Esperanças e Algumas Coisas Ma

Esperanças e Algumas Coisas Ma



Hoje é noite de Lua cheia. Remus tremia dos pés a cabeça. Hoje é noite de Lua cheia. Ele não conseguia parar de pensar nisso. Escondido embaixo dos cobertores o menino tentava reprimir as lágrimas. A poção de acônito pairava sobre o criado mudo, ela tinha um gosto horrível e cheirava a cachorro molhado. A poção ajudava um pouco, mas não era o suficiente para acalmar os nervos do aniversariante.


Hoje não é somente noite de Lua cheia mais também é dia dez de março, aniversário de onze anos do pobre menino lobisomem. Um dia que poderia marcar sua vida como bruxo, mas ele já tinha perdido as esperanças de receber a tão esperada carta, ao escutar escondido, uma conversa dos pais:


–Ele não vai receber a carta! Você tem de para de dar esperanças á ele!- A mãe como sempre estava chorando.


–Não vão deixar ele de lado, conheço Dumbledore, tenho certeza que ele receberá a carta.


–Eu não deixarei meu filho correr perigo nessa escola, o que as outras crianças não podem fazer com ele? Crianças são más e não vão ser menos com ele nesse estado!


–Veremos...


–NÃO! NÃO VERMOS NADA! Eu sou a mãe dele, sei o que é melhor para ele! Ele não vai e ponto! Nem que o próprio Dumbledore o leve no colo e prometa dar sua vida para protegê-lo! Não quero saber, ele não vai sair daqui.


 


Ao escutar em alto e bom tom a opinião da mãe sobre sua ida para Hogwarts suas pernas ficaram bambas e ele tentou entrar no quarto sem fazer barulho, mas na raiva John batera a porta com força.


Ele não iria Recber a carta. Ninguém com bom senso o suficiente não deixaria um lobisomem andar com pessoas normais, ninguém arriscaria a vida para fazer companhia para um perigoso lobisomem.


–É o que você é, um perigoso e asqueroso lobisomem!- O menino engoliu uma taça fumegante da poção.


As lágrimas escorriam pelas bochechas pálidas, o ardor em sua garganta se misturava ao nó que se formava ao conter um grito de raiva. Ele olhou para o relógio de pulso que ganhara do pai, já marcavam seis horas da tarde, hora da tortura.


A mãe bateu na porta e enfiou a cabeça para dentro.


–Está na hora querido.


Os dois andaram em silêncio até o porão onde a mãe cautelosamente verificou se as correntes e grilhões estavam em condições de uso. O menino sentou se ao lado da parede e deixou que a mãe o prendesse e apertasse ele contra as correntes. As mãos e pés presos por correntes grossas presas a parede de pedra reforçada por magia.


A mãe lhe deu um beijo e com o olhar mais piedoso possível perguntou:


–Tomou a poção toda?


Remus simplesmente balançou a cabeça em concordância.


–Você vai ficar bem... Vai dar tudo certo. Ela desviou o olhar para a porta e concluiu. –Te vejo amanhã de manhã certo?


O menino mergulhado em lágrimas, abandonado no porão, acorrentado a um futuro incerto.


A mão abraçou forte o marido no momento em que a luz da imponente Lua encheu o jardim e um grito que lutava há tanto tempo escapou do menino no porão.


Ele se contorceu e gemeu, os gritos eram tão altos ecoando no porão que machucavam os ouvidos do menino, que agora se apresentava completamente diferente, o focinho cheirava o ar em volta e as garras tentavam se livrar das correntes, mas nada funcionava.


Um uivo triste de arrepiar qualquer um e o canto de uma coruja se confundiu na noite. A coruja deixou escapar de suas pequenas garrinhas uma carta num envelope de pergaminho amarelado recém selado com o emblema gravado na cera vermelha onde podia se ler as pequenas palavras:


“Draco Dormiens Nunquam Titillandus”

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