Negando a si próprio



Pansy estava chateada com tudo o que havia ocorrido. Não compreendia como Draco poderia ter terminado com ela. Snape explicava qualquer coisa inútil da qual ela não estava nem aí, sabia que mesmo sem ela compreender a matéria, o professor a passaria. Analisou Draco que escrevia em seu livro. As vezes ela se assustava, como o loiro podia se importar tanto com baboseiras como as que Snape falava? Bufou. Por que ele não olhava pra ela? Estava começando a irritar. Olhou para os alunos da Grifinória. Como eram idiotas. “Bando de adoradores de sangue-ruim” pensou ao olhar Hermione Granger. Ao lado da garota de longos cabelos castanhos estava Ronald Weasley, o pobretão. Lembrava-se de quando Janice uma de suas amigas havia se apaixonado por ele. Riu. Como alguém da Sonserina poderia gostar daquilo? Analisou bem o garoto de cabelos ruivos. “Quero dizer, ele nem dinheiro tem” Os olhos verdes do garoto se alinharam com os castanhos de Pansy fazendo com que ela ruborizasse e virasse sua cabeça na direção de Snape.



Rony sorriu. “Então quer dizer que a ex de Malfoy anda me olhando de cima em baixo? Essa é muito boa, quero ver só como Harry vai ficar ao saber disso.” Olhou a sonserina. “Pouca coisa ela não é, não.” Começou a rir.



Severo Snape percebeu a insolência do grifinório rapidamente. Mandou-o calar a boca e tirou da Grifinória 20 pontos, fazendo vários alunos desta casa xingarem baixinho Rony, que ficou vermelho.



Kesburne não estava nem aí para o que estava acontecendo na sala. Estava pensando no ocorrido entre Granger e Malfoy de manhã cedo. É claro que ele sabia. Mas estava preocupado. Sim, preocupado...mesmo ele podendo saber o que estava ocorrendo com todos, não podia saber o que cada um sentia. Queria saber se Hermione já estava apaixonada por Draco, pois se estava, não precisava mais ir atrás dela, já que o loiro havia feito todo o trabalho. Respirou fundo. Se Malfoy havia feito isso, ele estava o devendo uma, o que era horrível.



Hermione mal conseguia prestar atenção no que o professor dizia. Mas na verdade não faria diferença porque ela sabia tudo sobre o assunto. Malfoy tinha mexido muito com ela naquela manhã. Não poderia mais deixar isso acontecer de novo. “Quero dizer, é o Malfoy, ele deve estar tramando alguma coisa pra cima de mim. E além do mais, não posso deixar ele se aproveitar assim de mim”. Mas na verdade não era só o garoto que estava aproveitando...ela estava aproveitando muito dele. Aquilo que tinha acontecido de manhã cedinho foi...foi...ela simplesmente não tinha como definir aquilo em uma palavra. Porém ela não queria, não podia, admitir pra si que sentia-se completamente atraída pelo garoto, que sentia-se excitada com ele fazendo aquelas coisas, e não ameaçada, que ela sentia-se...segura...o abraçando. Não. Ela disse a si própria que não iria mais deixar acontecer alguma coisa entre ela e o loiro. O difícil seria parar de sentir vontade de chorar, e mais difícil ainda...tira-lo de sua cabeça.



Draco, ao contrario do que Pansy havia pensado que estava fazendo, escrevia em seu livro como sentia-se.



“Classifico-me um babaca. Um completo babaca. Beijei uma sangue-ruim. Tive contatos...adoráveis...com ela. Sinto vontade de ir até o outro lado da sala e tirar de seu lado aquele Weasley pobretão, e lhe perguntar por quê chorou. Será que ela não gostou de tudo aquilo? Eu não negarei: gostei, e muito. A garota simplesmente deixou-me de um modo que nenhuma outra havia deixado-me antes. Não que eu queira me envolver mais com ela, não. Eu só estou fazendo isso para ter meus benefícios com Voldemort no futuro. Sério. Não quero nada com a Granger depois que conseguir arrancar dela certas coisas.



Mas estou preocupado. Sim, admito. Tenho receio de ela não querer mais falar comigo depois disso, afinal, terei perdido a guerra. Kesburne dirá ao Lord que sou um incompetente e isso terminará comigo.



Pergunto-me : o que devo fazer?”.

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Gina dirigia-se ao Salão Comunal de sua casa quando foi novamente abordada por Caio. Estava começando a se irritar com aquilo, o garoto não entendeu que ela não queria nada com ele?



- É o Potter, não é? – disse ele feroz a segurando pelo braço.



- Que tem o Harry? E me solte, está machucando.



- É sim..é o Potter que estás esperando. – o garoto a soltou com um olhar estranho. Ela nunca havia o visto daquela maneira, parecia que iria quebrar tudo que visse pela sua frente.

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Sentado, avistando o lago abaixo de uma bela árvore, o garoto que sobreviveu pode ouvir passos vindo em sua direção. Era um garoto da Lula-Lufa com aspecto raivoso. Tratou de levantar-se.



- O que há, LeWo’l?



- Por que a roubaste de mim?



- Roubei? Quem? – perguntou Harry confuso.



- Minha pequena. Eu o odeio, Potter. E terás o que merece.



Caio deu-lhe um forte soco na face e logo após chutou-lhe as pernas. Quando Harry

viu, estava caído no chão, sento socado pelo outro garoto.

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- Parece que ele está agora repousando na Ala Hospitalar. – disse Pansy.



Um grupo de alunos da Sonserina comentavam sobre o acontecido com Harry Potter

e Caio LeWo’l na aula de História da Magia.



- Bem que o LeWo’l poderia ter o matado de uma vez. – riu Nott.



- Deve ter sido muito lindo ver o Potter ser quebrado. – sorriu Malfoy – eu queria ter visto essa cena...



Os sonserinos riam alto, o que logo chamou a atenção do professor, mandando-os

fecharem a matraca. “Ah, como eu queria poder bater naquele Potter até a morte...” pensou Malfoy “Não iria usar a varinha, não. Queria ver o sangue dele em minhas mãos e depois mostrá-las ao meu pai”. Sim, ele sabia muito bem que Lúcio ficaria orgulhoso dele se ele fizesse isso. Sorriu mais uma vez e retomou seu livro acompanhando a matéria que o professor dava. Molhou a pena com tinta e começou a fazer pequenas anotações. Corria tudo muito bem. Muito bem mesmo, até ele ser invadido por certo pensamento...o beijo de Hermione. “Saia da minha cabeça, sua sangue-ruim” ordenou mentalmente. Não funcionou, a imagem dos dois se beijando estava impregnada. Lembrou-se dos dois novamente na grama, mas a imagem dos dois se beijando e Hermione abraçada fortemente nele, tremendo, persistiu. “Não, esse beijo não me significou nada” dizia para si mesmo.



Deu graças a Merlin quando as aulas terminaram. Foi até o Salão Principal, onde sentou-se ao lado de Goyle e Kesburne na mesa da Sonserina. Em sua frente estava Nott, mas ele conseguia perfeitamente avistar a mesa da Grifinória.



Comia fingindo pra si mesmo que não estava preocupado por Hermione ainda não ter aparecido. Se pegou pensando no que aconteceria se ela não se alimentasse. “Ela que se ferre! Chega, Draco! Se ela morrer melhor para você! Uma sangue ruim a menos no mundo”. Sentiu um alivio ao vela entrando, e se dirigindo a mesa de sua casa.



Hermione sentou-se ao lado de Rony, e deu-lhe um beijo estalado na bochecha. O garoto ruborizou. Ela comeu rapidamente, e mantinha uma expressão triste, mas mesmo assim não deixava de falar com Rony. Pareciam ter muito papo.



O loiro via os dois amigos se falando, e sentia dentro do peito algo que nunca havia sentindo antes, não conseguindo identificar o que era. Sentiu então um aperto forte dentro do peito quando o ruivo passou seu braço por trás de Hermione, a abraçando. Cerrou os punhos.



- Weasley idiota. – disse baixinho.



- O que disse, Malfoy? – perguntou Goyle.



- Nada, seu inútil. Me deixe. – Draco se levantou fixando seus olhos no braço de Rony em volta de Hermione. Ele iria fazer o que afinal de contas? “Estou fora de mim, só pode ser”, foi quando desviou seu olhar para a garota de olhos avelã, que o fitava de forma triste.



- Pansy! – berrou Draco inconscientemente.



- O que foi, Draquinho? – a garota respondeu prontamente.



- Venha aqui.



E assim ela o fez. O loiro pôs seu braço nela assim como Rony estava com

Hermione e saiu do Salão Principal levando Pansy junto consigo.



A garota de cabelos castanhos sentiu as lágrimas virem em seus olhos. Levantou-se rapidamente e saiu correndo. “Claro, como...como pude deixar isso tudo acontecer? Ele só estava se aproveitado de mim...” não conseguia conter as lágrimas “Por Merlin, Hermione, é o MALFOY!”.



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O garoto de cabelos castanhos claros, viu que era sua hora de atacar. Sim, lá estava Hermione Granger, fragilizada, observando o lago. Kesburne ajeitou a capa e tratou de chegar perto da garota. Ela se limitou em olha-lo rapidamente.



- Olá. – ele disse.



- Olá.



- Posso me sentar ao teu lado? – perguntou ele tentando parecer amigável.



- Mas é claro, Kesburne.



Ele sentou-se ao lado dela.



- Me chame de William, sim? – ele pediu.



- Tudo bem. – ela sorriu brevemente.



- Vejo que não estás muito bem, certo?



- Sim.



- Sabia! – ele disse como se fosse a coisa mais importante de sua vida acertar isso – Eu a vi sair correndo do Salão Principal...aparentemente...chorando.



- Ó, Kes...William. Não quero falar sobre isso, está bem?



- Tudo bem, Mione... – ele queria buscar o máximo que podia em intimidade, então começou pelo nome. Sabia que os amigos a chamavam daquela forma. – Me deixe então pelo menos faze-la ficar feliz de novo, sim?



- Tente distrair-me então. – ela disse como se fosse uma coisa que ele não conseguiria MESMO fazer. Porém, enganou-se.



Kesburne usou de todas suas armas para faze-la sorrir. Contou piadas e coisas que pareceriam engraçadas sobre pessoas da Sonserina ao ver dela.



- Mas veja lá, hein. Não conte para ninguém isso. Se não Nott me mata. – ele disse passando o dedo pelo pescoço.



- Certo, não contarei. – ela continha-se para parar de rir.



William Kesburne havia conseguido fazer ela esquecer Draco Malfoy por umas boas horas, e depois disso, o sonserino tinha certeza, de que estava perto de se tornar amigo intimo da menina.



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Pansy se vestia alegremente. Draco havia a levado ate uma das torres onde ela pode

ter o loiro mais uma vez. Olhou para ele. Era tão fofo dormindo. Queria poder ficar mais um pouco olhando para o amado, mas havia combinado com Millicent Bulstrode de se encontrarem naquela hora para fofocarem. Deixou um bilhete ao lado do garoto e o abandonou.



Depois de tantos anos estudando naquele castelo, ela não admitia a si própria que estava perdida.



- Droga de castelo fedido. – xingou.



- Algum problema? – perguntou uma voz vindo atrás dela.



- Quem é? – perguntou assustada.



A pessoa tratou de iluminar a face com a varinha, e ela pode ver Ronald Weasley a fitando.



- O que há, Weasley? – perguntou friamente.



- Eu é que pergunto, o que há, Parkinson?



- Olha, eu me perdi nessa droga de castelo pra variar.



O ruivo não se agüentou, e riu.



- O que foi, nunca viu alguém perdido? – ela perguntou furiosa.



- Ora, deixa que eu te ajudo.



- Não quero sua ajuda. – disse grossamente.



- Mas é claro que quer, deixe de ser burra.



- Posso ser burra mas não sou pobretona que nem você.



- Olha aqui, - Rony queimou-se – não fale assim de mim.



- Eu falo de você como EU quiser.



- É melhor calar-se, Parkinson.



- Pois não ei de me calar.



- Ora essa. – Rony a segurou – Peça-me desculpas.



- Não. – ela começou a sentir o perfume extasiaste dele.



- Peça.



- Não... – “Esse perfume...”



- Peça agora!



- Não vou pedir, Weasley! – o perfume estava a deixando zonza, era como se fosse o melhor cheiro que sentiu em toda sua vida.



O garoto a segurou mais forte ainda.



- Veja bem, Parkinson, não é do meu feitio agredir mulheres, mas você está pedindo há muito tempo, e eu não sei mais quanto eu ainda agüentarei.



- O que há, Weasley? Está bravinho? – ela disse em tom debochado. “Maldito perfume”.



- Como você é idiota.



- Como se você não fosse! Me largue!



O ruivo a largou. Pansy respirou fundo. Queria sentir mais um pouco aquele cheiro

perfeito. Virou-se e começou a andar, procurando o caminho certo.



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Gina estava o tempo todo ao lado de Harry, e ficou felicíssima quando este, abriu os olhos.



- Oh, Harry. – ela disse de uma forma amável.



- Gina...- ele sussurrou com a voz rouca.



- Desculpa...desculpa..é tudo culpa minha...



- Não...não é, você sabe. Aquele LeWo’l que é um louco! Deveriam interna-lo! Onde já se viu vir me atacar alegando que você estava apaixonada pro mim... – Harry riu sentindo seus músculos doerem – Ai!



Ela forçou uma risada. Será que ele não se deu conta ainda de que ela o amava, e que Caio estava alegando a verdade?



- Mas como você está se sentindo, agora?



- Eu estou bem melhor...algumas dores e tal...mas logo passa. – ele piscou.



- Eu espero que sim.



- Você vai ver, amanha já estarei novinho em folha. Agora vá descansar, menina!



- Não vou até você disser que está 100%...



- Olha lá, Gina...



- E tanto faz, Harry. Amanhã é sábado, e se eu ir pra lá vou ficar preocupada pensando em você, então é bem melhor eu ficar aqui, não é mesmo?



- Você que sabe...- ele sorriu – Mas me diga, o que aconteceu com LeWo’l?



- O que você acha?



- Nada?



- Claro que não, Harry! Ele foi expulso! Ainda bem!



- Gina...Gina... o garoto estava louquinho por você.



- Eu sei. – ela disse aborrecida – Mas não é ele quem eu quero...



- Falando dessa forma parece até que tem alguém em mente.



- E tenho.



- E quem seria? – Harry sentiu uma pontada no peito.



- Não falarei, você rirá da minha cara.



- Claro que não... Me conta.



- Prefiro não.



- Está bem... – ele disse sentindo-se desapontado.



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Keburne havia a distraído, sim. Porém, Hermione não conseguia pregar os olhos. O que diabos Malfoy havia ido fazer com Parkinson? Sentiu as lágrimas quentes molharem sua face e o travesseiro. Virou-se. Não adiantava. Levantou-se. No Salão Comunal encontrava-se apenas uma pessoa. E para o alívio de Hermione, a única pessoa a quem ela sabia que poderia contar tudo que estava lhe acontecendo, e ela não sair contando a nenhum de seus outros amigos...



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