Capítulo 11



Capítulo 11


 


Rose estava seguindo para o Salão Principal quando viu que não tinha perdido a hora do almoço. “Realmente o tempo congelou.” – pensou ela ainda aturdida com os fatos que tinham acontecido. Tinha incrivelmente voltado ao passado, milhares de anos atrás e conhecido uma recém-rainha que era sua parente de milhares de anos atrás; e o mais perturbador era que essa parente estava morta, mas esse fato era o menor deles, pois o que mais aturdia Rose, era que ela aceitara ajudar àqueles mortos, pois teria ajuda para salvar Scorpio.


“Mas será que estou para fazer isso de coração?” – pensava ela tentando ser sincera consigo mesma “Ou é só pelo fato de eu saber que elas podem ajudar Scorpio?”. Indecisa consigo mesma, Rose seguiu para a mesa da Corvinal e se sentou ao lado de Wanda.


- Rose, você está bem? – perguntou Wanda à amiga que parecia pálida.


- Hum... Estou sim Wanda, só com um pouco de fome. – falou ela escondendo da melhor amiga o real fato de estar pálida, quando este foi falado.


- Rose, conheço você a mais de sete anos e apenas por isso, sei dizer quando você está mentindo. – falou Wanda, mas sem demonstrar qualquer sinal de que estivesse ofendida com a atitude de mentir da melhor amiga. Rose, constrangida, pensou se poderia contar para amiga tudo o que presenciara; assim que se decidiu que poderia confiar na amiga, a convidou para irem até o salão comunal dos monitores-chefes, para contar, segundo ela, um bafão.


Seguiram então apressadas até o quarto de Rose assim que chegaram ao salão dos monitores-chefes.


- Abafiatto. – falou Rose apontando a varinha para a porta, para o caso de a outra monitora chegar e ouvir partes da conversa. Em seguida Rose contou tudo o que havia se passado com ela enquanto o tempo esteve congelado.


- Quer dizer que devido ao fato de essa Katelyn ser sua parente distante, você pôde voltar milhares anos no tempo? – perguntou Wanda em uma confirmação, totalmente incrédula.


- Bom, sim. Exatamente isso. – e acrescentando ao ver a cara de Wanda, disse – Olha, também fiquei assim, mas elas me garantiram que podem ajudar Scorpio. E imagine: Posso conseguir pergaminhos milenares para o arsenal bruxo; pergaminhos com magias, encantamentos, poções, rituais, todos completamente desconhecidos. Veja o progresso que o mundo bruxo passaria. Tente compreender como deve ser conseguir curar alguém do óblivio apenas com um pequeno ritual, ao invés de dar poções diárias praticamente eternas. E Wanda, são pergaminhos escritos pelo próprio Merlin e pela própria Morgana; claro, os de Morgana provavelmente são Artes das Trevas, mas talvez nem todos. Eu mesma já li em um livro um ritual de Morgana. Bom, não era bem um ritual benéfico, mas também não chegava a ser Arte das Trevas. – terminou Rose vendo que havia conseguido convencer a amiga de que tudo era seguro.


- Ok, você me convenceu, mas fale novamente o que a tal feiticeira disse que você pode fazer para ajudar. – pediu Wanda ansiosa.


 


“- Minha cara, o que você pode fazer para ajudar? – aí a feiticeira riu.


- Sim. – eu respondi.


- Você não acha que o simples fato de te conseguido chegar aqui já não basta?


- Bom, não. Não depois que a senhora afirmou que precisava da minha ajuda e de ter se oferecido para ajudar Scorpio. – eu disse olhando diretamente nos olhos dela.


- Entendo. – a velha falou me olhando como se fosse capaz de saber o que estava se passando na minha mente; como se soubesse os maiores desejos da minha alma – Rose Granger Weasley, tente enxergar como alguém dado ao amor enxergaria: Todos os problemas ocorridos durante os anos envolveram histórias de amor. Esta história aqui envolve uma errada interpretação devido a erradas atitudes, ou seja, culpa de ambos os amantes. – nesse instante eu vi Katelyn chorar.


- E que isso significa? – eu perguntei.


- Amor pode resolver tudo. Imagine que talvez a ancestralidade não seja apenas de um amante, mas dos dois. Você é filha de sangues-puros? – ela me perguntou.


- Meu pai sim.


- Hum... E a quem você deu seu coração... Ele é filho de sangues-puros?


- Sim.


- Então a senhorita sabe que ele com certeza têm ligação ancestral também. – falou a velha sem me fazer entender nada.


- Quer dizer que o Scorpio talvez tenha ancestrais aqui em seu tempo? – eu perguntei a ela num Chute.


- Talvez não. Ele tem.


- E que isso tem a ver com eu ajudar vocês? Como o nosso amor pode salvar vocês? – eu perguntei excitada.


- Somente com um amor extremamente verdadeiro é que verdadeiros sacrifícios são feitos. Ou seja – ela falou antes que eu pudesse falar do sacrifício – é necessário um sacrifício através de magia para se salvar alguém de quem se tenha pena. Mas só um amor verdadeiro é capaz de enxergar beleza em ajudar a alguém a ponto de sacrificar o que mais se ama para ajudar a quem precisa.


- E qual seria meu sacrifício?


- Eu lhe ofereci o pergaminho que pode salvar seu Scorpio. Se você renunciasse as lembranças dele, estaria provando a magias antigas que o seu amor é verdadeiro e isso nos libertaria.


- Deixar Scorpio continuar obliviado? É isso?


- Sim.


- NUNCA. – eu berrei desesperada nessa hora.


- É? E ainda assim você não o salva, pois não te darei o pergaminho. Faz diferença pra você? Porque pra mim não faz.


- Ah, mas faz sim. Eu, apenas eu, é quem tem o poder de escolha e vocês dependem dele. Eu não tenho culpa se você – eu falei olhando para Katelyn – não teve confiança suficiente no seu amor e no amor do rapaz que você amava causando assim sua morte eterna. Scorpio pelo contrário tem como se recuperar com a magia que os curandeiros oferecem; é claro que com um pouco mais de tempo, mas não é impossível. E vocês me negam a única coisa que poderia trazer ele de volta a mim.


Pense Katelyn, se fosse você que tivesse sido convocada para me ajudar, estaria agora me negando a única coisa que pode salvar verdadeiramente quem eu amo, e aí eu fico me perguntando se você realmente sabe o que é amor, mas acho que não.


Ao contrário de vocês eu posso lhes salvar e sinceramente, nada nunca me incomodou com o sofrimento de vocês e Scorpio é minha prioridade. Eu o amo.


- Você não acha que está sendo egoísta? – a Katelyn falou pela primeira vê.


- Egoísta em negar o que Scorpio tem direito? Não, não acho. Ele tem direito de se curar, de se lembrar de tudo que viveu e sinceramente, se uma das condições para ele se curar fosse esquecer que um dia nós tivemos uma história, eu aceitaria, simplesmente para poder vê-lo sendo feliz novamente, perto daqueles que sempre fizeram a existência dele valer à pena.


- Rebecca – falou Katelyn se dirigindo à feiticeira, pela primeira vez revelando o nome da velha corcunda – isso não seria...?


- Seria sim, mas não vejo como é possível ela saber. A comunidade bruxa do seu presente – falou Rebecca me olhando – jamais pode ter tido chance de ter feito uma leitura nos pergaminhos de minha época, uma vez que morreram selados comigo.


- Eu nunca li nada.


- Então como você acaba de citar com sua visão do amor, a magia estabelecida para curar o óblivio? – Rebecca me perguntou incrédula.


- Quer dizer que para Scorpio se salvar eu devo negar a minha existência a ele? – eu perguntei deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.


- Se quer reverter o óblivio sim. E acredite, não há maior demonstração de amor que essa.


- Eu fazendo isso estaria ajudando a ele e também a vocês?


- Sim.


- Eu teria que começar tudo do zero. Fazer tudo de novo. Conquistá-lo mais uma vez...


- Minha querida – pronunciou-se Rebecca – almas que se amam estão entrelaçadas desde antes de se conhecerem, desde antes de imaginar que se amariam. O que se consegue uma vez se consegue outra quando o destino de vocês está ligado por coisas mais fortes que magia.


Pode não ser aliviador, mas uma vez que se encontraram uma vez no amor, se encontrarão tantas vezes forem necessárias que vocês se encontrem. Sei que não sou ninguém para dizer isso, mas você me ensinou que se deve acreditar no amor que se sente e no amor que é sentido em troca. Porque agora eu creio que a coisa mais importante que se pode aprender é amar, e em troca, amado ser.


Querida, creia nisso e ajude o seu amor a ter felicidade mesmo que a mesma independa de você. E é a felicidade dele que vai te fazer feliz e te dar forças para continuar. Talvez um dia, não posso mais prever o futuro e muito menos imaginar que passos você vai dar, mas posso te assegurar que sua felicidade será completa, uma vez que você encontrou a plenitude do amor.


- Não é fácil escolher fazer isso. Mas eu sei que devo fazer isso.


- Volte para sua casa. Pense. Não precisamos mais fazer contato, uma vez que você já sabe como chegar aqui.


- Está bem Rebecca. Ahn... – eu falei olhando indecisa para Rebecca – você já amou alguém?


- Amar alguém não significa ser correspondido. Isso aconteceu comigo, mas meu amor era impossível.


E com isso eu vim embora.”


 


- Nossa. – foi tudo o que Wanda conseguiu dizer. Estava tão impressionada com a história toda quanto Rose, quando ouviu a si mesma contar o que havia acontecido.


- Pois é... – completou Rose com uma expressão tão insignificante quanto a de Wanda.


Elas passaram alguns minutos se olhando, sem realmente estarem enxergando algo, pois cada uma estava absorta em seus pensamentos. Depois de algum tempo, Wanda finalmente conseguiu dizer:


- Me deixe ver se entendi: você tem que negar a sua existência na vida do Scorpio para ele poder se recuperar do feitiço da Tallie e com, isso você estará ao mesmo tempo provando para uma magia antiga o seu amor por ele, o que fará com que as pessoas do passado possam finalmente se libertar da maldição que foi lançada nelas?


- Exatamente isso. – confirmou Rose que começara a chorar – Eu amo o Scorpio, mas o que me deixa com raiva é que a tal da Rebecca mentiu para mim. Qualquer coisa que eu possa fazer pelo Scorpio, automaticamente é uma prova de amor, o que significa que, de qualquer forma, eu ajudo àquelas pessoas. E eu não quero ajudá-las.


- Mas você não acha que salvar o Scorpio vale mais do que a sua raiva pela Rebecca? – perguntou Wanda num levemente desafiador e reflexivo.


- Sim. Então você entende meu dilema.


- Não, não entendo. Acho que você nem deveria pensar no que fazer.


- O SCORPIO NÃO VAI SE LEMBRAR DE MIM! – gritou Rose furiosa.


- E berrar comigo não vai fazer com que ele se lembre. Escuta Rose: você pode dar a vida ao Scorpio. Apenas você pode, mais ninguém. Isso deveria ser mais do que o seu egoísmo de ele não se lembrar de você. Reconquiste-o. – falou Wanda, fazendo Rose desmontar em cima da cama.


- Não é fácil assim.


- É sim, você é quem está complicando. – disse Wanda se levantando e dando um abraço na amiga. Em seguida ela saiu e foi para o salão comunal da Corvinal.


Enquanto isso Rose ficou pensando no que fazer. Ela realmente não sabia... Queria mais que tudo salvar Scorpio, mas ninguém parecia entender o lado dela. Ninguém conseguia enxergar que ela estava sentindo medo. Com esses pensamentos, ela adormeceu, mas não dormiu um sono tranqüilo. Teve pesadelos.


Primeiro ela estava caminhando em um belo campo todo coberto de gelo, mas bem ao longe ela enxergava uma espécie de flor. Quando ela ia pegar a flor, percebia que não estava mais lá; alguém arrancara. De repente ela avistava Katelyn que dançava uma valsa com Scorpio e ele entregava a flor a ela e dizia que a amava. Rose corria para longe, mas para onde olhava via Scorpio e Katelyn dançando a valsa e eles pareciam rir da cara dela.


Com isso, Rose acordou.

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