Capítulo XI



 


Dorcas Meadowes


 


Depois que a Lily e eu ajudamos a Lene a se arrumar ficamos conversando por um bom tempo no dormitório. Quando o tédio começou a reinar, resolvemos ir à biblioteca.


Enquanto passávamos pelo terceiro andar, pude ver Remus, James, Sirius e Peter no corredor adjacente. Eles conversavam, pelo menos os três últimos. O primeiro parecia no mundo da lua. Nossos olhares se cruzaram e eu me perdi nos olhos cor de mel de Remus.


- Dorcas... Dorcas... Dorcas... DORCAS!- a minha cena romântica foi interrompida pela ruiva.


- Oi? Eu, hein, garota escândalosa! O que você quer?


- Ah, deixa. Eu esqueci.


Eu bufei. E continuamos nosso caminho.


- Dorcas! Dorcas!


Eu não precisava me virar pra saber quem era o dono da voz,  mas quando o fiz estava com um sorriso estampado de orelha a orelha em meu rosto. Remus corria em minha direção.


- Oi!


-É...Oi, Dorcas. Eu...- ele parecia meio nervoso.


- Está tudo bem, Remus?


- Não. Quero dizer, sim.- ele respirou fundo- Sim, está tudo bem.- ele sorriu- Você está ocupada? Vai fazer alguma coisa agora?


- Não, por que?- simplesmente ignorei o fato de que eu ia estudar com a Lily.


- Você gostaria de ir comigo a Hogsmeade?- Ele passava a mão pelos cabelos, demonstrando o quanto estava nervoso.


- Sim!- falei, e acho que empolgada demais.- Agora?


-É.- ele sorriu constrangido.


- Dá tempo de trocar de roupa? Estou toda desarrumada.- foi a minha vez de ficar com vergonha.


- Você está linda.


Juro que foi por muito pouco que eu não me joguei em cima dele e o beijei. Ao invés disso apenas corei e murmurei um obrigada.


- Oi pra você também, Remus. E não, Dorcas, não me importo de ser abandonada.


- Oi, Lily, desculpa.- ele disse corando.


Ele fica lindo corado.


- Eu sei que você é a melhor amiga do mundo e vai desculpar o abandono, né?


Nós dois olhamos para ela com aquela carinha de criança que tenta ser desculpar com a mãe após quebrar um jarro de cristal que estava na família a várias gerações.


- Vão logo! Estão esperando o que?- a ruivinha respondeu com toda a sua simpatia.


O Remus e eu fomos andando em direção a saída do castelo.


- Desculpa te convidar assim em cima da hora, é porque tinha medo de você não aceitar.


- Assim foi melhor, se você me convidasse antes eu acho que morreria de ansiedade até a hora de sairmos chegar.-eu não acredito que disse isso. Por que eu disse isso? Eu queria enfiar a minha cabeça no chão como um avestruz.- Foi mal, as vezes não penso antes de falar.


 E então ouvi o som da risada do Remus, uma risada gostosa que me acalmou. Pelo que parece ele não me achou tão maluca assim, pelo menos é o que eu espero.


-Amo sua expontâniedade.- Ele é tão fofo.


Eu sorri e ele também.


- O que você quer fazer?- ele perguntou quando chegamos ao vilarejo.


- Você que sabe.- Pra mim o importante era estar com ele.


Ele parou um tempinho olhando para as lojas e começou a sugerir.


- Madame Pudfoot? Três Vassouras? Sorvete?


- Sorvete é uma ótima idéia!- Mesmo no frio não a nada mais gostoso.


- Vamos então.


Entramos na sorveteria, os ladrilhos branco e verde água somados as cadeiras rosinhas e as mesas azul- bebê davam um ar alegre ao lugar. Eu pedi uma casquinha com uma bola de morango e uma de creme com calda de morango e castanhas. Remus pediu a dele com duas bolas de flocos e calda de chocolate. Ele pagou os dois, ignorando os meus protestos para dividirmos.


Assim que voltamos para rua Remus me deu a mão. Olhei pra ele  e sorri, ele sorriu de volta. Andamos de mãos dadas, tomando sorvete, conversando sobre aminosidades e rindo. Tudo estava perfeito.


- Ansioso para viagem?- perguntei.


- Bastante.Vai ser maravilhoso passar as férias com você, quero dizer, com todos vocês.


- É. Também acho que vai ser.


- Vamos sentar? - ele sugeriu, apontando para um banquinho no fim da rua.


-Claro.


Terminamos os nossos sorvetes sentados ali. Em silêncio, mas um silêncio confortável. Observamos as lojinhas e as pessoas que entravam e saiam delas.


- Dorcas? -ele sussurrou e eu me virei pra ele.


Ele colocou a mão em meu rosto, acariciando minha bochecha. Aos poucos as deslizou para a minha nuca se aproximou e me beijou. Um beijo calmo, mas intenso. Sem dúvida o melhor da minha vida.


Nos beijamos até a nescessidade de ar ser insuportável.  Nos separamos e sorrimos.


- Dorcas, - eu me apavorei. Será que ia me dar um fora?- eu não sou do tipo que fica apenas por ficar.


Eu apenas confirmei com a cabeça, sem entender aonde ele queria chegar.


- Eu gosto de você de verdade.- ele continuou e meu coração acelerou.- Dorcas, o que eu estou querendo dizer é- ele respirou fundo, criando coragem.- Você quer ser minha namorada?


Eu abri o maior sorriso do mundo.


-Sim! Sim! Sim!- foi tudo o que eu consegui dizer antes que ele me calasse com um beijo.


E depois ele me beijou de novo, de novo e de novo. Ficamos ali namorando até o fim da tarde. Quando a neve começou a cair novamente. Ele tirou o casaco e me deu, depois me abraçou e fomos andando assim até o castelo.


Depois que entramos devolvi o casaco para o meu namorado (Meu namorado. É tão bom poder dizer isso.) e ele me deu a mão.


- Obrigada.


-Pelo que?- Ele me olhou sem entender.


- Pelo casaco, pelo sorvete, pela tarde maravilhosa e por me levar para o dormitório ontem.


- Não tem porque agradecer, meu amor.


- Diz de novo?


- O que ? Meu amor?


- Aham.


- Meu amor. Meu amor.


Remus botou a mão em minha cintura e colou o meu corpo ao dele. Me deu um beijo demorado e depois sussurou na minha orelha:


- Meu amor!


Eu simplesmente não conseguia parar de sorrir e ele também não. Fomos de mãos dadas para o salão comunal. Quando passamos pelo buraco do retrato pude ouvir um coro de "owwnn" da Lily e da Lene.
James e Sirius estavam brincando de agarrar um pomo que voava entre os dois. Peter estava esparramado na poltrona com uma caixa de feijõezinhos de todos os sabores nas mãos. Lily estava deitada no sofá. E Lene descia as escadas do dormitório, pelos cabelos molhados, imagino que ela tinha acabado de sair do banho.


- E então?- Sirius perguntou.


- "E então" o que?- Remus se fez de desentendido.


- Como assim  " 'E então' o que?"? Vocês chegam de mãos dadas e acham que não nos devem satisfações?


- É.- eu disse.


- "É", uma ova, Dorcas! Explicações, anda! - A Lene me comove com toda a sua sutileza.


- Estamos namorando, oras.- Eu disse corando e o Remus me abraçou por trás.


Mais um coro de  "owwnn" e dessa vez elas bateram palminhas.


- Até que enfim, né, Aluado?!


- Continua comendo quietinho ai, Rabicho!- meu namorado respondeu e me puxou pra sentar com ele no sofá vazio.


Ficamos ali conversando com os nossos amigos por um tempo, até o James levantar dizendo:


- Bora, povo! Tá na hora.


Sirius e Peter se levantaram também. Remus me deu um beijo, e depois de se desculpar por ter que sair e desejar boa noite foi com  eles.


- Vamos pro quarto agora e você vai contar todos os detalhes!-  a Lily praticamente me intimou.


E eu não sou nem maluca de contariar ela. E cá entre nós estava morrendo de vontade de compartilhar as novidades. Subimos e cada uma deitada em sua cama ficamos conversando durante um bom tempo.


Eu contei todos os detalhes do meu encontro com Remus e a Lene falou do dela com o idiota do Theo.  
Depois de conversarmos horas a fio, dormimos.

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