Capítulo 4



Rose acordou no dia seguinte com uma linda coruja marrom-outono em sua janela; ela segurava um pequeno envelope em seu bico e Rose viu que era a carta de resposta de sua mãe.


“Rosie querida,


perdão pela demora da resposta. Imagino que você realmente possa estar passando por coisas muito complicadas, mas mais hora menos hora as coisas vão começar a mudar. Não deixe que essas coisas te atrapalhem afinal seu estudos são mais importantes e imagino que você pense assim. Fiquei sabendo pelo Hugo do trabalho de Estudo dos Trouxas... Achei interessante, mas tome cuidado. Os Malfoys mudaram muito depois da Guerra, mas isso não quer dizer que seu parceiro Scorpio é bom ou mau... Caberá a você, com o tempo, avaliar.


Querida não se preocupe demais com as coisas que são passageiras.


Ah, queremos você e Hugo em casa no Natal e se quiser pode trazer seu amigo Scorpio.


Beijos de sua mãe H.G.W.”


Rosie ficou muito feliz pela resposta de sua mãe à sua carta. Estava com saudades e agora realmente ela estava começando a se dar bem com Scorpio Malfoy.


É claro de vez em quando rolava uma discussão, isso num curto período de dois dias, mas era assim, hora estavam bem, hora estavam brigando.


Rose releu a carta da mãe mais uma vez e seguiu para o café. Qual foi sua surpresa, Scorpio estava sentando na mesa da Corvinal e todos na mesa olhavam para ele, que fingia estar lendo um livro.


- Novamente o livro do Príncipe? – perguntou ela no ouvido do rapaz fazendo com que os pelos de sua nuca se arrepiassem.


- Weasley, cuidado! – falou ele começando a rir e fazendo Rose rir também – Achei legal me sentar aqui hoje, em retribuição.


- Hum, bom que é por retribuição e não por obrigação. Escuta Scorpio – falou Rose que logo se arrependeu de ter chamado o menino pelo primeiro nome, pois viu que ele ficou surpreso – Hum, desculpe. Bom Malfoy...


- Pode me chamar de Scorpio, contanto que eu possa te chamar de Rose.


- Ok, S-Scorpio – ela falou totalmente desengonçada – Eu sei que é meio cedo para essa conversa, até porque foram apenas dois dias de trabalho, mas acho que sua namorada não está gostando nem um pouco de eu passar algum tempo com você. Não estou dizendo o que você tem que fazer, mas acho que você pensar no que fazer. Bom, o que estou querendo dizer é que eu sou seu par no trabalho, e não gostaria de ficar reprovada porque meu par tem um relacionamento fora do pedido pela escola.


- Você quer que eu termine com a Tallie é isso? – perguntou Scorpio incrédulo.


- Não... Bom... Não é isso. Estou pedindo para você conversar com ela para se verem menos tempo. Só isso.


- Vou pensar no que fazer.


- A propósito, recebi uma carta da minha mãe, dizendo que por causa do trabalho, se você quiser passar o Natal lá em casa é só você me dizer. – falou Rose e saiu dali.


 


Faltava uma semana para o Natal. Rose ia para casa e provalmente Scorpio iria junto, mas até agora ele não havia dado uma posição para ela.


Então ela aproveitou que era domingo e que Scorpio provavelmente estaria com a namorada para poder dar um passeio do lado de fora do Castelo.


Mas quando estava prestes a sair do castelo viu que havia esquecido seu diário no quarto e como queria atualizá-lo voltou para buscá-lo.


De repente enquanto subia as escadas, novamente ela viu uma cena, bom, se repetir, afinal aquilo já tinha lhe acontecido uma vez dias antes.


Novamente ela viu o tal corredor, mas dessa vez, quando ela chegou no corredor a porta central estava entreaberta e ela ainda teve tempo de ver um pedaço longo de vestido passando pela porta. Porém isso foi tudo, pois de repente ela se viu sendo acordada pelo seu primo e por seu irmão na beirada do lago, toda encharcada.


- Rose, você dormiu e resolveu tomar banho dormindo? – perguntou Alvo para a prima assustado.


- Eu, eu o quê? Não, eu nem tinha... Como eu vim parar aqui? Me lembro de querer vir para cá, mas voltei para pegar meu diário... – falou Rose enquanto constatava que seu diário estava em suas mãos – Não pode ser...


- Rose, você não está falando coisa com coisa, seu diário está na sua mão e todos vimos quando você chegou aqui. Mas de repente, você estava caída no chão, na beirada do lago, aí viemos correndo para te socorrer.


Rose estava incrédula. Pela segunda vez aquilo acontecia com ela; e ela não estava dormindo nem nada e acabava fazendo o que ia fazer, mas sem ter lembrança alguma. De repente ela viu que estava com muita dor de cabeça e foi levada por seu irmão até a a ala hospitalar.


A madame Savanovva viu que realmente Rose estava com muita febre e com muitas chances de delirar. Acabou dando uma poção do sono para Rose, para que ela pudesse descansar sem pensar em mais nada.


 


Enquanto isso, num lugar bem distante dali...


Era um dia muitíssimo especial. Ia acontecer uma cerimônia de coroação. Todos corriam com os últimos preparos. Uns arrumavam as roupas, outros a comida; uns se preocupavam com o bem estar de quem seria nomeado, outros se preocupavam com os convites, com os convidados, com as diversas listas... Em suma, estava sendo cansativo, porém ninguém se importava com o cansaço. Era um dia tão especial que ninguém ligava para aquilo.


Enquanto muitos terminavam de arrumar o castelo, outros vinham colocando as últimas decorações. Tudo estava magnificamente lindo, perfeito.


Mas ninguém desconfiava de algo terrível que estava acontecendo; algo que poderia acabar com eles para sempre, pois os ninguém sabe do que os vivos são capazes.


Sim, eles eram todas pessoas mortas, mas nem descomfiavam disso, afinal, por estarem mortos, não conseguiam enxergar os vivos e muito menos paisagens vivas. E muito mais que isso, não conseguiam imaginar que milênios depois de eles terem existido, aquele magnífico castelo e aquela bela terra que abrigava todo o reino, poderia ser um dia, o local perfeito para se criar uma escola; uma escola que seria criada e chamada de Hogwarts.


 


De volta ao presente...


Era dia de ir para casa para aproveitar o Natal com a família. Rose estava tão ansiosa quanto Alvo, afinal, por ambos serem do último ano e estarem trabalhando com suas duplas, iriam levar seus pares para passar o Natal em suas casas. A dupla de Alvo era uma Corvinal chamada Steffa Gaegio, uma bela italiana que tinha se mudado para Londres apenas para frequentar Hogwarts e que ficaria no quarto de Lílian; mas melhor do que isso, além de ser linda era também muito inteligente (não é a toa que era da Corvinal), mas também era muito amiga das pessoas. E Scorpio depois de ter conversado com a mãe sobre o trabalho, decidiu junto com ela que talvez fosse bom mesmo para ele que passasse o Natal com os amigos. Porém disse apenas que passaria o Natal com Alvo, esquecendo de citar o nome de Rose – afinal isso foi o que ele combinou com a menina, pois ambos sabiam que sua mãe só concordaria caso fosse mencionado o nome de Alvo.


- Ei Malf... Scorpio! – chamou Rose quase gritando o sonserino que parecia estar surdo – Vamos, está na hora já de a gente ir. Eu conversei com a McGonagal e ela disse que podemos fazer apenas metade da ronda no trem e que depois que terminarmos, podemos ir para as cabines que quisermos. Isso não é o máximo?


- Bem, é sempre muito bom trabalhar menos. – falou o rapaz com um sorriso no rosto.


- Por que você está sorrindo?


- Ahn, por nada... Acho que é porque vamos trabalhar menos. – disse ele com sinceridade – Mas estou nervoso, admito.


- Por causa dos meus pais? – e vendo que ele assentia continuou – Mas foram eles que te convidaram, então relaxa.


- Mesmo assim cara... sei lá, é meio constrangedor. Mas independente disso, pode ficar tranquila que eu vou sim.


- Claro, não dá mais pra voltar atrás Scorpio.


Assim eles seguiram para o lado de fora da escola, onde pegaram uma carruagem para Hogsmead e de lá, o trem para Londres.


Foram fazer a ronda separados, mas depois se reuniram no vagão onde se encontravam Alvo, Hugo, Lílian e Steffa.


Estavam todos conversando sobre a escola, quando uma menina, que logo reconheceram como Tallie Fiaz bateu à porta, querendo falar com Scorpio. Ele se levantou e foi falar com a menina, que o beijou; logo depois eles viram Scorpio seguindo com ela para uma outra cabine.


Mais tarde, Rose teve que ir chamar o sonserino que ainda não havia voltado para junto deles. Assim que chegou  na cabine onde ele estava, viu que Tallie chorava, e assim que Scorpio a viu, saiu da cabine e foi com ela para onde estavam anteriormente.


Porém ao chegarem lá, nenhum dos outros quatro estavam mais lá. Assim, Rose aproveitou para puxar assunto com ele.


- Hum, posso saber o que houve lá com a Tallie? – perguntou ela receosa.


- Pode. Eu disse pra ela que teria que dar menos atenção à ela, aí ela ficou cheia de raiva com isso... disse umas besteiras... – falou ele ficando vermelho ao se lembrar das coisas que ela disse, mas Rose não notou.


- Ah, deve ser porque você está tendo que passar mais tempo perto de mim do que dela.


- Bem por aí.


- Diz pra ela que ela não tem com o que se preocupar, afinal, isso só está acontecendo por causa do trabalho.


- Éh... – disse ele meio constrangido.


Poucos minutos depois, o trem chegou a Londres e lá estavam os Potter e os Weasley esperando seus filhos e o convidado.


- Olá Scorpio, é legal saber que você vai passar o Natal com a gente. – falou Harry Potter – E você também Steffa.


- É, vai ser legal. – disseram eles tentando parecer gentis.


Depois todos seguiram em dois carros até Godric’s Hollow.


Harry foi conversando com Gina até a casa deles.


- Não sei porque mas sinto que esse rapaz é diferente dos familiares. – disse Harry.


- Sinto isso também querido... até porque, algo me diz que o Draco mudou depois de tudo o que aconteceu, e quem sabe, depois que casou, ele realmente não mudou? – falou Gina sorrindo.


- Por que você está sorrindo? – perguntou Harry intrigado.


- Porque estou vendo que você está eufórico com essa nova experiência.


- Você me conhece como ninguém hein? – falou ele se virando para dar um beijo na esposa.


- E o que você me diz da menina Steffa? – perguntou Gina.


- Achei ela muito bonita e parece ser inteligente também. – e continuaram conversando até quase chegarem em casa.


Instantes depois chegaram à casa dos Potter. Alvo levou o amigo até seu quarto. Tudo já estava preparado para a chegada de Scorpio – de manhã Herminone fora até a casa de Gina para ajudá-la a preparar as coisas e, juntas, conjuraram uma cama para o rapaz e uma cômada para que ele colocasse suas coisas.


- Po cara, legal o que sua mãe e sua tia fizeram.


- É, elas são o máximo. – falou Alvo jogando a mala em cima da cama, seguido por Scorpio e depois desceram para o jantar que estava sendo servido.


Eles comeram e conversaram sobre as coisas da escola, principalmente sobre o trabalho maluco que estavam fazendo.


- Achei interessante essa proposta que a escola trouxe. – falou Gina – Tenho certeza que será importante para vocês.


- Também achei legal mãe. – falou Lílian – Não vejo a hora de chegar a minha vez.


- Sim, é realmente uma proposta interessante. Se não fosse por isso, não teria conhecido o Alvo e a Rose, que são ótimos amigos. – falou Steffa sorrindo para Alvo, que retribuiu o sorriso.


Perto dali, a uma esquina, Rose também jantava com os pais e o irmão.


Assim que todos se retiram, Rose foi para seu quarto e pegou o diário para escrever, mas o telefone tocou e ela teve que mudar seus planos.


- Alô? É você Rose? – falou uma voz conhecida de Rose.


- Oi Wanda, sou eu sim. Que legal você me ligar. O que houve?


- Estou aqui em casa com o meu namorado. Nós jantamos fora hoje... Ele foi um cavalheiro. – falou ela contente.


- Mas é só por isso que você ligou? – perguntou Rose desconfiada do tom de voz da amiga.


- Bom, é que ele tem passado mais tempo na rua do que comigo.


- Amiga, será que ele pode estar faendo algo que não deveria?


- Não sei, mas tenho medo de usar veritaserun, pois não estaria demonstrando confiança nele. – ela começou a chorar – O que você acha que eu devo fazer?


- Amiga, não faça nada. Se estiver acontecendo alguma coisa, mais hora menos hora você vai ficar sabendo.


- Está bem amiga, farei isso. Obrigada pelo conselho. – depois convesaram sobre outros assuntos e mais tarde, quando Rose finalmente podia escrever em seu diário, já era muito tarde e ela ainda queria visitar os primos.


Então ela se arrumou e partiu para a casa dos Potter. Chegando lá foi bem recebida e logo foi para o quarto de Lílian que estava conversando com Steffa.


- Olá meninas.


- Oi Rose. – falou Steffa – Estávamos mesmo falando de você.


- Sério?


- Sim, de você e do Scorpio como “casal”. – falou Lílian rindo.


- Ele mudou um bocado... E olha que nem tem tanto tempo assim e nem aconteceram coisas para ele ficar assim, tão diferente. – disse Steffa.


- Verdade... – falou Lílian.


- Bom, pelo muito que eu conheço do Malfoy, ele realmente pode ter mudado, mas algo me faz pensar que ele sempre pôde ter sido assim, mas talvez não tinha coragem de mostar como realmente era. – falou Rose.


- Pode ser isso também, mas de vez em quando ele ainda parece ser o mesmo Malfoy idiota de sempre.


- É, isso é inegável... Mas eu suporto ficar perto dele. Olhem, tenho planos maravilhosos para amanhã. – falou Rose e ficou ali conversando com as meninas até que, quando já era muito tarde, perguntou para os tios se poderia dormir ali. Depois que eles concordaram, ligou os para os pais, que depois de perguntarem se os tios dela tinham concordado, concordaram também.


Mas as três meninas não foram dormir logo, elas foram até o quarto de Alvo, onde ele e Scorpio assistiam a um filme de suspense.


- Querem assistir com a gente? – perguntou Alvo.


- Seria uma boa. – responderam juntas, as três meninas.


Então ficaram os cinco ali assistindo o filme, que era bem legal e havia acabado de começar. Também conversaram bastante sobre o que fariam no dia seguinte, e antes que o filme terminasse, já estavam todos dormindo no chão no quarto de Alvo, totalmente cansados.


 


Pela manhã, os cinco acordaram assustados. As meninas correram para o quarto de Lílian e logo foram lavar os rostos e descer para o café.


- Noite incrível hein? – zombaram Tiago e seu primo Teddy, olhando para cinco adolescentes que estavam com “culpados” escrito nas testas.


- Ahahah, muito engraçados vocês dois. – disse Lílian ironicamente.


- Bom, desculpe estragar a manhã de piada dos dois super-poderosos, mas nós temos mais o que fazer. – falou Rose, sendo aplaudida em seguida por Steffa e pelos meninos.


Logo saíram dali e foram para a praça para curtirem o sol da manhã.


- Hum, meninas, desculpa atrapalharmos os planos, mas o Scorpio e eu vamos rapidinho na filial da loja de logros do George. Mais tarde a gente se encontra.


- Ok. – falaram as meninas.


- Hum, Rose será que eu posso conversar um pouco com você? – falou Steffa, logo após os meninos saírem e Lílian também.


- Claro Steffa, somos amigas, você pode falar o que quiser.


- Sabe o Tiago? Então... eu achei ele uma gracinha. – falou ela ficando corada.


- Sério? Bom, olha, o Tiago é meu primo e tal, mas ele é um galinha assumido. Ele deu em cima de você?


- Não. – falou ela sinceramente.


- Então você tá mesmo afim dele. Ahaha, mas olha Steffa, não sei se seria uma boa você se envolver com ele agora. Por causa do trabalho entende?


- Sim, mas não tenho a intenção de ficar me controlando, não mesmo. Acho que se tiver que acontecer, acontecerá. – falou e italiana com convicção.


- Ok, você é quem sabe. Espero que dê certo se tiver que acontecer. Estou sendo sincera.


Depois as duas seguiram para a loja onde estavam os meninos e saíram de lá com eles.


Alvo acabou convidando Steffa para dar um passeio por ali e a menina foi. Ficaram então sozinhos, Rose e Scorpio.


- E aí? Gostando de Godric’s Hollow? – perguntou ela sem muito o que falar.


- Sim, é um lugar muito legal para se morar. – falou ele sorrindo – Olha, seu primo George está muito bem hein, expandindo os negócios desse jeito...


- É verdade.


- A propósito, lá na loja, a gente tava conversando com uma menina da Lufa-Lufa, ela disse que vai dar uma festa hoje a noite e chamou a gente. Vai ser legal, o que você acha?


- Ah, tudo bem. A gente pode ir. – falou Rose meio irritada, pois tinha outros planos.


- Se você não quiser, a gente faz outra coisa.


- Não Scorpio, vamos sim. Vai ser legal. Até porque não acontecem muitas festas bruxas por aqui. Vamos sim. – falou ela afirmando para si mesma que ia ser uma boa opção ir numa festa.


De tarde todos voltaram para casa. Alvo e Steffa não paravam de rir, provavelmente de algo que tinha acontecido com ou entre os dois. Rose e Scorpio conversavam sobre as horas que passariam na festa e quando todos viram, já estava na hora de aprontarem para a festa.

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