O que o tempo não apagou



- Harry Potter... – sussurrou ela no ouvido dele da forma mais provocante que conseguiu enquanto tocava uma música de ritmo acelerado e totalmente envolvente. Gina dançava de uma forma que o moreno nunca imaginava que um dia ela dançaria. Ela se balançava com movimentos tão...ah...ele só sabia que ela se encontrava no momento mais sexy de toda sua vida.


- O que foi, amor? – ele perguntou em resposta com uma voz um tanto quanto rouca caracterizando seu nervosismo quanto a dança da namorada.


- Se movimente mais, vem... – ela puxou os braços dele, os colocando em sua cintura. Harry tinha as mãos um pouco tremulas e ela sentiu isto. Riu alto.


- Qual o motivo do riso? – perguntou desconfiando que a ruiva estava debochando dele, já que dançava muito mal.


- Você está tremendo... tem algum motivo para ter medo de alguma coisa aqui no baile? – ela esboçava um sorriso lindo. Pena que tinha sido ofuscado por um fantasma. Que na real, não era um fantasma de verdade, e sim um fantasma de seu passado que fez seu coração acelerar. Mas não podia ser, ele não podia estar se sentindo daquela maneira ao vê-la naquele vestido rosa que a deixava tão perfeita, fazendo com que todas as garotas que se encontravam naquele salão tivessem seu brilho apagado, inclusive Virginia Weasley.


Cindy Fokfulli vestia um longo rosa, tinha as madeixas loiras que iam até metade das costas soltas e uma maquiagem que escondia qualquer irregularidade de sua face. Ela podia sentir que Harry Potter a olhava de cima em baixo, mas fazia de conta que não se importava. Dançava animadamente, mas nem por isso de forma indecente como Gina estava. Fazia um tempo que a loira havia se acostumado com o fato do moreno ter começado a namorar a caçula Weasley. Se acostumou, mas não deixou de gostar dele um minuto sequer. No começo havia sido muito difícil ouvir as palavras que ele havia a pronunciado de forma totalmente injusta e grossa, e seu mundo pareceu ter desabado. Porém por mais que tentasse, não conseguia parar de pensar no menino-que-sobreviveu, e ainda tentava entender o porquê ele havia feito tudo aquilo com ela. Se perguntava se não havia sido a forma mais fácil de livrar-se dela para começar a se envolver com a ruiva, mas a teoria não se encaixava, visto que ele demorou um certo tempo para namorar com Gina, não havia sido de imediato. Ela havia mesmo se acostumado, mas ainda tinha esperanças de um dia ele vir até ela e se desculpar, fazendo de tudo para voltarem a ter uma relação amorosa. E agora sentia-se muito mais esperançosa, talvez ao vê-la tão bela, Potter tenha se tocado do que desperdiçou para ficar com aquela grifinória baranga, porém não podia olha-lo tão abertamente, não. Não queria que ele percebesse que ainda pensava nele, ele tinha de vir falar com ela se sentindo rejeitado. Era assim que tinha de ser.


Harry Potter agora só conseguia ver aquele anjo que dançava com Oliver Johnson da Corvinal. Até havia parado de tentar dançar, não fazia sentindo querer fazer outra coisa quando tudo parecia ter de estar a analisando já que sua beleza merecia. Ele estava esperançoso por um olhar, um olhar sequer, e quando o recebeu tão rápido, sorriu animado. Esquecera dos demais, esquecera de Gina, só havia Cindy Fokfulli naquele salão. E ele. “Não...ela mentiu pra mim, faltou com sua palavra...” pensou “Droga, pensei que já havia a esquecido...e além do mais, estava tão certo de que amava Gina que...” e então voltou a si. Mirou Gina que também havia parado de dançar e o lançava um olhar tristonho, quase que chorando.


A ruiva não era cega. Vira Harry olhar abobado para a Lufa-Lufa. Por que tudo tinha de desabar justo neste dia? Justo quando estava certa de que teria sua primeira vez com seu amado? Sentiu uma lágrima cair morna em sua face. Mas como? Ela estava certa de que Harry estava apaixonado por ela mesma, então por que ele a olhava assim? Aquela piranha havia feito alguma coisa, só podia ser. Começara a chorar desesperada, soluçando alto. Algumas pessoas em volta agora a olhavam preocupados.


- Gina...- Harry disse numa voz terna que a aborreceu.


Mas não adiantava. Nada do que ele a falasse agora iria fazer aquilo parar de doer. Aquela vaca loira tinha de pagar. Tudo que Gina havia feito por Harry tinha sido jogado pela janela. Secou as lágrimas com as mãos e fitou Cindy com fúria, estava na hora daquela garota aprender a não se meter mais na vida de Harry Potter. Respirou fundo e foi em direção da Lufa-Lufa.


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Estava pensando no local mais que perfeito. O lago estava quase que tomado por casais em plena puberdade, ou seja, pouco apropriado. Os corredores pouco utilizados se encontravam no mesmo estado, e chegava a ser nojento para seus ouvidos, sendo que em um destes estava ocupado por Pansy Parkinson e Rony Weasley se beijando e mal perceberam a presença deles já que estavam tão entretidos. “Que horror, eu não acredito que a Parkinson está mesmo com este pobretão, chega a dar pena” pensou. Hermione estava muito quieta o que era muito estranho, pois momentos antes ela não parava de falar. Deveria estar remoendo o assunto “Draco Malfoy”. Riu alto. A castanha nem percebeu e continuou andando ao lado de Kesburne que ao chegar na frente da Sala Precisa a perguntou se ela gostaria de entrar.


Hermione Granger fez que sim com a cabeça, já mal conseguia pensar direito no que estava fazendo, mas sabia que com William tudo era seguro.


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“Diabos” sentia sua cabeça com pensamentos a mil. Como deixara tudo aquilo acontecer? Estava certo de que poderia retomar o plano, que poderia arrancar tudo de Hermione sem ao menos sentir novamente algo por ela. Cerrou os punhos com força ao pensar pela milésima vez o que Kesburne estaria fazendo agora para arrancar o que ela sabia. Sentia vontade de sair correndo e a pegar dele, não deixa-lo tocar nela...porém se fizesse isso seria sua morte. Era ela ou ele. Respirou fundo. Os casais espalhados pelos arredores estavam começando a incomoda-lo, o faziam recordar de horas antes com Hermione. Por que sentia tudo aquilo com ela? Por que sentia aquele grande desejo de a ter só pra ele e para sempre? Por que sentia vontade de largar tudo e fugir com ela? Era a primeira vez que deixava-se questionar coisas do tipo.


- Granger... – sussurrou.


- Falando sozinho, Malfoy?


Draco virou para trás e viu Berenice Carton o mirando com uma expressão provocante. A corvinal ia no 6o ano, tinha cabelos castanhos ondulados do mesmo comprimento dos de Hermione e os olhos azuis claros. Estava com um vestido roxo que ia até acima dos joelhos e que a valorizava. O loiro lembrou-se do dia em que havia dado uns malhos na castanha meses atrás.


- Está acordado?- ela perguntou após não receber resposta alguma.


- Ahn...sim. – “Granger...o que você está fazendo agora?”


- Não parece...- a garota se aproximou do rapaz deixando-o inalar seu perfume de margaridas – mas, pode deixar que eu trato de te acordar, baby.


Quando Draco viu, a garota já havia se agarrado a ele de uma forma incrivelmente rápida. Se abraçava a ele o beijando o pescoço.


- Nunca esqueci de você... – ela sussurrava no ouvido dele – Sabia que todas as garotas de Hogwarts que você pegou dizem o mesmo?


- Aé? – perguntou o sonserino mostrando mais interesse do que na verdade sentia.


- É... você é o mais gostoso dessa escola...- ela agora beijava de leve a boca dele com alguns intervalos para falar – ganha disparado...


- Interessante. – ele levantou a sobrancelha do jeitinho que só ele sabe fazer. A garota pôs-se a beija-lo de forma mais intensa e ele tratou de acompanha-la no intuito de esquecer o que poderia estar ocorrendo com a grifinória. Segurou a cintura dela com força e começou a beija-la de forma mais brutal, mas aquilo não adiantava. A imagem de Kesburne beijando Hermione após arrancar toda a verdade dela penetrava sua mente. “Ele não irá beija-la, claro que não... ele só quer saber do Potter” tentava convencer-se enquanto sentia Berenice se abaixando para abri-lhe a calça. Pouco adiantava, sua mente insistia em mostrar cenas do tipo William colocando a mão dentro do vestido dourado da grifinória e ela pedindo mais, dizendo que nunca compararia o castanho com o ele e que pouco se importava com o que ele espalharia para escola.


Sentiu suas calças caírem. Berenice agora o fitava, mas ele não a mirava. Sentia uma vontade imensa de sair correndo até o salão principal em busca da garota, não podia...não podia deixar outro a beijar...não...Sua cabeça agora queimava.


- Idiota! – ele disse pra si mais alto do que queria.


- O que? – perguntou Berenice se levantando.


- Nada...


- Eu ouvi muito bem, você me chamou de idiota!


- E se chamei? – perguntou no seu tom usual a zombando.


- Vai a merda! – ela se fingiu de sentida e saiu esperando que ele viesse atrás dela o que na realidade nunca aconteceu.


Suspirou, precisava fazer o que sentia. Não podia mais se deixar levar apenas por planos futuros, tinha de pensar no presente.


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