Com você...

 

Harry simplesmente não conseguia pregar o olho, se remexia na cama, esperando o sono vir, mas ele não vinha. Sua mente estava cheia de lembranças e um turbilhão de sentimentos, que ele tentara esconder o dia inteiro, tomavam conta dele. Ter Hermione ali o fazia pensar na vida que eles podiam ter tido juntos, mas que não tiveram. Queria correr até o quarto ao lado e apenas se deitar ao lado dela, apenas senti-la em seus braços, apenas como os simples amigos que eles lutavam para ser, já era suficiente. Duas batidas na porta o fizeram se sobressaltar. Ele ergueu a cabeça do travesseiro para vê-la abrir a porta e colocar metade do corpo para dentro.

 

- Será que posso entrar? – Hermione perguntou insegura

 

Harry sorriu, seu coração disparado.

 

- É claro que pode. – disse levantando seu cobertor e dando espaço para ela na cama

 

Hermione também sorriu, entrando e fechando a porta novamente, andou até a cama e se deitou sobre o peito dele, debaixo das cobertas. Harry a abraçou, trazendo-a mais para si e suspirando em aprovação. Ambos com os olhos fechados.

 

- Fiquei pensando no fato do meu melhor amigo estar no quarto ao lado do meu, depois de sete longos anos sem vê-lo, e me pareceu loucura não estarmos juntos essa noite. – ela disse com a voz falhando – E obviamente não consegui dormir.

 

Harry riu e beijou-lhe a testa.

 

- Que bom que você veio. – ele disse – Estava pensando a mesma coisa e desejando que você aparecesse. Você está com sono?

 

- Não, quero ficar acordada conversando com você.

 

- Sinto falta das nossas conversas. – ele admitiu – Lembra quando ficávamos acordados até tarde no salão comunal? Apenas nós dois, conversando sobre tudo, sempre éramos os últimos a ir dormir, Rony nunca agüentava.

 

Hermione assentiu sorrindo.

 

- Foi a melhor época da minha vida. – ela disse saudosa

 

- Da minha também. – ele concordou – Mesmo antes de eu derrotar Voldemort era maravilhoso. Você sempre me ajudava a resolver tudo, jamais teria conseguido sem você.

 

- Teria sim, você teria conseguido de qualquer jeito. – ela garantiu-lhe

 

- Como você é teimosa! – ele acusou-lhe – Você sabe que não teria conseguido sobreviver nem ao primeiro ano se não fossem você e Ron. E não discuta comigo!

 

Hermione riu, fazendo o corpo de Harry vibrar ao ouvir a risada dela. Como sentira falta de ouvi-la rir. Ele beijou-lhe a testa novamente.

 

- Você continua carinhoso. – ela observou, brincando com os dedos sobre o peito dele – Sempre amei isso em você.

 

Harry deu um pequeno sorriso e só então percebeu que acariciava o braço dela com a mão que estava livre, a outra a enlaçava pela cintura, num abraço protetor.

 

- Você merece todo o carinho do mundo Mione. – ele disse gentilmente

 

Ela balançou a cabeça.

 

- Não é só comigo. – ela lhe explicou – O jeito como você cuida dos seus filhos, com tanto carinho, com tanto amor... É tão lindo Harry, você é um pai maravilhoso!

 

Ele pôs sua mão sobre a dela, que ainda repousava sobre seu peito, e as enlaçou.

 

- Obrigado. – ele agradeceu - Isso significa muito pra mim, principalmente vindo de você.

 

- Por quê? – ela perguntou intrigada

 

Harry hesitou, não sabia se deveria dizer.

 

- Porque sempre sonhei em ter filhos com você. – ele confessou com o coração quase saindo pela boca

 

- Harry! – Hermione o repreendeu

 

Aquilo fizera o coração dela doer. Ouvir sobre como ele sonhava em ter filhos com ela não era justo. Harry fechou os olhos por um instante.

 

- Desculpe. – ele disse sincero – Eu não devia ter dito isso! Mas o fato de eu não dizer certas coisas não muda o fato de que elas existem.

 

- Mas não dizê-las nos faz sofrer menos. – ela disse com a garganta queimando – Foi o que combinamos lembra?

 

Ele suspirou. Haviam combinado há onze anos fingir que nada daquilo tinha acontecido, fingir que não tinham se amado intensamente, fingir que não haviam feito planos, que não haviam trocado beijos, feito amor, compartilhado medos e desejos. Às vezes pensava que aquilo era uma tolice, mas Hermione preferia assim.

 

- Tem razão, me desculpe. – ele se desculpou outra vez

 

Harry a abraçou mais forte e ela retribuiu. Hermione não agüentou e soltou o choro preso em sua garganta. Harry se sentiu péssimo por trazer aquelas lembranças a ela e por deixá-la triste. Ele se virou de lado, ficando de frente para ela, envolvendo-a com os dois braços e afundando o rosto dela em seu pescoço.

 

- Eu sou um idiota, me desculpe! – ele pediu angustiado

 

Ela chorava copiosamente e Harry tentava a todo custo consolá-la.

 

 - Porque as coisas não foram diferente para nós Harry? – ela perguntou entre o choro – Porque elas tiveram que ser sempre tão complicadas?

 

- Eu não sei, eu não sei. – ele disse, se sentindo impotente – Eu queria poder voltar no tempo e fazer tudo diferente, você sabe disso não sabe?

 

- Eu também queria ter feito muita coisa diferente. – concordou ainda chorando

 

Eles ficaram abraçados em silêncio até Hermione se acalmar, enquanto ele beijava-lhe os cabelos carinhosamente. Como podiam estar tão perto um do outro, mas ao mesmo tempo tão distantes? Harry não sabia como agüentar aquela dor em seu peito. Quando Hermione se acalmou ela beijou o ombro de Harry e deixou os lábios ficarem ali, fazendo-o suspirar. A cabeça de Harry fervilhava com uma dúvida que o perseguia há quatro anos.

 

- Porque você não veio Mione? – ele começou – Porque não veio quando Camille morreu?

 

Hermione voltou a derramar algumas lágrimas. Sabia que Harry ainda estava magoado por aquilo e ela nunca teve a chance de lhe explicar. Hermione se afastou um pouco para encará-lo. Os olhos dele demonstravam toda a dor que sentia por não tê-la por perto em dias tão difíceis. Ela acariciou a face dele.

 

- Porque eu sabia que se viesse eu não teria forças pra partir novamente. – ela confessou docemente

 

Ele a encarou confuso.

 

- E isso seria tão ruim? – quis saber – Seria como dar uma chance a nós dois.

 

Ela balançou a cabeça em negativa.

 

- Seria abandonar tudo o que eu tinha construído lá Harry, seria abrir mão da minha carreira, da vida que eu tinha, abrir mão de tudo o que eu batalhei seis anos pra conquistar. – ela se defendeu – Eu tinha que fazer uma escolha Harry, e escolhi ao menos uma vez fazer algo por mim! Nós já tínhamos tido nossa chance querido!

 

Harry fechou os olhos e dessa vez ele deixou uma lágrima escapar. Hermione limpou a lágrima teimosa com carinho e beijou o canto dos olhos dele. Fazendo-o se arrepiar com o toque dos lábios dela em sua face. Ele abriu os olhos e eles se encararam.

 

- Eu ainda amo você, Mione. – ele confessou com a voz rouca – Ainda mais do que amava há onze anos.

 

Hermione colou sua testa a dele, sentindo seu coração doer.

 

- Eu também ainda amo você. – confessou voltando a derramar algumas lágrimas – Eu nunca vou deixar de te amar. Queria que isso bastasse, mas não basta.

 

Harry pôs a mão na nuca dela, acariciando seu pescoço.

 

- Você vai mesmo... – a voz dele falhou e ele suspirou – Vai mesmo se casar?

 

Ela assentiu e fungou. Pensar em Hermione se casando com outro o angustiava.

 

- Vou Harry! – disse com tristeza

 

- Você o ama? – ele perguntou franzindo a testa, precisava saber aquilo

 

Hermione o encarou. Ela não respondeu de imediato.

 

- Eu o amo como você amava Camille. – ela lhe disse e o impediu de falar – Foi o suficiente pra você viver com ela por sete anos e ter quatro filhos... – ela pausou – Deve ser o suficiente para mim e Mark também.

 

Dessa vez foi Harry quem se calou. Ele havia feito uma escolha há anos atrás e agora era a vez dela escolher seguir em frente e ter uma família, ele não podia culpá-la. Ele queria gritar para que ela não se casasse, para que ficasse com ele, ele queira beijá-la, mas mais uma vez a racionalidade de ambos os impedia de fazer aquilo. A respiração dela estava ofegante.

 

- Durma Mione. – Harry a aconselhou

 

Harry acariciou o rosto delicado dela, enquanto eles se encaravam intensamente.

 

- Esses dias que vou passar aqui... – ela começou, mas ele a interrompeu

 

- Eu prometo que não vou mais tocar nesse assunto. - ele lhe prometeu – Prometo que vou me contentar em ter você comigo por alguns dias, apenas como amigos. Sem lembranças dolorosas e sem tocar em feridas do passado. Só quero que você não me deixe um segundo enquanto estiver aqui, que me deixe tê-la em meus braços como agora apenas por esses dias.

 

Ela balançou a cabeça e passou o braço pela cintura do homem, chegando ainda mais perto dele, sentindo o perfume dele grudar em sua pele, as mãos dele lhe acariciar com carinho, deixando-o beijar-lhe a face. Era tão bom estar com ele.

 

- Só se você prometer que quando eu estiver caindo na tentação, ou você estiver caindo em tentação, você vai me soltar. – ela brincou

 

Eles riram e ele beijou a testa dela.

 

- Prometo.

 

Ele a abraçou e ela encostou sua cabeça no peito dele, ouvindo as batidas descompassadas do coração do amigo. O dela batia igual, por estar nos braços dele. Ela suspirou e seus olhos começaram a pesar.

 

- Boa noite meu amor. – Harry disse sentindo-a relaxar em seus braços

 

- Boa noite amor. – ela retribuiu, fingindo só por aquela noite que eram um casal feliz

 

*******

 

Harry começou a despertar e tentou se mexer na cama, mas algo o impediu e quando se lembrou do que era um enorme sorriso surgiu em seus lábios. Ele abriu os olhos lentamente e teve a visão mais linda de sua vida nos últimos anos. Hermione estava dormindo tranquilamente em seus braços, com a respiração lenta. Harry a aconchegou um pouco mais a si. Acordar ao lado dela era maravilhoso, tinha se esquecido da sensação.

 

- Merlin! – ele sussurrou enterrando o rosto no pescoço dela e inalando o cheiro da melhor amiga. Como amava aquele cheiro!

 

Hermione se mexeu nos braços dele. Harry estalou um beijo na bochecha dela, ainda sorrindo.

 

- Bom dia. – ele sussurrou no ouvido da mulher

 

Ela resmungou algo e o abraçou, encostando a cabeça no peito dele, ainda de olhos fechados.

 

- Você continua preguiçosa. – ele a provocou e a viu dar um pequeno sorriso

 

- E você continua um chato! – ela murmurou

 

Ele riu. Ela suspirou e se afastou para encará-lo.

 

- Bom dia. – ela disse por fim

 

Eles se encararam sorrindo por alguns segundos.

 

- Tinha esquecido como é bom acordar com você nos meus braços. – ele disse com um suspiro

 

Ela lhe deu um pequeno sorriso.

 

- Faz tanto tempo. – disse nostálgica

 

- Onze anos. – lembrou-a

 

Harry levou a mão até a face dela e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. Hermione fechou os olhos e Harry encostou sua testa a dela, também fechando os olhos. Eles ficaram assim por algum tempo, ouvindo a respiração e as batidas do coração um do outro. Hermione estava trêmula, acordar ao lado de Harry lhe trazia lembranças que passara onze anos tentando evitar. A lembrança da sua primeira vez, da primeira noite de amor que tivera com Harry. Ela se afastou um pouco, muito afetada.

 

- Estou morrendo de fome. – ela disse tentando afastar aqueles pensamentos e acabar com o clima que surgiu entre eles

 

Harry riu e ela se sentiu aliviada por ele não se chatear.

 

- Vou preparar o melhor café-da-manhã da sua vida! – ele disse convencido

 

Hermione riu e ele fez menção de se levantar, mas Hermione o impediu.

 

- Espera. – pediu séria e ele a encarou – Fica mais um pouco.

 

Os olhos de Harry brilharam e ele sorriu, voltando a abraçá-la. Hermione se sentia culpada por querer ficar perto dele e sentir o que sentia, mesmo estando noiva. Pensava em Mark e isso a deixava péssima.

 

- Nós não estamos fazendo nada de errado Mione. – ele disse como se lesse sua mente – Somos dois amigos que se amam e estão matando as saudades um do outro, nada mais do que isso.

 

Ela suspirou.

 

- Isso é uma mentira e você sabe. – ela disse a ele – Não é errado ficarmos aqui abraçados, é errado o que eu sinto toda vez que você me abraça.

 

Harry não pôde deixar de sorrir. Saber que ele ainda a afetava daquele jeito o deixava feliz. Ela se afastou para encarar, incrédula, o sorriso na face dele. Ela deu um tapa no ombro dele.

 

- E você ri! – disse tentando não rir também

 

O sorriso dele aumentou.

 

- É sempre bom saber do meu poder de sedução! – ele brincou, arqueando as sobrancelhas

 

Ela não agüentou e gargalhou, dando mais um tapa nele. Eles pararam de rir e ela o abraçou novamente.

 

- É incrível não é? – ela perguntou

 

- O quê?

 

- Sete anos sem nos vermos e parece que nunca nos separamos. – ela comentou com um sorriso bobo

 

Ele sorriu também.

 

- Nós sempre tivemos essa ligação maluca. – ele lembrou – Rony sempre nos disse isso.

 

Ela assentiu, ainda sorrindo. Os dois ficaram mais um pouco na cama, e quando ele se levantou para preparar o café, Hermione foi se trocar e desceu para ajudá-lo em seguida. Prepararam o café-da-manhã juntos e antes de ficar pronto Melissa e David já estavam de pé.

 

- Bom dia. – Harry desejou aos dois, que ainda estavam meio cambaleantes

 

- Bom dia pai, bom dia tia. – disse Melissa antes de bocejar

 

Hermione sorriu, admirando a cena.

 

- Bom dia queridos. – ela retribuiu

 

David não respondeu, apenas acenou para o pai e a tia, com a cabeça deitada na mesa. Harry balançou a cabeça, queria que David fosse sempre assim, mas dentro de alguns minutos ele iria parecer uma espoleta pela casa. Harry foi até Hermione, que terminava o suco.

 

- Está pronto? – perguntou divertido ao lado dela – Colocou açúcar?

 

Ela riu.

 

- Não sei. Prova. – ela o desafiou

 

David levantou a cabeça para observar a cena e Melissa já estava com os olhos grudados no pai e na tia. Os irmãos trocaram olhares e sorriram. Seu pai estava tão feliz e ter uma presença feminina naquela casa era sempre motivo de alegria. Riram quando Harry fez uma careta ao provar o suco.

 

- Seu mentiroso! – disse Hermione se fingindo de ofendida

 

Ele olhou para ela divertido e beijou-lhe a face.

 

- Está uma delícia! – ele disse tomando o restante do líquido no copo

 

Hermione levou a jarra de suco até a mesa.

 

- Vou acordar Jake e Julie, para tomarmos café todos juntos. – Harry informou, saindo em seguida

 

Hermione se sentou a mesa, de frente para as crianças.

 

- A senhora e o papai são amigos desde crianças, não é tia? – perguntou Melissa

 

Hermione sorriu-lhe.

 

- Sim, tínhamos sua idade quando ficamos amigos. Eu, ele e o Rony. – contou-lhes Hermione

 

- E porque a senhora não veio mais aqui? – perguntou David inocentemente

 

Hermione os encarou e se sentiu culpada por não estar sempre por perto para eles.

 

- Por vários motivos meu amor, coisas de adulto. – ela disse sincera

 

David assentiu, como que dizendo que entendera.

 

- Coisas de adulto sempre querem dizer trabalho e namoro. – ele a informou

 

Hermione gargalhou achando-o fofo.

 

- Basicamente isso David Potter. – ela confirmou ainda rindo

 

David deu um pequeno sorriso, enquanto Melissa também sorria.

 

- No que a senhora trabalha tia? – Melissa voltou a perguntar

 

Hermione respirou fundo.

 

- Eu sou chefe do Departamento de Defesa do Ministério Americano. – ela informou devagar, para que os garotos acompanhassem

 

Os dois a olharam confusos.

 

- E o que é isso? – tornou a perguntar a garota

 

- Bem, o Ministério Inglês não possui esse Departamento, na verdade ele só existe nos Estados Unidos. – ela disse a eles, que ouviam atentamente – É o departamento que cuida da segurança nacional do país.

 

Eles ainda tinham um olhar de confusão no rosto.

 

- E porque aqui não tem? – dessa vez David perguntou

 

Hermione deu um pequeno sorriso. Estava achando divertidíssimo conversar sobre aquilo com eles.

 

- Digamos que os Estados Unidos é um país que tem muitos inimigos. É um país que... – ela procurou uma linguagem fácil para que eles entendessem –...que tem crescido muito nos últimos anos e eles se preocupam muito com ataques, tanto o Governo trouxa quanto o bruxo. Então é um Departamento que cuida de toda a segurança do país e dos bruxos americanos.

 

David sorriu admirado e Melissa ficou pensativa.

 

- Deve ser importante! – disse David

 

Hermione riu.

 

- É sim, é muito importante. – ela confessou para ele

 

Melissa continuava pensando sobre alguma coisa.

 

- Mas porque logo a senhora, uma inglesa, seria a chefe do Departamento de Defesa? – ela perguntou e Hermione ficou impressionada com a pergunta dela

 

Melissa a encarava e Hermione abriu a boca para tentar explicar, mas Harry a interrompeu.

 

- Porque sua tia é a bruxa mais brilhante que o mundo já viu. – ele respondeu sério, sentando Jake no colo de Hermione – Segure-o pra mim um instante.

 

Ela assentiu um pouco desconcertada e correu para contradizer o que Harry havia dito, enquanto Jake a beijava no rosto.

 

- Seu pai está brincando. – ela disse rapidamente – Oi Jake, bom dia!

 

Ela beijou a face do garotinho, que tentava a todo custo chamar sua atenção.

 

- Eu não estou brincando! – Harry se defendeu, voltando do quintal – E pára com isso Hermione, você sabe que estou falando a verdade.

 

Hermione corou. Odiava quando ele dizia aquelas coisas, ela não era assim tão brilhante, nem mesmo brilhante ela era.

 

- Não, não está! – ela retrucou mais uma vez

 

Melissa e David assistiam com divertimento a cena.

 

- Tio Rony sempre diz que a senhora é a aluna mais inteligente que Hogwarts já teve. – lembrou-se David

 

Hermione abriu a boca mais uma vez, mas fechou-a. Olhou para Harry fuzilando-o com o olhar, enquanto ele preparava um copo de leite para Jake, rindo-se.

 

- Admita Mione. – ele a provocou – Você tinha apenas dezenove anos quando foi contratada pelo Ministério dos Estados Unidos, que vinha em pleno crescimento, para chefiar o Departamento de Cooperação Internacional em Magia. E em cinco anos virou chefe do mais importante Departamento deles.

 

Hermione suspirou, tentando não azarar Harry.

 

- Uau! – disse Melissa a admirando – A senhora deve ser mesmo brilhante.

 

Hermione deu um pequeno sorriso para a garota e balançou a cabeça envergonhada.

 

- Tia Mione! – chamou Jake pela décima vez, segurando o rosto dela entre as duas mãozinhas.

 

Hermione esqueceu o assunto para prestar atenção ao garotinho.

 

- Oi meu amor? – ela disse olhando-o

 

- Eu perguntei ao papai...e ele disse..é...pra perguntar... – ele falava rápido e esquecia o que iria falar. Hermione o olhava atentamente esperando ele concluir a frase – Como é mesmo papai?

 

Harry riu e o ajudou.

 

- Ele quer que você dê o café para ele hoje e eu disse pra ele perguntar a você. – disse Harry

 

Hermione deu um grande sorriso e encheu o garotinho de beijos, fazendo-o gargalhar.

 

- Mas é claro que eu te dou o café hoje! – ela disse – Será uma honra.

 

Ele riu mais uma vez. Hermione olhou para Harry que ria do filho. Os dois irmãos também riam dele.

 

- Onde está a Julie papai? – perguntou Melissa

 

Harry fez cara de entediado, enquanto continuava a preparar algo em cima da pia.

 

- Você sabe como ela é preguiçosa... – ele disse balançando a cabeça – Vá buscá-la pra mim Mel. Não duvido nada que ela tenha voltado para cama assim que dei as costas.

 

Melissa obedeceu prontamente às ordens do pai e saiu correndo.

 

- Merlin, nós corríamos assim quando tínhamos a idade dela? – ele perguntou irritado a Hermione

 

Ela riu da cara que ele fazia.

 

- Sim, corríamos. Você e Rony então... – ela o lembrou – Eram impossíveis!

 

Depois de algum tempo Melissa e Julie entraram na cozinha. Julie tinha uma cara emburrada e se sentou ao lado de Hermione na mesa, que ainda tinha Jake em seu colo.

 

- Bom dia Julie. – Hermione desejou a ela

 

- Bom dia. – ela resmungou

 

Hermione percebera assim que a vira que a garota tinha um gênio forte e ainda era a única que tinha certa resistência a ela.

 

- Eu também odeio acordar cedo quando estou de férias. – Hermione disse tentando parecer casual – E seu pai sempre me deixava com raiva quando passava as férias com ele.

 

Hermione olhou Harry pelo canto dos olhos, que lhe sorria discretamente. Julie a encarou, ainda um pouco desconfiada.

 

- Ele puxava a sua coberta? – Julie perguntou tentando não demonstrar muito interesse

 

Hermione abriu a boca teatralmente.

 

- Ele também faz isso com você? – ela perguntou espantada – Eu acho golpe baixo!

 

Julie concordou e se virou para o pai.

 

- Viu pai, eu sempre falo isso para o senhor! – ela o acusou e ele se segurou para não rir

 

- Mas sabe Julie... – recomeçou Hermione atraindo mais uma vez a atenção da garota – Eu sempre o perdoava.

 

A garotinha olhou para o pai novamente, parecendo chateada.

 

- Por quê? – ela perguntou curiosa

 

Hermione deu de ombros.

 

- Porque no fim ele só queria aproveitar as férias ao meu lado. – ela explicou a menina de modo singelo, fazendo-a hesitar e suavizar a expressão

 

Harry deu um pequeno suspiro, para que ninguém o escutasse. Amava desesperadamente aquela mulher e cada vez que ela fazia algo daquele tipo, de forma tão doce e divertida, tinha vontade de agarrá-la e beijá-la. O modo como ela tratava seus filhos o deixava ainda mais apaixonado, fazendo algo que ele achava impossível, amá-la mais e se apaixonar de novo e de novo todos os dias.

 

- É, faz sentido tia Mione. – disse Julie e sussurrou – Acho que vou perdoar ele também.

 

Hermione sorriu, era a primeira vez que ela lhe chamava de tia e aquilo aqueceu seu coração. Sabia que seria difícil partir outra vez quando estivesse perto dele e dos amigos, mas aquelas crianças tornavam tudo ainda mais difícil e seu coração já doía só de pensar em se separar dele e de seus quatro adoráveis filhos. Eles se encararam e ambos puderam ver a tristeza nos olhos um do outro.

 

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Pessoal, esse é o meu capítulo preferido até agora, espero que vocês tenham gostado dele! E por favor, comentem!! E temos vários leitores novos, convido todos a comentarem também e sejam muito bem-vindos! E obrigada aos que continuam comentando. 

 

EnigmaticPerfection: Ele vai aparecer sim, e em breve! Bom, mais para frente você vai entender, ou pelo menos aceitar, o fato dele ter tido tantos filhos, e vai acabar perdoando ele. Gostou desse cap? rsrs Beijos e obrigada por comentar sempre! Ah, e amo sua fic, estou esperando próximo cap dela. J

Thainá Santos: Que bom que gostou do cap, e desse, o que achou? Me pergunto a mesma coisa, Harry as vezes é muito lento, mas logo logo ele vai se irritar consigo mesmo, assim espero... rsrs  Beijos e muito obrigada por comentar!

Over the sky: Amo leitores novos! J Obrigada por comentar e espero que tenha gostado do cap. Beijos

Isis Brito: Ah Isis, você é uma romântica como eu rsrs Sim, amo escrever sobre essas crianças, tento fazer delas as mais encantadoras possíveis! Beijos querida e obrigada por comentar!

Melissa Hashimoto: Então por favor, não pare de comentar! E sempre é bom ouvir as críticas também. Sei que as vezes os leitores não concordam muito com o rumo que a fic vai levando, mas prometo que tudo vai se esclarecer. No próximo cap Harry vai explicar um pouco sobre o que você quer tanto saber, mas só um pouco rsrs E sobre a Mione não se entregar, bem...digamos que ela está com medo, tente entender, não é fácil para ela. Beijos querida, muito obrigada mesmo pelos seus comentários!

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