Hermione Granger





A Tempestade e o Sol




Fanfiction por Humildemente Ju




“Odeio o jeito trivial com que as pessoas falam sobre o ódio hoje em dia. Como se fosse muito legal odiar alguém ou alguma coisa. Como se fosse uma coisa boa cultivar esse sentimento... Como se o ódio fosse mais importante que o amor”


Capítulo Um: Hermione Granger


O dia amanhecera lindo. O céu incrivelmente azul, uma brisa refrescante entrando pelas grandes janelas do Hospital Mágico St. Mungus. A enorme enfermaria, outrora banhada em escuridão, estava completamente iluminada. Isso a assustava, porque pela primeira vez em muitas horas, parou e olhou em volta, vendo a dor estampada nas faces de muitos. Não precisaria de um espelho para ver que aquela mesma dor também transparecia em seu rosto. Os pacientes não paravam de chegar e havia muito trabalho a fazer, mas desde que ela viu o corpo inerte de Luna Lovegood sair daquela sala, perdeu completamente o senso de direção. Até aquele momento, agia mecanicamente e por impulso, pondo em prática perfeitamente tudo o que havia aprendido nos anos que estudara para ser curandeira. Porém ao ver uma pessoa tão conhecida morta, ela perdera o chão. Luna nunca fora sua amiga, mas tinha presenciado vários momentos importantes de sua história. Isso a fez pensar em todos os seus amigos que até então não haviam dado nenhum sinal de vida.



Hermione Granger trabalhara a noite inteira cuidando de feridos, vítimas de feitiços e azarações. Bruxos e trouxas. Muitos à beira da morte. Muitos morrendo diante de seus olhos. Mas também, muitos voltando à vida através de suas mãos. E pensando nisso, ela voltou ao seu trabalho, tentando varrer a sensação terrível de insegurança para longe, sem conseguir muito êxito.



A noite anterior fora a mais longa de sua vida. Uma grande batalha entre os seguidores das trevas contra os bruxos da Ordem, finalmente acontecera. Ela teve que escolher entre lutar e ajudar os feridos. Como haviam poucos voluntários, a exemplar estudante de medicina bruxa se prontificou a ficar no St. Mungus e receber todos os que fossem em busca de tratamento. Um grande número de trouxas tinha sido alvo de uma dura investida de Voldemort e ela se empenhava em salvá-los. Notícias vindas de longe confirmaram naquela manhã que o temido Lord das Trevas tinha sido finalmente exterminado pelo garoto Harry Potter. Quando Hermione soube disso, um peso saiu de seu coração e pôde-se ver um sorriso em seu rosto pela primeira vez em muito tempo. Porém, a simples visão das pessoas em estado grave à sua volta, fizeram o sorriso sumir um segundo depois dele ter se formado.



O Sol raiou indiferente às cenas terríveis presenciadas na noite passada, fazendo nascer uma nova esperança no coração de todos. Aquele dia era um novo começo para muitos e só naquele momento ela se dava conta disso.



Um número incrível de gente esquisita invadiu as ruas de Londres naquele dia. Pessoas muito felizes, falando de coisas sem sentido, trajando roupas extravagantes como calças floridas, capas laranja-berrante, jaquetas de um estranho couro verde e chapéus cônicos das mais diversas cores. Havia algumas pessoas tristes também, mas mesmo essas conservavam um brilho diferente no olhar que parecia trazer a certeza de que as coisas seriam melhores, por mais que estivessem difíceis naquele momento.



Os trouxas tiveram suas memórias devidamente apagadas, comensais da morte foram presos, pessoas inocentes tiveram seus corpo velados. Tudo num único dia. Uma mistura de alegria e dor pairava sobre a comunidade bruxa, mas principalmente a fé. A certeza de que tudo de pior já tinha passado. E dali para frente só dependia da boa vontade de todos para a paz ser mantida.



Hermione só conseguiu sair do hospital na madrugada do dia seguinte. Vira Harry chegar muito machucado e inconsciente, mas apesar da preocupação, ela sabia que o amigo agüentaria o tranco. Severo Snape e Carlinhos Weasley estavam tão ruins quanto Harry, mas iriam se salvar também. Rony e Gina Weasley, seus outros grandes amigos estavam melhores. Com alguns cortes e hematomas pelo corpo, mas conscientes. A Sra. Weasley ficou muito abatida por ver seus filhos e marido convalescendo, só se tranqüilizando quando Mione a garantira que todos iam ficar perfeitos como antes. Além de voluntária a curandeira, também passou a acalmar os parentes das pessoas internadas. Só a liberaram daquela enfermaria agitada, quando a notícia mais terrível chegou: seu namorado morrera brutalmente.



Desde meados de seu sexto ano em Hogwarts, Hermione namorava Vítor Krum. No começo, ela não sentia muita paixão por ele, mas depois de bastante tempo juntos, ela aprendeu a amá-lo de tal jeito que já não era capaz de viver sem aquele olhar, sem aquela boca a beijá-la, sem aquelas mãos a tocá-la com carinho. Vítor não era bonito, mas compensava a falta de beleza em outras coisas interessantes como a sua personalidade forte e digna e também a meiguice que demonstrava ter quando estava com sua namorada. Todos o adoravam, desde seus pais, até mesmo o Rony, que depois confessara a Mione que o motivo da raiva antiga por Krum era ciúmes dela, devido a uma quedinha que sentia pela amiga. Agora Rony namorava Lilá Brown e ela estava sozinha.



Ela estava sozinha. O único homem que ela havia amado partira. E ela nem teve a chance de dizer adeus, de dizer o quanto ele era importante para ela. Desaparatou em sua casa ainda em estado de choque. Ainda não acreditava que ele tinha morrido. Ela queria ver o corpo, ter certeza! Porém, segundo o Profeta Diário, sua vassoura foi lançada ao mar depois de ter perdido a consciência por causa de um poderoso feitiço lançado por dois comensais que perseguiam a ele e Draco Malfoy. É... outra surpresa da guerra. Malfoy se bandeou para o lado do bem após uma terrível briga com seu pai. Diziam que Lúcio Malfoy tentou vender alguns patrimônios da família para dar dinheiro a Você-Sabe-Quem e Draco não gostou nada da idéia. Tudo bem que foi por dinheiro e por motivos egoístas que ele se voltara contra o Lord, mas pelo menos Draco Malfoy morreu como um dos maiores heróis da guerra e não como um fracassado comensal.



Naquela madrugada, Hermione não quis nem contar aos seus pais. Não queria que eles ficassem tristes e tentassem consolá-la com aquela cara de pena que todos tinham feito ao saber. Foi direto ao seu quarto e deitou em sua enorme cama. Olhou em volta para todos os presentes que ele havia lhe dado e deixou escapar as primeiras lágrimas. Queria muito que aquilo fosse um boato, que ele tivesse sobrevivido e que a qualquer momento aparecesse ali na janela de seu quarto, como tinha feito tantas vezes antes. Que a beijasse, acariciasse seu rosto e tirasse sua roupa devagar. Mas precisava se acostumar com a idéia de que ele estava morto.



- Oh, Merlin... Morto! - exclamou, deixando cair mais algumas lágrimas.



Olhou o céu, se perguntando onde ele estaria. Acabou lembrando do primeiro beijo deles...



- Hermi-owny, focê é tão linda que meu coraçon párrra quando te vejo. – ele disse com cara de bobo.



- Você deve dizer isso a todas. – ela disse com um meio sorriso.



- Que todas? – ele perguntou.



- Então por que eu, Vítor? Tem tanta garota mais bonita correndo atrás de você!



- Porrque focê além de serrr linda por forrra, também é bonita de coraçon. – ele disse como se fosse a coisa mais evidente do mundo e passou a mão pelo seu rosto. Ela já estava acostumada a desviar dele, mas naquele dia se deixou levar. Então ele a beijou.



Agora, Hermione já molhava o travesseiro de tanto chorar. A guerra tinha acabado e quando finalmente ela achava que ia ser feliz, acontecia uma coisa dessas. Por que ela não podia ser como os outros? Por que tinha acontecido essa desgraça justo com ela?





Na semana seguinte ocorrera uma homenagem a todos os mortos da guerra, inclusive seu ex-namorado. Lá, recebeu o carinho e apoio de todos. Não adiantava de muita coisa. Uma parte dela morrera também. Não queria mais ouvir que ela logo iria arrumar outro e que iria esquecê-lo com o tempo. Continuava chorando todas as noites e achava que o tempo não melhoraria isso. Poderia até abafar esse sentimento dentro dela, mas aquilo que ela teve com ele não morreria jamais.



Desde que terminara Hogwarts, ela passou a freqüentar um curso intensivo de curandeira. Tinha NOM’s e NIEM’s necessários para isto e se interessara muito por aquela profissão. Cuidar das pessoas era uma forma de ajudar o mundo com seu trabalho, fazer uma coisa que realmente valesse a pena. Depois que a guerra acabou e depois que a dor amenizou, passou a se dedicar inteiramente a essa ocupação. Conseguiu uma vaga super disputada no St. Mungus e sua vida se transformou em trabalho e mais trabalho.



Às vezes olhava em volta e lembrava daquele dia. Nunca esqueceria que fez parte daquela história.



Harry e Rony sempre a chamavam para sair. Os dois tinham se tornado aurores e andavam sempre juntos. Rony pensava em casamento com Lilá. Já Harry, continuava solteiro. Ela sempre imaginara que se casaria primeiro, Harry depois e o Rony por último. Mas tudo havia mudado. Tudo, menos a amizade deles.



Eles saíam para o Três Vassouras, tomavam cerveja amanteigada até a barriga inchar e falavam de suas vidas. Sempre que os rapazes sentiam que Hermione estava ficando triste, faziam várias palhaçadas e brincadeiras para animá-la. Ela adorava esses momentos.



Mas quando estava sozinha deixava a tristeza tomar os terrenos de seu coração. Lembrava daquela maldita guerra e sentia raiva. O Sol podia brilhar intensamente lá fora, mas dentro dela era só tempestade. Perder um grande amor assim? Era muito ruim. Mas as feridas ainda estavam recentes demais...



-Promete que vai voltar? – ela perguntou com olhos marejados.



- Prromete que vai me esperarrr? – ele retrucou.



- A vida toda.



Ele pegou seu rosto entre as mãos grossas e calejadas.



- O que foi?



- Eu querrro guardarr esse momento. O seu rosto. O seu olharr.



No início do namoro ela achava estranho. Era tudo novo. Mas depois tudo foi ficando tão bom... E acabou tragicamente.



Mas essa era a vida. E ela tinha que seguir em frente. Coisas tristes podem acontecer com qualquer um e ela teria que aprender a viver sem ele. Ela precisava.





N/A: e aí? Gostaram? Bah, eu sei q mione/krum eh meio sem graça, mas esse eh só o primeiro capt...essa vai ser uma fic d/h, td bem q eu disse q o draco morreu, mas preparem-se para muitas surpresas! Bjuz, Ju.





























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