A casinha



Era simplesmente impossível se ter um almoço agradável ao lado de Pansy. A garota não conseguia parar de falar sobre as vitrines, e o que ela gostaria de ganhar em seu aniversário. Draco quase explodiu de fúria, mas se controlou, já que o estabelecimento estava cheio. Ao terminar de comer, pagou, e tratou de se retirar, não queria passar mais nenhum minuto de seu dia com a morena. Ela quase começou a chorar quando ele a deu mais um fora, mas firmemente andou no sentido oposto ao que Draco andava.



O loiro estava furioso. Com tudo. Com Pansy, com Rony Weasley, com Hermione, e até consigo mesmo. Ele estava se odiando por pensar na garota filha de trouxas. Caminhou, caminhou, caminhou. Mas acontece que a imagem dela não saía de sua cabeça. Irritado, procurou por um lugar silencioso e sem ninguém. Encaminhou-se para trás de uma casa da qual parecia fechada há muitos anos, e atrás desta, avistava-se uma pequena casinha, muito velha também, porém aberta.



A casinha era de um verde claro, e muito simples. Curioso, entrou para ver do que se tratava. Não havia ninguém aparentemente. Havia uma sala, um pequeno quarto, um banheiro e uma cozinha. Sentou-se na poltrona verde-musgo da sala. Respirou fundo. Hermione não saía de sua cabeça. Não, não poderia estar sentindo algo pela garota.



Viu algo de mexer atrás do enorme baú de madeira que se encontrava logo a sua frente. Deu um pulo. O que poderia ser?



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Rony decidiu ir procurar Hermione. A garota estava demorando muito para voltar, e havia dito que só daria uma volta. Atencioso, observava as lojas do povoado bruxo com o devido cuidado. Ele estava preocupado com a amiga, e se algo de ruim tivesse acontecido com ela? o que seria dele? Ele respirou fundo e continuo procurando. Ele gostava muito de Hermione, e queria poder tê-la, mas desvendar isso para garota poderia ser o fim de sua amizade, e ele preferia ser amigo dela do que não poder nunca mais falar com ela como sempre falou. Teve seu coração disparado quando viu uma garota de cabelos castanhos cacheados iguais ao da garota dentro de uma loja. Correu, entrou e a olhou. Ficou desapontado ao perceber que na verdade não era Hermione. Estava se retirando, quando uma garota de cabelos negros e curtos, da casa inimiga, o chamou. Se virou e fitou Pansy com desdém.



- O que você quer, garota? Fale logo estou procurando Hermione.



- Ora, ora, procurando a namoradinha? Quem sabe ela não esteja por aí com algum desqualificado da raça dela se amassando? – ela disse entre risadas.



- Veja como fala da Mione. – se zangou Rony.



- O que foi, Weasley? Tem ciúmes da sangue-ruim?



- Não a chame assim! – gritou.



- Eu a chamou como quiser.



A sorte de Rony era que não havia quase ninguém nas ruas. Ele pode pegar a garota pelos cabelos.



- Vá lavar essa sua boca, Parkinson.



- Larga meus lindos cabelos, seu pobretão! – ela berrou.



- Pois não vou soltá-los até a srta se desculpar por ter chamando a Hermione daquele jeito!



- Não vou me desculpar por falar a verdade.



Ele tratou de pegar mais algumas mechas do cabelo da sonserina.



- Acho melhor você se desculpar logo. – ele disse furioso.



- Não, não e não. – ela insistia. Na verdade nem estava mais ligando para a dor que estava sentindo. Ela tinha Rony ao seu lado. E ele cheirava tão bem... aquele perfume a deixava entorpecida. Os olhos azuis dele a ameaçavam, e ela gostava disso. Sim, ela amava Malfoy, mas não da forma como as pessoas amam, não. Na realidade ela nem sabe ao certo o que é amor. Mas amava Malfoy, amava as coisas que ele podia a dar, as coisas que ele representava, as coisas que ela passava a ser ao lado dele, as coisas que ela passaria a ser se casasse com ele. Mas com Rony Weasley estava sendo diferente. Ela se sentia diferente ao lado do grifinório. Agia diferente. E percebeu agora. Percebeu que gostava de o provocar. Percebeu que gostava de o deixar bravinho, pois dessa maneira, ele dava atenção pra ela. Não, não queria que ele soltasse seu cabelo, por mais que ela pedisse para soltar. Ela queria que ele continuasse, porque sabia que assim ele iria ficar ali, com ela.



- Olha, garota, eu estou começando a perder a paciência. – Rony continuava fazendo cara de fúria, porém ele não a sentia mais, mas precisava mostrar a Pansy que estava furioso. Não estava mais se preocupando com onde Hermione poderia estar, esqueceu completamente. Só havia ele, puxando os cabelos de Pansy Parkinson, a ordenando pedir desculpas por uma coisa qualquer, que já não importava na mente dele. E como ela era linda. Simplesmente perfeita. Agora poderia admitir a si próprio. Ela era uma princesa. .. aquela pele alva e os traços finos da face... não queria que ela pedisse desculpas, pois assim teria de deixa-la. “Por Merlin, Parkinson, não peça desculpas...”. Mas ele precisava...sim, ele precisava manter as aparências, afinal de contas, ele era um grifinório, amigo de filhos de trouxas, e ela, ela era uma sonserina sangue-puro, que se gabava por isso.



- Não vou pedir... – ela disse com um sorriso maldoso nos lábios – eu disse a verdade, a mais pura verdade...



Ele não sabia o que fazer. Não queria soltá-la. Mas, se continuasse, não teria como

convence-la a se desculpar. Decidiu puxar mais forte. Ela gritou de dor. O ruivo ficou com pena dela, talvez tivesse realmente puxado mais forte do que desejava.



- Está bem. Desculpa. – ela disse rapidamente ao sentir a dor.



- Assim está melhor. – ele mentiu. Se virou. Não, não queria ir embora. Queria ficar com aquela garota que havia o encantado naquele momento. Com aquela garota quase perfeita. Com aquela garota que ficaria em sua cabeça pelo resto do dia.



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Aproximou-se do baú. O que teria ali? Olhou atrás dele. Surpreendeu-se ao ver uma garota de cabelos cacheados completamente desarrumados, chorando, encostada ao baú. Ao ver Draco Malfoy, Hermione começou a chorar alto. O que ele poderia estar fazendo ali? Justamente ali? Levantou-se tinha que se retirar, não queria ficar no mesmo lugar que o loiro por nada. Ele tratou de segura-la, alguma explicação pro choro deveria ter. E ele não estava gostando, nem um pouquinho, de vê-la chorar. Ela fez menção de se soltar, e ele a segurou mais forte a fitando.



- Não tente, Granger, você sabe que sou mais forte...- ele a segurou apenas por uma mão enquanto secava com a outra as lágrimas da garota.



- Me solte, Malfoy. – ela disse se mexendo fazendo com que ele voltasse a segura-la com duas mãos pela cintura.



- Não antes de você me dizer por quê está chorando.



- Não é de seu interesse.



- E por que não seria? – ele perguntou mostrando enorme interesse pela resposta.



- Não se faça! – ela então começou a gritar – COMO SE VOCÊ NÃO SOUBESSE! GAROTO VOCÊ MEXEU COMIGO NESSES ÚLTIMOS DIAS, E VOLTA E MEIA FICA ME TRATANDO COMO UM BRINQUEDO QUALQUER QUE VOCÊ USA QUANDO QUER E DEPOIS DEIXA DE LADO!



- Não sabia que você se importava com isso. – ele disse, sentindo-se com o coração pequeno ao ouvi-la dizendo aquilo entre soluços. Sim, ele era muito arrogante e frio, mas se importava com o que a garota sentia. Mesmo assim, ele não poderia mudar de um dia para o outro, não conseguia trata-la melhor. Explodia por dentro. Queria dizer a ela tudo que vinha sentido nos últimos dias, mas se segurou “Não, Draco, não. Lembre-se de que você sentiu tudo aquilo devido sua idade, e acabou confundindo com outro sentimento, no fim das contas. E se ela está assim, é melhor pra você, assim você sabe que ela está comendo em suas mãos, e você está próximo de ser da confiança TOTAL de Kesburne e Voldemort”.



- COMO ASSIM? NÃO SABIA? POIS AGORA SAIBA! VOCÊ NÃO PODE SAIR POR AÍ BRINCANDO COM OS SENTIMENTOS DOS OUTROS – agora ela tinha conseguido se soltar dele – VOCÊ É HORRÍVEL, MALFOY! HORRÍVEL! O QUE ESTÁ TRAMANDO PRA CIMA DE MIM, HEIN? POR QUE TEM DADO EM CIMA DE MIM? O QUE VOCÊ QUER? – agora ela havia parado de chorar.



- Não quero nada, só quero você. – ele disse querendo parecer ser doce.



- CALE A BOCA, GAROTO! É MENTIRA! O QUE VOCÊ TÁ TRAMANDO? FALE DE UMA VEZ!



- Já disse que não estou tramando nada. – ele começara a ficar bravo, por que ela não acreditava? Ele poderia estar fazendo pelo plano, mas no fundo sabia que dizia a verdade. Ele a queria.



- Você é desprezível. – ela parou de gritar e agora falava com um tom de nojo – E eu não quero nunca mais chegar perto de você, nunca mais. Escutou, bem? Eu te odeio, Malfoy, te odeio com todas minhas forças! Você ouviu isso?



- Ouvi, pois não sou surdo. – ele disse com raiva. O que ela pensava que estava dizendo? Ela não poderia o odiar. Simplesmente não poderia. Ela tinha que sentir aquilo que ele sentia por ela também, e aquilo não era apenas ódio, era uma mistura de ódio com paixão, resultando em algo que o deixava entorpecido por ela.



- Que bom. Agora vou me retirar, com licença.



- Não, não vai não. – ele disse autoritário.



- Mas é claro que vou, a vida é minha e eu faço o que me der vontade, oras.



- Pois agora você vai me ouvir. – ele não conseguia entender por quê havia dito aquilo. Na realidade não tinha a menor idéia do que falaria a garota.



- Não, eu não tenho nada pra ouvir de você. – e foi falando isso que ela se retirou com passos pesados da pequena casa deixando um Malfoy confuso e com o coração apertado. As lágrimas quentes molharam sua face sem aviso.



- MALDITA! – gritou.



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Saindo da casinha, Hermione se deparou com Rony de cabeça para baixo andando. O

garoto ao levar a face, percebeu a amiga e perguntou qualquer coisa do gênero “onde você se meteu?”. Ela deu uma resposta qualquer, e o seguiu até os Três Vassouras onde ainda se encontravam Harry e Gina. Juntaram-se e tentaram entrar no clima do moreno e da ruiva, mas ambos não obtiveram sucesso.

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Deitado em sua cama, um garoto confuso relembrava dos fatos ocorridos no dia anterior. Hermione chorando, dizendo que o odiava. Simplesmente não entrava em sua cabeça. Ele sempre soubera que a garota não gostava dele, por ele ser sonserino, e por ele a chamar de sangue-ruim, mas ela nunca havia o dito que odiava, e que não queria mais chegar perto dele. E pior, depois de tudo o que haviam passado juntos. Depois de tudo o que sentiram juntos. Ele não compreendia como podia estar tão errado, a forma que ela havia agido com ele, a forma com que o corpo dela respondia ao dele, não fechava com o que ela disse a ele naquela casa. Mas algo além de ódio, ela tinha que sentir. Tinha. Por que se não, não teria chorado... Ele estava confuso. Não conseguia mais saber se a grifinória sentia algo bom ou algo ruim com para a pessoa dele. Ele não choraria de novo. Aquela havia sido a primeira, e a última vez que choraria por uma sangue-ruim, havia prometido a si próprio. Ele havia admitido a si próprio que a queria. Que estava sentindo algo mais. Mas não admitia que aquele sentimento poderia ser amor. Não admitia porque não acreditava que poderia acontecer. Não admitia por que ela era filha de trouxas. Não admitia porque não entendia. Não admita porque até pouco não conhecia o que era amor.



Cerrou com força os olhos. Se não desistisse do plano de Kesburne agora, iria acabar arranjando encrenca com seu pai. Ele não poderia mais se envolver com Granger. Mas só de pensar que não pode mais chegar perto dela, se não faz algo que mais tarde vai o trazer problemas, sente-se inteiramente desanimado. Desanimado com a vida. Como queria que tudo tivesse sido diferente. Não, não queria ser um idiota da Grifinória. Nunca. Queria que ela tivesse nascido sangue-puro, que ela fosse de sua casa, que ela fosse como ele. Mas se ela fosse como ele, talvez ele não gostasse tanto dele, como ele gosta. Ama. “Não, um Malfoy não ama” corrigiu-se. Mas e se ela fosse sonserina? Não teria problema algum ele gostar tanto dela. Não teria problema algum ele querer ter algo com ela. Mas não. “Ela é uma sangue-ruim desgraçada, da Grifinória, amiga do pobretão Weasley e do garoto cicatriz”.



Tinha de parar com aquilo. Tinha de dizer para William Kesburne que estava fora do plano. Mas não. Não podia. Se saísse, Voldemort não gostaria nada. E ele queria, queria muito que o Lord das Trevas tivesse total confiança nele, porque ele merecia. Não, não iria desistir. Só precisava de um tempo longe da garota. Um tempo para ver como estava louco em pensar que poderia gostar tanto dela. Isso era apenas uma fase, uma fase que logo passaria. E quando passar, ele retomará o plano, conquistará Granger, arrancará dela informações do Potter e as daria para Kesburne, antes mesmo de William conquista-la. Era isso que faria. Só precisava de um tempo... pouco tempo. Adormeceu.



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As semanas passavam rápido, e quando viu, já havia passado um mês. Um mês desde que tivera se apaixonado por Malfoy. Prometera que não se aproximaria mais dele, e estava cumprindo direitinho. Muita coisa havia mudado naquele tempo. Harry e Gina começaram a namorar, e estavam mais do que felizes juntos. Era um casal adorável, combinavam em tudo. O moreno certo dia, confidenciou a Hermione que nunca havia imaginado que poderia namorar com Gina. Gina, a caçula Weasley, irmã de seu melhor amigo. “Assim como eu nunca imaginei que poderia me apaixonar pelo Malfoy. Sonserino, estúpido, idiota, arrogante, e pior de tudo, frio,sem sentimentos”, esforçou-se para tirar o loiro da cabeça no momento e limitou-se em dizer ao amigo que estava certa de que os dois haviam nascidos um para o outro. Tanto Gina quanto Harry, demonstravam-se felizes, mesmo que algumas vezes Gina demonstrava-se perturbada com algo, ela no geral estava sempre feliz. Quem dera ela poder estar assim, feliz. Fazia de tudo para estar, mas não conseguia. Às vezes, animava-se, mas ao ver Draco Malfoy por perto, retornava a seu estado de tristeza. O loiro andava sempre ao lado de Kesburne, e às vezes, ao lado de Pansy, o que a irritava profundamente. A morena ao lado dele fazia com que Hermione se sentisse ameaçada, como se fosse perder Draco para a garota. “Não pode se perder o que nunca foi seu, Mione” pensava.



Neville vinha a ajudado a esquecer o sonserino, e ela agradecia muito a Merlin por ter um amigo assim, compreensivo. Ela tinha mantido uma amizade muito grande com William Kesburne, o garoto parecia estar disposto a ajuda-la também, o que fez com que ela contasse tudo o que havia ocorrido com Draco. Kesburne parecia compreender perfeitamente o lado dela, e a consolou quando mais precisou, ou seja, a primeira semana depois da conversa na casinha. O amigo sonserino era generoso, às vezes ela se perguntava como alguém tão legal poderia estar numa casa de idiotas.



Sentada em uma mesa da biblioteca, agora ela lia atentamente um livro sobre Feitiços. Teria uma prova no próximo dia, e mesmo que já soubesse todo o conteúdo, queria fixa-lo mais ainda para não ter o risco de vir a tirar uma nota não muito boa. Ajeitou-se melhor na cadeira, não sabia há quanto tempo estava ali, mas já fazia bastante. Ao acabar o livro, fechou-o, pôs ao seu lado, pegou um papel, a pena e a tinta. Estava para poesias ultimamente. Era uma das formas que havia encontrado de expressar sua dor. Deixou a pena deslizar sobre o papel, fazendo surgir as palavras, formando versos incompreensíveis para quem não soubesse de sua situação. Ao acabar de escrever, pôs as iniciais D.M. embaixo, e as grifou violentamente. Leu. Não era aquilo que ela queria estar sentindo. Sua fúria voltou. Rasgou o papel de forma rápida e o jogou fora. Ao voltar em sua mesa, encontrou um pálido garoto de cabelos castanhos claros sentado.



- Olá, William. – ela cumprimentou estampando em sua face um sorriso.



- Olá, Mione. – ele correspondeu instantaneamente esticando os lábios.



- E então, o que faz aqui?



- Oras, não posso mais utilizar a biblioteca? – perguntou expressando indignação.



- Mas é claro que pode! Só estava perguntando, ué.



- Tudo bem, vim aqui porque sabia que estarias aqui. Preciso fazer-te uma pergunta.



- Então a faça.



- Sabes que esse sábado haverá o baile, não sabes?



- Sei.



- Acontece que eu gostaria de saber se já tens par?



- Não...



- Então posso ser teu par? – ele perguntou a fitando com esperança.



Ela pigarreou. Não esperava que Kesburne a convidasse para o bendito baile. Aliás nem

lembrava-se mais da existência deste. E então? O que responderia? Lembrou-se do que havia dito para Rony...ela iria arranjar um par para o baile, e mesmo sem ela procurar, o par apareceu. Sorriu animada.



- Mas é claro que quero. Que gentileza a sua.



- Gentileza alguma, eu gostaria mesmo de acompanhar-te. Sabes que és uma ótima companhia.



- Que isso, William... – ela ruborizou.



- Então nos encontramos lá, ou queres que eu te busque?



- Nos encontramos lá...



- Não vais se esquecer, viu. – disse levantando-se.



- Claro que não vou.



- Então até amanhã na aula de Feitiços.



- Até! – ela acenou quando ele saiu da biblioteca a deixando no lugar praticamente deserto.

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Desculpa pela demora pra postar...

Please, comentem é a única forma de eu saber se estão gostando ou não...

;*

tysie

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