Sem bosta de dragão, sem poção

Sem bosta de dragão, sem poção



–       Interessante... – comentou Harry lendo o relatório dos Revistadores sobre o incêndio. Ele entrou no prédio e o examinou minuciosamente antes de ir para o Ministério.


–       O que fazia lá Harry? – perguntou Patrick quando se encontraram pelos corredores. O que ultimamente era muito raro.


–       Houve um incêndio. Quase morri num incêndio uma vez e fiquei curioso sobre o assunto só isso!


–       Quem lhe mandou esse relatório?


–       Eu pedi ao responsável...


–       Você tem pilhas de coisas para resolver na sua sala! Seu trabalhão está muito atrasado!


Harry continuou a ler o relatório.


–       Percy está me dando cobertura. Além do mais você sabe como sou curioso.


–       Espere um momento – disse Patrick achando graça – é minha impressão ou está fazendo o que bem entende? De novo!


–       Só quero saber mais sobre esse incêndio. Quando nos conhecemos você disse que se fosse com você ia querer saber tudo a respeito.


–       Eu lembro... O que os rapazes que atenderam o chamado disseram?


–       Pouca coisa. Lembra-se de Rick Nelson? Ele era expert em incêndios e sem ele esses rapazes sabem o básico. Acham que foi descuido do velho que morava lá. O que vivia enchendo o bolso dos outros de bosta de dragão.


–       Ele deve ter cochilado com alguma coisa no fogo.


–       O resto do prédio nem percebeu o apartamento pegando fogo. Os rapazes não apagaram o fogo; ele simplesmente parou... Estive lá e as paredes do outros cômodos estavam frias.


–       Esse velho deve ter irritado muita gente. Talvez alguém colocou fogo no apartamento para se vingar dele. – disse Patrick friamente.


–       A pessoa apontou a varinha diretamente para ele! Colocou fogo nele primeiro!


–       Está especulando Harry...


–       Seja quem for que fez isso usou o esse homem para por fogo no resto do apartamento! A cozinha queimou muito rápido porque havia uma espécie de jardim sendo cultivado na janela e folhas por todos os lados! Vidros com plantas e Deus lá sabe o que esse homem criava nesse apartamento e havias caixas, muitas caixas! Eu vi o corpo; há cacos de vidro e restos de plantas queimadas coladas nele! Ele tocou em tudo antes de morrer! Fugindo ou de propósito. Então, quando o velho morreu esse assassino o jogou para fora.


–       Cruel... – comentou Patrick.


–       Você cuida da investigação?


–       Tem muita gente que pode levar isso adiante. Estou meio ocupado no momento.


–       Você não se cansa? – perguntou Harry olhando Patrick fixamente.


–       Sim, me canso de ter que fazer coisas que não gosto. Perder tempo.


–       Queria estar em outro lugar? Jogando quadribol talvez...


–       É uma opção.


Talvez, pensou Harry tudo fosse um grande engano e os dois pudessem sair dali tomar uma cerveja amanteigada. Procurar Rony, pegar Gina no meio do caminho e irem jogar quadribol; Hermione estaria na arquibancada ansiosa que não se machucassem. Talvez Harry estivesse enganado e Patrick não tivesse roubado as chaves dos envolvidos com o grupo Zeelen e esvaziado seus cofres depois; talvez só quisesse salvar Hermione, mesmo que só a ela... Depois a imagem de Adso lhe veio à cabeça; o rapaz, segundo Hermione, vigiou Patrick o tempo todo, mas era um rapaz de estatura e peso comum e Harry já vira Patrick enfrentar um ciclope de mãos vazias e naquela mesma noite derrubar três bruxos de uma vez só com um feitiço só. Baseado nisso Harry tinha certeza que Patrick dominaria Adso sem problemas se realmente quisesse.


–       Contou a Hermione sobre Heckett... – comentou Patrick.


–       Era o certo a fazer. Eu não interferi. Não é minha culpa que ela não se apaixonou por você.


–       Quem disse que não? – perguntou Patrick com rispidez.


–       Ela não sairá da minha casa se o que está pensando!


–       Bem, ela não tem passado muito tempo lá não é mesmo? Ela está na casa de Lena Kessler nesse momento. O que Hermione acha que essa mulher está prestes a fazer...


–       É grande! Hermione tem certeza disso e a Sra. Kessler conta muito com ela.


–       Ela não confia em Hermione, mas precisa dela; não vai matá-la. Hermione é muito talentosa. A Sra. Kessler vai querer que ela passe para o lado dela. Para o lado das Trevas.


Harry sentiu o peito queimando; pensava exatamente a mesma coisa.


–       Se ela tocar em Hermione...


–       Fique calmo – disse Patrick – não deixe suas emoções estragarem tudo pra variar! Hermione me contou que a Sra. Kessler era a mulher a mesa no dia que jantamos com o grupo de bruxos seguidores de Hayyan Zeelen. Era um das lideres que queriam se vingar de seus amigos!


–       Hermione percebeu pelo modo que ela repreendeu Adso que se tratava de uma mulher. E o estado que ela ficou depois da morte dele a fez entender que eram próximos: mãe e filho. Foi a Sra. Kessler que matou Remigio e os outros que seqüestraram a Sra. Weasley.


–       Seja o que for que a Sra. Kessler tem em mente está para acontecer em breve. Hermione me contou que o estado dela está piorando. Um sinal de ligação com Arte das Trevas; magia negra esgota a forma física das pessoas. Ela vai morrer...


Harry não quis se mostrar impressionado com o conhecimento de Patrick. Ainda nem podia se controlar de raiva por Hermione ter contado a ele sobre os planos da Sra. Kessler e nem como pretendiam pegá-la por assinado, pratica de Artes das Trevas e muito mais.


Patrick ia dizer alguma coisa, mas sua a voz de falhou e ele começou a tossir. Foi a deixa para Harry se afastar.


–       O frio está mesmo forte esse ano – comentou Harry tomando o caminho de sua sala – melhor você colocar um cachecol.


Patrick sentiu a garganta inchar e apertar seu colarinho, mas logo passou.



Hermione conseguiu manter um portal aberto por bem mais tempo; chegou a ver os pais conversando no jardim.


–       Muito bom. – disse a Sra. Kessler entusiasmada.


–       Acho que posso fazer isso de novo em breve. – respondeu Hermione contente, mas cansada.


–       Hoje é um dia feliz para mim e para magia! Vamos tomar chá.


Entraram na saleta particular da Sra. Kessler.


–       Ela não devia estar aqui. – disse Heckett zangada.  Ela andava hostilizando Hermione há algum tempo.


–       Olá Grimwig.


O garoto sorriu para Hermione; Heckett lhe lançou um olhar zangado e saiu da sala. Depois do chá com Hermione e Grimwig a Sra. Kessler se retirou para descansar. Aproveitando a ausência dela e de Heckett o garoto mostrou a Hermione seu quarto. A parede cheia de quadros das paisagens de Londres.


–       Você não pode sair?


–       Não. Não é seguro.


Numa escrivaninha vários pergaminhos com vários desenhos e muitos livros. Todos sobre Artes das Trevas.


–       São muito bonitos seus desenhos. – disse Hermione se concentrando nos desenhos. – São pessoas que você conhece?


–       Algumas.


–       Você via Samuel Corso com freqüência?


–       Sim. Algumas vezes... Essa é você!


–       Ah...


Na parede o garoto apontou o desenho de Hermione segurando um livro. Ao lado um rosto conhecido também segurando um livro e sorrindo.


–       Esse é Adso?


–       É. Sinto falta dele... Agora tenho que estudar dez vezes mais. O tempo está acabando.


Hermione deu um longo suspiro; sentiu pena do garoto e de Heckett também.


–       Quer um conhecer um lugar muito legal? – perguntou a Grimwig.


–       Não posso sair.


–       Eu dou um jeito.


O garoto ficou encantado com a Gemialidades Weasley. Jorge mostrou todo o arsenal de fogos para serem soltos dentro de casa e muitos jogos.


–       Heckett nunca joga nada comigo. Ela diz que não sou mais criança.


–       Que tal jogos para filhos únicos? Temos xadrez, jogos de cartas... todos encantados. – disse Jorge mostrando as caixas.


–       Escolha um. – disse Hermione. – Presente meu.


–       Não posso Srta. Granger.


–       Lógico que pode! Não vai me deixar triste não é?


–       Talvez um jogo...


Jorge sentou com Hermione na escada da loja.


–       Quem é seu amigo?


–       Só um garoto que está sendo educado para ser um poderoso bruxo das Trevas.


Jorge arregalou os olhos; ficou olhando o belo garoto em duvida sobre o que levar.


–       Então... acho que ele vai precisar de muito chocolate...


O garoto saiu da loja com um belo pacote. Jorge não deixou Hermione pagar.


–       O próximo futuro bruxos das Trevas que você trouxer você paga.


–       Isso não está certo! – protestou Hermione.


–       Eu sou o piadista se lembra? Você é família Hermione assim como Harry!


–       Ele vai gostar de saber disso! Contei a ele que vocês o visitaram.


–       Além disso, Hermione devo explicações a você...


–       Não, não deve.


–       Eu ajudei Rony depois que ele saiu da casa de Harry; o ajudei meio que a fugir do Beco Diagonal...


–       Fugir?


–       É... Ele e a garota não estavam num bom momento. Eu a vi aqui muitas vezes e Harry também; eles conversavam muito e trocavam papéis! Era estranho Rony ter uma amiga... ele ainda riu de mim. Imagine!


–       Papéis?


–       E fotos e os dois conversavam pela loja. Eu nunca entendi como ele conseguiu... como pode... Sinto muito Hermione.


–       Ele deu um jeito pelo visto...


–       Depois disso Angelina vem todos os dias loja para me acompanhar direto para casa.


Hermione pensou em perguntar se Jorge mantinha contato com Rony, mas não havia motivo. O que poderia mandar dizer a ele? Perguntar em que momento enquanto ela escrevia seu primeiro livro ele se encontrava com aquela...


–       Só mais uma coisa. – disse Jorge. – Diga a Harry que seus amigos papa galeões estão com tudo no Beco Diagonal. As coisas estão quentes dessa vez!




–       Nunca vi Heckett tão zangada – Hermione contou a Harry horas mais tarde – começou a gritar que eu não tinha direito de levar Grimwig a lugar nenhum sem permissão dela e que eu não tinha idéia de como era perigoso.


–       O que você respondeu?


–       Dei a ela um chocolate e disse que ela realmente se importasse com Grimwig o levaria embora dali. Ela é mãe dele! Ele é filho de Heckett com alguém que a Sra. Kessler escolheu assim como ela própria escolheu muito bem o pai dos filhos dela.


–       Por isso Heckett tentou me seduzir?


–       Acredito que ela não teve escolha; era o que ela tinha que fazer e tenho certeza que sofreu alguma coisa por não ter conseguido.


–       Ou não achou que eu valesse a pena... – disse Harry rindo. – Acha que mataram Corso porque ele resistiu também?


–       Talvez... Pelo aquele tal Noah contou Corso e Ederleth eram amigos íntimos demais.  Sem o perfil para os planos da Sra. Kessler. Deus que família! Faz os Malfoy parecerem uma família adorável para um piquenique de domingo.


–       Vamos pegá-las por prática de Artes das Trevas e por todo o resto! Você tem alguma idéia do que ela pretende realmente?


–       Pensei em uma Horcrux no inicio, mas não é isso. Produzir uma Horcrux mesmo para uma bruxa assassina como ela não é tão simples como parece! Alguns detalhes são fundamentais.


–       Achei que a primeira coisa era justamente não ter receio de matar alguém.


–       Não. Um detalhe facilitou Tom produzir Horcruxes de modo tão rápido e, por assim dizer, tão puras. Ele era virgem.


Harry deu uma gargalhada.


–       Nunca havia pensado nisso.


–       Provavelmente ela só descobriu isso depois. Quando conheceu Tom não ocorreu a ela esse detalhe. Ele era um rapaz bonito.


–       Fico feliz em saber que nem um de nós pode produzir uma Horcrux perfeita.


–       Harry! – exclamou Hermione corando ligeiramente.


–       Se não é isso. O que pode ser?


–       Tenho pensado que tipo de feitiço só eu poderia fazer.


–       Um que funcione.


–       Tem muitas bruxas talentosas seguindo a Sra. Kessler. Por que eu? Falei com Cragwitch a respeito disso e ele, como sempre, só disse coisas pela metade.


Harry ficou calado a deixando refletir sobre as possibilidades, mas sua curiosidade sobre um detalhe foi maior..


–       A Sra. Kessler já tentou iniciá-la nas Artes das Trevas?


–       Abri um portal, não é uma magia convencional, mas foi com boas intenções... – disse Hermione apertando os lábios.


–       Por que ficou tão agitada aquela noite?


A pergunta incomodou mais Hermione do que Harry esperava


–       A Sra. Kessler quis me mostrar as coisas como ela vê. Eu vi escuridão, ódio... foi horrível. Ao mesmo tempo foi libertador; pela primeira vez eu tive a sensação máxima do meu poder! Como bruxa, como mulher... É difícil explicar.


–       É uma coisa que você tem que lutar para não querer sentir de novo. Eu usei uma Maldição Imperdoável uma vez. É difícil não querer usá-la de novo.


Hermione cruzou os braços com uma expressão impaciente.


–       Sei que está pensando. – disse Harry a encarando novamente. – Que pode controlá-la, mas não pode.


–       Eu posso. – respondeu Hermione de imediato.


–       Não diga isso! Você não pode evocar magia negra e achar que nada demais vai acontecer. É como ressuscitar Voldemort e pedir que só tome chá com você! Não funciona assim Hermione. Nem mesmo com você!


–       Você tem razão. É loucura... – suspirou Hermione.


–       Prometa!


–       Eu prometo não ressuscitar Voldemort. – disse Hermione levantando a mão solenemente.


A amiga sorriu. Aquele sorriso se deteve em Harry até ele dizer que sim confiava na palavra dela.


–       Contou a Patrick sobre nossos planos.


–       Ele vai ajudar. É um Conselheiro afinal e um bruxo muito poderoso como nós já sabemos. – respondeu Hermione com certo orgulho. – Por quê?


–       Nós e Kingsley podíamos dar conta disso tudo!


Hermione deu uma leve risada e Harry se sentiu um garotinho que tinha acabado de dizer algo engraçadinho.


–       Ah, Harry...


–       O que?


–       Nada, só que Patrick me disse...


–       Diga-me exatamente o que ele disse!


–       Que você se comportaria exatamente assim! Harry, você precisa parar de se zangar toda vez que é contrariado!


–       Nem tudo é sobre mim... – Harry desabafou – mas é que...


–       Exato. Patrick é um grande bruxo!


–       Contei a você sobre Heckett!


–       E daí?


–       E daí que as coisas estavam confusas... Insisti que saísse com Patrick por causa de Heckett. Do que havia acontecido!


–       Patrick me disse!


Harry passou a mão pelos cabelos; ainda não acostumara a tê-los tão curtos.


–       Não foi só por isso Hermione; eu disse que não queria vê-la sofrer mais... O que exatamente ele disse?


–       Que você se comportaria exatamente assim...


–       Como ele sabia o que estava acontecendo entre nós?


Hermione ficou muito seria e pareceu desconfortável.


–       Você insistiu para eu sair com Patrick!


–       Mas Heckett...


–       E depois que me encontrei com Gina tive certeza que você tinha razão.


Foi a vez de Harry ficar desconfortável. Pensava demais em Gina e em como devia ter sido para ela e os Weasley vê-lo quase morto. Pensava em Rony também, mas a troca de confidencias entre Hermione e Patrick o deixou zangado.


–       Hermione não está pensando em se envolver seriamente com Patrick  só por causa da garota, a jornalista...


–       O que?


–       Ela vai ter o bebê em pouco tempo. Vai ter muita publicidade essa historia! – disse Harry curto e grosso. – Não está pensando em compensar essa situação começando um relacionamento com um Conselheiro?


–       Harry! – disse Hermione indignada.


–       Eu lembro o que fez com Rony em Hogwarts! Saiu com Córmaco para provocá-lo!


–       Oh, pobrezinho... Contei a Patrick sobre nossos planos! E quer saber Sr. Potter é bem capaz que realmente eu tenha um relacionamento serio com um Conselheiro!


–       MAS EU CONTEI SOBRE HECKETT! Patrick me viu com ela... foi quando comecei a perceber que ele não era tão...


–       Eu mereço Harry! – interrompeu Hermione falando muito alto. – Estou bem diferente de quando tinha onze anos... e sou uma garota! E ótima bruxa! Depois aquele estúpido jogo ele correu para Lilá! Para ela! Depois de eu tê-lo ajudado! Depois de ter aceitado ir à festa de Slughorn comigo!


–       Rony não sabia que você o tinha ajudado.


–       Ele achou que Krum só se interessou por mim por sua causa! – disse Hermione muito vermelha. – Ele nos largou na floresta!


–       Eu sei... Sei que tiveram problemas... sempre, mas Rony me fez prometer cuidar de você se algo acontecesse a ele!


–       Bem, aconteceu... Ele saiu com outra! Eu sempre pensei em vocês em primeiro! Agora é minha vez! Rony me humilhou pela ultima vez!


–       Não, não isso não pode acontecer!


–       Patrick disse que você se comportaria exatamente assim!


–       Pare de falar isso! Patrick não serve para você!


–       Não se preocupe Harry; eu só sairei daqui quando me casar! – disse Hermione subindo as escadas batendo os pés e Harry pela primeira vez concordou com Rony de como aquilo era irritante.



–       Eu disse Twain que podia usar a força para cobrar a taxa, mas matar um homem do jeito que matou... chama atenção. O que tinha na casa do velho afinal?


–       Nada demais. Plantas e vermes; ele era um velho porco.


–       Ele sofreu?


–       Muito.


–       Ótimo. Não perdeu grande coisa, mas Harry é esperto e já sabe o que aconteceu


–       O senhor encobrirá caso ele crie caso, não?


–       Com certeza! – disse Patrick batendo no ombro de Twain. – Ainda mais que me trouxe grandes notícias!


–       Pois é! Sonny viajou! Com certeza descobriu alguma coisa sobre Weasley e a garota!


–       Isso é ótimo!


–       Amanha a noite continuarei a visitar os comerciantes! Muitos galeões para todos nós.


–       Twain, em gratidão por sua lealdade quero que fique com todo o dinheiro que extorquir. Eu já ganhei muito dinheiro... Agora é hora de você e seus comparsas.


–       Serio senhor?


–       Claro, agora que Solomon foi pro inferno. Nada mais justo que outro homem de personalidade forte e coragem como você comece uma grande carreira a frente do pub e de outros negócios! Você é um líder nato Twain! Aposto que prefere que esses idiotas nem paguem a taxa de proteção só pelo prazer de torturá-los!


–       Sim, eu gosto. Logo o pub voltará a ter movimento!


–       Reserve uma Veela pra mim! Estou subindo pelas paredes!


–       Por conta da casa é claro! O senhor está bem? Está ficando vermelho... – comentou Twain apontando as mãos de Patrick.


–       Pode ir Twain. Tenho coisas a fazer. Mantenha a vigília! – respondeu Patrick olhando as mãos aumentarem de tamanho e ficarem mais vermelhas


–       Pode deixar! Estamos atentos!


Trancado no banheiro Patrick cobriu o rosto e quando tornou a olhar estava com a aparência normal a não ser por um detalhe: uma longa cauda.


–       Não, não... – disse com a voz grave quebrando o espelho.


Passava da meia noite e Patrick aguardava Vesúvia Lancey nos fundos da loja.


–       O que o trás aqui Conselheiro?


–       Isso! – disse Patrick abrindo a camisa. A pele havia se rompido e os ferimentos estavam abertos e infeccionados novamente. – Tem alguma coisa errada com a poção.


–       Os ingredientes são os mesmos de sempre! Você pode ter errado no preparo!


–       Tenho certeza que não!


–       O fio de cabelo que usa! Pode ter sido contaminado com outro material? Uma poção Polissuco contaminada é...


–       Não. Deixe-me ver os ingredientes que tem aqui.


–       Você levou todos! Comprou todos! Sabe os riscos de depender dessa poção! Sabe que um dia isso podia acontecer!


–       Tenho que beber a poção para voltar ao normal preciso de mais ingredientes! Preparar mais doses da poção!


–       Vou procurar quem possa ter esse tipo de ingrediente...


–       Procurar?


–       É... A pessoa que cuidava desse detalhe para mim... viajou...


Patrick puxou Vesúvia pelas vestes.


–       Se estiver fazendo isso contra mim mulher eu mato você!


–       Foi Twain! Ele matou o velho e era ele que cultivava plantas que serviam para sua poção.


Patrick a soltou furioso. Seu fornecedor estava mais perto que imaginava; imaginou Solomon Bluter rindo dele direto do inferno.


–       Tentarei achar alguém... – disse Vesúvia. – Enfeitice a poção para render mais ou deixe de tomá-la por alguns dias. Talvez se você tomá-la depois de se transformar por inteiro ao invés de a cada nova mudança o efeito dure mais.


–       Há! – exclamou Patrick sorrindo. – Como não pensei nisso antes? Como sou estúpido! Como poss ser Conselheiro e não ter essa estúpida idéia? O que acha mulher?


–       Não foi minha culpa Patrick. Foi Twain! Você o colocou na rua para recolher dinheiro e ele é maluco!


–       Como não me contou que aquele velho era o fornecedor dos ingredientes especiais para minha poção?


–       Solomon...


–       Solomon está morto, aquele velho desgraçado!


–       Se eu contasse você iria direto o velho e não me pagaria...


–       Paguei o dobro do que valia os ingredientes... – disse Patrick passando a mão pelo rosto suado.


–       Vou tentar ajudá-lo... – disse Vesúvia hesitante.


Outras mudanças começaram; Patrick aumentou de tamanho e o formato das mãos mudava ficando maiores, mais grossas e o deixando também com longas unhas dificultando que segurasse uma simples pena. Em um momento só seu rosto parecia normal. E dores. Patrick começou sentir muitas dores pelo corpo; dor de ferimentos antigos dos quais antes se recuperava em horas; para se livrar das dores e mudar a aparência tinha que tomar quase uma dose inteira da poção.


O comportamento de Patrick começou a chamar atenção. Antes um ativo membro do Conselho ele passou a ficar somente o necessário nas reuniões; Kingsley e Deanna Troy foram vê-lo em sua na sala.


–       Deve ser estresse... – explicou Patrick – com licença...


No banheiro a camisa de Patrick perdeu todos os botões conforme seu tórax ia se alargando.


–       Você está bem Patrick? Vou chamar um curandeiro!


–       Não! Eu logo ficarei melhor senhor... – disse Patrick no chão do banheiro tentando abrir o frasco para mais uma dose da poção.


Abriu a porta com uma aparência bem melhor.


–       Eu vou melhorar. Precisa pensar em recompor o Conselho o mais rápido possível senhor. É a prioridade...


–       Talvez ano que vem; não vou me precipitar agora. Algum nome lhe vem à cabeça?


–       Preciso pensar...


–       Achei que indicaria Harry.


–       Harry é um pouco imaturo ainda – respondeu Patrick – é dominado por emoções. Entrou num galpão suspeito sem cobertura e quase morreu. Convenceu a mim e ao Ministério trazer Elvira antes mesmo de fazer uma pesquisa mais detalhada e quase morremos. Invadiu uma sala cheia de documentos azarados e quase morreu novamente. Sem contar com seu problema...


–       Com autoridade eu sei.


–       Harry investigou os relatos no Beco Diagonal e estava certo – disse Deanna – havia alguma coisa a mais. Foi o que nós levou a Sra. Robinson e Remigio. Ele pode ser imaturo e não agir de acordo com as regras, mas...


–       Mesmo assim Deanna – interrompeu Patrick – talvez Conselheiro não seja o cargo perfeito para Harry.


–       Quando penso na volta dos Aurores ele é o primeiro da lista. – disse Kingsley. – Vamos discutir isso em reunião.


–       O que está fazendo? – perguntou Patrick a Deanna assim que Kingsley se afastou.


–       Dando minha opinião!


–       Sua opinião é minha opinião lembre-se disso. Preocupe-se em ajudar a achar alguém que possa nos ajudar no futuro.


–       Nos ajudar?


–       Você entendeu Deanna; não é tão burra quanto parece. Antes sua mãe tivesse continuado no Conselho ou indicado algum outro parente seu... Tenho certeza que alguém na sua família...


–       Você nem tem idéia do que minha família é capaz... – respondeu Deanna.


–       Você ficaria de boca aberta do que a minha família já foi capaz! – disse Patrick rindo.


Patrick entrou na sala de Harry com uma cara muito boa.


–       Fomos ver os Granger. – disse com um sorriso.


–       Os cientistas?


–       Hermione contou a eles sobre mim; eles sabem que ocupo um cargo importante no mundo da magia.


–       Sim... Aposto que eles adoraram você!


–       Claro! Eles sabem o que é melhor para a filha deles. Depois de anos vendo Rony Weasley se aproveitar de Hermione estão vendo...


–       Um verdadeiro cavalheiro como você Patrick!


–       Exatamente!


–       Eles sabem que você anda meio doente? Pode ser contagioso...


–       Eu não estou doente!


–       Bem, às vezes você parece doente! Só estou comentando...


–       Estou muito bem!


–       Por que está aqui?


–       Duas coisas: Kingsley nos chamou para a sala dele; McGonagall trouxe algumas anotações sobre Lena Kessler que Dumbledore deixou e também para lhe mostrar isso...


Patrick tirou das vestes uma pequena caixa vinho. Dentro havia o que os duendes chamavam de gema de ouro; o ouro depois de ser derretido e antes de ser transformado em galeões ou peças pelos duendes artesãos. A aliança que Harry comprou para dar a Gina tinha sido primeiro uma gema igual aquela. Pelo que Harry já sabia sobre duendes era uma peça raríssima e nenhum duende simplesmente dava a aleguem.


–       Dei uma igual de presente a Hermione ontem a noite.


–       Como você...


–       Você sabe que se um bruxo transformar a gema em alguma peça e encontrar um duende... Dependendo do capricho da peça o duende respeitará a pessoa e dizem que até pode servi-la. Eu disse a Hermione que ela pode fazer o que bem entender dessa gema... Talvez transformá-las em alianças. Eu sei que ela fará um excelente trabalho!


Harry afundou desanimado na cadeira.


–       Eu disse a ela sobre Heckett. Disse que você me pegou com ela, mas ela estava tentando me enfeitiçar! Eu disse a Hermione que você usou isso para que eu a incentivasse a sair com você! Você me usou! Como? Como...


–       Eu disse a ela a verdade! Sabe como garotas acham essas coisas bonitinhas! Foi romântico! Quer detalhes?


–       Não ouse! – disse Harry muito zangado.


–       Vamos, Kingsley nos espera na sala dele e Hermione já leu metade do que McGonagall trouxe.


–       Hermione está aqui!


–       Ah, sim já está a horas na minha sala. Assim que esse caso com a Sra. Kessler terminar Harry...


–       Resolveremos todo o resto!


Encontraram com Kingsley.


–       Ei Conselheiro feche esse colarinho! – brincou Kingsley apontando a camisa de Patrick.


–       Hermione está em minha sala – disse Patrick depressa – vou chamá-la!


No caminho sentia não só a camisa, mas a calça, sapatos ficarem apertados. Antes de chegar à sala Patrick tomou o frasco todo da poção que carregava.


–       Você está bem? – perguntou Hermione.


–       Estou ótimo!


–       Parece tão cansado!


–       Seus pais gostaram de mim, você acha?


–       Não falei com eles ainda, mas acho que sim...


Patrick se aproximou e beijou Hermione; ela se afastou um pouco, mas acabou sentindo um pouco mais o lábios dele; tão frios tão diferentes dos de Rony e até mesmo de Krum. Os dois separaram; Hermione mais envergonhada do que achou que ficaria.


–       Vou levar os livros... – disse afobada.


Em sua sala Kingsley passou informações sobre Lena Kessler colhidas durante anos.


–       Muitos Aurores registraram muitas informações. Nunca confiamos nela.


–       Os livros que Hermione pegou do escritório de Dumbledore tinham sido confiscados por ele e não presentes como ela alegou mais tarde. – disse McGonagall. – No entanto como foram de grande ajuda a vocês na busca pelas Horcruxes mais uma vez ela escapou.


–       A idéia de convidá-la para a convenção foi só um modo de ficar de olho nela. – disse Kingsley.


–       Sabia que ela se interessaria por Hermione? – perguntou Harry.


–       Sim – Kingsley respondeu – Lena sempre recebeu informações privilegiadas de dentro do Ministério. Ela soube anos atrás que Minerva solicitou permissão para Hermione usar o Vira-Tempo e ficou bem impressionada. Ela sabia que um dia Hermione poderia ser útil a ela.


–       Dar continuidade a seu legado malévolo. – disse McGonagall. – De alguma forma ela tentará fazer isso.


–       Já descartamos uma Horcrux. – disse Harry.


–       Garanto que ela conhece varias outras maneiras sórdidas disso acontecer!


–       Vi um retrato de Adso na casa dela. – comentou Hermione. – Adso era um dos filhos dela, um dos mais jovens.


–       Um dos muitos! – disse McGonagall enojada.


–       Foi ela que matou as mulheres e crianças; incluindo o filho e a mulher de Remigio. – contou Harry.


–       Ela matou o filho de Remigio e anos depois Remigio matou um dos dela... que ironia. – disse Patrick.


–       Waxflatter – exclamou Harry – ele a viu no St. Mungus junto com alguém ligado ao grupo e provavelmente Heckett! Pretendiam dar cabo de Umbridge. E estavam com o garoto para não chamar atenção. Waxflatter a confrontou e a seguiu; elas e o menino acabaram se separando.


–       Por isso ele entrou no beco! – explicou Hermione.


–       O garoto não podia aparatar! – disse Kingsley.


–       Exato! Entrou lá em busca da passagem que eu e Harry entramos.


–       Heckett tentou impedir Waxflatter de alcançá-lo e causou todo aquele tumulto que deixou Hermione e o Sr. Weasley encrencados com os trouxas!


–       Bem, estamos preparados! Seja qual for o nível de magia das Trevas que Lena Kessler tentar realizar... Dessa vez a pegaremos! – disse Kingsley confiante.


–       Isso vai ser muito perigoso! – disse Harry procurando a mão de Hermione.


–       Sei o que ela pretende! – respondeu ela com impaciência, mas apertando a mão do amigo.


Combinados os detalhes do que fariam quando o momento chegasse Patrick fez questão de levar Hermione pelo braço na frente de Harry, mas teve que se apressar a voltar a sua sala; tirou a camisa quase a rasgando. Começava a sentir o ombro formigar; o ferimento feito a bala meses antes começou a abrir e uma dor cruciante o fez quase desmaiar. Todos os ferimentos começaram a sangrar e a queimar sua pele; por mais que tentasse fechá-los com magia só conseguiu depois de tomar mais uma dose da poção. Havia poucos frascos e restavam poucos ingredientes. E pensar que achava tão engraçado quando o velho enchia os bolsos e os sacos de pagamento dos outros de bosta de dragão. Definivamente aquela situação não era nada engraçada. Justo quando estava mais próximo de Hermione, justo quando só faltava se livra do ultimo obstáculo para ficarem juntos: Harry.

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