Capítulo 3



Foi o fim do dia para Rose; teria que aguentar o idiota do Malfoy o ano inteiro, mas que o possível, afinal eles já “moravam” no mesmo lugar, seus quartos só eram divididos por apenas uma escada.


Rose saiu direto da aula de Estudo dos trouxas para o banheiro feminino. Precisa chorar afinal ela não acreditava que teria que suportar tanto o Malfoy.


Ela ia seguindo para o banheiro qual foi sua surpresa quando viu um vulto virando o corredor, mas não conseguiu distinguir o que era. Parecia uma mulher com longos vestidos, mas também poderia ser alguém usando uma capa, ou até mesmo um professor. “Oras, Hogwarts é não é o lugar mais seguro? Pra ficar me importando com um vulto? Hahaha...”. Mas mesmo rindo de si mesma não pôde deixar de sentir um certo medo quando teve que virar no mesmo corredor que vira  vulto para poder voltar para o seu dormitório.


Ia seguindo pelas escadas, sem pressa, quando uma delas virou de repente e largou Rose num corredor totalmente diferente do poderia haver em Hogwarts.


Era um corredor estranho, colorido, na verdade. Tinha paredes laranja e outras amarelas... Tinha também uma em especial, a única que tinha uma porta; essa era metade azul e metade verde e a porta era de madeira com uns traços dourados. O corredor não se parecia nem mesmo com a sala precisa. Ela continuou seguindo... Queria saber o que era aquele lugar em Hogwarts e o que havia atrás daquela porta. Nada se passava por sua cabeça... De repente ela ouviu um barulho na porta do seu quarto.


Quando viu seu estado, estava caída no chão de seu quarto, ainda com as roupas da escola e com os livros pertos de sua mão. “Isso não é possível, eu não dormi, e aquilo não foi um sonho... O que pode ter sido então?”. Em seguida ouviu mais uma batida forte porta e se lembrou que talvez Malfoy pudesse lhe ajudar a voltar a realidade. “Eu só posso estar maluca, pedir ajuda pro Malfoy?”, e assim abriu a porta.


Realmente era Malfoy quem estava na porta.


- O que você quer aqui na porta do meu quarto? – perguntou ela rispidamente.


- Bom... Sabe que você podia ser mais gentil de vez em quando? – observou ele – Bom, eu vi você chegando a uns dez minutos e de repente ouvi um barulho. O que houve? Você caiu?


“Bom, então eu não estava dormindo, mas o que foi aquilo que aconteceu? Com certeza tem magia negra envolvida nisso e...”


- Weasley... Weasley... WEASLEY – berrou Scorpio.


- Ahn o que foi?


- Eu to te chamando a séculos aqui. Você não me respondeu.


- Por que você tem que ficar tomando conta da minha vida? É eu caí sim... escorregeui num pedaço de pergaminho. – mentiu ela e pelo visto Malfoy percebera, mas como não queria levar outro fora, não falou nada de demais.


- Bom só queria saber se estava tudo bem... E queria saber se a gente podia jantar juntos hoje. – falou ele sem graça.


 - O quê? Pra que, você está maluco?


- Bom, calma, só por causa do trabalho de Estudo dos Trouxas... – disse ele apreensivo.


- Ahn, claro, mas eu me recuso a comer na mesa da Sonserina.


- Da mesma forma que eu me recuso a me sentar com Corvinal.


- Ah é mesmo? Então faz assim seu loirinho aguado, você senta na sua mesa da sua casa e eu fico com meus amigos na mesa da minha casa. – gritou Rose – Sinceramente não preciso de você para comer.


- Você é uma metidinha insuportável sabia? – falou ele sem dar chance de Rose revidar, pois saiu quase junto com as palavras que havia dito.


Acontecido isso, Rose foi para seu quarto. Ela estava chorando e resolveu escrever uma carta para a mãe.


“Querida mamãe,


a senhora não sabe o quanto está sendo difícil esse ano aqui em Hogwarts... Justamente o ano que era para ser inesquecível e melhor de todos... Bom inesquecível não será... Terei muitas coisas ruins para lembrar. Ooh mãe estou chorando aqui sabia... Mas mudando de assunto, algo estranho aconteceu comigo e vou mandar em anexo uma lembrança minha para que você possa ver, não sei se eu seria capaz de explicar.


Beijos com saudades, R.Weasley.”


Depois abriu a gaiola da sua pequena coruja, Jay e lhe deu a carta e um pequeno pacote contendo a lembrança. Fez carinho em sua cabeça, lhe deu um pouco de comida e ordenou que fosse até sua mãe, Hermione Granger W.


Depois de escrever a carta tentou pegar um livro para ler, mas qando chegou a centésima página viu que não era isso que ela queria estar fazendo. Então começou, involuntáriamente a pensar nas palavras de Malfoy para ela.


“- Sabe que você podia ser mais gentil de vez em quando?”. Ele estava certo; afinal ele nem tinha feito nada de demais com ela, muito antes pelo contrário, tinha ido ver se estava tudo bem ela.


Rose sabia... Ela quem não era capaz de lidar com aquela situação. Dividir um dormitório com Scorpio, fazer dupla com ele, nada disso estava nos planos dela e ela sentia medo por tudo isso ter se tornado real em sua vida. Talvez ela estivesse levando o assunto de Malfoy a sério demais, talvez estivesse com medo de descobrir coisas que não gostaria em relação a Malfoy... Talvez ela estivesse pensando demais naquele assunto. Ela resolveu então descer até o salão comunal para ver se Scorpio estava ali. Não estava. Ela resolveu esperar e enquanto esperava, acabou pegando no sono.


 


Rose acordou ouvindo alguém chamar seu nome. Era Scorpio.


- Ah, oi! Nossa, eu cochilei... – falou ela sem graça com a proximidade do rosto de Scorpio do dela.


- Por que você dormiu aqui na sala? Ah, não importa... Veja, eu trouxe alguma coisa pra você comer. Você não foi jantar aí eu imaginei que ficaria com fome depois. – falou ele lhe entregando uma pequena bandeja com duas maçãs, um copo de suco de abobóra e um pedaço de bolo de laranja.


Totalmente sem graça com aquela situação, Rose viu que teria que falar alguma coisa com Scorpio.


- Ahn, a sua primeira pergunta... Bom, eu dormi aqui porque tinha vindo falar com você, mas você ainda estava no jantar... Aí acabei pegando no sono.


- Falar comigo? Falar o quê? – perguntou ele surpreso com tudo aquilo.


- Eu tinha... Bom, euia te pedir desculpas pela forma que te tratei quando você só estava tentando ser legal comigo. – admitiu ela encabulada – Então, me desculpe, daqui para a frente vou tentar ser mais “gentil” com você, até mesmo por a gente tem que passar nas NIEMs e por incrível que pareça, Estudo dos Trouxas está incluida nas matérias definitivas.


- Olha, estou surpreso. Ok Weasley, eu te desculpo, e se me permite dizer é legal ver esse seu lado, digamos, gentil! – falou ele e, seguida dando uma gargalhada e fazendo Rose rir também – Vamos, coma, você deve estar morrendo de fome. E só naquela hora Rose se deu conta de que seu estômago rugia por comidaa.


- Ahn, obrigada por ser gentil comigo mesmo depois de eu ter sido um cavalo com você.


- Relaxa... – falou ele abrindo a moxila e pegando um livro. Era o livro do príncipe mestiço que Harry Potter havia emprestado a ele – Acho que faz parte das nossas histórias... Talvez a gente carregue tudo o que aconteceu em nós.


- Às vezes eu penso isso, mas outras vezes eu acho que as desavenças deles eram deles, e isso não significa que por sermos filhos deles temos que ter essas desavenças também.


- Parando pra pensar assim... Talvez você tenha razão.


- Mas e aí? Tá gostando do livro?


- Ah, sim... Realmente esse príncipe sacava muito de poções... Já consegui fazer várias e tenho umas guardadas em frascos... Depois se você quiser pode ir lá no quarto para ver... – e ficaram ali conversando até que os dois entraram num concenso e resolveram que já era tarde e que era melhor irem dormir.


 


Na manhã do dia seguinte, Rose tomou uma iniciativa e foi até a mesa da Sonserina para se sentar ao lado de Scorpio. Infelizmente ele estava com a namorada, mas como ela já tinha chegado e todos os sonserinos iriam rir da cara dela se voltasse, resolveu prosseguir independente de Tallie estar com Scorpio ou não.


- Bom dia Malfoy, Tallie. Será que eu posso me sentar aqui Scorpio? Eu queria ver umas coisas sobre o nosso trab...


- É claro que não pode, será que você não está vendo que ele está comigo? – falou Tallie totalmente abismada com a cara de pau de Rose.


- Hum, Tallie, desculpe... Desde ontem eu tenho tentado ser gentil, mas com você a gentileza tem outro nome, indiferença. – e cobinuou a falar sem olhar para Tallie – Então Malfoy, se você disser que é melhor eu sair eu juro que saio, mas se eu puder me sentar...


- Claro que pode Weasley... Ahn querida – falou ele olhando para Tallie – que tal você ir procurar o Donatello? Acho que vocês também que conversar sobre o trabalho que chegou por carta ontem, não é mesmo? – falou ele com um carinho sarcástico.


Nesse instante Rose estava se sentando,então Tallie sacou sua varinha e apontou para Rose. Rose apenas olhou, como quem quer dizer “siga em frente, não tenho medo algum de você” e então, naquele instante a diretora McGonagal chegou atrás de Tallie e lhe aplicou uma detenção.


 


Atenção para carta da professora Fritz:


 


“Queridos alunos, este trabalho será um trabalho que irá durar o ano letivo de vocês todo. Vocês terão que fazer um diário, cada um separado, sobre o que vocês estão observando no relacionamente de vocês como o que vocês precisam mudar como casal, o que você tem sentido em relação ao seu par, o que vocês gostariam que estivesse acontecendo, quais são os problemas entre vocês, quais são as semelhanças e o como vocês gostariam que cada um agisse com o outro. Depois disso, ao fim do ano, cada resposta igual de vocês acarreterá em pontos para suas respectivas casas. E garanto a vocês que muitas opiniões poderão mudar. Vocês devem começar no dia seguinte ao receber esta carta. Em anexo seguem dois cadernos, um rosa e um azul (rosa para as meninas e azul para os meninos).


Ass.: L. C. Fritz”


 


- Hum... Weasley, acha mesmo que deve se sentar aqui na minha mesa? – perguntou Scorpio incrédulo.


- Bom, acho que sim... Mas se você não quiser eu vou embora...


- Não, não... Fique. – ele parou para comer um donut – Rsrs... Foi engraçado ver minha namorada se alterando por sua causa... Nunca imaginei que ela ficaria com ciúmes de alguém como...


- Como eu Malfoy? – perguntou Rose sem nem mesmo alterar o tom de sua voz, mas com questão de demonstrar sua frieza e indeferença quanto ao comentário.


- Esquece... – disse o sonserino notando a frieza na voz da menina e ficando sem graça – Mas por que você veio aqui mesmo?


- Pelo o que eu disse. Por causa do trabalho que a senhora Fritz passou por carta. – falou ela mostrando a carta ao sonserino – Creio que o certo seria começarmos a ser um casal oficialmente hoje.


- Hum, entendo... Mas esse troço de “casal”... Bom, é pra ser levado mesmo a sério?


- Ela disse que sim com todas as letras. – falou Rose corando.


- Hum... Bom, esntão acho melhor fazermos isso devidamente. – falou deixando Rose com uma de “o que você está querendo dizer?”. Em seguida pediu atenção a todos que estavam presentes no Salão Principal – Rose Granger Weasley, em nome da matéria Estudo dos Trouxas, você aceita ser meu par? – perguntou Scorpio fazendo todos os sonserinos rirem por sua atitude, considerada por eles ‘idiota’, mas fazendo com que todos os outros alunos ficassem esperando a resposta de Rose, que por sinal estava corada como uma pimenta malagueta, mas feliz, mesmo sem saber, com a atitude de Scorpio, considerada por ela ‘inesperada, porém apropriada’, ainda mais pelo fato de estarem sendo avaliados também extracurricularmente.


- Bom, Scopio Hiperion Malfoy, em nome do Estudo dos Trouxas, minha resposta é sim. – a resposta da menina foi seguida de muitos aplausos, até mesmo de alguns sonserinos. Em seguida, vários outros “casais” começaram a fazer o mesmo, mas Rose e Scorpio preferiram seguir para as aulas ao invés de ficarem vendo os casais os imitarem.


As aulas se seguiram normalmente, apesar de, tanto Rose quanto Scorpio, ficarem ouvindo pelos cantos como a atitude deles havia sido inesperada e um tanto assustadora, mas realmente interessante. Claro que no fundo, o ego de ambos inflou um pouquinho.


 


Depois do almoço, Rose resolver aproveitar a tarde livre para começar seu diário de Estudo dos Trouxas. Ela escreveu pelo menos umas três páginas.


 


Segue partes do diário de Rose G. Weasley


 


“Bom, é realmente muito estranho começar um diário quando nunca tive um... Principalmente quando é um diário que temos que fazer para acompanhar minha vida sendo par de Scorpio Malfoy – um sonserino irritante, mas talvez diferente. É estranho o fato de eu ter que fazer par com ele e assim conviver intimamente, quando o odiei por seis anos consecutivos. (...) então foi por causa desse trabalho de Estudo dos Trouxas que eu sou par de Scorpio Malfoy. (...) No começo pensei que seria a pior coisa do mundo, mas acho que consigo aguentar, ainda mais depois de ontem, quando ele foi realmente gentil comigo, mesmo eu tendo sido um ‘cavalo’ com ele momentos antes. (...) Será que ele vai conseguir escrever o diário? Ele parece ser tão machista na maioria das vezes e praticamente incapaz de levar isso a sério... se bem que a atitude dele hoje foi muito inesperada, não só por mim, mas por toda Hogwarts. (...) Acho que já escrevi muito por hoje, e até que essa história de diário é divertida. Bom, tchau!”


 


Por mais incrível que possa parecer, Scorpio resolver fazer o mesmo que Rose. Mas ele, totalmente diferente dela e como ela imaginava, estava realmente sem graça de começar o diário. Aquilo soava tão banal a um ouvido machista, puro-sangue... “Diário” soava como algo que apenas um banana faria, e como ele tinha que fazer um, era assim que se sentia.


 


Segue partes do diário de Scorpio H. Malfoy


 


“Estou realmente me sentindo um idiota. Fazer um diário... Isso é coisa para maricas, para bananas... Ridículo e obrigatório, pode haver algo pior neste mundo? Não, creio que não... talvez apenas o fato de ter que fazer dupla com aquela mestiça da Weasley...Se bem que agora nem estou ligando para isso. (...)Hoje pela manhã a Weasley conseguiu fazer com minha namorada Tallie ganhasse uma detenção e eu nem pude defendê-la, afinal a Weasley estava certa e se comportou exatamente como deveria ter se comportado. (...) Aqui diz que tenho que dizer o que eu acho da Weasley, então lá vai: acho que ela poderia ser mais gentil de vez em quando comigo... sei lá, parece que ela me odeia como se eu fosse um Comensal da Morte...ok, nunca fui legal com ela, mas também não era pra tanto esse ódio mortal dela. (...)Ela não sabe tudo sobre mim; deve me achar um idiota, mas não conhece meus segredos e meus desejos... Gostaria que ela se interessasse em saber, pois ela deve ter uma visão de mim totalmente distorcida do que eu realmente sou. Ela nem deve imaginar que no fundo sou como sou por não poder ser o que eu realmente gostaria de ser... (...) Realmente gostei como a Weasley ficou petrificada com minha atitude hoje; tenho certeza que ela não esperava por aquilo e ficou toda vermelha, apesar de eu achar que ela fica bem quando está sem graça. Bom, acho que gostei disso de dar uma de maricas... ops não não foi isso que eu quis dizer... eu quis dizer que até que é legal poder contar para ‘alguém’ algo que tenho que guardar só para mim. Bom valeu, vou lá.”


 


É, e por mais incrível que pareça mesmo, Scorpio escreveu mais páginas em seu diário do que Rose. Mas o importante foi que os dois desabafaram muitas das coisas que estavam ‘intaladas’ por assim dizer em suas gargantas.

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