Capítulo 15

Capítulo 15

 

Era um belo dia ensolarado; perfeito para uma caminhada no parque ou para uma ida à praia.

Rose Granger Weasley caminhava a luz do sol um caminho que fazia todos os dias, sempre ao mesmo horário. Um caminho que começava em sua casa e terminava em frente a uma bela casa, onde morava que alguém muito importante para Rose. Mas ela nunca batia à porta da tal casa. Ficava apenas observando o jardim, com inúmeras espécies de flores, naquela época do ano, todas abertas; tinha orquídeas, roseiras, cravos, lágrimas de Cristo, onze-horas, e ainda alguns tipos de cactos de porte médio. A casa tinha três andares e era toda revestida com pedras envernizadas e tinha as portas, janelas e sebes de madeira polida de carvalho. O chão da grande varanda era todo de pedra mármore cinza e branco, muito bem cuidado. A campainha da casa era uma pequena estatueta de metal que ficava pendurada em frente à porta da casa, em forma de fênix.

A casa em si poderia ser de uma pessoa comum tanto quanto a pequena estatueta de fênix poderia ter sido comprada em um antiquário trouxa, se não fosse o fato de não existirem fênixes no mundo trouxa. Não, aquela era uma casa bruxa.

Ali morava, ninguém menos do que Scorpio Malfoy.

Haviam se passado exatos quatro anos desde os acontecimentos estranhos que haviam envolvido Rose no seu último ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e desde que terminara a escola, Rose ia, todos os dias, no endereço de Scorpio, mas apenas para contemplar a casa.

Apesar de não sentir tanto sofrimento quanto imaginou que sentiria um dia, Rose ainda se perguntava se o que ela fizera fora realmente o certo. Mas do que tudo, Rose sentia muita falta se Scorpio. Ela sabia que era apenas ele que ela poderia amar, mas ficava se perguntando se algum dia os dois ficariam juntos de novo.

Mas o destino não podia agir como Rose queria. Então naquele dia, depois de quatro longos anos, Rose decidiu que não passaria em frente à casa de Scorpio. Decidiu que ela seguiria em frente. E foi justamente esta escolha que fez o destino tomar sua decisão.

Rose seguiu para o Beco Diagonal, pois apesar de estar um belo dia para ir à praia, ela tinha trabalho.

Antes de seguir para sua loja entrou em uma loja bastante grande se comparada com as outras do local. Era toda revestida de mármore branco, realmente luxuosa. Encostadas nas paredes, estantes de vidro suportavam todos os tipos de cosméticos derivados de magia, desde pequenos potes de creme para espinha até grandes potes com loções capilares e maletas com kits de cremes, cada qual de uma coleção. Era a loja de Wanda, a melhor amiga de Rose. Ambas ainda moravam juntas, apesar de Wanda ter noivado com Alvo, o primo de Rose. E lá estavam eles. Wanda e Alvo conversavam com tamanha cumplicidade que fazia Rose sentir uma pontinha de inveja da amiga e do primo. Alvo, que no tempo de escola namorara Steffa, descobrira juntamente com Wanda que seus pares estavam os traindo. Depois da escola, numa noite de Natal na casa dos Weasley com a família Potter, Wanda e Alvo acabaram entrando num clima romântico e começaram a sair juntos.

- Oi, desculpa atrapalhar o romance aí... ahahah – falou Rose rindo e fazendo os dois rirem também – Wanda, você preparou as poções alisantes capilar que eu encomendei?

- Oi amiga, sim eu preparei sim. Os rapazes vão entregar na segunda a quantidade de três caldeirões de porte grande.

- Obrigada, bom eu tenho muito que fazer, vou indo lá pra loja. Tenho que preparar a capa da próxima Fashion Witch e mandar as meninas começarem a prepara confecção da coleção que estará na revista. Wanda quer almoçar comigo no Caldeirão Furado?

- Ok, mas que tal irmos a outro restaurante hoje?

- Qual?

- No do seu irmão. Parece que ele vai inaugurar hoje o Restaurante Bafo de Dragão.

- Ichi, é mesmo. Eu tinha me esquecido. Então fica combinado, vamos ao Bafo de Dragão. – falou Rose e ao se despedir do primo e da amiga seguiu para sua loja.

A loja de Rose era apenas a alguns metros da de Wanda, mas se a de Wanda era grande a de Rose era gigante. Tinha dois andares e um porão.

No andar debaixo eram realizados desfiles para apresentar a próxima coleção da Fashion Witch e quando não estava arrumada para um desfile, estava arrumada com araras que suportavam as roupas que Rose criava e estantes de vidro com os produtos que tinham na revista. Muitos deles eram encomendados da loja de Wanda, enquanto outros a própria Rose preparava.

O andar de cima se dividia em três salas. A primeira sala era a sala onde eram confeccionadas as roupas; a segunda sala era onde eram preparadas as revistas; e a terceira sala era o ateliê e escritório de Rose.

Realmente a Fashion Witch fazia muito sucesso e Rose ainda tinha conseguido colocar uma filial num bairro trouxa, mas onde viviam muitos bruxos. É claro que os trouxas não podiam ver a loja, mas a loja fervilhava de bruxas todos os dias. Lílian, a prima de Rose é quem tomava conta desta filial.

E Rose ainda estava pensando em abrir uma outra filial em Hogsmead, onde com certeza iria bombar, devido aos passeios de um monte de adolescentes estudantes de Hogwarts.

 

Logo chegou a hora do almoço e Rose nem se dera por conta, até Wanda e Alvo aparecerem na porta da Fashion Witch para a apressarem a ir até ao Bafo de Dragão.

Era um restaurante muito bonito o de Hugo, realmente inovador. Em cada parede havia um quadro de uns três metros de comprimento com imagens de dragões que se mexiam e cuspiam fogo.

Rose, Alvo e Wanda pediram um prato de massa com almôndegas de rins para três e para beber pediram três cervejas amanteigadas.

Hugo, pensou Rose, cozinhava realmente bem.

- Rosie – falou Alvo – como vai a vida?

- Ah primo. Tomei uma decisão extrema hoje, mas creio que é o melhor para mim.

- E você não vai nos dizer que decisão foi essa não é Rose? – falou Wanda.

- Não, não vou. Mas é realmente para meu bem, apesar de eu não estar concordando muito com isso.

- Bom, eu não sei se seria bom contar uma coisa sobre certa pessoa, mas Rosie, são boas notícias.

Rose que entendeu que estavam prestes a falar de Scorpio, concordou em ouvir.

- Fiquei sabendo eu ele terminou o colégio um ano depois da gente. Como ele ficou internado, teve que repetir, mas o mais engraçado é que ele teve uma recuperação tão de repente que nenhum curandeiro do Saint Mungus sabe explicar o que ou como ele se recuperou assim. – falou Alvo sem perceber que Wanda e Rose trocaram olhares significativos. – E tem mais. A mãe dele engravidou e tem um filho de dois anos. Ele ficou muito feliz de ter ganho um irmão, era o maior sonho dele. E sabem o que mais? Scorpio está para abrir uma loja aqui no Beco Diagonal.

COF. COF. COF.

Foi instantâneo. Rose engasgou com a cerveja amanteigada que estava tomando.

- O quê? – gritou Rose.

- Eu não devia ter dito isso não é mesmo? – falou Alvo com uma voz abarrotada de culpa. – Desculpe Rosie, mas achei que você ia gostar de saber.

- Eu? Gostar? De saber? Alvo, Scorpio não faz ideia de quem eu sou. – falou Rose e contou, em seguida, toda a história para o primo.

- Não creio. Mas Rosie... Sinto muito.

- Não sinta. Não vai fazer diferença, afinal ele não faz ideia de quem sou. Tem mais notícias?

- Sim. – falou Alvo continuando com a história – Ele vai abrir uma loja de poções prontas. Parece que ele ficou dois anos na Bulgária aprendendo técnicas de poções com o povo bruxo mais antigo de lá.

- Isso é realmente ótimo. – falou Wanda.

- Concordo, é bom que ele tenha conseguido seguir com o sonho dele. Era o que mais queria. – falou Rose.

Eles ficaram ali conversando até decidirem que era hora de voltaram, cada um para seus respectivos trabalhos.

- Bom, tchau meninas. Tenho treino hoje com o time. – falou Alvo, que era apanhador na seleção inglesa. Dando um beijo em Wanda, saiu do restaurante.

Depois elas seguiram juntas até se separarem na loja de Wanda.

Naquele resto de dia, Rose trabalhou bastante na capa da nova revista, mas ainda assim, mesmo com muito trabalho na cabeça, não conseguiu parar de pensar em Scorpio.

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