia da fama de conquistador de Sirius, e se ele estivesse tentando lhe roubar a namorada? Podia ser mais fraco que Black, mas era imbatível num duelo com varinhas.



- Frankie? – o rosto Helen pedia que o namorado fosse razoável.



Longbottom estendeu a mão, que Sirius apertou com força. Ele tinha se enganado. Mas qual era o problema? Seu interesse agora não estava numa briguinha entre casas rivais. Havia algo maior, algo que ele queria descobrir.

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