capítulo 1



Sirius Black
capítulo 1




- Tackle, Black, tackle! – Hooch gritava ao meu ouvido, fazendo com que eu perdesse o tackle – O que tem de errado com você? Se não quisesse jogar, não viesse ao treino! Não é assim que a coisa funciona, Black! Nós vamos repetir a jogada, e você vai acertar dessa vez! – ela disse séria, batendo em meu ombro – Você vai acertar?

- Sim, treinadora. – eu disse com a maior cara de cu que eu consegui fazer, afinal se ela não tivesse começado a gritar comigo, eu não teria errado, mas não... Ela PRECISA gritar comigo!

- Potter, repita a jogada com o Black... – ela disse séria, e depois se virou para os outros que pararam de fazer o que faziam – Hey vocês, não fiquem parados, vão treinar com a McCormack, não quero perder a taça de novo esse ano...

Os outros caras murmuraram alguma coisa e foram em direção a outra treinadora. Sexo fraco o caralho, essas duas são umas megeras do inferno, isso sim!

- Vocês dois, se posicionem... – ela disse para nós, e quando estávamos posicionados ela apitou.

Nessa hora, eu não ouvia mais o que Hooch falava. Estava agindo por instintos, corria em direção de James, como um leão* corre na direção de sua presa, e o tackleei antes que ele chegasse ao in-goal.

- Sai de cima de mim, Pads! – James disse abafadamente assim que colidimos com o chão, e me tirou de cima dele, que começou a arfar.

- Era isso que eu queria ter visto da primeira vez, bom garoto! – Hooch disse com um sorriso enquanto, eu me levantava.

- Eu estou tão feliz por você ser do mesmo time que eu... – James disse com uma mão massageando o peito, enquanto segurava numa das minhas com a outra para se levantar.

- Eu também… - disse massageando a mão no meu ombro, por mais que James fosse visivelmente menor que eu, ele era rápido o bastante para me fazer sentir dor na hora do impacto.

- Black, vá treinar com a McCormack... E chame o McKinnon, o Fletcher, o Greengrass e o Taylor. – Hooch disse me dispensando – Potter, você fica.

- Certo. – James disse com pesar.




Estava prestes a colocar minhas calças, quando James me dera uma toalhada na bunda e pulara em cima de mim.

- Hey Pads, acha que rola Domino’s mais tarde? – ele perguntou assim que saíra de cima de mim, vestindo uma camiseta preta que Lily lhe dera.

- Nem sei se rola. A McKinnon falou para eu ir à casa dela para a gente começar a pensar sobre o trabalho de inglês. – eu respondi, terminando de colocar minhas calças jeans pretas com certa dificuldade.

Por que eu não me enxugo direito depois do banho? Ia ser tão mais fácil.

- Você está de brinks, né? – James perguntou, e eu o olhei confuso – O lance do trabalho.

- Ah, pior que nem... A garota parece ser mó megera. – eu disse fechando minha camisa de manga curta xadrez azul e branca.

- Hum... Sempre achei que você gostasse das malvadas. – James disse segurando o riso, e eu o encarei ceticamente.

- Acho que não... – eu disse sorrindo – Vou indo cara, se der tempo de ir ao Domino’s eu te dou um toque.

- Beleza. – James disse, nós nos abraçamos e eu saí do vestiário.

Estava indo em direção a Violet, que estava estacionada no estacionamento da escola. Quando vi os dois McKinnons parados a frente do portão. Kyle estava impaciente com os braços cruzados, e a garota parecia extremamente incomodada com o irmão. Peguei a minha bike e fui ter com eles.

- É bom que a pessoa chegue logo, Marlene. – Kyle disse para irmã, que o ignorou totalmente.

- Oi Black. – ela disse com um sorriso no rosto, e eu a cumprimentei com um movimento de cabeça.

- E aí, cara. – Kyle disse normalmente, para depois se voltar para a irmã – Marlene, acho que a pessoa não vem...

- Vamos Black? – ela perguntou, ignorando o irmão novamente.

- Como? – perguntamos Kyle e eu.

- A menos que você saiba onde é minha casa, acho que seria inteligente aceitar a carona. – ela disse sem pestanejar.

- Você pensa em tudo mesmo. – eu disse surpreso, até aquele momento eu não tinha percebido que eu não sabia como ir a casa dela.

- Você vai a minha casa? – Kyle perguntou debilmente.

- Vou. – eu respondi, e Kyle abriu a boca em choque.

Em pouco tempo estávamos todos na hilux preta, Kyle atrás, Marlene dirigindo, eu ao lado dela e Violet na caçamba.

- Nós vamos passar rapidinho na Dumstrang, preciso pegar Ewan. – ela me informou, e eu assenti.




Marlene parou na frente da Dumstrang, nossa maior rival quando se trata de rugby union, futebol, notas... Resumindo: nossa arquiinimiga em todos os aspectos imagináveis.

- Por que você demorou tanto? – perguntou quem eu supus que fosse Ewan ao entrar no carro.

Ewan aparentava ter uns 12 anos, um pouco mais baixo do que os garotos da idade dele, provavelmente, era magrelo, tinha pele clara com algumas poucas sardas, cabelos ruivos extremamente escuros e olhos castanhos escuros.

- As duas moças demoraram depois do treino. – Marlene disse com um sorriso nos lábios, levando um soquinho de Kyle, ao acelerar.

- Ah... Oi! – Ewan disse, finalmente percebendo que eu estava lá – Quem é você?

- Sirius Black. – eu disse estendendo a mão para ele, que a apertou com força.

- Ewan McKinnon... Então você faz parte do time de rugby com o Kyle? – ele perguntou curiosamente, e eu confirmei – Você sabia que rugby é pura física? Por exemplo, num scrum na linha de 22m do seu adversário, ou algo assim, de acordo com Newton o scrum inteiro vai permanecer imóvel, a menos que alguma força haja sobre ele. Todo jogador faz certo esforço para exercer uma força, dessa forma se cada bloco exerce uma força igual, o scrum não vai a lugar nenhum; o que é exatamente o que o time quer para o número nove poder pegar a bola e realizar a drop kick, fazendo assim com que a bola passe pelas barras e o seu time marque. É tudo física entende? O scrum não vai se mexer por causa de uma simples questão de vetores, que por terem a mesma força se anularão.

- Certo. – Marlene disse rindo, o sorriso dela até que era legal.

- Ignora o Ewan, ele tem problemas. – Kyle disse com descaso, e Ewan revirou os olhos. Certamente, ele era mais esperto que Kyle, muito mais esperto que Kyle.

- Você nunca pensou em pular uma série ou duas? – eu perguntei tentando mostrar um pouco de interesse.

- Já estando um ano à frente as crianças da minha idade, meus pais acharam melhor que permanecesse no nono ano, pois os outros alunos poderiam demonstrar de formas não passivas que estavam intimidados pelo meu intelecto superior. – Ewan respondeu com um sorriso, e eu levantei uma sobrancelha.

Por que aquele garoto não fala como uma criança normal de 12 anos?

- Em outras palavras, a gente não queria que as crianças mais velhas batessem nele. – Marlene esclareceu, enquanto sintonizava alguma rádio – Gosta de The Beatles?

- Normal... – eu disse dando nos ombros, eu gostava, mas não sabia as letras de grande parte das músicas e tal.

- Bom, a Radio One está fazendo um especial deles, e eu quero muito ouvir esse especial, mas se você não quiser... – ela esclareceu calmamente, e eu percebi que ela não falaria nada se eu dissesse que não queria escutar The Beatles, mas eu não ia fazer isso com a garota.

- A vontade. – eu respondi, e ela sorriu em resposta, colocando na rádio que estava tocando The Beatles.




Eu entrei na casa dos McKinnon logo após Marlene, que aparentemente era a responsável dos irmãos, e algo dentro de mim dizia que Ewan seria o segundo irmão nesse quesito. Afinal quem em sã consciência confiaria sua casa ao Kyle? Não que eu não confiasse nele, mas uma coisa era confiar nele para fazer uma jogada, algo que ele, estranhamente, parecia ter um talento nato para, outra coisa era confiá-lo minha casa.

- Mãe, chegamos. – ela disse uma ou duas oitavas acima do normal, para avisar a mãe.

- Marlene, querida... – a mãe dela começou aparecendo da cozinha, mas parando assim que me vira, e perguntando num tom cheio de segundas intenções – Quem é esse rapaz, Marlene?

- Mãe, esse é Sirius Black, ele veio fazer um trabalho comigo. Black, essa é minha mãe, Mairi McKinnon. – ela disse com descaso, revirando os olhos.

- Prazer em conhecê-la, Sra McKinnon. – eu disse, beijando-lhe a mão, fazendo com que ela risse lisonjeada.

- Por favor, me chame de Mairi, querido. – ela disse simpaticamente.

- Como quiser, Mairi. – eu disse sorrindo, e ela sorriu em resposta.

Mães me adoram! Bom, mulheres no geral me adoram, mas não vamos entrar em detalhes.

- Vamos Black. – ela disse subindo as escadas, e eu a segui rapidamente.

Nós andamos em silêncio até chegar ao quarto dela, um cômodo relativamente pequeno e bem diferente do quarto de qualquer menina que eu já tenha entrado. As paredes eram claras, com exceção de uma que era preta, os móveis escuros, colcha da cama branca, uma escrivaninha de vidro com um mac branco, um espelho gigantesco numa das paredes e em outra um móvel repleto de livros (há mais de duzentos livros lá, certeza), DVDs e CDs e um aparelho de som de dar inveja, assim como um stingray bass.

- Certo, fique a vontade, eu já volto. – ela disse saindo, e bom, eu fiquei a vontade.

Por favor, não pensem que eu resolvi ficar nu em pelo como eu vim ao mundo. Não creio que o “a vontade” dela seja tão “a vontade” assim, por isso a única coisa que fiz foi pegar o baixo, sentar na cama dela, e ao constatar que ele estava desafinado, eu comecei a afiná-lo.

- O que você está fazendo? – ela perguntou séria assim que me viu segurando o baixo dela, fazendo com que eu me assustasse.

- Afinando seu baixo. – eu disse inocentemente, ninguém resiste a um inocente Sirius Black.

- Vamos esclarecer uma coisa, - ela disse tirando o baixo de minhas mãos – no Hector ninguém, a não ser eu, encosta.

- Tá bom. – eu disse timidamente, o tom de voz que ela usara foi quase tão cruel quanto o da minha mãe.

- E outra coisa, o Hector está, ou pelo menos estava, afinado a meio tom a baixo. – ela disse, e eu arregalei os olhos em surpresa.

- Opa. – eu disse sem saber direito o que dizer.

- É “opa”. – ela disse risonhamente, colocando “Hector” no tripé dele.

Ela não estava brava a, tipo, meio segundo atrás?

Mulheres, hunf...

- Então, me fala sobre o que você pensou para o nosso trabalho... – ela pediu empolgada. Quem fica empolgado para fazer um trabalho? Quem sabe eu deveria ter trocado com o Remus...

...

Naaah.

- Acho que a sua idéia é legal, tipo, o Desenho da Disney e a apologia às drogas... E também vai ter o filme dirigido pelo Tim Burton... Eu acho. – eu disse. Quem eu estava tentando enganar? Eu não pensei nesse trabalho.

- Você não leu o livro, leu? – ela perguntou ceticamente, tentando segurar o riso.

- Claro, que eu li. – eu disse tentando parecer o mais convincente possível.

- E eu sou loira.

- Sério? – eu perguntei, sabendo que ela estava sendo sarcástica, e ela me olhou de uma forma que me deu arrepios, e não foram arrepios no bom sentido – Como você sabia que eu estava mentindo?

- Você estava desconfortável, cruzando os braços e evitando contato visual. – ela disse com descaso, levantando-se e procurando algo nas prateleiras dela.

- Sério que eu faço isso? – eu perguntei visivelmente surpreso, como ela sabe disso? Ninguém nunca descobriu nenhuma das minhas mentiras – Mas eu minto também!

- Talvez, mas hey... Você está falando com uma profissional! – ela disse alegremente, e eu a ri.

- Então, você é uma mentirosa profissional? – eu perguntei rindo, e ela confirmou – Então me fala alguma coisa para ver se você está mentindo ou não.

- Um dia eu conto, mas é provável que você nunca descubra. – ela disse quase que misteriosamente.

- Essa é a mesma Marlene McKinnon super séria de mais cedo? – eu perguntei, expressando genuinamente o que eu pensava.

- Não... – ela respondeu calmamente, se virando para me encarar – Levanta a poupança do sofá, pega um caderno e uma caneta, que nós vamos descer para assistir Alice no País das Maravilhas e tomar notas para o nosso trabalho.

- E a Marlene McKinnon de mais cedo está de volta. – eu disse baixinho e suspirei, mas tinha certeza que ela me escutara, pois gargalhou.

- Deixa disso vamos. – ela disse saindo do quarto dela, e eu não pude fazer mais nada, senão segui-la.

Eu caminhava pelos corredores da casa dos McKinnon despreocupadamente, observando uma coisa ou outra que me chamasse mais atenção. A casa no geral não era nada de outro mundo e seria uma típica casa duma família de classe média alta, se não fosse pela decoração super... Arrojada?

- Hey, pode ir saindo da sala Kyle... – McKinnon disse num tom autoritário para o irmão, que assistia um programa qualquer na MTV sem prestar muita atenção no mesmo.

- E por que eu sairia da sala? Se enxerga, Marlene! – ele disse desafiadoramente, e eu assistia a cena. O que mais eu poderia fazer?

- Porque o Black e eu precisamos assistir a um filme para o nosso trabalho. – ela disse sem fazer muito drama.

- E isso me faria sair daqui por...? – ele perguntou sorrindo de lado.

- Porque você não quer que nossos pais saibam qual é o motivo da suas notas estarem decaindo tanto. – ela disse, chantageando. E uow... Até eu fiquei curioso depois dessa.

- Se você contar isso, acho que eles vão saber que, no fim do ano, você fazia tudo menos ajudar Edgar Bones com a peça de teatro de Natal, quando você ia “ensaiar” na casa dele. – ele disse. E UAU...

- Bom Kyle, não é como se eles não soubessem, ou você se esqueceu da vez que eles pegaram o Amos no meu quarto quando namorávamos? – ela perguntou erguendo uma sobrancelha, e cara... Será que ela lembra que eu estou aqui? – Então é melhor você ir andando, ou mamãe também saberá o que você esconde no seu quarto.

- Vá se foder... – ele disse dando ênfase em “foder”.

- Também te amo, Kyle. – ela disse dando um “tapinha”, que fez minhas costas doerem, nas costas de Kyle.

- Cuidado com ela Quinze, ela sabe ser uma bruxa quando quer. – ele disse seriamente, antes de sair mal-humorado da sala.

- Desculpe por isso... – ela disse sorrindo, enquanto colocava o filme no DVD.

- Tudo bem, eu entendo... Também tenho um irmão. – eu disse, e eu entendia; Regulus, por exemplo, consegue ser um pé no saco quando quer, então eu bato nele e minha mãe me coloca de castigo, ou pelo menos tenta, eu não fico mais “realmente” de castigo desde que eu tinha nove anos.

- Bom, eu tenho três... – ela disse, sentando-se no sofá e fazendo sinal para que eu me sentasse também.

- O Kyle, o Ewan e...?

- Derek, você não o conhece... Ele é um cara legal. – ela disse, dando início ao filme.



Certo… Ela já está escrevendo na metade da segunda página, e tudo que eu consegui escrever foi: Trabalho Final de Inglês (Alice no País das Maravilhas) – ANOTAÇÕES.

- Olá queridos, querem comer alguma coisa? – a Sra McKinnon disse entrando na sala, fazendo com que McKinnon pausasse o filme.

- Mãe... – ela disse censurando a mãe, que revirou os olhos.

- Querem pipoca, refrigerante, chocolate, bolo? – ela perguntou prestativamente, e eu neguei sorrindo – Nem um copo de coca-cola? Se eu bem conheço minha filha, ela nem lhe ofereceu um copo d’água.

- Não de verdade, eu estou bem... Não quero nada. – eu disse sorrindo.

- Você quer um grande copo de coca-cola. – ela disse fazendo carinho em minha cabeça, e saindo apressadamente da sala.

- Sua mãe é prestativa. – eu comentei um pouco confuso com o que acabara de acontecer.

- Ela simplesmente adora que eu traga garotos para cá, mesmo que seja apenas para fazer trabalho. – ela acrescentou com descaso.

E poucos segundos depois, a Sra McKinnon entrava na sala com dois copos cheios de coca-cola.

- Obrigado, Mairi. – eu disse pegando o copo que ela me estendera.

- Obrigada, mãe. – McKinnon agradeceu, e a mãe dela disse bem baixinho, mas não o suficiente para que eu não pudesse ouvir:

- Esse é bem bonito, não deixa escapar. – para depois sair da sala.

- Isso foi embaraçoso... – McKinnon constatou, suspirando e levemente corada – Pode rir, eu sei que você ouviu o que ela disse.

- Eu não ouvi nada. – eu disse tentando parecer convincente.

- Você está sorrindo pomposamente, é óbvio que você ouviu o que ela disse.

- Talvez... – eu admiti, eu não conseguia mentir para ela... Então, por que tentar? – Mas você deveria ter aceitado essa mentira, você ficaria muito menos desconfortável.

- Provavelmente, não sei... – ela disse iniciando o filme novamente.




Nós já tínhamos terminado de assistir ao filme, agora estávamos passando nossas anotações, muito mais delas do que minhas, para o computador... Assim estaríamos terminando a primeira parte do trabalho, quando meu celular começou a tocar.

She's got a smile that it seems to me. Reminds me of childhood memories. Where everything was as fresh. As the bright blue sky.

Atendi meu celular, mas antes olhei na bina para ver quem era.

- E aí, Prongs... – eu disse me levantando e afastando um pouco de McKinnon – Então cara, acho que não rola, pega mal e tal... Ah, não sei... Eu posso ver, mas sei lá. Você tem certeza? Ok, eu vou ver... – então eu me virei para a McKinnon – Hey McKinnon, que acha de ir a Domino’s comigo e com o pessoal hoje?

- O que? – ela perguntou visivelmente surpresa com a minha oferta.

- Ir ao Domino’s? Comer pizza e conversar? – eu disse rindo, e ela revirou olhos, mas sorriu.

- Acho melhor não... – ela disse sorrindo timidamente.

- Tem certeza? – eu perguntei, e ela confirmou. Então, eu voltei a falar com o James – Ela disse que não... É claro que eu perguntei de novo... – então eu me voltei a ela – O James está mandando você ir...

- Não, ele não está. – ela disse sorrindo, e eu ri.

- Ela disse que você não está dizendo que é para ela ir... – eu disse para James, e depois me voltei a ela – Ele quer falar com você.

- Não! – ela disse rapidamente, mas eu coloquei no viva voz.

- Você está no viva voz, James. – eu disse, e McKinnon arregalou os olhos.

- E aí, McKinnon... Vai com a gente no Domino’s, poxa! – James disse num tom de voz, que eu sabia que ele estava sorrindo de ponta a ponta.

- Melhor não, Potter.

- Ah, deixa disso... Sai com a gente, pelo menos hoje. Se você não gostar, não precisa sair mais. Vai, por favor.

- Hoje. – ela disse séria.

- YES! – James comemorou nos fazendo rir – E ainda há pessoas que dizem que meu poder de persuasão não está mais tão bom...

- Não vá se achando tanto, Potter. – ela disse sorrindo.

- Me chame de James, você parece a Hooch me chamando de Potter.

- Então me chame de Marlene, ou Lene.

- Fechou então, Lene... Eu quero vocês dois no Domino’s perto da escola em duas horas.



- Achei que você já tinha ido embora, cara... – Kyle disse surpreso a me ver sentado na poltrona da sala – O que você ainda está fazendo aqui?

- Esperando a sua irmã. – eu disse dando nos ombros, e Kyle arregalou os olhos em surpresa.

- Como assim? Você tem um encontro com a minha irmã? – ele perguntou mostrando pequenos sinais de contentamento – É melhor que você não tenha um encontro com ela...

- Relaxa Kyle... Não é um encontro. – ela aparecendo ao lado dele e se esticando para beijar-lhe a bochecha.

- Bom mesmo. – ele disse saindo da sala. Esses são os mesmos irmãos que eu vi brigando hoje mais cedo?

- Vocês são estranhos. – eu deduzi depois de alguns segundos.

- Me diga algo que eu não sei. – ela respondeu rindo.

E pela primeira vez, eu percebi o quanto Marlene McKinnon era bonita.

Quero dizer na escola ela se vestia como a maioria das garotas, ou quase como a maioria, enquanto grande parte das meninas optava por saias curtíssimas, ela optava por uma espécie de bermuda de corte elegante cinza clara, mas de resto se vestia como todas as outras, camisete branca, gravata listrada vermelha e dourada, o blazer feminino preto de botões dourados, meias três quartos brancas e, como eu, usava all stars só que os dela era envernizados pretos ao contrário dos meus que eram de lona... Normalmente vista com cabelo preso, óculos de acetato preto e pouca maquiagem... Pelo menos era assim que ela estava vestida até o momento que me disse que iria tomar banho e se arrumar.

Mas agora... UAU!

Ela vestia um vestido básico verde escuro que lhe caía perfeitamente, deixando a mostra pernas torneadas de cor-de-leite (onde ela andava escondendo essas pernas?), pude perceber pelo vestido que não tinha muito busto, mas que a comissão traseira era... Como posso dizer? Magnífica? Nos pés ela tinha uma sandália gladiador de couro marrom escuro, não me levem a mal, a sandália é bonita, mas eu não gosto, não consigo deixar de pensar onde ela teria estacionado a biga dela... Com isso pude concluir que o corpo dela era... Acho que o tipo de corpo que eu procuro numa mulher.

- E aí como eu estou? – ela perguntou ansiosamente, fazendo com que eu voltasse meu olhar para o rosto dela pela primeira vez.

Ela não usava os óculos, o que me permitiu ver que ela tinha misteriosos olhos castanhos escuros adornados por longos cílios, que estavam ainda mais cheios e bonitos devido à maquiagem. As bochechas estavam coradas, mas eu não sabia ao certo se era pela maquiagem ou por que ela estava realmente corada, os lábios que estavam cobertos por um batom vermelho permaneciam num sorriso sincero, mas preocupado, revelando dentes brancos, brilhantes e perfeitamente alinhados.

- Você está linda. – eu disse sinceramente. Então, ela estreitou os olhos para depois sorrir, revelando um dos sorrisos mais belos que eu já vira, e ainda acompanhado por duas covinhas.

- Obrigada. – ela agradeceu (jura?), passando a mão pelos cabelos, como que o bagunçando um pouco. Os cabelos dela eram castanhos escuros lisos, mas com algumas leves ondulações, lhe caindo perfeitamente pelos ombros para parar apenas um pouco acima da cintura.



- Minha dama... – eu disse sorrindo galantemente para ela e lhe oferecendo o braço para entramos na Domino’s.

- Meu cavalheiro. – ela disse juntando seu braço ao meu e rindo alegremente – Eu realmente não acredito que estou fazendo isso.

- Melhor acreditar, porque eles já nos viram. – eu disse rindo, e indicando a mesa em que eles estavam, onde James e Peter acenavam avidamente para a gente.

- Eles sempre são assim? – ela perguntou um pouco insegura.

- Nah... Só se eles forem com a sua cara. – eu disse, e ela suspirou pesadamente ao meu lado, e eu senti que ela tremia – Você está tremendo!

- Um pouco. – ela admitiu.

- Relaxa, ok? – eu pedi trazendo-a um pouco mais perto de mim, tentando-lhe passar mais segurança.

O caminho até a mesa parecera uma eternidade. Enquanto eu atraía olhares de quase todas as mulheres da pizzaria, Marlene parecia fazer o mesmo ou em igual proporção com os homens.

- McKinnon, você está fantástica! – foi a primeira coisa que ouvimos vindo de Dorcas.

- Obrigada. – ela disse humildemente com as bochechas rosadas.

Mas eu desconfiava que ela já sabia disso, como se não bastasse os homens da pizzaria a olhando descaradamente, e algumas mulheres, invejosamente, meus amigos pareciam estar embasbacados com ela. E eu desconfio que a surpresa deles tenha sido tão grande quanto a minha, pois eles não tentavam esconder as caras de bobos ainda que na frente das namoradas.




N/A.: capítulo 1 repostado. Espero que tenham gostado!

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Miss Laura Padfoot

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