Não maltrate os elfos



Harry e Hermione contaram com detalhes o julgamento para Rony.


–       Corso é brilhante! – disse Hermione entusiasmada. – Se não fosse por ele; Crackit e o Revistador teriam sido condenados a penas equivalentes a bruxos das Trevas!


–       Sem contar que Raiker não seria responsabilizado – comentou Harry –sinceramente eu achava Greg Raiker um cara legal. Foi uma decepção saber como ele realmente pensa e age. Acho que Crackit sabia que Azkaban era uma questão de tempo, mas o Revistador vai sofrer por lá.


–       Crackit é um bom garoto mesmo transformado em lobisomem.


–       Esteve com ele enquanto estava transformado? – perguntou Rony. –Harry! Você permitiu isso?


–       Eu e Patrick estávamos lá. Não tinha perigo.


–       Não quero que fique sozinha com lobisomens; mesmo os legais. – disse Rony muito sério.


–       Vou tentar não ficar... – respondeu Hermione rindo e beijando Rony no rosto – mais alguma coisa?


–       Não, é só isso...


Harry sorriu, mas achou o comportamento de Rony estranho pelo resto da noite. Ele pouco participou da conversa; parecia preocupado com alguma outra coisa; concentrado em outra coisa. Na manha seguinte tornou a sair mais cedo que o costume; Harry foi procurá-lo na loja para almoçarem juntos, mas não o encontrou. Jorge não soube explicar onde o irmão tinha ido e logo começou a falar de outra coisa qualquer o que só confirmou que havia alguma coisa errada.


 


–       Papai por que estamos aqui? – perguntou Gina ao Sr. Weasley quando os dois entraram em um café em Londres.


–       Quero passar algumas horas com minha filha.


–       Fico lisonjeada pai, mas podíamos ter ido ao Beco Diagonal. O que está escondendo de mamãe?


–       Nada! Não é nada sério Gina; só um amigo que sua mãe não gosta muito quer me encontrar aqui.


–       Pai, já que estamos sozinhos eu gostaria de lhe falar...


–       Sei qual será o pedido e a resposta você também já sabe.


–       Bem... se Hermione pode morar com Rony por que não eu? Os pais dela não se importam!


–       Importam-se e muito. Escute Gina – disse o Sr. Weasley pegando as mãos da filha. – Você já é uma mulher e pode fazer o que bem quiser, mas saiba que eu e sua mãe ficaremos desapontados se você for morar com Harry nesse momento. Sua mãe não quer que a família se separe; ela ainda sente a perda de Fred e ter vocês por perto é importante para ela.


–       Na verdade é isso que quero conversar com o senhor. Mamãe está deprimida e não é só por causa de Fred.


–       Sua mãe se sente mais a vontade em dizer certas coisas a você...


–       Ela não me conta nada. Acho que agora ela está sentindo o peso ter matado Belatriz. Com todos fora de casa na maior parte do tempo ela tem tido tempo para pensar, refletir sobre as coisas... Sobre ela... sobre vocês...


–       Matar uma pessoa não é fácil mesmo sendo Belatriz.


–       Acho que mamãe não espera meu apoio; ela sabe que estou ao lado dela e do senhor que ela...


O Sr. Weasley se levantou e foi de encontro a um homem que Gina supôs ser seu amigo. Baixinho e de barba quase branca; usava óculos tortos e um casaco manchado de calda de caramelo.


–       Waxflatter! – disse o Sr. Weasley e o amigo o puxou para um canto.


–       Você teve noticias de Minerva?


–       Não a vejo com freqüência; ela é diretora de Hogwarts!


–       O que você acha que aconteceu com Umbridge?


–       Pelo que eu soube um surto.


–       Ela já era doida antes, como foi ter um surto justo agora?


–       Wax, venha para casa comigo! Posso convencer Molly a deixá-lo ficar por uns dias.


–       Eu serei o próximo. Umbridge, Ferdinanda...


–       Ferdinanda está muito bem.


–       O marido dela morreu.


–       Foi atropelado isso infelizmente acontece e McGonagall está em um dos lugares mais seguros que existe!


–       E Fargas?


–       Não o vejo há anos. Pode já estar morto pelo que sei.


–       Corremos perigo meu amigo! Acredite em mim!


–       Papai? Tudo bem? – perguntou Gina se aproximando.


–       Essa é minha caçula. Waxflatter é um velho amigo.


–       Prazer minha querida. Muriel ainda está viva?


–       Bem viva.


–       Ela deve ter feito algum pacto. Já pensou nisso Arthur?


Gina riu e o Sr. Weasley aproveitou a mudança de assunto para acalmar o amigo.


–       Acompanhe-nos num chocolate quente Wax! Olhe essas maquina trouxas! Não são incríveis?


–       Ok. Conte-me sobre a Ordem; e como enganaram aqueles porcos Comensais da Morte e tiraram Harry Potter da casa dos trouxas.


–       Foi tudo idéia de Moody.


–       Ele era bom não era?


Os três se sentaram e Waxflatter contou a Gina como o Sr. Weasley sempre fora um bruxo talentoso.


–       Eu pedi Molly em casamento sabia?


–       Verdade? – perguntou Gina surpresa.


–       Mas ela sempre foi apaixonada pelo seu pai.


–       O senhor... tenho certeza que já o vi! Não me lembro onde.


–       Depois de Guilherme ter nascido não a voltei à casa de vocês. Presumi que Molly só fugiria comigo se levasse o bebê então segui meu caminho. Você já tem netos Arthur?


–       Uma menina: Victoire. É a filha de Gui e Fleur.


–       Parabéns.


–       E o senhor? Teve filhos?


–       Alguns em Amritsar, outros em Jaipur e Pangim... E mais alguns em Kochi. Todos com os meus olhos!


–       Como você pode ver Gina se sua mãe casasse com Wax não escaparia de ter muitos filhos.


Fazia tempo que o Sr. Weasley não se divertia fora de casa; então Gina deixou os dois amigos falarem a vontade. Ouviu historias interessantes sobre os pais.


–       Queria conhecer o menino que sobreviveu.


–       Harry e Gina namoram há algum tempo. – contou o Sr. Weasley orgulhoso.


–       Tenham filhos.


–       Se casem primeiro, por favor. – disse o Sr. Weasley tomando um gole de sua caneca.


–       Pai!


–       Seu pai tem razão! É importante para os filhos que os pais se casem; eu me casei com todas as mães dos meus filhos. Isso é importante para criar filhos saudáveis.


–       Harry vai adorar conhecê-lo. Por favor, venha nos visitar.


–       Tenho assuntos a tratar, mas irei em breve. Enquanto isso obedeça ao seu pai ele é um grande homem. Eu morreria por ele... a menos que sua mãe mudasse de idéia.


O Sr. Weasley deu alguns galeões ao amigo.


–       Wax venha para casa comigo.


–       Não. Estou ficando em lugares trouxas não aparato mais. Cuide-se meu amigo!


Os dois se abraçaram e num minuto Waxflatter sumiu entre as pessoas da rua.


–       Ele era apaixonado pela mamãe! Que loucura! – disse Gina rindo.


–       Wax nunca teve chance. Não se deixe levar pelo jeito maluco dele! Quando quer, e a bebida permite, Waxflatter é um gênio.


–       Sei que já o vi antes... vou acabar me lembrando.  Enfim, vamos para casa?


–       Vá ver seu namorado, contar a ele as novidades.


–       Que novidades?


–       Que você vai passar uma longa temporada com ele. Pelo menos é o que vamos dizer a sua mãe...


Gina abraçou o pai.


–       Vá antes que eu mude de idéia!



No Ministério Harry e Hermione esperavam o resultado de uma reunião de emergência entre os Conselheiros, o Ministro Kingsley e Greg Raiker.


–       O Sr. Raiker é o responsável por orientar esses rapazes! Por sua vez está sob minhas ordens e minha responsabilidade. Eu me vejo obrigado a dispensá-lo mesmo que momentaneamente do seu cargo...


–       Senhor...


–       Tire umas férias Gregory. – disse Kingsley. – Essa é a minha decisão.


Greg Raiker saiu tão rápido que nem a noiva o viu; Hermione foi até Deanna Troy que sorriu constrangida.


Patrick parou a frente das duas.


–       Obrigada pelo apoiou Patrick. Foi uma decisão imediatista. Tenho trabalho a fazer, com licença. Srta Granger, Harry...


Mesmo com todos os acontecimentos Hermione parecia bem à vontade na sala de Patrick escolhendo livros na estante. Harry achou que talvez a amiga acabasse mudando de idéia e viesse finalmente trabalhar no Ministério. Patrick os levou a uma área exclusiva do Ministério; uma enorme sala com prateleiras de cristal cheias de pequenos frascos; bem no centro uma Penseira.


–       Ninguém usa essa sala? – perguntou Harry.


–       Nunca soube de alguém que a usasse para o que realmente serve. – respondeu Patrick. – Não se pode usar a Penseira sem permissão do Ministro e as memórias ficam aqui.


–       Esses frascos estão cheio de memórias? – apontou Hermione.


–       Na realidade não. São só enfeites. Quando um Conselheiro ou funcionário permite que Ministério use suas memórias para fins de pesquisa; o Ministro as guarda num cofre.


–       Aquele que estivemos em Gringotes?


–       Não sei, ninguém sabe na verdade. Ninguém também sabe de alguém que realmente deixou as memórias para o Ministério. É muito perigoso deixar as memórias por ai.


–       Com o feitiço certo pode se embrenhar na memória da pessoa e descobrir mais do que se é permitido. É um feitiço muito difícil. – explicou Hermione.


–       Vocês não deviam estar aqui. – disse Kingsley os surpreendendo.


–       Ah, foi minha culpa senhor. – disse Patrick.


–       Espero que não tenham tocado em nada... Harry?


–       Não! Não mexi em nada.


–       Ótimo. Minha sala senhores.


Kingsley deu o braço para Hermione e seguiram os dois rapazes.


–       Você não vai brigar com eles, vai?


–       Sr. Rent não é o primeiro nem será o último rapaz a fazer idiotices para querer impressionar uma garota bonita.


–       Ele não estava... quero dizer... não a mim!


–       O que posso dizer para convencê-la a se juntar a nós Hermione? Tudo seria mais fácil! Você poderia ajudar os elfos e tantas outras criaturas.


–       Acredito na conscientização Kingsley; é mais fácil seguir as leis se sabemos o propósito. Quero continuar com o FALE! Você assinar a lei que pune famílias que compram elfos para servi-los é um ótimo começo, mas sem apoio e compreensão das pessoas não daria certo...


–       Ronald. – disse Kingsley parando. – Eu o convidei na mesma época que Harry.


–       Ele não aceitou por causa da loja com o irmão. Eu sei que parece que foi...


–       Por que você ganharia muito mais do que ele. Ocuparia um cargo de maior prestigio. Desculpe Hermione, mas foi o que realmente pareceu...


Hermione sabia que essa idéia passava pela cabeça de muita gente; inclusive de Harry e do Sr. Weasley.


Depois de levarem um puxão de orelha do Ministro Harry e Patrick encontraram com Hermione no corredor acompanhada de Heckett.


–       Onde está Corso? – perguntou Harry.


–       Debatendo por aí. Mesmo com a convenção adiada ele não para de discutir com os outros Ministros. Trouxas, elfos, lobisomens...


–       Corso se saiu muito bem no julgamento. – disse Patrick.


–       Ele sabe. Tem provocado a Sra. Kessler e Ederleth desde então.


–       Acabamos de passar pelo filho do Duke Duralumínio, Wulbur. – disse Hermione. – Ele nos convidou para sair. Nós duas!


–       Está brincando? Desde que chegou só o vi comendo ou perguntando por comida. – disse Harry rindo.


–       Ficamos sabendo do pior jeito que ele começou a se interessar por outras coisas o pequeno pervertido. – disse Heckett.


Harry achou engraçado o jeito despojado de Heckett; ela era não chegava a ser exótica como Luna Lovegood, mas era bem diferente também; o que a tornava bem interessante pensou Harry a observando.


–       Como acabou trabalhando para Corso? – perguntou.


–       Nos conhecemos na França. Sempre fui fã dos livros dele; passei a ajudá-lo a organizar uma coisa aqui outra ali e acabei morando com ele.


–       Interessante... – comentou Hermione.


–       Também acho vocês interessantes. Incluindo você. – disse Heckett para Patrick.


–       Ela e Hermione tomaram a frente dos rapazes.


–       De quem o Conselheiro Rent puxou esses olhos cinza afinal? São incríveis não?


–       Ah, são bonitos.


Hermione sorriu pensando nos incríveis olhos azuis de Rony e de repente muita vontade de estar com o namorado; de estarem deitados olhando um para o outro apostando que dormiria primeiro.


 


A locomoção de Emily estava dificultando seus encontros com Rony. Nada de aparatar pelos próximos meses. Os dois passaram a se encontrar na loja ou na casa de Harry.


–       O que descobriu sobre Rebecca? – perguntou Rony.


–       Não achei registros de famílias bruxas com esse nome, mas já estou começando a duvidar das informações oficiais.


–       Segundo Harry ela é uma amiga de Patrick que herdou uma propriedade do pai trouxa. Meu palpite é que ela tem alguma a ver com aquele elfo que você viu com Elvira.


–       A uma única vez; ela o tinha espancando até quase a morte! Ele já era muito velho. Não creio que tenha sobrevivido; ainda mais se viu Elvira morrer.


–       Muitos elfos se suicidam após a morte do último dono. Elvira era prima de Roman Young e disse várias vezes que nós a ajudamos! Talvez fosse uma indireta para Draco já que ela foi viver na Mansão Malfoy.


–       O elfo já podia estar vivendo lá...


–       Não entendo. – disse Rony coçando a barba rala. – Patrick podia ter nos deixado na ilha pra morrer; eu e Harry.


–       Vamos admitir que Elvira estava mesmo muito poderosa; Patrick não conseguiria pegá-la sem ajuda. Provavelmente esperou que o plano de Harry desse certo e, felizmente, deu!


–       Alguma novidade sobre o feitiço?


–       Pouca coisa. Deve ser mesmo muito antigo. Nem Hermione descobriu alguma coisa relevante.


–       Hermione mencionou um especialista em feitiços na cidade. Eddie alguma coisa.


–       Ederleth! – disse Emily.


–       Podemos perguntar a ele. Ele está hospedado no Caldeirão Furado e com a convenção suspensa pode ser que consigamos falar com ele.


Emily e Rony desciam às escadas e encontraram com o elfo levando uma bandeja de chá e torradas.


–       Desculpe Guiso, mas estamos de saída.


–       Mesmo assim obrigada. – disse Emily simpática.


O elfo nem virou as costas de volta à cozinha e Gina saiu da lareira.


–       Srta. Weasley! Que tomar chá? O Sr. Weasley e amiga acabaram de sair e nem tocaram nas xícaras.


–       Amiga? Luna?


–       Não. A senhorita que pede a Guiso que a chame pelo primeiro nome.


–       Essa senhorita veio ver Rony? Aqui? – perguntou Gina surpresa.


–       Sim... a Srta. Emily.


–       Ela já esteve aqui antes Guiso?


–       Algumas vezes. Ficam no quarto do Sr. Weasley; ela não gosta de ficar na cozinha. – disse o inocente elfo.


–       Obrigada Guiso, não vou querer o chá também.


Gina não sabia se devia contar a Harry ou conversar com Rony primeiro. Até a hora que a amiga e Harry chegaram não havia se decidido. Também não contou que o pai permitira que se mudasse para viver com todos; de repente não parecia ter tanta importância assim.


 


Depois de quase uma hora de espera Ederleth permitiu que Rony e Emily subissem ao seu quarto.


–       Queríamos mostrar algumas anotações pra tentarmos reconhecer um feitiço. Sei que é um pedido um tanto estranho, mas eu pagarei pelos serviços. – disse Rony.


–       Deixe-me ver.


Emily passou a ele as anotações de Hermione. Após alguns momentos Ederleth sacou a varinha e tirou de dentro do malão uma prateleira cheia de livros.


–       Qual o motivo de quererem saber sobre um feitiço de natureza tão bizarra? – perguntou.


–       Curiosidade.


–       Eu tenho uma curiosidade: por que não perguntou a sua namorada?


–       Ela anda ocupada no momento.


–       Mesmo a Srta. Granger não conseguiria as respostas que procuram.


–       Então pode nos ajudar? – perguntou Emily.


Ederleth mostrou uma página com o nome do feitiço.


–       Enervus! Arte das Trevas muito antiga. Bruxos lançavam em soldados para os encorajarem a matar seus inimigos séculos atrás.


–       E o outro?


–       Arte das Trevas também, mas muito mais raro. Maléfico! Não é um feitiço comum; eu não poderia lançá-lo se quisesse! Depende de força física! Tem que ser alguém muito forte.


–       Por acaso é francês? – perguntou Rony.


–       Há tantas diferenças entre feitiços de país para país que daria um ótimo livro. Sim, o feitiço tem origem na França. Vejam aqui!


Ederleth mostrou a figura de um homem lançando o feitiço e seu oponente caindo a metros de distancia. Emily anotou o nome.


–       Obrigado! Quanto lhe devo?


–       Eu preferia a verdade Sr. Weasley, pois segredos custam muito caro...


–       Vou pagar você. – disse Emily quando ela e Rony entraram na lareira do Caldeirão Furado.


–       Esquece. Você não imagina minha satisfação em pagar alguma coisa para alguém. – respondeu Rony sorrindo.


No mesmo dia Emily voltou a Gemialidades Weasley a procura de Rony com uma grande novidade.


–       Bertel me pediu para encontrá-lo na casa da Conselheira Troy; é onde Greg Raiker está morando. Ele disse que tem a prova definitiva contra Patrick!


–       Você sabe o que é?


–       Bertel também não sabe. Ele sabia que Raiker não gosta de Patrick, mas achou que era porque Deanna Troy tem uma queda por ele.


–       Ela tem?


–       Acredite em mim... ela tem.


–       Ele é tão bonitão assim?


–       Sim ele é. Venha comigo!


–       Ok. Espere só um momento.


Emily cruzou os braços ansiosa e encostou no balcão. Jorge anotava alguma coisa e abaixou os olhos quando ela olhou para ele.


–       Oi Jorge. Oi Jorge!


–       Oi. Desculpe, não escuto direito desse lado.


–       Como vai sua namorada Angelina?


–       Vai bem.


–       Eu a entrevistei uma vez. Ela joga bem...


–       Ela é ótima!


–       Achei que não ouvia direito desse lado. – disse Emily.


–       Desculpe... como estão seus sobrinhos?


–       Muito bem!


Harry entrou na loja com Gina.


–       Oi. – disse Emily, mas Harry só balançou a cabeça.


–       Rony onde está?


–       Escritório. – disse Jorge nervoso.


Rony abriu a porta e deu de cara com Harry.


–       De saída?


–       Bem...


–       Você tem saído cedo e chegado tarde nos últimos dias.


–       Tenho estado ocupado.


–       Ocupado fora da loja por que eu vim procurá-lo e você não estava.


Harry apontou Emily.


–       Ela parece ser bem legal.


–       Ela é! É inteligente e...


–       Bonita.


–       Sim...


–       Por que tem se encontrado com ela as escondidas na minha casa? Guiso me contou e contou inclusive que Gina já sabia...


–       Ela não tem nada a ver com isso. Ninguém tem!


–       Vocês são bons em guardar segredos, mas não sabem mentir. Sempre ficam com as orelhas vermelhas.


–       Desculpe tê-la recebido na sua casa. Eu sei que não foi legal você não estar...


–       Não estou falando de mim! Estou falando de Hermione! Achei que depois do que aconteceu naquela ilha você... Rony você não pode se encontrar com outra garota as escondidas!


Rony riu.


–       Vou falar com Hermione.


–       Você gosta dela? Dessa garota?


–       Sim – respondeu Rony zangado – gosto e o nome dela é Emily. Você disse que a tal Conselheira Troy é bonita e simpática. Não gosta dela?


–       Tenho simpatia por ela e não mude de assunto. Estou lhe dando a oportunidade de esclarecer tudo!


–       Está me dando a oportunidade? Você?


–       Estou avisando Rony...


–       Não diga mais nada – gritou Rony – você me perguntou se tudo que acontece é sua culpa, pois fique sabendo que é! Isso também! Fica pra cima e pra baixo com Patrick no Ministério se achando mais importante do que realmente é! E carregando Hermione com vocês!


–       O que Ronald? Se sentindo excluído? Sei o quanto isso o magoa!


–       Cale a boca!


–       Não ouse magoar Hermione!


–       Como se você ligasse! Ficaria mais zangado se eu dissesse que vou me mudar com ela para o Alasca! Você só a quer por perto! Sempre foi assim...


Rony desceu as escadas e pegou Emily pelo braço.


–       Rony porque não contou a ele? – perguntou ela saindo apressada atrás dele.


–       Vamos provar que Patrick é um assassino!


–       Pare. – disse Emily soltando a mão de Rony. – Harry é seu amigo e pensa que você o traiu.


–       Ele pensa que traí Hermione.


–       Traiu a confiança dele também. Queremos consertar as coisas e não piorar! Além disso, eu sou casada!


–       Certo...  – disse Rony tentando se acalmar – vamos falar com Raiker e resolver isso.


Os dois saíram da lareira de uma bela casa. Foram recepcionados por Raiker.


–       Fico feliz que esteja conosco Sr. Weasley! – disse entusiasmado tirando do bolso um frasco. – Usei a Penseira do Ministério para conseguir visualizar o que aconteceu na noite daquela festa idiota. Isso não é permitido como deve saber, mas valeu o risco. Vi o que aconteceu com mais clareza! Vi Patrick murmurando alguma coisa atrás do Revistador! Ele lançou algum feitiço bem na hora que Urda iria nos dizer o que acontece no Beco Diagonal. Ia dizer ali na cara do Ministro e Patrick o impediu!


–       Sabemos o feitiço que ele usou. – disse Rony animado. – É muito antigo por isso não está na lista de feitiços proibidos!


–       Bertel tem ido ao Bocadio; disse que ninguém confirma, mas ele tem certeza que Patrick freqüenta o lugar. – disse Emily.


–       Ele freqüenta! – exclamou Raiker.


Da lareira saiu o Conselheiro Bertel; o ar ficou impregnado com o cheiro de iaque. Rony segurou a mão de Emily, no estado dela não era difícil ficar mais enjoada do que o normal.


–       Precisa ouvir as novidades meu amigo! – disse o Conselheiro. – Ouvi comentários das Veelas sobre Patrick; jogos, lutas, elfos escravizados tudo encobertado por ele! Soube também que não tem se mostrado muito por causa dos convidados da convenção.


–       Eles freqüentam lá? – perguntou Rony surpreso.


–       Corso e Duke Duralumínio todas as noites desde que chegaram. Bebem até serem carregados pra fora. – respondeu o Conselheiro.


–       Vou falar com Kingsley amanha bem cedo; mostrar minha memória. Nem Deanna sabe das minhas intenções.


–       É a prova que precisávamos Rony! Agora você sabe de tudo! Tudo será esclarecido! – disse Emily animada.


–       Amanha essa hora Patrick Rent terá saído do Ministério pela porta dos fundos! – disse Raiker sorrindo.


–       Amanha... – disse Bertel nervoso. – Não vejo a hora de vê-lo ser chutado até Azkaban!


–       É importante que tenham paciência. – disse Emily percebendo agitação de Raiker e Bertel.


–       Emily tem razão; o deixe começar o dia normalmente. Se ele perceber alguma coisa pode fugir.


–       Não conte nada ao Sr. Potter ainda. Só mais essa noite! – disse Raiker e Rony concordou.


Quando voltou para casa Rony encontrou Hermione sentada no sofá lendo. Ele havia decidido a contar tudo a todos naquela noite. Patrick atacou Harry e o deixou para morrer naquele galpão; o amigo tinha direito de saber e Rony queria que fosse por ele.


Sentou ao lado de Hermione; a imagem dela com o livro no colo era a imagem mais familiar que Rony guardava da namorada. Já estavam juntos há tanto tempo e Rony ainda não sabia explicar como aquela imagem o atraia tanto. Tentou começar a contar tudo a começar pedindo para que ela nunca mais mencionasse o nome de Patrick. O queria longe de tudo que Hermione pudesse tocar. Ela se aproximou e o beijou no rosto e deixou o livro de lado; Rony a trouxe para seu colo e quando e eles quis parar e dizer alguma coisa ela o beijou com mais vontade.


De madrugada Rony pensou ter ouvido as vozes de Gina e Harry, mas estava exausto demais, apaixonado demais para se separar de Hermione naquele momento.


 


A noite estava animada no pub de Solomon Bluter; as mesas de jogos estavam lotadas. As Veelas andavam de um lado para o outro servindo ou oferecendo companhia a bruxos de todos os tipos. Os jogos da casa iam desde uma espécie de Snap Explosivo para adultos até as tradicionais lutas entre todos os tipos de criaturas.


–       Estou de bom humor hoje! Se quiser pode ficar com qualquer garota que tenho aqui e nem descontarei do seu pagamento. – festejou Solomon quando Patrick entrou em seu escritório.


–       Obrigado. Como estão se saindo os convidados do Ministério?


–       Veja você mesmo.


Por uma imensa janela Patrick viu Corso e o Duke Duralumínio apostando numa luta.


–       O filho de Duralumínio adora a companhia das Veelas. O garoto é um perdedor; terá sorte se o pai conseguir casá-lo com uma bruxa bem interesseira e nada exigente. Com o mercado dos elfos se fechando, graças a sua namorada vou ser obrigado a exportar os elfos que tenho aqui; vendi todos para Duralumínio por uma bagatela!


–       Acharemos outra forma de lucro.


A atenção de Patrick se voltou para um grupo de rapazes.


–       Aquele grupo de rapazes apostando são Revistadores.


–       Sério? Devo chutá-los daqui?


–       Não aquele! O loiro; ele estava vigiando o lobisomem e acabou se indispondo com Kingsley.


–       Pobre Crackit era um ótimo ladrão! E o vampiro morreu?


–       Não sei. Ofereça alguma cortesia a ele. Do jeito que ficou zangado com Kingsley não vai ser difícil convencê-lo a se juntar a nós.


–       Bem pensado Patrick. Aproveite a noite com uma Veela; pode pedir para ela mudar a cor do cabelo para castanho.


–       É uma boa idéia... acho que vou aceitar sua oferta.


Patrick saiu do escritório de Solomon; escolheu duas Veelas e se dirigia aos reservados no último andar do pub quando parou por um instante.


–       Este cheiro! Reconheceria em qualquer lugar...


 


A casa da família Troy era dividida em vários aposentos. Um elfo servia o café para Greg Raiker no escritório da noiva.


–       Quantas vezes tenho que dizer para me servir antes de começar suas outras tarefas?


–       Sinto muito senhor. – respondeu o elfo se retirando.


Greg tentava tirar uma carta do bico de uma coruja até que ela o bicou fazendo um corte feio no dedo indicador.


–       Coruja idiota! Vou mandar Deanna comprar outra e fazer um belo arranjo com suas penas.


–       Ela não gosta de você. – disse Patrick entrando no escritório. – Deve saber que você não é bom para Deanna.


Greg sacou a varinha.


–       Como entrou aqui?


–       Bati na porta há alguns minutos. Me entregue a memória. – disse Patrick atirando a pele de iaque no chão. – Bertel me contou todo seu plano.


–       Aquele idiota o seguiu até o Bocadio mesmo quando eu disse que seria perigoso!


–       Ele queria ser o herói o pobre coitado... me entregue a memória Raiker.


–       Negativo. Dessa vez eu o peguei! Está bem claro aqui. – Greg tirou a esfera do bolso. – Você lançando o feitiço no garoto. Eu vi de relance! Você teve sorte de eu não ter percebido na hora! O julgamento dele será anulado...


–       E você acha que terá seu cargo de volta?


–       Vou convencer a todos que você me enfeitiçou também usando esse feitiço antigo que Rony Weasley mencionou...


–       Rony? – perguntou Patrick surpreso.


–       Ele e tal repórter sabem mais a seu respeito do que você pensa.


–       Greg, você também não é o cara legal que pensam que é ou você acha que não sei que Solomon não o quis como informante do Ministério. Ele o dispensou porque você é um idiota! O Mapa da Magia foi Deanna que criou não foi? Só pra ver se você ganhava uma promoção e deixava de viver à custa dela!


–       Você pode dizer o que quiser Patrick! Você está acabado de uma vez por todas. O que armou para Bertel?


–       Ele teve a noite mais feliz da vida. Cercado de Veelas e muito uísque de fogo.


–       Armou pra ele ser o informante de Solomon Bluter? Assim como armou os livros de magia negra que encontraram com Roman Young? Rony Weasley já sabe disso também. Vai ter que matar muita gente para consertar tudo isso.


Greg lançou um feitiço que acertou Patrick no peito o lançando contra uma estante.


–       Saque a varinha! – gritou Raiker.


–       Nunca vou entender como mulheres como Deanna ficam com caras como você. – disse Patrick e levou um chute no estomago.


–       Isso não é da sua conta!


–       Você é um parasita Raiker. Se apoderou da casa de Deanna...


–       Vamos! Eu não tenho medo de você!


–       Maltrata os elfos...


Greg o levantou violência e o acertou um violento soco na boca; Patrick começou a sangrar. O elfo da família entrou no escritório.


–       Nada aqui é seu! A casa e da família Troy! – disse o elfo com raiva.


–       Tire a memória dele! – mandou Patrick.


Num estalo o elfo tirou a esfera do bolso de Greg e a espatifou no chão.


–       O que?


–       Aprendi que se deve tratar bem elfos domésticos! Prometi a ele me livrar de você! Agora... – disse Patrick se levantando – basta só me certificar que você não se lembre de mais nada pro resto da vida!


Greg chutou o elfo para longe e tentou correr para fora do escritório; tornou lançar feitiços, mas Patrick os rebateu e o desarmou; segurou pelo pulso e cuspiu sangue no dedo ferido.


–       Infecttucs! – disse tocando o sangue com a varinha.


–       O que é isso? – gritou Greg quando Patrick o soltou.


–       Logo seu cérebro ficará como um queijo suíço. Não restará nada para se lembrar. Incrível como se pode ficar doente de uma hora para outra. Ainda mais se a pessoa está deprimida como é o seu caso.


Patrick mandou o elfo arrumar o ambiente. Greg viu o sangue envenenado entrar pelo corte e percorrer todo braço. Uma espuma verde começou a sair de sua boca e ele não pode se agüentar em pé. Manchas surgiram por todo o corpo e se transformaram em pústulas.


–       Coloque-o na cama. Diga que ele não se levantou para o café e você o encontrou indisposto. Ele deve morrer logo.


–       Sim, senhor. Obrigado. – disse o elfo fazendo uma reverência.


–       Não por isso.

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