inception parte 2



Não precisei procura-la por muito tempo, pois o cabelo ruivo de Gina destacava-se na cafeteria.


Olhei para os lados, sentindo algum incomodo desnecessário por aquela situação. Mas não era como se eu estivesse fazendo algo ilegal, de qualquer forma.


 Ela sorriu quando me viu, de maneira sutil, mexendo as sobrancelhas como se dissesse Senta aí, Harry enquanto dava um longo gole em seu café.


Pedi a garçonete um cappuccino, e quando voltei os olhos a ela, sua expressão era um misto de diversão e medo, o que fez com que eu franzisse meu cenho em resposta, antes mesmo de termos começado a falar sobre o que quer que significasse aquele encontro urgente que Gina pedira.


− Então...? – Perguntei, sem entender a razão daquele convite súbito. – Como está? – Disse, tentando amenizar o silêncio.


− Mais ou menos... – A ruiva começou. Parecia nervosa. Suas mãos brincavam com a colher em sua xícara.


− Está começando a me assustar... – Pausei, observando o efeito de minhas palavras em seu rosto, que atingiam um tom escarlate. – O que houve?


− Existem algumas coisas que eu preciso, hm – E mordera o lábio inferior. – Digamos, esclarecer.


− Certo. – Concordei, afinal de contas, precisava (não sabia como) explicar-lhe que os velhos encontros não se repetiram por... Algum tempo. Pelo menos enquanto a coisa com Hermione estivesse acontecendo.


Não queria qualquer tipo de desconforto entre as duas. Sabia que a probabilidade de Hermione realmente se importar era mínima, e só de pensar em questionar se a coisa beirava a monogamia, eu conseguia imaginar o olhar chocado de Hermione, chamando-me de antiquado ou dando a impressão que não entendia as coisas.


Repreendi-me por estar – de novo! – preocupando-me com a opinião de Hermione sobre o que quer que fosse. Não é como se eu precisasse de sua permissão para resolver meus problemas, certo?. Convenci-me que havia decidido terminar com Gina não por ser um idiota que se importava demais com o que minha melhor amiga dizia, e sim porque eu não era esse tipo de cara. Que transava e mantinha casualidades múltiplas. Não havia necessidade pra esse tipo de coisa.


Gay, meu cérebro murmurou, sarcástico.


Idiota, respondi, tentando me concentrar no que Gina estava falando, já que só agora eu havia me dado conta que ela parecia explicar algo.


− Desculpe... O que disse? – Perguntei, desta vez curioso.


− Eu gosto de você, Harry James. – Pausara, divertida, voltando a se parecer com a Gina corajosa e ousada que eu me lembrava. – Mas essa é a última vez que eu vou... Tentar. – Dera um gole em seu café, enquanto eu digeria o conteúdo da sua afirmação. – Eu vi o jeito que você a olhou naquele d-


− Quê? – Gaguejei, confuso.


− Está apaixonado, não está? – Perguntara, como se minha expressão de choque não fosse o suficiente para negar sua teoria.


Eu não estava apaixonado por Hermione, disso eu tinha certeza!


− Não. – Vi-a erguer uma de suas sobrancelhas. – E não preciso ficar me justificando. Não tenho porque mentir.


− Você não me engana, Harry. – A ruiva falara, desta vez sem querer protestar. – Mas vai negar que está acontecendo alguma coisa entre vocês?


Revirei meus olhos. Por Merlin, aquilo era pior que um término!


− Aconteceu há alguns dias, depois daquela noite. E é só sexo. – Observei-a rir, irônica.


Colocou uma parte de seus cabelos atrás da orelha, e tinha um ar que me fazia sentir como se eu estivesse fazendo algo muito errado.


− Vocês são dois idiotas, mesmo. – Confirmara, e pude notar alguma evidência de amargura em seu tom. – Hermione é uma pessoa sensata, deve saber que ela jamais cometeria um impulso desses a toa. E também deve saber que ela sempre acha que tem a obrigação de estar certa. Então se ela acha que vocês são casuais, vocês o serão. E só. Nada vai convence-la do contrário.


− Hm, tá. – Concordei, sem compreender seu discurso. – Não quero convence-la de nada.


− Você não me engana, Potter. – Recomeçou, fazendo-me sentir um crápula cheio de planos. – O que quero dizer é que eu sei o que eu quero, eu sou capaz de assumir isso, mas Hermione não. Estará sempre perdendo o seu tempo... Você fez a escolha errada. – Concluiu, levantando-se da mesa, sorrindo leve (ou tristemente?), e saindo da cafeteria.


Assim que a observei passar pela porta senti vontade de gritar EU NÃO QUERO CONVENCER HERMIONE DO CONTRÁRIO!, mas eu não queria mais parecer tão idiota quanto todos me julgavam.


--


Ela me beijava com intensidade, arranhando minhas costas, enquanto eu me movia sobre seu corpo, e a cada movimento mais intenso, a ouvia gemer.


Ao longo dos anos, eu apreciava milhares de coisas em Hermione, e me sentia sortudo (?), orgulhoso... Bem, não sei a denominação correta disto, mas eu me sentia “...” por conhece-la melhor que qualquer outra pessoa.


E não porque eu era observador ou detalhista, e sim porque aquilo ocorrera de maneira natural. Eu não sabia ignorá-la. Lembrava dos sorrisos, do jeito mandão. Da maturidade precoce. Dos abraços fortes toda vez que passava as férias longe de mim e Rony.


Mas quando eu estava dentro dela, sentia que todos esses anos não eram o suficiente, que eu não a conhecia de verdade. Aquela parte nova, tê-la sob mim, e os olhos, e entender como ela agia, era tudo novo.


As palavras de Gina rondavam a minha mente, como se fossem policiais fazendo patrulhas em uma cidade deserta. Incomodavam, irritavam-me, e eu não entendia o porquê.


“Então se ela acha que vocês são casuais, vocês o serão. E só. Nada vai convence-la do contrário”. “Eu não desejo convence-la do contrário!”, respondo, embora saiba que pensar isso só esclarece as coisas a mim mesmo. E a ideia de eu precisar confirmar a casualidade toda a porra de hora era o que tornava a minha sinceridade um apelo ridículo.


Por isso, quando terminamos, censurei-me por de novo querer aquelas coisas banais que ela tratava como se fosse um esforço desnecessário.


Perguntava-me como algo tão surreal quanto possuir Hermione poderia ao mesmo tempo ser algo tão incomodo.


Levantei-me da cama, apesar do cansaço, louco para sair dali.


Não queria seguir aquele ritual de dar o prazer que ela me olhasse com aqueles olhos de Somos amigos, Potter, sorrisse  e logo depois virasse para o outro lado, como se intimamente desejasse que eu me aparatasse para meu próprio apartamento.


− Ei. – Ouvi sua voz, um som confortável e familiar que me fez sentir vontade de beijá-la até deixar seus lábios dormentes. – Aonde pensa que vai? – Perguntou, passando a mão em meu peito, com o rosto em meu ombro, arrepiando-me, enquanto eu pensava em uma boa desculpa para sair dali.


− Preciso... Terminar alguns relatórios do Ministério.


− Que relatórios? – Perguntou, e sua voz já não me parecia uma carícia.


− Você sabe, o de sempre. – Afirmei, colocando a minha calça.


Suas mãos não estavam mais em mim. Nem seus olhos.


Murmurei qualquer frase de despedida e aparatei.


 
--


 


Sim, capitulo idiota ): Harry idiota. Mas enfim, vou tentar melhorar a situação na próxima. Comentem! 

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Comentários (3)

  • Coveiro

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSS

    2015-02-07
  • Thaizy

    Está fantástico, continue atualizando, estamos com caréncia de fics hh boas assim!

    2014-06-02
  • Tality

    Que bom que você voltou! Gostei muito o capitulo! 

    2014-05-17
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