A floresta diminui



Harry e Rony estavam parados em frente um arco de pedra num campo na Escócia. A fazenda onde Rebecca morava e continuava criar suas poções. Juhno, o elfo que trabalhava para ela espiou pela janela.


–       Ainda estão ai fora? – perguntou Rebecca tentando parecer displicente.


–       Estão. Não vão desistir. – respondeu Draco.


–       Não piso naquela floresta novamente seja qual for a vantagem que me ofereçam! Estamos livres! Acabou!


–       Ainda podemos ir para Azkaban... Patrick pegou muito ouro antes de partir; dever ter guardado naquela floresta. Muito ouro...


–       De que lado você está Draco?


–       Senhora – disse o elfo os interrompendo – posso servir pelo menos um chá ao Sr. Potter?


–       Sim, claro. Deve estar congelando os pés nesse frio. Viu? Eu não sou tão má assim!


O elfo começou a tirar muitas xícaras de um armário.


–       Pra que tantas? – perguntou Draco.


–       Alguns amigos do Sr. Potter acabaram de chegar.


Sob a neve Harry e Rony tinham companhia. McGonagall, os Weasley, os pais de Hermione, Neville Longbottom com toda a turma da Grifinória, Hagrid e Grope. Rebecca mandou o elfo fechar todas as cortinas.


–       Quantas pessoas mais ela pode conhecer? – desdenhou.


Durante a noite fria chegaram Luna, os pais de Lilá Brown, os professores Flitwick, Sprout, e Trelawney. A Sra. Twitch e a filha Anjelica chegaram com Kingsley e a Srta. Dale. Sem contar centenas de elfos. Elfos livres.


–       Nem pensar! – disse Rebecca em resposta ao olhar de Juhno.


–       A Srta. Granger me alimentou e me vestiu! Se não fosse por ela eu não seria tão útil em ajudá-la senhora!


–       Você não entende Juhno! Fui uma irresponsável o deixando aqui sozinho... indo atrás da Sra. Kessler e Heckett para me vingar! Isso não vai mais acontecer; eu podia ter morrido...


–       A senhora leu em voz alta o que a Sra. Granger fez por sua mãe! Se não ajudá-la eu irei embora!


–       Juhno, iria mesmo embora sabendo o quanto preciso de você agora?


–       A senhora me deixou aqui para cuidar do seu bem mais precioso. Já tinha confiado em um elfo antes?


–       Não...


–       Por favor, senhora eu quero ficar...


–       Córmaco. – comentou Draco olhando a multidão.


–       Quem?


–       Ninguém...


Após algumas horas Rebecca abriu o portão. Uma multidão ansiosa a encarava.


–       É bom esse o plano ser muito bom.


 


Harry, Rony, Kingsley se reuniram a ela e Draco numa barraca. Estavam acampados nos arredores da cidade de Yorktown.


–       Está livre de todo e qualquer crime que tenha cometido até essa data e que Deus me ajude por fazer isso... – disse Kingsley passando um pergaminho a Rebecca.


–       Tudo bem eu nunca matei ninguém. Assino meu verdadeiro nome ou...


–       Assine qualquer coisa – disse Rony – está livre! Só precisamos que nos ajude a entrar naquela floresta!


–       Fale-nos da floresta e do que tem lá. – disse Harry também ansioso.


–       É enfeitiçada e por dentro tem o dobro do tamanho do que vocês estão vendo.


–       Quem a enfeitiçou? – perguntou Kingsley.


–       A mãe de Patrick lançou um feitiço que os protegesse depois que o pai os deixou. Quando ela morreu Patrick jogou as cinzas por todo canto.


Rebecca explicou sobre os três círculos.


–       Há uma trilha que leva a vila. Posso entrar com minha varinha, mas vai ser a primeira coisa que Patrick vai tirar de mim e depois vai me matar.


–       Ele não vai te matar. Como é dentro dessa torre que mencionou? – perguntou Harry.


–       Dois quartos na parte de cima e só.


–       A varinha que fez o feitiço?


–       Eu nunca a vi; só sei que ficava guardada no quarto da velha e depois no de Patrick. É a varinha que recriou toda a floresta.


–       Hermione precisa chegar a essa varinha e destruí-la. – disse Harry.


–       Como ela pode fazer isso? – indagou Rony.


–       Patrick gosta dela. – retrucou Harry.


–       O que está insinuando? Sabe como isso é perigoso?


–       Patrick gosta de Hermione! Só estou dizendo...


–       Ela não gosta dele!


–       Calma rapazes. – disse Kingsley.


–       Potter tem razão. – disse Draco pela primeira vez. – Ele não fará nada a ela.


–       Quem mais está lá com eles? – perguntou Harry.


–       Ninguém que ofereça problema a não ser Chattar e a filha Airene. – respondeu Rebecca.


–       Chattar Lou? Procurei esse bruxo durante anos! – exclamou Kingsley.


–       Na ausência de Patrick ele que manda em tudo. Eu disse a Airene que não voltaria; depois de mim era ela a mais velha com quem Patrick deveria...


–       Rebecca, a sua parte no plano é entrar e dizer a Hermione o que ela precisa fazer... falar da varinha e que ela precisa destruí-la! – disse Harry.


–       Não! – discordou Rony. – Entregue uma varinha para Hermione desfazer os feitiços de proteção extra! Destruímos o resto!


–       Há pessoas vivendo lá! – disse Harry. – A floresta só é enfeitiçada para protegê-lo! Se for destruída ele não terá como se proteger e não pode enfrentar a todos nós!


–       Eu quero Hermione fora de lá! Se Patrick ficar lá dentro como uma coruja na gaiola por toda a eternidade não importa!


–       Ele não vai ficar! – gritou Harry. – Ele vai voltar daqui uma década, um século, quando estivermos mortos! Quando toda uma geração esquecer-se dele; ele vai sair e descobrir que teve a poção sabotada! Ele vai voltar! Com outra forma e sabe-se lá Deus o que pode planejar dessa vez! Temos chance de pegá-lo!


–       Você queria que ele fosse julgado Weasley... – disse Draco em algum canto.


–       Mudei de idéia... No mínimo quero Patrick morto!


Nervoso Rony saiu da barraca; Gina tinha acabado de aparatar trazendo noticias de Emily e o bebê.


–       Chora e dorme. Emily não quis ir para casa da irmã ou da família de Córmaco. Vai ficar na Toca esperando você voltar. Mamãe está adorando cuidar do pequeno Fulton. Alguma idéia?


–       Sim, pergunte a Harry.


–       Rony você está sendo muito duro com ele.


–       Você parece Hermione falando!


–       Patrick saiu carregando você de Gringotes! Harry quase morreu lutando contra ele. Harry nunca a deixaria ir sem lutar! Você sabe disso! Hermione se ofereceu para acompanhá-lo se ele poupasse a vida de vocês dois.


–       Vocês voltaram?


–       Em meio a tudo isso?


–       Ele precisa de você Gina.


–       Harry precisa de todos nós!  Tudo que disse a ele sobre Hermione é verdade, mas ele não quer só a ela por perto; ele quer você também. Eu também! Nenhum de nós é feliz longe um do outro.


Na barraca Harry tomava uma dose da poção que aliviava sua dor nas costas. Patrick o havia humilhado lançando o mesmo feitiço que o acertara no velho galpão; tomou mais um gole lembrando Rick Nelson. As armações de Patrick estavam vindo à tona assim como seus comparsas; um dos irmãos Lancey não se intimidou em contar o que sabia sobre Patrick; o Revistador Twain estava sendo procurado e era questão de tempo até ser pego. Roman Young ainda estava sendo investigado, mas já se sabia que tinha sido morto por Patrick assim como o Guardião, Raiker e os homens que acompanharam Rony na emboscada. Fora as mortes por ter soltado criaturas no Beco Diagonal, a morte de Urda para que se mantivesse calado, e as provocadas por Elvira. Essa última tinha se tornado ponto de honra para Harry tirar a limpo. Patrick os levara direto a ela; uma bruxa que nem o próprio Patrick pôde controlar. Colocou a vida de todos em perigo na viagem a Ilha Queequeg...


–       Harry... – disse Gina entrando na barraca – tudo bem?


–       Legal... – respondeu Harry feliz ao vê-la. Precisava da força que Gina transmitia. Em meio a raiva que sentia de Patrick e a angustia de ver Rony odiá-lo a única coisa que o impedia de entrar naquela floresta como um louco era ela.


–       Contei tudo ao Rony. Ele precisava saber o que você fez e o plano de Kingsley de aproximar você de Patrick.


–       Não sei se faz diferença...


–       Faz! – Gina disse com firmeza. – Rony está magoado, zangado... Passou por muita coisa.


–       Não acreditei no meu melhor amigo... Eu fiz a mesma coisa com você... Como não percebi que ele queria proteger Hermione?


–       Não foi só você!


–       Você ficou do lado do seu irmão. Era o certo a fazer!


–       Esqueceu que em meio a tudo você ajudou a salvar meus pais?


–       Sua família é muito importante pra mim; sempre será...


Gina o abraçou e Harry a segurou com força. Rony entrou na barraca. Harry deu uma boa olhada nele e tentou se lembrar de tê-lo visto tão serio desde que se conheceram. Os cabelos já estavam ruivos, mas ainda sim parecia um Rony diferente; Harry tinha certeza que se não conseguissem resgatar Hermione o perderia para sempre.


–       Mundugo me avisou sobre um cara estranho observando Hermione; um cara que o livrou de levar uma surra dos irmãos Lancey e depois o salvou das cabeças de dragão. – disse Harry ainda abraçado a Gina.


–       Você dificultou ao máximo Twain segui-los só indo a lugares trouxas. – respondeu Rony. – Bem esperto...


Harry se aproximou; queria falar olhando nos olhos de Rony. 


–       Contei tudo a Hermione e no dia de natal os Granger usaram a lareira da casa deles, que não é ligada a Rede de Flu, para ver seus pais. Kingsley já estava sob alerta; achamos que Patrick ia tentar fazer alguma coisa contra ele, mas quando ele foi embora da minha casa...


–       Achou que ele tinha mudado de idéia.


–       Ele achou mesmo que a poção não faria mais efeito e levou um belo fora de Hermione...


–       Gina contou do plano de Kingsley... – disse Rony.


–       Muitas outras pessoas já desconfiavam de Patrick! Madeleine Hayes e Rick Nelson trocavam informações sobre ele.


–       O Conselheiro Bertel e Raiker. – disse Rony. – Estive com eles.


–       Raiker era sobrinho de Solomon Bluter e o ajudou por um tempo, mas Patrick era o homem de Solomon no Ministério. Kingsley estava esperando o momento certo para pegá-lo que parecia não chegar nunca!


–       Você conseguiu. – disse Rony balançando a cabeça. – Conseguiu provar o que ele realmente é. Bunko o entregou.


–       Conseguiu provar o que ele realmente fez. O que ele realmente é essa parte foi você e Emily.


–       E Draco.


–       Sim... Quem diria... Formamos um grupo para pegá-lo.


–       Por isso Percy estava em Gringotes. – explicou Gina.


–       Foi o primeiro a chegar aposto... – disse Rony. Gina deu um leve sorriso.


–       Imaginei que Patrick retornaria a Gringotes para esvaziar o restante dos cofres antes de partir; com as chaves que roubou do ex-Conselheiro Remigio, da Sra. Robinson e mais o que pegou no acordo com o filho de Duralumínio e depois...


–       Pegaria Hermione.


–       Ela estava segura Rony, eu juro! Mas Patrick surgiu puxando você pelo pescoço...


–       Gina me contou isso também!


–       Patrick estava acompanhado do O Sr. Escamoso. – disse Harry. – Li o que Emily escreveu... Pedi desculpas a ela e ela...


–       Patrick o levou com ele... – interrompeu Rony – isso não faz sentido. O Sr. Escamoso é tão forte e perigoso quanto Patrick... e os dois se odiavam! Patrick o levou de volta ao lugar que ele fugiu! Fugir daquele lugar foi o que o fez ser amaldiçoado pela mãe de Patrick!


–       Patrick não sabe que se trata do pai. Acha que vai poder usá-lo como sempre.


Rebecca e Draco entraram na barraca.


–       Tem um cara ai fora perturbando o Ministro. Está dizendo que a cidade trouxa não foi avisada do que pretendemos fazer.


–       Strickland. – disse Harry – Ele vai nos fazer perder mais tempo!


–       A cidade vai adorar se livrar de Patrick! – disse Rebecca. – Ele a assombra há anos!


–       Diga isso a ele!


–       Não posso! Essa garota morava nessa cidade. – disse Rebecca apontando para si mesma.


A conversa entre Kingsley, o representante trouxa e o prefeito de Yorktown estava demorando demais. Rony pegou a vassoura e a passou para Harry.


–       Não vou esperar mais!


–       Espere. Precisamos nos acertar.


–       Também não temos tempo para isso Harry!


–       Rony, você foi mais meu amigo do que eu fui de você...


–       Você foi um idiota.


–       Eu sei – respondeu Harry – mas você também foi!


–       Vamos começar isso logo de uma vez! – disse Rony. – Quanto mais tempo Hermione passa lá mais estou próximo de perder o controle!


–       Não faça isso! – disse Harry colocando a mão no ombro de Rony. – Controle suas emoções. Eu sei que no momento é difícil eu pedir alguma coisa a você, mas controlo-se.


–       Cheguei muito perto de tê-la de volta...


–       Você a terá!


Minutos depois Rebecca apareceu em sua forma normal. Cabelos e olhos castanhos; continuava bonita, mas era estranho ouvi-la falar.


–       Eu já a vi... – comentou Harry.


–       No Ministério.


–       Sim, me lembro. Obrigado por nos ajudar mais uma vez.


–       Se eu morrer vou voltar e assombrá-lo pro resto da vida. Você também Draco!


–       Você não vai morrer. – disse Harry segurando a mão dela.


Rebecca caminhou em direção a floresta e apontou a varinha; um caminho entre as árvores se abriu. Assim que deu o primeiro passo a floresta tornou a se fechar. A varinha saltou de sua mão e ela seguiu até a pequena vila. Patrick já a esperava acompanhado de Hermione.


–       Essa é Rebecca! – Patrick se apressou em dizer. – Em sua bela forma original!


Hermione a olhou desconfiada. Apesar da diferença física teve a mesma impressão de quando a viu pela primeira vez na sala da casa de Harry. Rebecca, ou qual fosse seu verdadeiro nome, mantinha a mesma pose arrogante apesar de tentar disfarçar com um sorriso.


–       Como quer que a chame agora? – perguntou Hermione.


–       Acostumei com o nome. Por favor! Vão me mandar para Azkaban!


–       E? – perguntou Patrick ao lado de Hermione. – O que você fez?


–       Além de ajudar você? Deixe-me pensar...


–       Esqueça! Veio em sua forma verdadeira só para tentar me enganar!


–       Tivemos bons momentos na cachoeira... – disse Rebecca sorrindo para Hermione.


–       Volte sem olhar para trás! – mandou Patrick.


–       Por favor, Patrick! Deixe-me ficar!


–       De jeito nenhum!


–       Não tenho para onde ir!


–       Tem sim: Azkaban! Pensa que eu sou tolo? Que não sei que isso é um truque de Harry.


–       Não há ninguém. Ela veio mesmo sozinha. – disse Chattar saindo da floresta.


–       Pegadas?


–       Nenhuma.


–       As arvores?


–       Nada! Rastreei possíveis feitiços e nada mesmo!


–       Olá Chattar!


–       Traidora! – disse Chattar dando um tapa no rosto de Rebecca. Hermione notou que Chattar entregou a Patrick uma varinha muito velha, quase um galho seco de arvore.


–       Convença-me que isso não é um truque de Harry Potter.


–       Ela está usando minhas roupas? – perguntou rebeca apontando Hermione.


–       Pode ser que seja ele depois de beber a poção Polissuco. – disse Chattar.


–       Onde você está dormindo? – Rebecca perguntou a Hermione.


–       Deixe-me tirar a prova! – disse Patrick agarrando Rebecca; apertou o rosto dela com violência. – Harry, e você? No corpo de uma garota?


Ele a atirou no chão com força. Tirou uma poção das vestes e a fez beber. Nada aconteceu.


–       É ela mesma. Feliz ou infelizmente!


–       Por favor!


–       Peça a Hermione!


–       A ela?


–       A mim? Por quê?


–       Eu quero que peça a ela. Peça a Hermione! Vamos!


Rebecca levantou do chão; Hermione sentia-se desconfortável com a situação estava prestes a pedir a Patrick que a deixasse ficar quando Rebecca a derrubou no chão e a segurou pelos cabelos.


–       Usando minhas roupas! Dormindo na minha cama!


–       Solte-me! – reagiu Hermione chutando Rebecca para longe.


–       Ótimo! – disse Patrick rindo muito. – Continuem!


–       Não passa de uma Jezebel! – gritou Rebecca rasgando o vestido que Hermione usava.


–       Isso! Tirem a roupa uma da outra!


–       Esse vestido era seu? Pois ele ficou folgado em mim! – gritou Hermione.


As duas se pegaram com tanta força que rolaram no chão batido. Hermione jogou terra no olho de Rebecca e se jogou em cima dela.


–       Traidora! Depois de eu quase morrer para ajudá-la!


–       Você terminou com ele! – disse Hermione tentando soltar a mão de Rebecca de seu pescoço.


–       Você está muito bem! Aproveitando muito? Tenho novidades para você: é um menino!


–       Esse golpe foi bom. – comentou Patrick com Chattar. – O bebê nasceu; o filho de Rony com a outra.


Patrick abriu um buraco no chão, encheu de água e empurrou as duas. Ficou assistindo as duas se debatendo em baixo d’água lutando uma com a outra e para respirar.


–       Ok, já está bom. – disse enxugando os olhos de tanto rir.


A água desapareceu e as duas reaparecendo exaustas e machucadas.


–       Está bem pode ficar! Dê a ela a poção. Não você Chattar! Hermione!


Contrariado Chattar passou um cálice a Hermione; ela apertou o pescoço de Rebecca e a forçou abrir a boca e a engolir o liquido negro e quente. Chattar a sacudiu para ter certeza que havia ingerido tudo. Rebecca apertava o estomago como se lutasse para evitar o efeito da poção.


–       A leve daqui. – disse Patrick. – Vá se trocar Hermione você está feia.


Em seu quarto Hermione bateu palmas e a jovem que a atendia abriu a porta.


–       Traga-me alguma coisa para esses arranhões e um espelho.


–       Não há espelhos aqui.


–       Arrume um! – gritou Hermione.


Sentada na cama passou a mão pelas marcas de unhas em seus braços e pernas; Rebecca havia puxando seus cabelos com muita força, mas em enquanto rolavam no chão enfiou um pequeno papel entre eles. Um bilhete curto com algumas instruções.


Não foi só isso que deixou Hermione feliz; se Rebecca sabia que o bebê tinha nascido à repórter devia estar bem e Rony estaria do lado de fora a esperando. Só precisava chegar à varinha e parti-la acabando com um feitiço lançado por uma poderosa bruxa das Trevas que protegia uma floresta inteira. Facílimo.


 


Depois de sobrevoar a floresta fazendo uma varredura a procura de feitiços Patrick foi ver Hermione.


–       Está no banho?


–       Sim!


–       Posso cuidar dos seus machucados como cuidou dos meus.


–       Vá embora!


–       Já lhe disse que posso entrar a hora que bem entender!


–       Vá embora! Estou feia segundo você...


–       Só disse aquilo porque você estava feia...


–       Vá cuidar de seus outros afazeres! Deve ter outras pessoas para você mandar ou perseguir!


–       Eles querem entrar na minha floresta!


Hermione abriu a porta de repente; estava enrolada numa toalha e apontou o dedo para Patrick.


–       Você não passa de um garoto mimado que ficou entediado e resolveu infernizar a vida de outras pessoas!


–       Não é verdade! – gritou Patrick e Hermione bateu a porta com toda força bem na cara dele.


Ela não pode contar o tempo que ficaram sem se falar até que Patrick a procurou com assuntos banais e os dois voltaram a conversar.


–       Esquerda...  – disse Hermione – agora direita!


–       Moleza!– disse ele sorrindo.


A cauda de Patrick obedecia, mas não ficava parada.


Chattar estava passando atrás dele e Patrick estendeu a cauda no chão; Chattar tropeçou e Patrick deu uma gargalhada. Hermione cruzou os braços.


–       Isso não é engraçado.


–       Bem, ajude-o então! – respondeu Patrick emburrado.


Depois de ajudar Chattar a se levantar Hermione pediu que ele se sentasse com eles. Patrick permitiu.


–       O senhor conhece muito as Artes das Trevas...


Hermione contou sua experiência com Lena Kessler e reparou no galho que ele usou para rastrear a presença de alguém ou de feitiços na floresta.


–       Bem – disse Chattar olhando para Patrick como se esperasse ele aprovar ou não o que podia dizer.


–       Vá em frente. – disse Patrick dando de ombros.


–       Algumas pessoas acreditam que a magia não se concentra em objetos mágicos como varinhas.


–       Acredito nisso! Elfos não usam varinhas! Li que alguns bruxos usam uma única palavra para fazer qualquer tipo de magia!


–       Muito raro e muito antigo, mas possível. Principalmente no ocidente.


–       É como tudo que não se sabe explicar. Como a criação do universo! Qual o primeiro bruxo a criar um feitiço considerado das Trevas.


–       Bem, há muitas historias... – disse Chattar.


Hermione contou a historia que Lena Kessler narrou a suas seguidoras.


–       Interessante. Conheço uma que fala de um bruxo preso...


–       Vocês dois são chatos! – disse Patrick bocejando.  – Vou repousar por algum tempo e se mais idiotas do Ministério vierem... não me acordem.


Ficar sozinha com Chattar foi por incrível que pudesse parecer muito agradável; Hermione imaginou que ele também se sentisse sozinho e entediado.


–       Há quanto tempo cuida de Patrick?


–       Desde sempre. A senhorita tem razão ele não passa de um garoto mimado. Ouvia historias dos que vinham de fora... foi ficando mais incontrolável à medida que mãe enlouquecia com a partida do pai.


Mais tarde Hermione e Patrick observavam a noite em silencio.


–       Você e Chattar falavam de mim.


–       Sim, mas nada demais. Você é um cara legal...


–       Como pode dizer isso?


–       Apesar dos pesares nos ajudou em muitas ocasiões que podia ter nos largado para trás. Era um funcionário exemplar no Ministério!


–       Gostava do meu trabalho... o salário era uma droga. Por isso que os funcionários são corruptos! Sabe quando custa uma camisa dessas?


–       Achamos que iria fazer Kingsley renunciar.


–       Eu ia. Ia cobrar impostos mais altos para maior segurança dos comerciantes do Beco Diagonal ia ser bem divertido.


–       Sim, eles pagariam para evitar pessoas como você. Bem esperto, desprezível, mas esperto. Mudou de idéia por quê?


–       Passar a viver tomando poção Polissuco comum eu não iria agüentar. Logo alguém iria descobrir e mesmo que eu fosse um ótimo Ministro alguém ia tentar me matar. Você tem razão, sabe? Um artigo que escreveu para o Profeta Diário sobre o professor lobisomem.


–       Juro que às vezes não entendo você... – disse Hermione boquiaberta com o que acabara de ouvir.


Patrick tomou um gole da poção e voltou a ser o rapaz bonito que Hermione conhecera. Tirou a camisa e mostrou os ferimentos que naquela forma sempre voltavam se possível ainda mais infeccionados.


–       Meu Deus! – exclamou Hermione impressionada com o buraco um pouco acima das costelas.


–       Tem idéia de como isso incomoda? Quando volto ao meu... normal tudo passa.


–       Quantas vezes já tentaram matá-lo?


–       Algumas vezes foram só acidentes. Veja.


Patrick abaixou a calça.


–       Isso não precisava fazer! – disse Hermione ficando de costas.


–       Tenho que agradecer ao meu pai eu acho... ou já estaria morto.


–       Ou nada disso precisaria estar acontecendo! Você cresceu num clima muito ruim pra dizer o mínimo. Pior que Draco Malfoy.


–       Está dizendo que eu seria bonzinho se não fosse pelos meus pais?


–       Estou dizendo que às vezes você é um cara legal. Como Adso, Grimwig ou Crackit! Talvez fosse um rapaz como Harry e Rony, mas não acostumado com maldades ou achando que pode fazer o que bem entende para chegar onde quer! Por exemplo: as flores na minha janela; eu sei que é você que as faz crescer todos os dias. É muito gentil!


Patrick contou a Hermione sobre o que fez com o Wulbur Duralumínio.


–       Uma lembrança minha ao Ministério!


–       Acha mesmo que isso me impressiona? – perguntou Hermione cruzando os braços.


Patrick balançou a cabeça e se levantou; ficou amuado por algumas horas. Hermione aproveitou para ver a criatura que veio com eles; o Sr. Escamoso estava acorrentado e vigiado.


–       Não sei por que ele não solta essa coisa. – disse Chattar.


–       Acho que nem ele sabe.


–       Diga-me Srta. Granger como está o mundo lá fora?


–       Complicado como sempre. Ouviu falar de um bruxo chamado Voldemort?


–       Não.


–       Gostaria de...


–       Por favor! Conte-me!


 


À noite ou como assim parecia, Hermione se preparava para se deitar. Patrick abriu a porta e se aproximou em silencio.


–       Você me disse que aquela resposta não era definitiva. Que precisa pensar. Em algum momento...


–       Eu estava começando a me apaixonar por aquele Patrick. Se aquele Patrick fosse real...


Hermione sentou na cama enquanto Patrick a examinava. Ele a tocou nos braços e pernas. Os olhos cinza claros revelavam alguma coisa; talvez alguma coisa que só ela pudesse ver; talvez por isso nunca desconfiasse dele.


–       Vou tomar a poção... – sussurrou ele.


–       Sinto muito...  – respondeu Hermione – mas não posso!


Patrick se afastou.


–       Eu tive toda paciência do mundo com você! – disse empurrando Hermione no chão.


Zangado e frustrado Patrick foi até seu quarto; pegou a varinha que fora dela e liberou o terceiro circulo. As criaturas que viviam soltas naquela parte enfeitiçada da floresta estavam livres. A neblina recuou alguns metros; os Revistadores avançaram com Kingsley a frente, mas Harry sentiu o perigo.


–       Kingsley lembre-se do que Rebecca disse! Há criaturas malignas vivendo nessa parte da floresta! Criaturas de verdade, não enfeitiçadas!


–       Eu me lembro! Proteja a cidade e o acampamento! Só vamos atrasar o que sair!


Rony chamou o pai e o Sr. Granger e entrou na barraca; a maioria das mulheres estava reunida e contou o que tinha acontecido e o que provavelmente iria acontecer.


–       Saiam e aparatem para o Ministério! Mãe a senhora leva os. Granger. Ei! – exclamou ele quando Gina, Emily e Angelina passaram por ele.


Gina e Angelina montaram em suas vassouras; Gina levava Emily com duas maquinas fotográficas as seguindo. Luna também saiu correndo.


Nem os Weasley, os Granger, McGonagall ou a Srta. Dale se mexeram. Rony ficou parado olhando Draco.


–       Que belo líder você é Weasley...


–       Você pode ir se quiser! Capaz que seja o único que queira!


–       Olhe para fora e para cima... – respondeu Draco.


Ao se virar Rony viu criaturas tomando conta do céu; pareciam arraias, mas muito maiores.


–       Eu disse a Hermione que essas criaturas existiam! – disse Luna e Rony a puxou para dentro da barraca; pegou a vassoura e subiu.


–       Traga uma para mim Rony, por favor!


–       Vai ter muitas espécies para analisar Di-Lua Lovegood! – disse Draco.


Um enorme escorpião se aproximava da barraca. Draco cortou a cauda com um feitiço e o estuporou. Outros cincos estavam logo atrás.


–       Gosto de escorpiões! – disse Luna.


–       Eu também – concordou Draco – mas vamos mantê-los longe de nós por enquanto!


O Sr. Weasley se apressou a tirar Hagrid do caminho, como Luna ele queria estar bem perto criaturas tão interessantes. A Srta. Dale deu cobertura aos Granger enquanto McGonagall juntou forças ao grupo de Kingsley para enfrentar os escorpiões enquanto Harry e Rony derrubavam as arraias. Jorge e Córmaco as acertavam com um bastão de quadribol.  Gina passava por entre elas; Emily tirava fotos enquanto Shack, o filho de Kingsley, acompanhava Angelina também abatendo as que se aproximavam.


–       Essa é minha noiva! – gritou Jorge.


–       O ponto fraco delas é a barriga as virem de cabeça para baixo e não podem mais se voar!


–       Como sabe isso Shack? – perguntou Harry.


–       Tá brincando? Meu pai e meu padrinho foram Aurores! E cuidado com as caudas!


Rony parou do lado da vassoura de Gina.


–       Desça! – gritou para Emily e a irmã. – Vocês é que tem que descer agora!


–       Desça você! – gritou Gina.


–       Obedeça a moça! – disse Harry tirando a vassoura de Rony do caminho de um dragão.


O flash da câmera de Emily deixou o dragão verde musgo de corpo fino por alguns instantes desorientado, mas logo ele voltou a soltar rajadas de fogo sobre o pequeno acampamento; a novidade era que de sua cauda também soltava pequenas labaredas o que permitia tentar torrar Harry e os amigos e o grupo que liquidava os escorpiões no chão ao mesmo tempo.


–       Uau! – exclamou Hagrid olhando o céu. – Espere só Carlinhos ver esse...


–       Para trás Hagrid! – mandou McGonagall acertado um escorpião.


–       Obrigado diretora! – respondeu Hagrid tirando um saco plástico das vestes. – Esse vai direto para aula da profª Grubbly-Plank!


–       A cidade! – gritou Harry para Shack e Jorge. – Vão até lá!


–       Um escudo protetor no capricho! – disse Jorge seguido por Angelina.


–       Este é meu noivo!


–       Você... – apontou Rony para Emily na vassoura com Gina.


–       Deixe-a comigo! – disse Córmaco passando e tirando Emily da “garupa” de Gina e a levando com ele.


–       Satisfeito? – reclamou Gina.


–       Não! Olhe Harry! Aquilo é um Nundu?


–       Hagrid e os outros estão bem no caminho dele!


No solo Kingsley mandou os jovens Revistadores recuarem, muitos aparataram. A criatura ainda estudava seu novo ambiente.


–       Um Nundu! – disse Luna impressionada.


Draco tapou a boca dela e fez sinal para os outros ficarem em silencio. O Nundu passou pela barraca; o letal leopardo soltou seu hálito mortífero em um escorpião que ainda se debatia no chão e o matou em instantes. Estava muito próximo de Hagrid recolhendo as arraias e escorpiões caídos.


–       Gina leve Hagrid para bem longe daqui! Rony venha comigo! – disse Harry.


–       Onde está Emily e Córmaco? – perguntou Rony olhando para os lados.


–       Córmaco cuidará dela agora! Preste atenção Rony! Vamos levar o dragão para o acampamento!


–       Ok... Não sei por que estou concordando com você, mas tudo bem!


Os dois sobrevoaram a cidade de Yourktow tão assustada quando a cidade de Zebediza ficara meses atrás com o ataque da serpente que Elvira soltou pelas ruas. Harry conseguiu deixar o dragão mais zangado ao escapar além de sua rajada de fogo de uma boa dentada. Rony voou baixo e pegou algumas arraias do chão; tirou as finas caudas. Tornou a subir e apunhalou o longo pescoço do dragão algumas vezes.


–       Que azar não são envenenadas!


–       Vamos fazê-lo pousar! – Harry gritou para Kingsley. – Atraia a atenção do Nundu!


–       Droga! – exclamou Draco quando Luna lhe deu um chute no na canela.  


Kingsley deu um longo assovio e Nundu foi a sua direção abrindo a boca; Harry e Rony passaram entre eles; Kingsley subiu na vassoura de Harry. O dragão pousou e soltou uma enorme rajada de fogo que foi de encontro ao hálito do Nundu causando uma incrível explosão. O efeito da explosão não matou as duas criaturas, mas os abateu; deixou uma fumaça de cheiro horrível e todos tiveram que deixar o local o mais rápido possível.


Patrick voltou para seu quarto e guardou a varinha da mãe.


–       Vamos ver quem volta para essa missão...


–       O que você fez? – perguntou Hermione a porta do quarto.


–       Volte para o quarto! Fique o mais bonita que puder; farei uma visita essa noite e dessa vez não aceitarei não como resposta...



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Comentários (1)

  • meroku

    a Luna deve ter adorado essa batalha!!!!!!!!!!!!!com tantas criaturas nao conhecidas!!!!!!!!!!!!mas o que o Patrick vai fazer com a Hermione????????e a Rebeca como ta??????????????posta o proximo viu!!!!!!!!!   

    2012-09-01
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