Ataque de Pássaros




Devo confessar que esse foi um dos capítulos mais difíceis. O texto de J. K. Rowling está tão completo e tantas outras pessoas já escreveram sobre o ataque de pássaros que temi fazer algo repetitivo demais. Decidi intercalar trechos inteiros do livro com outros originais, nos quais procuro falar dos sentimentos de Ron e Mione. Como sofrem esses dois! O amor é mesmo uma conquista. Se vocês sentirem um pouco a dor deles, terei alcançado o resultado esperado.
 


Um forte abraço,


Morgana 


P.S: Este post-scriptum vai ficar maior que a introdução, mas vamos lá. Depois que Lumos comentou que, ao ler o capítulo 5, teve vontade de invadir a fic para bater em Ron (fiquei feliz em saber que o texto está mexendo com as emoções!), decidi dizer algo a mais. Não é uma defesa, mas sim uma justificativa das atitudes do ruivinho. Aqui mesmo na fic ele já tentou explicar para Mione a sua insegurança (capítulo 4) ao falar da difícil disputa de espaço com os irmãos. Somado a isso, tem o fato de usar roupas e objetos de segunda-mão e de ter se tornado melhor amigo justamento do Menino-que-Sobreviveu e da menina mais inteligente da turma. Resumindo: ele não consegue se destacar em coisa alguma. Para piorar, a bruxinha pela qual o seu coração bate mais forte foi despertar o interesse de um ídolo do quadribol. Imagina então saber que rolou um beijo entre os dois? Ron fica ainda mais abalado ao perceber que Mione duvida das qualidades dele (seja para assumir a função de monitor ou para fazer boas defesas como goleiro). Desde o quinto ano, o mais jovem Weasley vem aumentando a sua frágil segurança e, goste a gente disso ou não, acredito que Rowling fez com ele se relacionasse com a Lilá para ajudá-lo nesse aspecto. Agora que conquistou uma menina (e bem bonita, por sinal), Ron começa a vislumbrar melhor a possibilidade de conquistar aquela que realmente ama. Sem falar que, se antes Hermione era sempre racional até nas cenas de ciúme, agora ela tem uma atitude totalmente passional e o ataca com pássaros. E Ron, que é uma pessoa passional, entende a mensagem (de inicio inconscientemente, é claro). Aguardo os comentários de vocês!


                                                            
         * * * * *


 


  






O ruivo acordou desanimado no dia do jogo e, durante o café da manhã no salão principal, foi saudado por uma exuberante e alegre Lilá. “Anime-se, Ron! Eu sei que você será brilhante”, disse a menina, mas o rapaz a ignorou.


Hermione chegou à sala a tempo de ver Lilá cumprimentando o amigo. Porém, ao perceber que ele se manteve indiferente à lourinha, ficou aliviada. Quase nunca se atrasava para o café, mas havia dormido mal pensando no comportamento estranho do rapaz, preocupada com seu péssimo desempenho como goleiro no treino e com a possibilidade dele fracassar no jogo, o que o tornaria mais inseguro e mal-humorado, e não conseguiu levantar cedo.


 “Como vocês estão se sentindo?”, Mione perguntou ao chegar à mesa na qual estavam sentados Harry e Ron, com os olhos fixos na nuca do ruivo.


Apenas Harry respondeu, dizendo que estavam bem, mas mal olhou para a menina. Estava concentrava em dar a Ron um copo de suco de abóbora. Hermione falou com autoridade:


- Não beba isso, Ron!


Em seguida olhou para Harry e disse que ela havia colocado algo na bebida. “Você ainda está com a garrafa em sua mão direita”, acusou. Suas palavras, como sempre acontecia ultimamente, soaram como um insulto para Ron. “Pare de mandar em mim, Hermione”, respondeu o ruivo, bebendo logo o suco.


Ron acreditou que havia tomado a Felix Felicis. Afinal, de alguma forma, a sorte pareceu sorrir para ele. Sentiu-se muito confiante e fez ótimas defesas. A vitória tão esperada no quadribol, e que parecia distante, aconteceu.


Ainda incrédulo com o próprio desempenho, Ron estava no vestiário com o melhor amigo quando Hermione chegou. A menina, muito agitada, dessa vez foi ainda mais clara, acusando Harry de ter colocado a poção da sorte no suco do ruivo. No mesmo momento, Harry tirou do bolso da jaqueta a garrafa ainda lacrada com o precioso líquido dourado e Mione ficou boquiaberta.


“Eu posso defender gols sem ajuda, Hermione”, disse Ron, olhando com desprezo para a menina e saindo do vestiário com a vassoura no ombro.


- Vamos para a festa, então? – convidou Harry, um pouco sem graça.


- Você vai! - disse Hermione que já começava a chorar - Eu estou cansada de Ron. Não sei o que é que eu fiz para ele passar a me tratar tão mal assim.


A menina também saiu tempestuosamente do vestiário. Mesmo se não queria participar da festa, teria que atravessar a sala comunal para chegar ao dormitório. Pensou em se refugiar na biblioteca, mas o que faria no meio de tantos livros aos prantos? Não achou uma boa ideia se esconder no banheiro. Corria o risco de ser flagrada chorando mais uma vez pela Murta que Geme. Decidiu então caminhar um pouco mais pelos corredores, os mesmos corredores que, como monitora, percorrera tantas vezes na companhia de Ron, tentando acalmar um pouco o seu coração e refletir sobre os últimos acontecimentos.


Decepcionado com Hermione, Ron se envergonhava de ter pensado em pedi-la em namoro na Festa do Clube do Sluge. “Eu ia fazer um papel ridículo. Uma menina que conquistou um famoso jogador de quadribol e que tem uma inteligência tão brilhante jamais se interessaria por um cara como eu. As atitudes dela como as de agora, quando duvidou da minha capacidade e só acreditou que eu fiz excelentes defesas usando a poção da sorte, mostram isso. Tenho que esquecer de vez Hermione e ficar com alguém que goste de mim assim como sou”, concluiu.


Logo o rapaz se lembrou de Lilá Brown. Desde que encontrou a loura na loja de Jorge e Fred, Ron começou a desconfiar que a menina estava interessada nele. A reação ciumenta de Hermione naquela ocasião foi uma primeira confirmação. Na última semana, quando passou a tratar mal a amiga depois de saber que ela tinha beijado Krum, notou ainda mais Lilá que, desde o primeiro ano, era sua colega de classe.


Lilá tinha cabelos louros sedosos, cacheados nas pontas, um sorriso bonito e encantadores olhos verdes. Sempre usava brincos, pulseiras e alguma maquiagem e era considerava uma das mais belas meninas do sexto ano. Apesar disso, Ron ainda não havia se interessado por ela até então.


Quando chegou à festa no salão comunal, Ron foi aplaudido por todos os colegas. Alguém lhe ofereceu um copo de cerveja amanteigada, que bebeu num fôlego só. Pouco depois, Lilá se aproximou para cumprimentá-lo. O ruivo imaginou que receberia no máximo um abraço, mas, para a sua surpresa, a menina pulou em seu pescoço e o beijou na boca.


Ron, a princípio assustado, logo retribuiu ao beijo. Foi espontâneo para ele pensar: “Agora vou tirar Hermione da minha vida”.


xxx


Depois de dar algumas voltas a mais pelos corredores da escola, retardando ao máximo a sua chegada à torre da Grifinória, Hermione ultrapassou o quadro da Mulher Gorda. Sua intenção era subir direto para o dormitório, sem falar com ninguém, e, de preferência, passando o mais longe possível de Ron. Já tinha sido maltratada o suficiente nos últimos dias.


No entanto, mal entrou no salão comunal, assistiu a uma cena que fez o seu coração paralisar. Ron estava abraçado e beijava Lilá Brown. Lágrimas sentidas no mesmo instante correram pelo rosto de Mione enquanto uma dor intensa a consumia por dentro. Precisava fugir dali e, passando mais uma vez pela Mulher Gorda, buscou refúgio na primeira sala vazia que encontrou.


Pensamentos confusos passavam por sua cabeça. Lilá nunca tinha duvidado da capacidade do ruivo como goleiro, assistia aos treinos, o incentivava, havia ocupado o espaço que Hermione não foi capaz de preencher. Mas a grande verdade era que a loura era mais bonita, mais simpática e mais atraente que ela. Ron sempre valorizava meninas assim. A raiva e decepção a levaram a pegar a varinha e, intuitivamente, fazer aquilo em que era brilhante.


- Avis! – murmurou, com muitas lágrimas escorrendo pelas faces, e um bando de passarinhos amarelos se materializou e começou a voar sobre sua cabeça.


Inesperadamente, a porta se abriu e Harry entrou. A última coisa que queria naquele momento era a companhia de alguém. Não desejava ser flagrada com aquele semblante de dor e o rosto coberto de lágrimas. Sem olhar para o amigo, o saudou.


- Oh, olá, Harry. Eu estava praticando – falou, sem conseguiu esconder a amargura da voz.


- Estou vendo... São realmente bons...


Hermione imaginou que o amigo a havia visto sair da sala comunal e queria conversar sobre Ron, quem sabe para mais uma vez tentar defender o ruivo. Decidiu ela mesma tocar no assunto e assim encerrar logo aquele momento tão constrangedor. Jamais tinha falado para Harry que era apaixonada por Ronald Weasley, mas intuía que ele sabia disso.


- Ron parece estar se divertindo na comemoração – falou com deboche.


Harry, que sempre tentava selar a paz entre os amigos, resolveu se fazer de desentendido


- Ah... Está?


- Não finja que não viu! – disse em tom um pouco agressivo – Ele não estava bem se escondendo, estava?


A porta se abriu mais uma vez e, para aumentar a angústia de Hermione, eram Ron e Lilá. O ruivo dava aquela risada espontânea da qual Hermione tanto gostava. Mas logo que os olhos azuis do rapaz encontraram os olhos castanhos da morena, ele ficou sério.


Quando encarou a amiga, Ron percebeu que ela estava zangada com ele. Os olhos vermelhos denunciavam que havia chorado. Será que era por causa da forma como a vinha tratando? Ou por que o tinha visto com Lilá? Não, isso não fazia sentido. Hermione não gostava dele, pelo menos da forma como o ruivo queria.


- Opa! – exclamou Lilá, afastando-se dele e saindo da sala que, para a sua surpresa, estava ocupada. Claro que imaginava que o ruivo a seguiria, mas ele resolveu cumprimentar o amigo.


- Oi Harry! Estava me perguntando aonde você teria ido... – disse, sem graça.


A mágoa cresceu dentro do coração da morena e se transformou em raiva. “Ron está ignorando minha presença aqui”, pensou Hermione. A menina sentia uma dor tão intensa que chegava a ser física. Como o rapaz podia trocar a companhia dela, uma amizade de seis anos, por uma menina tão superficial? Superficial e bonita, pensou ainda com mais rancor. Com o seu melhor tom de indiferença, dirigiu-se ao ruivo, enquanto se encaminhava para a porta.


- Você não devia deixar Lilá esperando lá fora. Ela vai se perguntar aonde você terá ido.


Quando viu que o rapaz não reagia a aquela provocação, a raiva de Mione aumentou. Seu coração doía com tamanha intensidade que parecia sangrar e, num ato de desespero, com as mãos trêmulas, ela empunhou a varinha em direção a Ron, que arregalou os olhos azuis.


- Oppugno! – gritou, comandando os pássaros que começaram a atacar o garoto. Parecendo não escutar os gritos de dor do ruivo, Hermione saiu correndo e esbarrou na porta com Lilá, que voltava para procurar por Ron.


xxx


Hermione passou de forma discreta e rápida pela sala comunal, que estava repleta de alunos, sons de música, risos e conversas animadas. Tudo isso contrastava ainda mais com a dor que parecia paralisar seu coração. Subiu correndo as escadas até o dormitório, que estava vazio, e jogou-se na cama.


A menina fechou as cortina e usou o feitiço silenciador e o de imperturbabilidade para poder se isolar de tudo e todos ao seu redor. Agora finalmente se permitiria chorar com vontade, soluçando de dor e revolta.


Foi uma longa e dolorida crise de choro. Sentada na cama, o seu corpo todo tremia e lágrimas pesadas desciam até o peito. Não saberia dizer quanto tempo passou aos prantos, mas, aos poucos, foi se acalmando e começou a pensar nas razões de tanto sofrimento e rancor.


Como sentia raiva de Ron! Tinha esperado que o ruivo a convidasse para o Baile de Inverno do quarto ano, mas ele só queria saber de levar como acompanhante as bruxas mais bonitas. Acreditou que o rapaz se declararia no quinto ano, depois de tantos momentos de confidência e cumplicidade, mas Ron continuava a tratando como amiga. Agora, no sexto ano, ousou convidá-lo para o Baile do Sluge e o ruivo, depois de agir como um verdadeiro cavalheiro por alguns dias, começou a tratá-la com desprezo, como se ela tivesse cometido um crime! E para piorar, agora agarrava e beijava uma menina na frente de todos, no meio da sala comunal.


Ela sabia que sentia tamanha raiva por que era muito grande o seu amor pelo ruivo. Hermione guardava o seu sentimento pelo amigo em segredo. Não havia compartilhado isso com ninguém, nem com a sua mãe.


Por alguns instantes, deixou o coração se esvaziar da raiva e naturalmente recordou, como já fizera tantas vezes antes, a sua trajetória com Ron. Lembrava que, quando anunciaram o Baile de Inverno, ela se surpreendeu com a força com que desejou ser convidada pelo ruivo.


Nesse momento enxergou tudo com clareza: os seus sentimentos contraditórios pelo rapaz indicavam que não o queria mais apenas como amigo. Irritada com o fato de Ron não cogitar sequer sua companhia e pensar em convidar apenas meninas que considerava bonitas, ela resolveu aceitar Krum como seu par no baile.


Jamais imaginou que Ron teria aquela reação ciumenta ao vê-la com Krum no baile. Pelo menos tinha sido assim que interpretara a atitude do amigo. Mas agora, distanciada no tempo, achava que talvez o ruivo tenha reclamado dela estar com o búlgaro apenas por acreditar que o jogador era rival de Hogwarts no Torneio Tribuxo.


Mas o jeito que havia olhado para ela no baile, parecendo assustado e encantado? Cortou essa lembrança decidida: “Não importa mais. Aquele momento passou e eu perdi Ron para Lilá”.


Logo uma outra imagem tomou conta de sua mente. Lembrava dela e Ron andando pelos corredores da escola no quinto ano, cumprindo a função de monitores. As muitas conversas desses momentos a levaram a conhecer ainda mais profundamente o rapaz e fizeram com que, a cada dia, Mione se tornasse mais enamorada pelo ruivo.


A morena, no entanto, era orgulhosa e reservada demais para expor esse sentimento, que guardou como o seu mais precioso segredo. Ao mesmo tempo, a aparente indiferença do rapaz, o seu jeito desligado e o fato de não conseguir disfarçar quando achava uma menina atraente a deixavam profundamente irritada, o que levava Mione a falar de forma rude com Ron.


Apesar de toda a mágoa pela cena que acabara de presenciar, Hermione não conseguia evitar essas boas lembranças. No início do sexto ano, Ron estava mais atencioso do que nunca e, depois que Mione o convidou para o Baile do Sluge, chegou a admitir que tinha ciúmes dela. Ciúmes de amigo?


Há uma semana tudo mudou de repente e Ron começou a tratá-la muito mal e a evitar a companhia dela. Quando tentou descobrir o porquê, recebeu uma resposta agressiva, sendo acusada de sabe-tudo insuportável e de esconder muitos segredos dele. Essa atitude do ruivo doía especialmente pelo fato de estarem em um momento tão bom. Será que o amigo tinha mudado da noite para o dia por causa da Lilá? Não valia a pena pensar mais sobre isso, até porque não conseguira chegar a qualquer conclusão. O fato é que ela e Ron estavam muito, muito distantes um do outro.


Foi nesse momento que a dura verdade a despertou. “Lilá com certeza não ama Ron como eu amo. Não quer transmitir segurança a ele, ajudá-lo a acreditar em si, a se esforçar para alcançar melhores resultados no estudo, no quadridol”, refletia, voltando a chorar copiosamente.


Mas o seu lado racional a lembrou que ela tinha fracassado em sua missão. Ron continuava inseguro no quadribol e tinha jogado bem apenas por acreditar haver tomado a poção da sorte. O rapaz ainda não era muito empenhado nos estudos e não precisava da amizade dela, pelo contrário, a desprezava.  E o pior: continuava interessado apenas em meninas bonitas, superficiais e divertidas, como Lilá.


O coração de Hermione doía muito, parecia ter sido atingido por uma Cruciatus. Como se sentia ridícula por prezar tanto a racionalidade e não conseguir controlar a emoção, atacando o amigo com os pássaros.


Hermione já estava chorando há mais de uma hora e, no meio da desolação e do abatimento, tomou uma decisão.


“Ron está saindo definitivamente da minha vida. Não vou derramar mais uma lágrima por quem não mereceu minha amizade e muito menos o meu amor”.


Algumas lágrimas ainda teimaram em sair dos olhos da menina, mas o cansaço a venceu e, em poucos minutos, adormeceu decidida. Já enfrentara desafios maiores, agora dedicaria todo o seu empenho e inteligência para esquecer Ronald Weasley.


Enquanto Hermione chorava e lutava com seus sentimentos escondida no dormitório, Ron tentava se divertir na festa e, de modo especial, esquecer da existência da amiga. Se Mione não acreditava nele, não a queria mais em sua vida.


Não era fácil, porém, apagar a presença da inteligente bruxinha. Até as feridas nos braços e mãos causadas pelos pássaros conjurados pela morena o faziam lembrar, mesmo se com raiva, dela.


Esforçava-se para concentrar toda a atenção em Lilá Brown, desejava sinceramente gostar da lourinha que era sempre tão simpática e atenciosa com ele.


Foi dormir feliz com a dupla conquista: no quadribol e na vida amorosa. Porém, ao fechar os olhos, para a sua surpresa, não foi o rosto de Lilá e sim o de Mione que invadiu os seus pensamentos. “Hermione não existe mais para mim”, repetiu para si mesmo várias vezes antes de pegar no sono.


xxx


Na semana que se seguiu após a festa pela vitória da Grifinória, Ron e Hermione se distanciaram ainda mais. Parecia que nunca haviam sido amigos. Evitavam se olhar, desviavam um do caminho do outro, sentavam distantes nas aulas, no refeitório, na sala comunal. Não era muito fácil manter esse comportamento, já que dividiam a mesma casa e o mesmo amigo. Harry sofria em ver toda aquela situação, mas sabia que os dois eram cabeças-duras e não tinha muito o que fazer.


Quando Ron reclamou com Gina da atitude da morena, dizendo que ela perdera qualquer razão, caso tivesse alguma, ao atacá-lo com os pássaros, ouviu algo inesperado da irmã. A ruiva lembrou que Hermione, apesar de ter um ótimo coração, era possessiva e temperamental.


- Ela não gostou de ver você agarrado com Lilá. Também eu não entendo porque você foi se envolver com aquela menina – questionou a irmã.


Mas Ron só começou a se dar conta de que também havia cometido erros quando Gina afirmou:


- Você e Hermione estavam tão bem, iriam juntos à Festa do Sluge, pareciam até um casal de namorados. Depois, sem qualquer explicação, você começou a tratá-la mal e ainda ficou com outra garota.


- Mione e eu não temos compromisso algum. Portanto, é um problema meu quem eu namoro ou deixo de namorar – respondeu o rapaz irritado.


Gina lembrou Ron que ele também tinha agido de forma possessiva quando soube do envolvimento de Hermione com Krum. Ainda mais emburrado, o rapaz tratou de encerrar logo a conversa com a irmã.


Hermione também precisou se confrontar com a própria atitude ao ser abordada, inesperadamente, por Luna.


- O que fez com Ron? Ele está com as mãos e braços todo machucados. Não acredito que você mandou os pássaros que conjurou atacá-los... Isso vai contra o Código da Magia que diz...


- Luna, por favor, eu dispenso a citação do código. Sei perfeitamente bem que só podemos atacar inimigos.


- Você considera Ron seu inimigo? – perguntou a menina que não tinha medo de dizer tudo o que pensava.


- Digamos que sim...


- E ele se transformou em inimigo simplesmente porque está namorando a Lilá...


“Simplesmente porque está namorando a Lilá? Como Luna diz isso. Não é simplesmente, é algo muito grave. Mas espera aí? Não posso deixar que ela continue a se meter em minha vida.”


- Luna, eu agradeço a sua preocupação, mas não quero falar desse assunto.


Apesar de ter se arrependido por machucar Ron com os pássaros, Hermione era orgulhosa demais para admitir o seu erro e pedir desculpas. Continuava muito chateada com o rapaz e disposta a manter o gelo até o fim. Também nisso eram mais parecidos do que imaginavam. Os dois queriam cortar relações definitivamente, ignorando que o sentimento de raiva escondia o grande amor que tinham um pelo outro.


xxx


Para ouvir antes, durante ou depois de ler o capítulo: 


Lonely Is The Night


http://irpra.la/m/42415 


Really thought that I could live without you
Really thought that I could make it on my own
Sent you away yeah I said I didn't need you
I let you go I let you go I let you go
Now I'm so lost without you
Now you're not here and now I know 


Lonely is the night when I'm not with you
Lonely is the night ain't no light shining through
Till you're in my arms till you're here by my side
Lonely am I
(…) 



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Comentários (6)

  • Morgana Lisbeth

      Oi, Lumos! Bom saber que você não desistiu da leitura, mesmo depois da compreensível raiva de Ron (rs).  No próximo capítulo tem mais “dor de cotovelo”.  A história deles é longa, mas aos poucos vão vencer os medos e se tornar cada vez mais próximos. :)  

    2012-04-25
  • lumos weasley

    Capítulo bem sofrido. E o pior é que eles sofrem por causa da timidez e o medo, q pra mim são os piores conselheiros. Eu torço para que eles fiquem bem rápido. Coitada da Mione, deu até vontade de consolar ela. Poxa nessas horas cadê a Gina pra dar uma força?Ps: tenho curtido as músicas.Bjs! até o próximo capítulo. 

    2012-04-24
  • Morgana Lisbeth

    A gente sofre e se alegra com Ron e Mione, não é, Lily? Bom saber que consegui passar um pouco dos sentimentos experimentados pelos dois. Vem mais emoção por aí!

    2012-04-24
  • Morgana Lisbeth

    Olá, Gego! Obrigada pelos seus comentários sempre imediatos e estimulantes. :) Infelizmente, Mione vai sofrer ainda mais (e Ron Também). Mas depois os dois vão viver momentos bem fofos!

    2012-04-24
  • Lily_Van_Phailaxies

    Adorei os capítulos!Deu para ficar bem triste com as cenas, ou seja, parabéns vc conseguiu transmitir muito bem o sentimento tanto de Rony quanto de Hermione.Os cabeças duras mais adoraveis, mesmo após pássaros assassinos!Até o próximo capítulo

    2012-04-24
  • Gego

    Até eu fiquei triste pela Mione. Esses dois...Ficou ótimo o capítulo, sabia que ia valer a pena esperar. E a música foi uma sacada perfeita.Parabéns. :* 

    2012-04-24
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