O pesadelo de Draco



21º capítulo: O pesadelo de Draco


 


“Eu não sei o quanto já perdi de Gina Weasley, provavelmente muito. Mas não acredito que seja irreversível. Ela pode se mostrar irredutível, mas tem que saber que vou estar sempre ali. Pedindo uma segunda, terceira chance. Sei o quanto a primeira vez pode ser importante para uma mulher, e fui o primeiro dela. Isso, nem mesmo Tad Nott vai poder tirar. Gina Weasley, se prepare, porque eu estou indo buscar você. Sem erros dessa vez.”


 


-Draco Malfoy.


 


 


Draco cruzou os braços e esperou por Gina impacientemente. Ele tinha visto quando ela saiu com o desolado Rony Weasley, enquanto a carruagem de Dominique desaparecia. Ele estava perturbado ainda por ter presenciado o beijo de Tad e Gina. Draco não conseguia esquecer a noite em que ele e ela tinham ficado juntos. Tinham dormido juntos. Uma única vez, e ele mal podia parar de pensar nisso.


 


- Gina! – ele escutou alguém chamar e tentou se esconder no corredor. Era o maldito Tad – Você sumiu.


 


- Meu irmão está desolado – Gina suspirou – E a Wynter surtou porque os dois se beijaram e todo mundo só sabe falar disso agora.


 


- Eu queria fazer algo de novo – os olhos de Tad brilharam sob a luz das tochas enquanto ele se aproximava de Gina.


 


Draco cerrou os dentes quando viu os dois se beijarem. Ver aquela cena era a realização de seus piores pesadelos. Não, ele não queria que Gina fosse de Tad. Porque ela era sua, apenas sua. Ele fechou os olhos e pediu, com força, que Tad não a pedisse em namoro. Não, isso sim seria seu pior pesadelo. As coisas só poderiam ficar piores se Gina lançasse seu sorriso secreto e dissesse sim.


Um minuto depois, quando Gina e Tad se afastaram, Draco pode sair de lá. Ele voltou para o salão comunal.


 


 ***


 


Lexie se encostou na parede e observou Elisha papear com vários garotos de seu ano. Ela estava tentando muito esquecer-se de Colin, e parecia estar dando certo. Pelo menos Lexie não acordava mais com o choro de Elisha. Ali de onde estava, perto da entrada do salão principal, Lexie podia observar todo mundo que chegava ao saguão.


 


- É claro que vamos ganhar a taça – Lexie ouviu Elisha dizer – Agora que o Draco é capitão, eu não tenho mais dúvidas disso.


 


Ela andava sentindo uma falta ridícula de Colin. No meio da tarde tinha encontrado Harry e conversado com ele. Lexie gostava de suas conversar com Harry, mas ele não era Colin Creevey.


 


- Algum problema, Branca de Neve? – Matthew perguntou para Lexie.


 


- Nenhum – ela revirou os olhos para ele. De todos os garotos que estavam ali, rodeando ela e Elisha, Matthew era o mais insistente. E bonito.


 


- Não parece – Matthew sorriu, colocando sua mão na cintura de Lexie – E você fica adorável com essa carinha irritada, sabe?


 


- Porque não volta a falar com seus amigos e Elisha? – ela perguntou irritada. Para se livrar dele voltou a encarar as escadas.


 


Seu coração ficou apertado quando Hayden e Colin desceram uma das escadas, conversando e sorrindo. Os dois estavam bonitos, Lexie observou. Hayden com sua pose de quase bad boy, mas afinal, um grifinório jamais seria um sonserino. Colin, no entanto, tinha aquela expressão de cansaço.


Quando Colin passou por Lexie e a observou, a sonserina podia jurar que um intenso brilho passou pelos olhos dele. Tentando ignorar, mais uma vez, a vontade de conversar com ele, Lexie encarou Matthew. O sonserino sorriu e continuou falando com ela.


 


 ***


 


Faith e Noah estavam dentro do salão principal, mas estavam encostados em uma parede. Namorando enquanto o jantar não era servido. Nenhum professor estava ali, provavelmente porque ainda era cedo.


Faith encostou a cabeça no ombro do namorado e deixou que ele a abraçasse. Noah fazia tudo o que ela queria, agia como um perfeito cavalheiro. Mas seu coração não batia nem na metade da velocidade que batia por Hayden. Quase como se seus pensamentos pudessem se realizar, Colin e Hayden entraram no salão.


 


- Você está com um cheiro tão bom – ela ouviu Noah dizer.


 


Não respondeu nada. Sentia-se tão estúpida por, só naquele segundo, se dar conta de que jamais havia deixado de amar Hayden. Ela não podia amá-lo. Ele tinha partido seu coração de uma maneira tão profunda que ela nem mesmo se recuperara ainda. E agora sabia que ele estava apaixonado por Zéllie.


Doía sentir isso.


Noah continuou dizendo coisas lindinhas em seu ouvido, tão atencioso. Ela nem mesmo o ouvia, porque sua mente gritava desesperada para ela. Pedindo que Faith fosse até Hayden. Mas Faith sabia que jamais faria isso. Era mais fácil tentar esquecer Hayden do que deixar que ele partisse seu coração outra vez.


 


 ***


 


Pansy estava concentrada lendo um livro quando escutou a risadinha aguda de Millicent. Ela ergueu os olhos e percebeu, irritada, que Blaise estava flertando com ela descaradamente.


Roxy e Stacie também estavam em volta de Blaise, parecendo abelhas desesperadas. Pansy as odiou naquele segundo. Ela tentou continuar lendo, mas um segundo depois queria arrastar Scarlett para o dormitório e confessar que estava apaixonada por Blaise. Mas ela não podia estar apaixonada por ele. Tão patético.


 


- Oi, Draco – um garoto do sexto ano cumprimentou quando Draco entrou no salão comunal.


 


Pansy respirou aliviada, vendo o lindo namorado andar calmamente até ela. Pansy também percebeu que Blaise tinha parado de conversar e que agora a observava atentamente. Scarlett e Terrence, que conversavam perto dali, eram os únicos alheios a estranha situação.


 


- Oi – Draco falou para Pansy, não deixando de reparar que ela parecia angustiada. O que é que tinha acontecido dessa vez? Ele realmente não estava no clima para aguentar os dramas da namorada.


 


- Senti sua falta – ela disse, largando o livro no sofá e quase pulando em cima dele.


 


Draco correspondeu ao beijo, surpreso. Mas feliz. Era bom ficar com alguém e pelo menos tentar esquecer toda a raiva que sentia de Gina e Tad. Ele também não se lembrava de quando tinha sido a última vez em que ele e Pansy se beijaram daquela forma. Tudo tão intenso... Tão bom.


 


- Arrumem um quarto casal – Scarlett zombou, sua voz cristalina se partindo em uma risada perfeita.


 


Roxy, Stacie e Millie olharam irritadas para Scarlett. Aquela maldita loira conseguia atrair a atenção de todo mundo mesmo sem querer. Tão frustrante, principalmente porque elas se esforçavam muito e nunca chegavam nos garotos importantes: Draco, Blaise e Terren. Isso falando da Sonserina.


 


- Pelo menos eles estão se entendendo – Terren deu de ombros, levemente surpreso pela voz adorável de Scarlett. Sabe, ele nunca tinha percebido que a voz era tão suave e encantadora.


 


- É, eu sei – Scarlett sorriu para ele. Os olhos claros brilhando divertidos.


 


- Quer sair daqui? – Terrence perguntou. Por um segundo ele ficou com medo, achando que Scarly ia dizer que tinha um compromisso com Theodore ou coisa assim.


 


Mas será que ele ainda não aprendeu que para ele Scarlett tem o todo livre? Enquanto os dois saiam do salão comunal e Draco e Pansy continuavam beijando-se com tanta intensidade que algumas crianças desviavam os olhos, Blaise resmungou algo baixinho. Irritado.


 


- O que foi? – Millicent perguntou.


 


- Não é nada – ele levantou do sofá, não tentando parecer tão furioso como estava.


 


Ele queria Pansy, desesperadamente. Mas ela gostava de jogar seus joguinhos doentes. Gostava de mexer com a cabeça dos garotos e vê-los sofrer. Ele só não queria passar por isso. Bateu com força a porta do quarto e se jogou em sua cama. Ele queria esquecê-la. Precisa disso.


 


 ***


 


Hermione suspirou enquanto andava até Rony. Ele e Harry estavam meio escondidos perto de uma das janelas do salão comunal. Rony parecia a pessoa mais infeliz do mundo, até mais infeliz que Hermione. Então ela resolveu deixar seus problemas com Harry de lado e ajudar o amigo. Harry ergueu o rosto para Hermione e esboçou um pequeno sorriso, depois voltou a falar com Rony.


 


- Oi Ron – Hermione sentou do lado dele, tentando ficar o mais longe possível de Harry – Como você está?


 


- Ela foi Hermione – ele disse infeliz. Ela percebeu que ele estava bêbado. Olhou inquisitoramente para Harry, que estava sentado do outro lado de Rony.


 


- Não fui eu – ele se defendeu, falando baixo para Rony não perceber. Mas acredito que nem uma comissão de frente do Carnaval o tiraria daquele torpor – Acho que ele comprou de algum sonserino.


 


- E a Wynter? – ela sussurrou.


 


- Eu fiz a Lilá e a Parvati tirarem ela daqui – Harry fez uma careta e Hermione sorriu – Ela estava me dando nos nervos, gritando e exigindo explicações. Rony nem a escutou.


 


- Cadê a Gina?


 


- Saiu há pouco tempo – ele falou – Sabe como é, Gina agora tem toda sua escalação social em Hogwarts, então não pode faltar em nada. Nem no jantar.


 


- Acha que ela consegue?


 


- E você dúvida? Gina vai ser uma estrela... Mas eu não queria que ela conseguisse dessa forma. Com a ajuda do Tad Nott – Harry confessou.


 


- Eu também não gosto dele – Hermione comentou – Alguma coisa naquele garoto me dá arrepios.


 


- É bom ouvir isso – Harry sorriu de novo – Então acho que posso te contar o plano que eu tenho. E não se assuste, mas Draco Malfoy está envolvido.


 


- Ele gosta mesmo dela, não é? – Hermione sorriu e Harry percebeu que não via o sorriso dela há algum tempo. Ele tinha sentido falta disso.


 


- Vamos levá-lo para o quarto – Harry levantou do sofá – Lá te conto tudo.


 


- Claro – Hermione também levantou.


 


Os dois levaram Rony escada acima. Não posso deixar de confessar que fiquei feliz ao ver a cena. Claro que foi preciso Rony sofrer uma perda para que os dois tentassem voltar ao que eram antigamente. Amigos. Mas já é alguma coisa. O Trio Maravilha está de volta. É um alívio dizer isso. Nenhum trio faz tão bonito como eles.


 


 ***


 


Gina mexeu no cabelo de Colin e bocejou. Ela não pretendia ficar acordada até tão tarde, mas agora que sabia que o irmão estava bem, podia conversar sossegada com os amigos. Faith tinha os pés apoiados nas pernas de Hayden enquanto dividia um sofá com ele. Gina e Colin estavam no sofá da frente.


 


- Quando entrei no quarto – Gina falou – Harry e Hermione estavam sentados no chão, do lado da cama do meu irmão, eles estavam conversando.


 


- Serão que vão voltar? – Faith perguntou animada.


 


- Ele está com a Lyss – Gina deu de ombros – Mas sabe como eles são... Talvez voltem e se traiam. Talvez casem-se.


 


- Que visão mais triste – Hayden balançou a cabeça, divertido – Deixando de acreditar em príncipes, Ginevra?


 


- Com certeza – ela riu. Não, ela não acreditava mais em príncipes. E a culpa era única e exclusivamente do príncipe sonserino. Draco Malfoy.


 


- A Alexandra e a Elisha ainda estão olhando feio? – Faith perguntou – Sabe, eu posso conversar com elas se quiser. Parece que o Noah é amigo dessas meninas.


 


- O Noah – Hayden imitou a voz de Faith – Meu querido, Noah – ele estava sendo sarcástico, mas Gina percebeu uma pequena amargura em sua voz – Ele vai me salvar sempre.


 


- Babaca – Faith revirou os olhos.


 


- Vocês bem que podiam falar com a Zéllie – Hayden pediu – Essa garota está me dando um trabalho enorme. Parece que ela nem mesmo se dá conta da minha existência.


 


- E isso está te matando – Faith e Gina falaram juntas, rindo.


 


- É meninas – Colin comentou – Hayden gosta de atenção.


 


Os quatro riram. Eu sei que estou vendo amigos quando eles podem rir das verdades cruas. Hayden é um conquistador, Colin está deprimido. Faith acredita ter seu príncipe e Gina não quer saber de contos de fada. Triste, mas verdadeiro.


 


 ***


 


A manhã estava cinza, mesmo sem a neve. Draco respirou irritado, tentando se concentrar nas folhas das árvores, movendo-se lentamente. O salão comunal estava deserto, ele sabia que tinha acordado cedo demais, mas sonhara a noite toda com aquilo. O momento em que Tad se declarava para Gina e ela dizia sim. O momento em que eles se tornavam um casal e Gina endurecia seu coração.


 


- Você está horrível – Terrence falou enquanto descia as escadas. Ele já estava com o uniforme da Sonserina e os livros do dia nos braços.


 


- Muito engraçado – Draco se virou para ele, saindo de perto da janela – Acordou cedo?


 


- É. Eu não consegui dormir – Terrence confessou – Eu fiquei pensando numa pessoa... E no tempo que passamos juntos. Eu nunca tinha pensando nisso, mas agora parece tão certo.


 


- Está falando da Scarlett?


 


- Como você sabe? – Terren perguntou surpreso.


 


- Você não é tão bom em esconder as coisas – Draco deu de ombros – Ela ama você desde criança Terrence, essa é a verdade. A Scarlett já fez de tudo para acabar com seus namoros, com as meninas que ficavam com você. E ela sempre conseguiu.


 


- Não sabia disso – ele disse sincero – Ela sempre me pareceu tão segura e intocável. Tão insensível.


 


- Ela é insensível com todo mundo, menos com você – Draco fez um pausa – Porque não tenta ficar com ela?


 


- Não é só tentar – Terrence falou – Eu tenho que pensar bem... Ver se é isso que eu quero. É uma amizade antiga que não quero perder.


 


- Pense o tempo que quiser – Draco riu – Ela vai estar esperando como sempre esperou. Acho que você pode enrolar por mais uns cinco anos – os dois riram.


 


- E o que houve com você? – Terrence mudou o assunto.


 


- Eu não quero falar sobre isso – Draco se sentou em uma poltrona.


 


- Gina Weasley, acertei? – Terrence falou. Ele não esperou uma resposta de Draco, sabia que era verdade – Porque não aceita o fato de que vocês dois têm que ficar juntos? Não me importa essa mentira que você vive com a Pansy, ou como Blaise a odeia... Se você gosta dela, vai lá e pega,


 


- Não é fácil – Draco o encarou – Várias coisas estão envolvidas.


 


- Você está se esquecendo de uma coisa Draco – Terren falou sério – A Gina não é a Scarly, ela não vai ficar te esperando. E o Nott está atrás dela, desesperado. Ele não vai perder tempo.


 


Draco encarou a lareira vazia e respirou fundo. Terrence tinha razão. Ela não ficaria esperando por ele, não mesmo. Mas ao mesmo tempo algo o segurava ali no sofá. Ele precisa decidir se falaria com ela ou não. Se ia contar tudo ou ignorar e vê-la desfilar com Tad Nott. Ele ainda tinha uma chance.


 


 ***


 


Dakota chutou algumas pedrinhas que ficavam ao redor do lago. Ela estava andando distraidamente ali há pelo menos meia hora. O cabelo loiríssimo parecia brilhar sob o brilho dos raios de sol do fim da tarde. Ela suspirou. Não se sentia infeliz daquele jeito há muito tempo. Desde que perdera o filho... Desde que vira seu mundo dar uma volta e cair em um precipício.


Mas ela tinha se recuperado, e caído de novo. Maldita Gina Weasley. Por culpa dela Dakota era motivo de piada, não podia mais olhar as pessoas com desdém, com seu jeito de superior. Ela não era única, linda. Agora era uma vadia qualquer.


 


- Acho que eu poderia pintar essa cena – Huxley comentou, descendo a pequena colina até ela.


 


Dakota sorriu quando o encarou.


 


- Oi.


 


- Sabe, Dakota – ele disse, parando de frente para ela – Claro que eu já tinha percebido que você é estonteante, desconcertante de tão linda... Mas nunca tinha ficado tão deslumbrado com você como fiquei agora.


 


- Obrigada – ela corou. E Dakota não corava há anos.


 


- Ás vezes você me lembra a Allie – ele murmurou, divagando – Ela também é loira. Mas você é bem mais suave do que ela... A Allie gosta de gritar quando alguma coisa não está do jeito que ela quer.


 


- Isso parece terrível – Dakota riu, tentando não se importar com o fato de ouvi-lo falar de sua namorada irritante e perfeita.


 


- Ela me diverte – Hux sorriu – O Sven e o Nash também riem bastante dela. Acho que no fundo, até a Korah zomba da Allie.


 


- Você são amigos desde quando? – ela perguntou.


 


- Desde os onze anos – ele falou – Primeiro conheci a Allie e o Sven, no trem mesmo. E em Hogwarts conheci a Korah e o Nash.


 


- Parece bom ter amigos de longe data.


 


- E é mesmo – ele sorriu, abaixando-se para pegar uma pedra no chão e depois jogando-a no lago. O mais distante que conseguiu.


 


Dakota continuou fazendo perguntas, sorrindo. Ela não queria se importar com Huxley, só queria ignorar a dor que sentia no peito. A vontade de correr e gritar. Ou então beijá-lo e confessar tudo o que sentia.


 


 ***


 


Zéllie sorriu enquanto passeava pelo jardim. Ela tinha esperado pelo fim da neve com tanta intensidade... Parecia quase um sonho caminhar ali sem afundar o pé naquele maldito monte de água congelada. Ela sorriu para algumas pessoas que foi encontrando no caminho. Tão bem humorada.


Ela era uma garota auto-suficiente. Desde sua decepção com o ridículo Miguel Corner, ela estava dando um tempo na vida. Tinha ficado com Nash, o tal Matthew da Sonserina e alguns outros. Mas ela sentia que não precisava de nenhum deles para ficar feliz.


A amizade com Gina e Faith estava lhe fazendo bem.


 


- Oi, Zéllie – Luna acenou enquanto passava de mãos dadas com o namorado.


 


- Oi, Luninha – Zéllie sorriu – Oi, Zacarias.


 


Os dois se afastaram, mas Zéllie continuou andando. Era tão bom se sentir livre daquele jeito... Ver os passarinhos cantando em suas vozes chatas, as corujas chegando e saindo do corujal, os meninos da grifinória tentando marcar um horário para treino com uma professora que ela não lembrava o nome.


Ah vida, gloriosa vida. Em alguns dias a primavera chegaria, arrebatando tudo e enchendo a vida dela de flores. Naquele momento Zéllie Rowell não precisava de absolutamente nada. Ela era completa, com ela mesma.


E falo isso para vocês, não tem nada melhor do que se sentir completa.


 


 ***


 


Gina saiu da aula de DCAT e leu de novo o bilhete que recebera de Tad. Ele pedia que Gina o encontrasse no campo de quadribol, para uma conversa. Apressada, se despediu dos amigos e deixou os materiais com Colin.


 


-Hey, Weasley – Draco passou correndo por ela, segurando-a pelo braço e a jogando em um canto – Precisamos conversar.


 


- Você é tão rude – ela disse irritada, soltando-se dele – Precisa vir nessa pressa?


 


- Eu preciso dizer isso – ele respirou fundo – Eu quero levar tudo a sério, Ginevra Weasley. E não digo isso só porque dormimos aquela vez juntos, eu digo isso porque você faz alguma diferença. Eu não sei explicar direito que diferença é essa, mas você a faz.


 


Gina mordeu o lábio e o encarou. É, ela tinha pensando em repetir aquela noite, mas nunca mais se encontrara com Draco sozinha por um longo tempo. Eles tinham se beijado algumas vezes, só.


 


- Eu acho que você está confuso – ela colocou uma das mãos na cintura – Que história é essa de ficar junto?


 


- Não precisa ser um namoro oficial e público, mas seríamos exclusivos. Do jeito que você quiser – ele disse – O que me diz?


 


- É a proposta mais indecente que já respondi – ela o olhou, enfurecida – Você acha que vou me contentar em receber algumas beijos, talvez algumas noites, não sair com ninguém enquanto você dorme com metade do castelo?


 


- Não distorça as minhas palavras – ele pediu, segurando-a pelos braços – No momento não posso dizer mais do que isso. Mas é um começo, nós podemos tentar. Se quiser público, que seja público. Eu não me importo.


 


- Eu sei que não se importa, Draco – ela disse séria, afastando as mãos dele – E é isso que me preocupa. Você não se importa. Com nada.


 


- Não é verdade – ele a seguiu pelo corredor – O que você quer? Eu compro, eu faço. É só me dizer.


 


- Eu quero muita coisa, Malfoy – ela parou de andar e se virou para ele – Eu quero esquecer que você ignorou a minha dor, quando fui arruinada na frente de todos naquela noite, quero esquecer que você nem mesmo olhou para mim enquanto eu sofria miseravelmente. Mas eu não consigo esquecer e ainda dói imaginar que você não fez nada para me ajudar.


 


- Quantas vezes eu teria que pedir desculpas? – ele olhou nos olhos dela – Eu não sabia o que estava fazendo. Eu fui estúpido, burro. Me desculpa!


 


- Continuando com as coisas que eu quero – ela continuou, ignorando o olhar deprimido dele – Eu quero me encontrar com Tad Nott, aquele mesmo, o garoto que ergueu a mão e me salvou. Eu quero me encontrar com ele nesse instante – ela olhou maldosa para ele, sorrindo. Ele precisava sofrer – E adivinhe só? – ela fez uma fingida cara de surpresa – Eu vou fazer isso mesmo. Agora!


 


- Gina! – Draco chamou enquanto ela se afastava.


 


 ***


 


Tad olhou ansioso quando Gina cruzou o campo de quadribol até ele. Ela estava ainda mais linda naquele momento, sorrindo. Só para ele. Tad respirou fundo e tentou se lembrar de quando as coisas tinham ficado tão intensas, irreversíveis. Ele não suportava ver Gina paquerar outros garotos, porque ele sim tinha que cuidar dela. Passar seu tempo apenas com ela, e ela com ele.


 


- Porque me chamou? – Gina sorriu.


 


A verdade é que Tad não deixava a desejar em nada. Ele era absolutamente lindo, com aquele arzinho maldoso e cruel. Só Draco e Tad podiam fazer isso. O cabelo preto dele parecia mais claro por causa do sol.


 


- Quando nós nos conhecemos – ele começou – Eu estava focado unicamente em acabar com Draco Malfoy, assim como você. Mas as coisas mudaram e eu acho que comecei a gostar mais de você do que como uma simples amiga.


 


Gina ficou em silêncio, sem saber o que dizer. Draco e Tad em menos de meia hora era demais até para a cabeça dela.


 


- Eu não sei se você ainda gosta do Malfoy, e isso não me importa. Se você aceitar ficar comigo Gina, pode ter certeza de que tudo o que eu puder fazer para te deixar feliz vou fazer. Qualquer mínimo desejo, pedido. Eu quero ser para você o que nenhuma pessoa foi. E não é só porque gosto de você, mas porque você merece muito mais do que ele pode te oferecer.


 


- Bem... Tad – ela gaguejou, nervosa – É um passo grande, você sabe.


 


- Claro que sim – ele sorriu, segurando a mão dela – E eu quero dá-lo com você.


 


- Eu preciso pensar – ela o olhou nos olhos – No dia vinte e um desse mês, no café da manhã, eu te dou a resposta.


 


- Bem na hora em que a primavera começa? – ele sorriu.


 


- É – ela suspirou – Acho que começos e fins de estações mexem comigo – os dois sorriram e voltaram para o castelo. Draco olhou horrorizado atrás de uma árvore, assistindo seu pesadelo. E era mil vezes pior do que ele tinha imaginado.


 


-x-


 


Nota da Autora: Penúltimo!!!


 


Nota da Beta: Óh, você está maltratando meu bebê, Lali... Ç_Ç (?). Sabe, isso é evidente na verdade, mas você ‘fez um Draco’ tão mais sweet nessa fic se comparado com as outras suas *--*. Adorei a ‘volta do trio de ouro’, mas ainda não engulo o possível futuro de amor H²... ignore, ignore. Estou super curiosa com a Lexie: ela vai ou não vai falar com o Col?


O próximo já é o último dessa temporada... OMG!


 

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