Parte II - FINALIZADA



Snape encarou Draco e partiu pra cima deles.


 


_Bombarda!


 


Snape gritou para todos os lados nas paredes e a sala ficou coberta de poeira. Draco explodiu todo o chão ao chegar perto de Hermione, ninguém mais se aproximaria dela. Lançou tantos Avadas quanto fossem necessários. Ele não permitiria que ninguém a tocasse.


 


Voldemort sentiu a raiva tomar conta de si e saiu da cadeira disposto a dar um jeito naquela situação. Foi quando a viu. Gina desfazendo o portão da casa, colocando-a abaixo. Zabini e Patrícia se juntaram a Draco, varinhas a mão, lutando com todos os comensais que tentavam destruir todos os trouxas, os que não eram sangues puros e os traidores. Feitiços disparados para todos os lados. Voldemort lançou algum violento e fez com que dez dos prisioneiros caíssem imóveis ao chão. Olhou para o telão, a confusão sendo exibida para todo mundo. A ira cresceu mais ainda nele e a vingança por isso seria nela. Hermione Granger. Era claro que ele a culpava. E viu quando ela estava sendo levada por um Draco machucado e sendo protegida por Zabini. Traidor. A maldição em sua cabeça, só bastava um floreio de varinha, um apenas.


 


_Avada Ke...


_Protego!!! _ Snape estava a frente dele.


 


O chão tremeu quando Snape gritou de tanto que era sua força para lutar com Voldemort fazendo  muitos se afastarem e procurarem se esconder.


 


Hermione havia passado da porta com Draco a carregando visivelmente sem mais o poder fazer. Seus braços sangravam e no seu rosto havia hematomas. Estava mancando em uma perna e parecia não respirar direito devido a tanta poeira que se espalhava. Tijolos caíam despedaçando-se ao bater no chão. Um caos. Atrás deles estavam Maria, Jorge, Patrícia, Zabini, os pais de Pansy e Gina. Snape vinha duelando com Voldemort perto da saída, mas ele sabia bem que seria difícil alcançar o resto do grupo. Lançou o fogo maldito e Voldemort recuou um pouco se defendendo dando tempo para que Snape começasse a correr. Voldemort voou pra cima dele assim que apagou o fogo e sorriu ao vê-lo próximo a Draco, pois Hermione havia se desequilibrado e caído no chão. Tempo perdido. Os outros já haviam aparatado.


 


_Avada Kedavra! _ gritou furiosamente para Draco, mas seus planos foram atrapalhados por Snape que se jogou na frente do afilhado recebendo a maldição em seu lugar.


_Expelliarmus! - Gina gritou de volta e a varinha de Voldemort voou para longe dando tempo de ela chegar próximo a Draco e Hermione aparatando dali.


 


_NÃÃÃÃOOO! _ o grito de Draco ecoava na floresta. _ Não, não, não, não...


_Foi para sua proteção, Draco. _ Zabini tentou consolar. _ Ele morreu como um herói, não como comensal. Deve estar feliz, cara.


 


Draco olhou para seu amigo e enxugou suas lágrimas.


 


_A única família que eu tinha...


 


Zabini institivamente olhou para Hermione e Draco seguiu seu olhar.


Hermione estava encolhida recebendo um líquido próprio para reanimar. Ela estava fraca demais para aparatar.


 


_Ainda bem que você lembrou dos remédios, Patrícia. _ Maria enxugava o suor da testa de Hermione.


_Temos que ir andando, logo ele deve estar por aqui.


_Minha filha... _ Hermione chamou baixo.


_Temos pouco tempo. _ Draco falou se focando em Hermione indo ajudá-la a se por de pé. _Não sei quanto tempo o feitiço que coloquei ao redor da vila irá durar.


 


Andaram poucos metros e logo adentraram o local. As pessoas paralisaram, como sempre faziam.


 


_Hermione? _ Gui Weasley falou e Dino foi correndo ajudar.


_O que houve? _ perguntou segurando o outro braço dela.


_Desertamos! _ Draco respondeu sincero.


 


Dino olhou para os lados, Simas estava boquiaberto.


 


_Gina?


_Olá Simas.


_GINA? _ gritou Dino quase derrubando Hermione. Ela gemeu. _ Desculpe, desculpe. Gina...


_Dino... _ ela suspirou ao vê-lo, mas não ousou abraçá-lo ou tocá-lo de qualquer maneira. Ele ergueu as sobrancelhas desconfiado.


_Não temos tempo agora. _ Draco falou alto para que todos os que estivessem próximos escutasses. _ Fujam! Corram para qualquer lugar. Podemos aparatar com vocês para algum canto. Ele está vindo!


 


A multidão correu para todos os lados. Draco desfez o impedimento da aparatação. Aqueles que estavam com varinhas - Maria, Patrícia, Gina, Zabini, Jorge e os pais de Pansy - aparatavam com as pessoas para fora dali e voltavam em seguida para levar mais. Draco segurava Hermione de um lado e com outra mão segurou o punho de Simas.


 


_Sua mãe onde está?


_Dentro de casa com a menina.


_Traga agora e venha com a gente.


 


Simas correu rapidamente enquanto Draco se posicionava de frente para a entrada do local, esperava a qualquer momento os comensais ou até o próprio Voldemort aparecer ali.


 


_Mamãe! _ a menina gritou correndo para os braços fracos da mãe.


_Não irei te soltar. _ ela responde chorando.


 


Muitas pessoas já tinham partido. Bastante correu para dentro da floresta. Gina voltou para junto deles.


 


_Podemos ir.


 


Dino a olhava estranho, dor nos seus olhos, parecia que Gina não era mais dele.


 


_Leve Dino e Simas. _ Draco ordenou e viu Maria voltar. _ Maria, leve a mãe de Simas que levarei Hermione e a garota.


 


Consentiram e desapareceram no ar. Bem no momento que o barulho veio de fora. Os comensais desaparataram fora do local por não saber que poderiam entrar na vila. O estrondo do portão ser arrancado foi ouvido e Draco abraçou Hermione juntamente com a menina e sumiram dali.


 


Caíram em chão lamacento. A menina gritando.


Hermione se contorcia sangrando muito. Claramente, estava em demasiado incapacitada para uma segunda aparatação. Estrunchou.


A barriga dela estava aberta e o sangue jorrava se misturando com a terra molhada.


 


_Ditamno! _ gritou para qualquer pessoa que estivesse escutando e Patrícia veio correndo ajudar.


_O que ac... _ ela parou a frase no meio e procurou o vidro que continha a cura para estrunchamento. _ Onde estáááá?


 


Assim que alcançou, praticamente despejou todo o conteúdo em cima da barriga de Hermione. Estava nervosa demais para contar as gotas necessárias.


 


_Ela vai ficar bem? _ a garota perguntou assustada.


 


Draco a olhou nervoso, porém respondeu gentilmente:


_Claro que vai.


 


Estavam no meio de alguma outra floresta, diferente da que a vila ficava. Era mais densa com mais árvores antigas, propícia para esconderijo e foi isso que Zabini enxergou quando viu a casinha no meio dela anos antes, quando resolveu explorar o mundo trouxa. Ele se apoderou do local e vez em quando aparecia por lá para esquecer um pouco a vida que estava levando.


 


_Wingardio Levioça. _ Draco murmurou para levantar Hermione e a conduziu para dentro da casa. _Quantas pessoas vieram para cá?


_O grupo que fugiu mais Simas, a mãe, Dino e a família Weasley.


_E o resto das pessoas?


_Pediram para serem levadas para algum local que eles conheciam. Outras correram e não acredito que foram tão longe. _ falou em tom abatido.


_Demos uma chance. _ Draco retrucou. _ Comece a fazer os feitiços de proteção.


 


Semanas se passaram e cada vez ficava mais difícil achar comida, seja dentro da floresta ou aventurando em outros locais. Draco teimava que teriam de ir para outro lugar, mas Hermione ainda necessitava de tempo para se recuperar.


 


_Como está? _ Draco perguntou levando uma maçã.


_Não sei se posso aparatar ainda, Malfoy. _ respondeu azeda. _ Obrigada pela maçã.


_Sinto muito por isso.


 


Hermione sempre se sentia estranha ao ouvir qualquer coisa relacionada à desculpas ou qualquer sentimentalismo vindo de Draco. Não era certo aos ouvidos dela.


 


Draco tirou um relógio do seu bolso.


 


_Pra você. Não se atrase quando for a hora.


_Como?


_Você sempre dizia que se atrasava porque não tinha relógio. Guardei para lhe dar antes dessa confusão toda... Ele está pronto para alarmar e quando acontecer, gostaria que fosse para a oitava árvore a esquerda. Tenho algo a mostrar.


 


Oito da noite em ponto o relógio disparou e Zabini a olhou interessado. Hermione se levantou e saiu da casa, não havia notado quando Draco sumiu, Zabini a acompanhou.


 


_Aonde vai?


_Hum, não sei se posso contar.


_Tem algo a ver com Draco?


 


Hermione paralisou e cruzou os braços.


 


_Eu conheço esse relógio, Granger, é o favorito de Draco.


 


Hermione se desconcertou.


_Ele me deu.


_Não duvido.


_Aonde vai? _ Gina apareceu de repente.


 


Ela não estava mais tão próxima a Zabini, ficava um pouco nervosa por ter Dino, seu ex-namorado, sob o mesmo teto. Zabini fingia não notar.


 


_Encontrar alguém. _ Zabini lançou um olhar significativo a Gina.


_Não me diga que...


_Estou indo! _ Hermione a cortou antes que viesse qualquer gracejo da parte de sua amiga. E os dois na porta ficaram rindo.


_Vamos atrás? _ Gina falou baixo e Zabini concordou com a cabeça.


 


Os dois seguiram Hermione mantendo distância e sorriam com as ideias que cada um tinha em relação ao encontro.


Mativeram-se na quinta árvore quando Hermione alcançou a oitava.


 


_Oi. _ estava envergonhada. Sua cabeça martelava o fato de Draco ter dado o relógio favorito a ela.


_Pronta para a surpresa? _ Draco falou meio rispidamente no final ao ver os dois amigos  escondidos. _Vamos sair daqui.


 


Ele a puxou pelo punho e andou mais uns metros. Lançou um feitiço de desilusão arrancando gargalhadas da ruiva e do amigo e lançou também repelium ao redor e um abaffiato.


 


_Pronto.


_Eles nos seguiram? _ ela sorria da cara de raiva de Draco.


_São uns safados! _ resmungou. Hermione sorria mais ainda.


 


Draco a olhou feio e voltou sua atenção a cesta que carregava. Retirou algumas frutas, um pequeno pedaço de queijo e outro de bolo, com uma garrafa de água.


 


_Onde conseguiu? O que é isso tudo? _ Hermione segurava uma pera.


_Eu procurei pelas ruas dos bairros trouxas, foram dias procurando um local que eu pudesse comprar algo.


_Comprar? Com que dinheiro?


_Aprendi a fazer muitas coisas, Granger, inclusive a me precaver em trocar dinheiro bruxo por trouxa. O problema é que tem comensais espalhados por todos os lados e não é recomendado ficar tanto tempo só e fora daqui, certo? Contudo, consegui uma boa quantia de comida e guardei uma parte comigo para...essa ocasião.


 


Hermione o encarava meio duvidosa, meio espantada.


 


_Então, estamos a fazer um...


_Pic-nic! _ ele explicou sorrindo e lançou fogo em um montinho de folhas. _ Ouvi você conversar com Gina sobre suas viagens com seus pais, que sentia falta disso.


 


Ela mordeu os lábios. Ele a olhou apreensivo.


 


_Algum problema? Queria trazer a garota também? Posso ir buscar se quiser.


_Ela já está dormindo. _Hermione balançou a cabeça. _ É que é tudo tão estranho. Você assim.


_Ah... _ Draco mostrou um ar de sarcasmo. _ Não se iluda, Granger, ainda sou o mesmo, ainda acho você uma sangue-ruim chata e metida a sabe-tudo.


_E por que isso?


 


Draco ia responder quando viu Gina e Zabini passarem a alguns metros dali, procuravam por eles, mas os feitiços os colocavam distantes. Draco revirou os olhos.


 


_Só estou tentando pagar minha conta. Tenho muito devendo.


_Já quitou uma boa parte. _ retrucou.


 


Hermione deu uma olhada na amiga e Zabini darem meia volta.


 


_Parece que se cansaram.


_Já era tempo! Dois babacas!


 


Ambos riram um para o outro por terem conseguido escapar dos amigos. Aos poucos, o som dos risos foi diminuindo até que restou apenas o silêncio. Hermione baixou a cabeça e mexeu nas folhas perto dos seus pés. Draco se aproximou e pôs seus braços nos dela a abraçando, ela tentou se afastar devagar, mas os braços de Draco permaneciam na mesma posição, não a deixando se afastar mais do que alguns centímetros de si. Levantou um pouco o rosto, a ponta de seu nariz deslizando pelo maxilar do loiro. Encararam-se por alguns segundos antes de fecharem os olhos e se aproximarem mais.
Entregaram-se ao momento de corpo e alma, unindo seus lábios e seus corações, suas bocas se movendo em sincronia, cada um saboreando o gosto do outro com calma e através dos lábios macios, porém, machucados, mas, no momento, nenhum ferimento os incomodavam.


Atreveu-se a deslizar as mãos pelo corpo esguio, começando pela cintura, passando pelos braços, até que uma delas parou na nuca da castanha, penetrando em seus cabelos, enquanto a outra mão se aventurava para a parte de baixo do corpo dela, explorando as coxas e as nádegas.


Hermione deslizou as mãos trêmulas por debaixo da camisa de Draco, arranhando levemente as costas e peitoral do loiro fazendo arrepios percorrerem todo o corpo masculino. Em resposta à provocação, ele a encostou a árvore mais próxima, colando seu quadril ao dela fazendo-a sentir sua ereção. Afastou os lábios dos dela sentindo a necessidade incômoda de respirar e desceu a boca pelo pescoço deixando um rastro molhado. Entre suspiros, puxou a camisa dele até que esta não lhe atrapalhasse mais, suas mãos desceram ansiosas para a calça que escondia o volume entre as pernas.
Draco ficou surpreso com a pressa dela, mas concluiu que assim com ele, ela o queria com desespero e ansiedade. Resolvendo não ficar atrás, abriu rapidamente os botões da blusa dela e logo a peça fazia companhia à sua camisa em algum lugar no chão. Acariciou os seios expostos, agradecendo o fato de que não dessem tantas roupas às propriedades enquanto prisioneiras, era uma peça a menos com que se preocupar. Hermione soltava suspiros entrecortados sentindo a carícia dos dedos ágeis enquanto desabotoava a calça do loiro e a empurrava em direção ao chão.


Voltando a empatar com ela, Draco livrou-se com agilidade da calça já rasgada que ela vestia, suas mãos a segurando pelo quadril e a levantaram do chão, pressionando com força o corpo delicado entre o seu e o tronco da árvore, mas Hermione não reclamou, e ele voltou a unir sua boca à dela enquanto tirava a própria cueca liberando o membro teso e ereto. A castanha tinha ambas as mãos nos fios loiros, puxando cada vez que sentia uma carícia mais longa, seus seios comprimidos contra o tórax musculoso e suas línguas se enroscando, dessa vez sem calma e sim com pressa e desespero por sentir mais do gosto do outro.
Com o desejo lhe consumindo por todos os poros, o loiro rasgou a pequena e fina calçinha que Hermione usava, suas mãos percorrendo toda a extensão das pernas torneadas até chegar aos joelhos fazendo-a dobrar as pernas e encaixá-las ao redor de sua cintura. Penetrou-a em uma única investida, preenchendo-a completamente e sentindo-a apertar-lhe internamente. Ainda permaneceu por alguns instantes imóvel dentro dela, mas logo começou a se movimentar, primeiramente devagar ouvindo-a suspirar de olhos fechados, mas vê-la ali, ofegando de prazer, tão entregue à ele depois de tudo que haviam passado o fez perder o pouco controle que ainda tinha e passou a se arremeter contra ela com força, suas estocadas rápidas e profundas fazendo começar a gemer cada vez mais alto.


Hermione se apoiava nos ombros largos, sentindo seu corpo sacudir a cada nova investida, sua cabeça estava jogava para trás, apoiada na árvore, sua boca ligeiramente aberta deixando os sons de seu prazer saírem livres para a noite.


(*)


PLAFT!


_Você é um atrevido! _ Hermione deu um tapa quando Draco alisou a parte íntima dela após uns minutos de descanso.


_O que é isso, Granger? Enlouqueceu? A gente acabou de transar, mulher!


_Não lhe dá o direito de passar a mão em mim quando bem entender!


 


Draco a olhou surpreso.


 


_Você não bate bem. Se tem algo que sei é que você não é santa, Granger.


_Sobre o quê está falando?


_Sobre você ter saído com McLaggen e depois com Finnigan. Sei também das suas andanças com o mais velho dos Weasley, antes de se firmar com...


_Cala a boca! _ ela se levantou com raiva. _ Desfaça essas bostas aqui, vou embora.


_Não precisa ficar nervosa.


_CALE A BOCA! Antes que eu dê uma boa surra em você.


 


Draco abriu a boca para reclamar, mas decidiu se calar e fez os feitiços desaparecerem. Hermione saltou a fogueira e saiu quase que marchando.


 


_Não entendo esse nervosismo todo. Grande coisa! Você transou com uns caras, e daí?


 


Ela deu meia-volta e antes de ficar muito próxima deu um salto girando no ar, sua perna batendo fortemente na cabeça de Draco. Ele caiu completamente desnorteado. Hermione cai como um gato no chão, mas sente a dor no local do estrunchamento.


_Seu desgraçado! Canalha!


Ele só balbuciava algumas palavras, segurou a cabeça com as duas mãos.


Hermione se levantou devagar e voltou para a casa sozinha. Minutos depois, Zabini encontrou Draco sentado ainda apoiando a cabeça entre as mãos.


_Ela falou que talvez você precisasse de ajuda. _ sorriu.


_Aquela maluca! Não sei o que ela faz, mas bate como ninguém. Acho que ela é uma daquelas maluquices que os trouxas aprendem a ser pra lutar.


Zabini sorriu e o ajudou a caminhar.


_Está sangrando, cara.


_Ela vai me pagar.


_Bom, não sei se será bem isso, do jeito que ela chegou em casa, acho que você não pagou totalmente por seja lá o que tenha feito.


_Só falei a verdade, Zabini.


_Vindo de você, é crueldade, Draco, crueldade.


 


Gina sentou junto a Hermione na cama e alisou os cabelos dela. Hermione chorava silenciosamente, suas mãos agarrando, esticando e apertando o travesseiro.


_O que aconteceu?


_Quero ir embora daqui, Gina, para bem longe. _ Hermione quase rasgava o travesseiro e Gina tentou de leve tirá-lo dela. _ Quero me livrar das lembranças dessa maldita casa e dessa maldita floresta.


Gina sorriu dessa vez jogando seus cabelos para trás.


_Eu tenho boas lembranças daqui. Foi minha..


_Primeira vez com Zabini? _ Gina sorriu da pergunta e baixou a cabeça.


_Não me entenda mal. Ele foi muito bom comigo, conquistou, deu carinho antes de qualquer coisa.


_E Dino?


_É uma outra história, Mione. Outra história. _ suspirou.


Amanheceu rapidamente e Hermione mal abrira os olhos e sentiu alguém perto de si. O instinto de defesa foi maior e ela golpeou com a mão, dando um soco certeiro no olho da pessoa ao seu lado sentada.


_Ai, Granger! Que foi agora?_ Draco gritou caindo da cama. _ Qual o problema com você?


_Desculpe. _ ela falou um pouco sem jeito, porém, intimamente, sentiu um prazer em tê-lo acertado novamente. Ainda estava furiosa com ele pelo comportamento anterior.


_Precisamos sair daqui.


_O quê? _ ela resmungou sem entender.


_Não temos mais como ficar aqui. Será burrice se ficarmos. Precisamos de outro lugar, tanto para encontrar alimento quanto para evitar que sejamos descobertos. Estamos há muito tempo aqui.


Hermione balançou a cabeça concordando. Alisou os cabelos tentando soltar mais os cachos e isso fez Draco observá-la por um instante.


_Já falou com outros?


Ele corou um pouco e sorriu debochado.


_Deixei isso para você.


_Como é que é?


_Veja bem, Granger, quem é a queridinha aqui? Você é quem tem maior aprovação no que fala aqui, enquanto eu...


_Você salvou todos nós! _ enfatizou. _ Todos falam bem de você.


_Mentira! _ ele olhou novamente os cachos de Hermione descendo pelas costas dela. _ Eles me tratam bem, mas ainda mantém aquela desconfiança do meu nome, do meu sangue.


_Grande merda, Malfoy! Mas vou falar mesmo assim. Precisamos resolver isso logo.


Draco sorriu vitorioso e deu meia-volta para sair do quarto.


_Cadê minha filha? _ Hermione calça os sapatos surrados.


_Na cozinha, tomando café. _ respondendo, saiu do quarto.


Hermione não se deu ao trabalho de olhar para Draco, apenas o seguiu para a cozinha abraçando sua filha assim que a viu.


_Tio Draco me deu um copão de leite! _ ela balançou em suas mãos pequenas o copo contendo a metade do líquido. _ E ainda deu biscoitos!


Hermione a beijou e olhou desconfiada para Draco que estava serenamente pegando um pedaço de pão.


Ele levantou o rosto a encarando e arqueou as sobrancelhas em questionamento. Ela prendeu um sorriso e se virou para a sra Weasley.


_Acho que está na hora de mudarmos...


_Daqui? _ perguntou mergulhando uma bolacha no suco de laranja.


_Sim. Estamos nesse mesmo local faz tempo, talvez seja melhor mudar. Pelo menos pra um local que tenha menos comensais ou mais comida.


_Menos comensais... Absurdo! Eles estão espalhados! Aumentando em número como uma bactéria. Infectam todos.


_Tem que haver algum local. Não são tantos para o mundo todo.


Draco deu mais uma mordida no pão e levou mais biscoitos a menina Mary. Esse gesto não passou despercebido por Hermione.


_Iremos pra outro país. Distante.


_Concordo. _ Draco entrou na conversa.


_Era o que faltava. _ a mãe de Pansy que estava na porta ouvindo tudo se fez presente. _ Malfoy estar de acordo com ela.


_Por que não? _ ele continuou. _ Precisamos sair daqui. Pode ter muitos comensais, mas como ela disse, tem que haver algum local com poucos.


_E como vamos falar outro idioma? Sair do país... Pra qual, então? _ a mãe de Pansy desdenhou.


Hermione viu Draco a olhar como se dissesse: conta o que você sabe.


_Podemos ir à França... Sei falar fluentemente, posso ensinar o básico para vocês conseguirem comida e outras coisas.


Draco se deu por satisfeito e olhou a mãe de Pansy estreitar os olhos.


_Não podemos. Não há garantias de ser melhor lá.


_Só em sair daqui, já será melhor.


Molly demorou um tempo calada, observando a sra Parkinson se remexer desconfortável.


_Devemos realmente. Irei falar com Gui...


A mãe de Pansy torceu a barra da blusa que usava. Olhou de cara feia para todos e saiu do cômodo batendo os pés.


_Então foi dela que Pansy herdou essa birra. _ Draco comentou sorrindo.


Hermione o olhou meio enciumada pelo comentário, por ele ter se lembrado de algo que reparou na colega da casa dele.


 


Molly estava muito agitada durante o dia, falou com todos os flhos, arrumou toda a comida, falou sobre planos de encontros e fugas caso algo desse errado, e assim foi envolvendo cada um residente daquela casa na fuga, somente duas pessoas não comentavam, não se empolgavam - o sr e a sra Parkinson. Molly parecia absorvida na ideia, contudo, não deixava escapar os sons de desaprovação deles e aquilo a intrigava.


_Partiremos pela manhã. _ Gui Weasley, visivelmente mais forte, tomava uma xícara de chá. _ Todos devem se levantar quando a manhã sair, temos que encontrar menos pessoas pela rua.


_Deveríamos ir agora a noite. _ queixou-se Fred. Os irmãos passaram o dia discordando nesse aspecto. _ A escuridão encobriria mais a gente.


_Já expliquei várias e várias vezes! _ resmungou Gui arrancando uma risada abafada de Hermione. Fred a olhou de cara feia. _ Não temos varinhas suficientes para iluminar os caminhos, e uma briga no escuro não nos daria vantagem alguma.


_Isso é ridículo! _ gritou o outro enfiando a faca na mesa.


_Silêncio! _ pediu Hermione olhando pela janela da casa. Todos ficaram imóvies. _ Escutaram?


Nesse mesmo instante outro barulho de aparatação fora ouvido e os que se encontravam com varinhas se posicionaram nas entradas da casa.


Patrícia segurou a menina e se pôs detrás de um armário na cozinha.


"Um feitiço desfeito."_ouviram uma voz falar.


O sr e a sra Parkinson correram para porta. Formou uma briga na entrada da casa.


_Fiquem quietos! _ Percy reclamou.


_Passe a varinha para cá! _ o sr Parkinson agarrou os punhos de Percy e Gina correu para ajudar seu irmão.


_Vocês... _ Dino gritou para os Parkinson, mas não via como sair dali para ajudar, avistou duas figuras encapuzadas vindo em direção da casa e uma sendo arrastada por eles.


Da brecha da janela, apontou a varinha para eles.


_Não!!!


A sra Parkinson gritou e se jogou em Dino com seu corpo e o feitiço atingiu uma rocha perto dos que estavam andando.


_Mamãe! _ Pansy parou abruptamente erguendo mais a varinha e soltando de vez o homem no chão. _ Estamos aqui para ajudar!!! _ ela gritou mais alto.


Hermione arrancou a varinha da mão de Dino e apontou para fora.


_É você, MacLaggen? Foi a sua voz que ouvi agora a pouco.


_Sou sim, Hermione.


Todos se silenciaram na casa. Draco abriu a porta. Hermione resmungou por isso.


_Quem é esse, Pansy?


Pansy tirou o capuz e o mesmo fez MacLAggen, ela esfregou as mãos um pouco dormentes.


_Esse é aquele comensal de merda que o outro lá mandou ficar comigo para "me proteger".


Draco sorriu e cruzou os braços.


_Ele deve ter feito algo de ruim, está todo inchado e cheio de hematomas.


Pansy deu de ombros e olhou para dentro da casa.


_Parece que tem mais pessoas do que imaginei aí dentro.


_Venha ver.


_Então era isso. _ Molly olhou com raiva para a mãe de Pansy quando ela abraçou a filha.


_Calma mamãe. _ pediu Gina colocando gelo nas mãos. Molly olhou pra ela e pra Percy e viu que os dois fizeram o sr Parkinson "dormir" um pouco.


_A coisa está feia. _ MacLaggen falou e trouxe o homem até entrar em casa, depois o jogou em um canto perto da porta.


_Não deveríamos deixá-la entrar. _ Percy resmungou.


Pansy guardou a varinha e se sentou em uma cadeira de ferro mais próxima da lareira.


_Estamos em maioria. _ Hermione apontava a varinha para ela.


Pansy a ignorou e bateu a palma da mão no banco junto a ela para que Draco sentasse.


_Então, Draco, temos boas e más notícias, quais você quer ouvir primeiro?


Hermione bufou ao ver a intimidade dela com Draco.


_As boas... _ respondeu como se fosse óbvio.


_Certo, certo, como sempre. _ ela riu pelo nariz. _ Voldemort está tendo problemas em conter a população trouxa. Muitos estão se unindo para matar quem quer que seja bruxo.


_A História se repete. _ Hermione disse.


_Acho até engraçado, ele encontrar mais trouxas como essa aí, briguenta. _ Pansy continuou, o que arrancou um sorrisinho de Hermione. _ Bom, ele perdeu muitos comensais em emboscadas, isso é um ponto positivo, não é? Bem, agora a notícia melhor de todas: Sabemos onde está Potter!


Pansy sorriu abertamente e MacLaggem balançou a cabeça concordando.


_Onde? Onde ele está? _ Hermione sacudiu Pansy pelos braços.


_Aii, me larga, sua doida! _ reclamou e olhou para Draco. _ Não sei como você consegue...


_Agora não, Pansy, continue a contar, e as más notícias?


_Ele ofereceu milhões de doláres pela recompensa dessa aí. Muitos estão querendo acabar conosco, mas sempre existem aqueles desgraçados que fazem tudo por dinheiro. E a outra notícia é o local onde Potter está, embaixo da mansão onde estávamos. O acesso só pode ser feito por uma caverna após os jardins da mansão.


_Voltar para lá não é uma boa ideia. _ MacLaggen olhou para Hermione.


_Estamos de saída daqui e isso me lembra de perguntar: Como nos achou? _ Fred se senta em frente a ela.


_Pelas moedas. _ o pai de Pansy tinha voltado a si e esfregava o queixo sangrando. _ Ainda temos algumas delas e avisamos onde estávamos. Não queríamos ir embora sem ela.


_Eu esperei arrancar alguma coisa útil desse aí _ Pansy aponta para o comensal inconsciente. _ Eu imaginei que ele soubesse mais que os outros, vivia pra cima e pra baixo com sua tia, Draco. _ ela sorriu desdenhosamente. _ Foi dele que arranquei a localização de Potter. O resto, eu vi com meus próprios olhos.


_Nossos olhos. _ MacLaggen completou.


_Isso. Só posso dizer que o mundo está um caos completo. Querem ir à França, não é mesmo? _ Todos olharam para os pais de Pansy. _ Acho que lá não está muito diferente daqui, mas confesso que a curiosidade me mata e eu pretendo saciá-la.


Hermione permaneceu em silêncio e Draco mordeu os lábios.


_Não sei se vai ser útil sairmos agora. _ Hermione passou as mãos no cabelo ao falar em um tom duvidoso.


_Temos que sair! _ Gina retrucou. _Para qualquer outro canto. Não confio nela... _ apontou para Pansy e a mesma soltou um beijinho com a mão para ruiva.


_Não provoca, Pansy. _Draco cortou, mas se calou ao ver a expressão de Hermione.


_Você vai defendê-la? _ Hermione grunhiu.


_CHEGA! _ o sr Weasley se pôs de pé. _ Quero uma definição de plano. MacLaggen não reclamou da srta Parkinson, pelo jeito está de pleno acordo com ela, isso deve servir.


_Ah sim, _ ele começou envergonhado. _ pensei que ela tinha pago pra me ter... Vocês sabem como, não preciso explicar. Porém, ela me explicou que não estava mais interessada em servir o "Volderbosta" como ela falou, e contou o plano dela e de Draco com Zabine.


_E você acreditou? _ Fred perguntou enfurecido.


_Ela não me obrigou a... Aff! Entenderam, certo? E tudo que observei foi ela mandar remédios para a mansão, informações cruciais.


_Não signifca que eu não tenha vontade de lhe provar, queridinho. _ Pansy o olhou de cima a baixo.


MacLaggen deu uma risadinha.


 


Gina observou Hermione dar uma longa olhada em Draco e depois dar meia volta e pegar sua filha nos braços.


 


_Não, Hermione! Conheço esse olhar. Precisamos pensar em tudo.


 


_Mas precisamos salvar Harry.


 


_Não seja estúpida! Não pode ir atrás dele! _ Dracoo gritou de volta.


 


As pessoas começaram a falar ao mesmo tempo, cada uma dando sua opinião. A família Weasley, claro, estava a favor da busca de Harry contanto que houvesse um planejamento. O resto ficava em dúvida se deveriam voltar de onde penaram para fugir já que descobriram o paradeiro de Harry, ou se deixavam como estava e procurava se manterem vivos da melhor forma que podiam.


 


_Seja lá onde ele estiver, temos que buscá-lo. _ Hermione respondeu a Gina que mais uma vez rebatia de que tinham de fazer planos.


 


_Se fosse você, ele já estaria lá! _ continuou.


 


Gina sentiu o rosto corar, mas não se abateu por completo.


 


_Ele iria acompanhado de você e Rony...


 


Ouvir o nome de Rony soou como um tapa na cara, ela não poderia se arriscar assim.


 


_Lembre-se que tens uma filha, Mione, minha sobrinha. Rony ia querer que você tomasse mais cuidado mesmo sendo Harry a pessoa a ser resgatada.


 


Draco olhava de uma para outra e sentia algo o queimando por dentro. Não queria lembrar de Rony, não queria que Hermione pensasse nele, ele queria o impossível. Ela amou Rony, protegeu-o, cuidou dele. Teve uma vida com ele, uma filha. A quem ele queria enganar? Suas chances eram baixas quando comparado ao certinho e bonzinho do Rony. O melhor amigo de Harry Potter. Enquanto que ele era um comensal, filho de um assassino e de uma mãe fraca. Queria sentir ódio de todos, tristeza por ter tido essa infelicidade, contudo, só conseguia sentir pena de si mesmo.


 


_Preciso de sua companhia. _ ele a ouviu sussurrar e a seguiu, perdido em pensamentos, para fora da casa.


 


_Eu não vou tentar lhe compreender por completo, Malfoy e...


 


_Chame de Draco. _ pediu.


 


_Hum... Certo. Quero dizer que confio em você, lógico que estou um tanto confusa com tudo isso, mas não posso deixar de querer uma opinião sua quanto a isso tudo.


 


_Então não quer saber de mim, mas sim do que acho de salvar seu amiguinho?


 


_Não leve para esse lado.


 


_Nós convivemos um bom tempo aqui juntos, Hermione, e eu falo com sinceridade que sigo o plano que você quiser, por mais louco que ele pareça, aonde você for eu vou, pois não posso mais evitar de sentir o que sinto por você. Só peço uma coisa, não finja que se importa comigo ou com o que penso só para ter minha ajuda, certo?


 


_Não é bem assim, Malfoy, eu confio em você, acredite.


 


_Ok. E você acredita no que sinto por você?


 


Hermione se balançou nos pés, estava confusa com tudo e Draco lhe pareceu sincero e muito sexy com sua varinha cuspindo faíscas vermelhas.


 


_Se você diz...


 


_Era tudo que eu precisava escutar. _ e saiu de perto dela reclamando de como ela foi fria com ele.


 


_Você é uma estúpida! _ Gina apareceu pelas costas dela. _ Sua mente pode ser genial para algumas coisas, mas em outras deixa muito a desejar.


 


_Sinto muito se eu não caio nessas conversas mole dele.


 


Gina sorriu ironicamente.


 


_Tanto não cai que dormiu com ele na floresta.


 


_Ah, cala a boca, Gina!


 


_O que realmente sinto é ver alguém que nunca soube o que é uma família de verdade, o que é ser amado de verdade, ser tão desacreditado após dar todas dicas do sentimento que sente.


 


_Que sentimento? Ele só gosta de "pegar" mulheres.


 


Gina revirou os olhos e voltou para dentro da casa seguida por Hermione. Elas não conversaram mais nada, cada uma perdida em pensamentos, Zabini estava no sofá analisando as duas e logo chamou Gina para sentar-se junto à ele.


Hermione coçou sua cabeça e olhou para porta, uma vontade imensa de voltar para falar com Draco. Um fogo a consumindo lhe lembrando do pic-nic na floresta.


Seus pensamentos aplacados pelo puxão no braço para fora da casa novamente.


 


_Quer saber? Não era só aquilo que eu queria escutar! Quero saber o porquê de ter ficado comigo aquela noite. Quero saber por que sempre me olha quando pensas em algo, quando tem algo a falar. Por que suspira toda vez que me ver suado? Por que grita meu nome enquanto dorme? Por que?


 


Hermione guaguejou ao ver Draco vermelho, talvez por vergonha, talvez pela impulsividade de procurar respostas, talvez por está-la frente a ela.


 


_Você é bom comigo, é bom com minha filha. Você é inteligente e me faz ter certeza do que quero e do que penso. Sinto algo quando estou próximo a você. E além disso, seu corpo me faz estremecer só em olhá-lo.


 


Draco deixou um sorriso safado escapar por entre os lábios e uma certa satisfação estampar em seu rosto.


 


_Mexo com você? _ perguntou audacioso.


 


_Mais do que consigo suportar. _ respondeu tímida.


 


_Então vou dizer a todos que você é minha! _ ele riu.


 


_Como assim 'sua'? _cruzou os braços estarrecida. _ Pareço alguma propriedade? _ na mesma hora que perguntou pôs sua mão na boca.


 


Draco sorriu.


 


_Hermione Granger, você não deixa eu terminar de falar! Vou dizer que você é minha namorada...


 


Hermione sorriu embaraçada e deixou-se ser abraçada por Draco, seu cheiro a inebriando, seus músculos a deixando mais excitada. Um beijo.


 


...


 


_Posso ir dormir, Gina?


 


_Não até me contar tudo!


 


_Gina!!! Eu preciso dormir!


 


_Ele se declarou, não foi?


 


_Fooi. Você o ouviu falar. Ele já contou que estamos juntos.


 


Gina sorriu com o rosado na face da amiga e se despediu cantarolando uma música qualquer de amor.


Hermione adormeceu quase que imediatamente e só acordou ao ser sacudida no meio da madrugada por Draco.


 


_O que aconteceu? _ se pôs de pé assustada.


 


_Nada. _ a abraçou. _ Só preciso ficar perto de você. Tenho uma ideia para salvar Potter.


 


_Sou toda ouvidos. _ ela o beijou pelo pescoço o fazendo deitar.


 


_Podemos entrar pela minha parte da mansão e descer até o subterrâneo.


 


_Deve ter muita gente tomando conta agora. É impossível entrar, mesmo sendo na sua parte.


 


_Ele não tem como mudar algo da minha parte. Fiz um feitiço um dia antes de fugir. Só meu sangue permite entrar.


 


Hermione o olhou confusa. _ E então você vai dar seu sangue para todos aqui entrarem?


 


_É uma ideia.


 


_É loucura.


 


_Vai dar certo. Entra alguns disfarçadamente. Podemos dar um jeito de tirar alguns de lá.


 


_Montar uma isca?


 


_Sim. Vamos deixar alguns da Ordem em algum local público e comensais terão que aparecer...


 


_Draco... _ Hermione suspirou cansada. _ Isso não vai dar certo. É óbvio que somente uma ou duas pessoas vão entrar, eu irei.


 


_Sozinha? Nem pensar.


 


Hermione se jogou nos braços de Draco.


 


_Você é inacreditável. Não vai tentar me impedir de ir?


 


_Eu bem que queria, mas desde sempre foram os três cuidando entre si. Não vou conseguir mudar isso agora.


 


Ela o beijou sem questionar mais nada. Sentiu suas mãos tremerem ao tocá-lo novamente. Seu corpo deu sinal de que o queria muito mais e ele a correspondeu fortemente. Suas línguas dançando. Mais uma vez Hermione se entregou a ele.


 


Pela manhã, os sons das palavras EU TE AMO acordaram Hermione como um susto. Ainda não estava acostumada ao fato de ter Draco muito próximo, nem apaixonado por ela. Colocou sua mão no peito dele, pele fria, ela o acariciou e o puxou para mais perto de si ao sentir um aperto no coração. Sua intuição nunca falhara e ela dizia que seria a última vez que o teria daquele jeito.


 


_Vamos hoje para a mansão. _ Draco suspirou ao falar.


 


_Só nós dois. _ ela confirmou.


 


_Antes de irmos quero te falar algo que fiz.


 


Hermione só o olha esperando.


 


_Você confia em Patrícia, certo?


 


Ela acenou com a cabeça.


 


_Bem, falando sinceramente, sabemos que estamos com a vida em risco. Você é a pessoa que Voldemort mais procura e eu... _ ele ri pelo nariz. _ Devo estar logo abaixo de você na lista negra dele.


 


Hermione demonstra um pequeno sorriso.


 


_Sei de todos os riscos que corremos, Malfoy.


 


_NÃO ME CHAME DE MALFOY!


 


_Desculpe, foi o costume.


 


_Sou Draco, seu Draco. A propósito, resolvi passar toda a minha fortuna para sua filha, caso eu morra.


_Não, Draco. Isso é loucura.


 


_Já o fiz. E preparei um documento que autoriza Gina ou Patrícia a cuidar dela, caso... _ ele mexeu a cabeça sem querer terminar a frase.


 


_Caso eu morra. Gina ou Patrícia... Muito boa escolha. Ou pode partilhar pelas duas.


 


Draco fez um floreio e o documento surgiu na frente dela.


 


_Basta assinar.


 


Hermione segurou o papel em suas mãos e leu cada palavra minuciosamente que atestava a guarda da filha e o dinheiro que ela receberia dos Malfoy.


 


Ela assinou e se deu conta de Draco ter saído do quarto. Sentiu suas pernas fraquejarem, ela realmente poderia morrer, Draco também.


 


Vestiu-se da melhor forma possível, tomou café demoradamente. Escreveu e interpretou, fazendo uma gravação de várias frases em francês. Despediu-se de todos deixando todos os sentimentos aflorarem, de sua filha, em especial, pensou em falar todas as palavras que poderiam ser doces, mas as ditas soaram como as mais sinceras possíveis. Ela a amava e ponto.


 


Draco encarregara-se de passar a ideia para os outros, Fred e Gina iriam para o largo Grimmauld. Sabiam que lá estava muito vigiado, teria comensais por todos os lados e chamariam atenção.


Pansy e Zabini foram para perto da antiga casa dos Weasley, enquanto McLaggen e Dino foram para Hogsmead. Todos com a finalidade de manter alguns comensais ocupados.


 


Hermione e Draco saíram para a mansão de Voldemort de mãos dadas. Cada um com uma varinha. Desaparataram em frente aos jardins.


 


_Espera. _ Hermione pediu, embaraçada. _ Você é meu novo amor. Minha nova vida. _ ela o beijou sem pensar. _ Quero explicar uma coisa, eu não saí com o mais velho dos Weasley. Ele só estava me ajudando com Rony. E também não saí com McLaggen. Mas com Simas, sim. _ terminou baixo.


 


Draco sorriu dela por naquele momento querer explicar aquilo.


 


_Não me importa. Você poderia ter saído com todos da escola. Eu quero você e sempre quis justamente por isso.


 


O portão foi aberto explosivamente, comensais saíam correndo e só eram ouvidos os gritos de belatriz:


_Peguem os desgraçados! Aqueles traidores de sangue!


 


Hermione e Draco aproveitaram para entrarem pela porta do jardim dos fundos, a atenção de todos estava na entrada principal.


 


Andaram pela mansão cautelosamente, mãos suando ao segurarem a varinha. Logo desceram ao que seria a parte de Draco naquela casa e Draco chegou ao espelho da divisão.


 


_Preciso fazer agora.


_Não quero que se machuque.


 


Draco com sua varinha fez um pequeno corte em seu braço, logo começaram a brotar as gotas de sangue de um vermelho intenso. Hermione não pode se conter e tentou curar a ferida o olhando desesperada.


 


_Não! É assim que tenho de entrar. Sangue escorrendo pelo corpo. – fazendo mais cortes pelos braços e pernas.


_Isso é um absurdo. _ reclamou sendo puxada para dentro da área pertencente a ele.


_Depois do corredor tem uma escada estreita, escura. Fica atrás do quadro.


_Deixa te curar. Deixa te ajudar!! – Hermione pediu em súplica, mas Draco balançou a cabeça negando.


_Enquanto eu estiver assim, nada vai chamar atenção. Só meu sangue pode manter as pessoas longe.


_Você não tinha me contado que teria de morrer sangrando aqui!


_Eu não preciso morrer! Preciso que você vá atrás de Potter o mais rápido para sairmos daqui!


 


Hermione correu tropeçando nos próprios pés. Sentia o peso da morte de Draco em suas costas. Não podia demorar. Não devia.


Desceu as escadas tateando a parede e logo sentiu um frio descer pela sua espinha. O cheiro do local era o de uma imundície e um mal estar ela começou a sentir.


 


_Harry! – chamou baixo ao encontrar o piso plano. _ HARRY! _ um pouco mais alto falou e uma voz fraca foi ouvida ao longe.


_Aqui...


_Lumus! _ ela murmurou e a claridade a fez enxergar as pedras e a sujeira que faziam a composição do cenário. Viu Harry sentado encostado em uma das pedras. Seus braços presos para o alto.


_Relaxo!


_Hermione? Como...?


_Shiu. Não fale. Achamos você e é o que importa. Eu e Draco vamos te tirar daqui!


_Você está falando do Malfoy?


_Ele está conosco, Harry. Pode andar?


_Eu não sei... _ ele tentou se pôr de pé, mas sem sucesso. Havia muito tempo sem se mexer, sem caminhar. Suas pernas estavam entrevadas, duras e precisava de um tempo para que ele pudesse andar normalmente.


_Venha, apoie-se em mim. _ Hermione colocou os braços dele sobre seus ombros.


_Não pode esperar um minuto? _ ele perguntou meio que reclamando da dor em suas pernas.


_Desculpe. Não podemos demorar. Draco pode morrer se demorarmos...


_Draco, hein? _ Harry riu pelo nariz e tentou dar mais um passo, mas se desequilibrou e se segurou na parede para evitar que fosse ao chão.


_Tanta coisa aconteceu, Harry.


_Então comece a falar. Cadê Gina?


_Deve estar com Dino. _ Hermione o puxa para tentar andar novamente.


_Ela sempre o amou...


_Jura, Harry? Jura que vai falar de amores passados enquanto estamos tentando sair daqui?


_Não a amo, não como mulher, ela é minha amiga, Mione, e só.


_Tenta dar um passo com a mão apoiada ali. _ ela aponta para uma pedra saliente a frente.


Uma risada ecoou pelo local.


_Achava mesmo que sairia daqui, sua imunda tola?


_Draco... – Hermione sussurrou.


_Draco? Ele está no chão. Sangrando como sua mãe sangrou até morrer. Você e sua idiotice continuam a querer me ganhar.


_Draco! _ Hermione gritou mais forte.


_Ele não vai te escutar.


 


A vida de Draco estava se esvaindo a cada segundo. Hermione se sentiu no meio de um caos, mas não como participante e sim como uma espectadora. Seus olhos guardavam atentamente tudo ao seu redor e de repente era como uma ideia que aparecia, um clarão para iluminar aqueles últimos minutos de sua vida, vendo Draco abrir os olhos e, com muito esforço, apontar a varinha para as costas de Voldemort. Ela mirou a cabeça e ao mesmo tempo lançaram um “estupora”. Voldemort se defendeu como de costume do feitiço de Hermione, porém não contava que ao mesmo tempo suas costas tivessem sido atingidas por Draco e ele foi lançado a uma parede desmaiando em seguida.


_Vamos Harry, precisamos sair. _ Hermione o empurrou e tentou chegar em Draco.


_Vá! _ o loiro gritou se debulhando em lágrimas.


_Draco! Eu vou te ajudar.


_Não dá. Já nem sinto tanta dor...


_Draco...


_Hermione, pegue sua varinha e faça-o levitar.


_E se ele voltar? _ Draco gritou. _ Pegue a minha, Potter, pegue a minha!!!


 


Harry não se mexeu, relutou em pegar a varinha. Draco estava ali, vivendo ainda.


 


_Ele vai voltar! Eu lancei o Avada, e ele não morreu, Mione, não morreu. Não se... Não sei como, mas nada o atinge.


 


Hermione olhou para Harry. _ Talvez dependa de você.


 


_Talvez eu deva lhe calar de vez!!! _ Voldemort havia se levantado e estava mirando Draco.


 


_Eu te amo. _ Draco sussurrou enquanto Voldemort gritava a maldição da morte.


 


Harry, em um reflexo, gritou juntamente e a mesma coisa que Voldemort. Ele caiu no chão pelo esforço, Voldemort caiu atingido pelo feitiço de Harry e Hermione... Hermione lançou-se a frente de Draco, recebendo a maldição em seu lugar.


 


_Não, não, não, NÃO! _ Draco a abraçou fracamente, suas forças quase nulas. O corpo inerte em seus braços enfraquecidos. Os olhos dela já sem brilho.


Harry se sentou e começou a chorar em silêncio.


 


_Você deve ir. _ Draco falou entre baixos soluços. _ Estou vendo tudo embaçado. Cuide da filha dela. Cuide da filha da mulher que eu... que...


 


Silêncio.


 


Harry não olhou mais a cena. Olhava para Voldemort e sentia a varinha de Draco em sua mão, apertou, escorregou-a por entre os dedos, bateu com a ponta dela no chão, mas ainda sem tirar os olhos de Voldemort que continuava parado. Apoiou-se na parede e se levantou, lágrimas ainda descendo pelo rosto. Saiu devagar do local, andando de costas, pensando no que fazer. Sabia que não conseguiria sair da mansão tão facilmente.


 


Gritos eram ouvidos. O nome de Voldemort era chamado todo o tempo. Harry escorregava pelos corredores e era o mais sutil e rápido que podia ser. Saiu pela porta da cozinha e avistou que nos jardins Belatriz duelava com Gina.


 


Gina rodopiava e se concentrava a todo custo. Belatriz era uma adversária terrível, tinha muita experiência, conhecimentos mais aprofundados e o pior de tudo, não possuía medo.


 


Harry piscou várias vezes para as lágrimas secarem.


 


_Protego! – gritou correndo em meio às luzes. Observou que outros comensais estavam também duelando. Belatriz se virou um pouco e começou a lançar feitiços nos dois.


 


_Harry! Você está bem! – Gina gritou lançando um estupefaça e correndo para junto dele.


 


_Para trás! Para trás!_alguém que Harry pensou em ser George gritava.


 


_Onde estão...? _ Gina parou a pergunta ao ver Harry balançar a cabeça e lançar com ódio um cruciatus.


 


Gina fez sinal com a mão e logo ouviu-se a voz de George novamente.


 


_Abortar!


 


Todos aparataram na mesma hora, Gina segurando Harry no braço o levando para a nova vila deles na França.


 


_O que aconteceu, Harry? _ o senhor Weasley o agarrou mal o deixando se refazer da aparatação.


 


_Ele os matou.


 


_Como você conseguiu...?


 


_Só eu posso lutar contra ele. Lancei avada nele e ele até que caiu, mas não sei se morreu. Não aguentei ver mais a imagem deles no chão, abraçados.


 


Todos se viraram para olhar uns aos outros. Harry falava de Hermione e Draco.


 


 


1 ano depois


 


- Juro que ainda tenho vontade em vingar a morte deles. – Harry falou num tom mais sofrido que costumava usar.


 


-Eu sei. – Gina respondeu e abraçou mais forte a menina em seus braços. Patrícia a olhava esperando o momento em que a menina iria pedir os braços dela.


 


-Não me conformo... – Harry continuou a dizer. Enrolou mais uma vez o cachecol, seu pescoço ardia de tanto frio que fazia no cemitério. – Quer dizer, nunca mais vou vê-los.


 


-Foi um ato heroico o que fizeram, para o mundo. – Patrícia falou bondosamente e acariciou o cabelo de Harry, seu namorado.


 


Dino abraçou Gina que segurava a filha de Hermione Granger e mais adiante, outras pessoas se abraçavam. Era a família Weasley, a família Parkinson e outros que residiam na nova Vila localizada na cidade de Toulouse, França. Estavam no cemitério relembrando os mortos de um ano antes, o dia em que Voldemort desapareceu.


 


-Não sabemos o que aconteceu. – Harry reclamou novamente. – Eu o vi cair, mais nada.


 


-Ele não apareceu mais. Nem os seguidores dele sabem de algo. – Dino rebateu. – Assim como aconteceu, Harry, quando você tinha um ano. Ele sumiu. Não se sabe ao certo se morreu ou não, mas sumiu.


 


-Os trouxas ainda estão malucos. – Gina tentou abordar outro modo o assunto. – Estamos tendo muito trabalho em apagar memórias.


 


Harry sorriu para amiga. Acariciou o cabelo da menina nos braços dela. Beijou Patrícia.


 


“Não foi e nem será em vão” pensou olhando para os túmulos e sentindo uma pequena picada em sua cicatriz.


 


FIM




N.A.: Finalizeeiii! Não acredito! Senti-me leve e triste ao mesmo tempo :/. Minha amiga secreta lançou vários Crucius em mim, mas sobrevivi.


Pra você, Vênnive Ravine, com muito carinho! Espero te tirar mais e mais vezes, é sempre um prazer escrever pra você!


*.* =*  

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Comentários (8)

  • Dark Moon

    que final tristeeee to morrendo de chorar aqui. eles nao podia, ter morrido, nao podiam T_Tfique perfeita, entro pro meu rolll das melhores 

    2014-07-27
  • Vênnice

    "Hermione se sentiu no meio de um caos, mas não como participante e sim como uma espectadora"Querida...Que lindo, poético, tocante...Esperando por mais...sempre 

    2012-12-19
  • Vênnice

    Criatura!!!!!! Você vai me matar do coração! Como para assim? Preciso urgentemente de mais! :)Adorei cada pedacinho, cada palavra, cada sussurro de Draco (rs)...Nunca vou me cansar de agradecer pelo presente...Bjs 

    2012-10-09
  • Mohrod

    nhaaai, eu quero maaaisss!! poooor favoor, cadê o terceiro capíiitulo?? *0*Ameeei, ameiiiii!!! heuehuehuheAh, agor aminha cabeça deu uma travadinha, só consigo pensar que está perfeita e que eu quero mais!! heuehuheu prometo que depois faço um comentário melhor!! heuehuheuAtualiza logo!!!Beijãooo 

    2012-10-05
  • MaisQuePleura

    "_Você vai defendê-la? _ Hermione grunhiu." Ri muito com esse "ciúme" da Hermione!Você só me deixou mais curiosa.Estou ansiosa pra saber o final dessa história.Acho que o Draco já gostava da Hermione antes de comprá-la. Posso estar errada, mas foi o que entendi quando a Pansy falou "_Aii, me larga, sua doida! _ reclamou e olhou para Draco. _ Não sei como você consegue..." e Draco a cortou.A Hermione é meio louca, né?! Uma hora tá lá no maior bem bom com o TDB do Draco, dá a louca e bate nele. Maluca...Vou esperar pra ver como vai ficar esse casal.Super beijo! 

    2012-09-03
  • Nikki W. Malfoy

    achei mt boa, mas realmente me deixou mais curiosa ainda para saber o final...a Hermione é meio loca mesmo neh?primeiro gosta depois da a loca... vai entender, mas adoreiagora quero o final!!!   

    2012-07-11
  • leleu_mione

    Uau, que fic forte essa!!!! Poucos autores se atrevem a escrever uma versão da história no caso de vitória de Voldemort, como você está corajosamente fazendo. Acho que é inovador, mas da forma como está sendo escrita, mostra que há sempre uma esperança no final do tunel, porque há uma resistência que está lutando por um futuro melhor, sem falar do nosso gostosão lindo de morrer, que está liderando essa revolta. Tenho certeza que você vai encontrar inspiração sim, porque a fic é simplesmente maravilhosa. Adorei também esse ciumes da mione com o draco e do relacionamento da gina e do zambine. Enfim, estou esperando ansiosamente pela continuação, para saber como eles vão fazer para libertar o harry e derrotar voldemort. Beijos e até o próximo capítulo.

    2012-07-08
  • Larii Malfoy

    HAHA confesso que adorei a Hermione sofrendo e tals,mas ver ela brava tbm é bem legal :) E como sempre,Pansy vaca! ¬¬' Tô amando demaaaais! Queria que vc atualizasse com mais frequência..maaaas eu já falei com vc,então,tudo certo,é só não simir da minha vda de novo,ok?! haha Aguardo muito ansiosa pelo desfecho (?) da história! beijos ;*

    2012-07-08
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