Capitulo 18



Capitulo 18

- Levante-se!
A ponta de uma lança afiada despertou Thiago. Uma segunda espetadela fez com que ele se sentasse rapidamente, apesar de ter de lutar contra as correntes que o mantinham preso.
Ainda era noite, e a neblina cobria o céu. A cabeça de Thiago latejava de dor, e seu estômago roncava de fome. Fazia muito tempo que não comia. Desde a partida de Cardigan, nem ele nem Sirius tinham recebido alimento, apenas alguns goles de água. Seu corpo todo doía de ficar confinado em um lugar tão apertado , e as algemas em mãos haviam deixando os seus pulsos em carne viva. As correntes nos pés não machucavam tanto pois Daman lhe permitira calçar botas antes de aprisioná-lo.
- Depressa! – mais uma pontada – Saia!
Thiago despertou quando olhou para a pequena porta aberta, onde o homem estava parado. Sirius não estava em nenhum lugar. Será que conseguira escapar com a carroça em movimento? Sem ao menos se despedir? Isso não era o que o incomodava. Seu amigo já ficara furioso várias vezes, mas nunca tanto assim. E não tinha como culpá-lo. Havia muitos anos que viviam juntos, como se fossem dois irmão, e o fato de Thiago lhe ter ordenado que fugisse sozinho devia ter soado como um forma de abandono.
Ele se ajoelhou devagar, escorregando aos pouco pela manta que lhe fora oferecida como uma pequena medida de conforto, puxando as pesadas correntes consigo.
- Chegou a hora de os prisioneiros tomarem um pouco de ar? – perguntou ele, colocando os pés no chão – Creio que terá de me ajudar, caso contrário...
O soldado o arrancou pela pequena abertura com um violento puxão, deixando-o cair no chão.
- Obrigado pela gentileza – ironizou Thiago, levantando-se com dificuldade. Contudo, era melhor do que ser auxiliados pelos homens de Daman Evans. – Você foi muito amável.
Havia vários soldados ao seu redor, e um deles segurava Sirius, que lançou um sorriso impiedoso na direção do companheiro. Thiago o conhecia bem demais para saber o significado daquele olhar. A fuga ocorreria em breve. Em silêncio, desejou-lhe boa sorte, Sirius entendeu, agradecendo com um discreto movimento da cabeça.
- Ande – disse o soldado que o despertara – Sir Daman deseja lhe falar.
- Olhem só que grande coincidência! – respondeu Thiago, ao ser empurrado na direção de uma tenda. – Também quero falar com ele. Só espero que sirva uma taça de vinho ao seu convidado. Minha garganta está seca depois dessa viagem tão agradável e longa.
- Cale-se! – ordenou o homem- Sir Daman mandou que permanecesse em silêncio até chegarmos.
O quê? Será que Daman achava que ele tentaria convencer o soldado a soltá-lo? Não que não tivesse feito em outras ocasiões, porém sempre havia uma bela mulher presente que lhe permitia partir. Mulheres eram bem mais fáceis de se convencer do que soldados severos. E Daman era um dos soldados mais implacáveis de toda a Inglaterra, um título merecido, e servia a um cavaleiro da realeza que possuía as mesmas qualidades. Thiago tinha conhecimento do fato, mesmo quando flertara com a irmã desse mesmo homem. Lily... Ele não teria conseguido evitar o que acontecera entra ambos, mesmo que Daman fosso o todo-poderoso rei.
Havia uma tenda no acampamento, que ainda estava sendo presa ao chão.
Thiago escutou a voz de Daman e o murmúrio de outros homen.
- O prisioneira está aqui, milorde – anunciou o soldado.
O silêncio na tenda foi imediato, e Thiago sentiu uma grande vontade de rir.
A porta da tensa se abriu e três lutadores saíram, sem tirar os olhos de Thiago. Ele sorriu para cada um dos homens.
- Traga-o até aqui, Hubert – ordenou Daman Evans.
Daman estava sentado em uma cadeira, diante de uma mesa, analisando mapas e alguns documentos.Vestia sua cota de malha e luvas de esgrima, porém tirara o elmo. Thiago deparou-se com o rosto que ficara em sua memória durante tantos meses, desde que vira Elizabeth pela última vez. Encontrara-o apenas duas vezes, mas a expressão sombria e aristocrática daquele homem se mantivera gravada em sua mente. Era bonito, e por esse motivo não tinha como culpar a irmã.
Daman Evans tinha cabelos lisos e bem escuros, e os olhos esverdeados eram adornados por longos cílios, que lhe conferiam uma expressão pensativa. A não ser pelos olhos, Thiago não via nenhuma semelhança dele com a irmã.
- Solte e espere-o lá fora com as correntes. Prenda-o de novo antes que retorne à carroça.
Thiago endireitou-se e sentiu um grande alivio por poder estivar os músculos do corpo. Agradeceu ao soldado com um resmungo antes que ele saísse levando as correntes junto.
- Estarei aqui fora se precisar de mim,milorde, junto com os outros guardas. – Ele fez uma mesura e se retirou da tenda.
Daman riu e colocou a papelada de lado, levantando-se para encarar Thiago.
- Meus soldados temem pela minha vida por sua causa – comentou ele, divertindo-se com o cuidado de seus homens. – Acredito, todavia, que deveriam temer pela sua vida.
- É você que tem o poder – admitiu Thiago – Não tenho muitas opções de ação. Além do mais, decidi que não quero causar mais nenhum tipo de aborrecimento ou vergonha para Lily. Ela está bem? Aonde você a levou?
- Não direi uma só palavra sobre minha irmã. Saiba apenas que ela passa muito bem e que está longe de seu alcance. Você nunca mais a verá, eu a manterei fora de Londres até que você seja punido por seus atos.
O coração de Thiago disparou ao ouvir aquelas palavras, mas estava feliz por saber que Lílian não testemunharia seu enforcamento.
- Obrigado – disse ele – tenho um pedido a lhe fazer.
- Fale.
- Minha família... Tanto a do meu pai quanto a da minha mãe... gostaria que eles não soubessem de meu destino até que tudo tenha sido feito. E não quero preocupá-los dessa maneira.
Daman mostrou-se surpreso.
- Imaginei que você gostaria que eles soubessem. Acredito que seus familiares possam salvá-lo, afinal seu pai e seu padrasto são bem mais poderosos do que eu.
- Pelo visto você não sabe nada a meu respeito. Eu jamais incluiria qualquer um dos dois na minha desonra. Trata-se de uma questão de dignidade.
- Mas você já não agiu assim no passado?
- Infelizmente, sim – admitiu Thiago – Porém não pretendo repetir o erro. E por um bom motivo. Minha irmã morreria de desgosto se soubesse que o homem a quem ela entregou seu amor foi o responsável pela morte de seu irmão. Na verdade, prefiro que ela não saiba que você participou disso tudo, se não for pedir demais.
A iluminação no interior da tenda não era das mais fortes, porém o rubor no rosto de Daman foi evidente.
- Sente-se – ordenou ele, apontando para uma das cadeiras. Então virou-se para o criado – Traga-nos vinho e comida, se é que temos algo.
Daman tirou as luvas, colocando-as com cuidado em cima da mesa. Em seguida sentou-se ao lado de Thiago e olhou-o com seriedade.
- Quero saber a verdade. Você raptou Lílian por causa do que aconteceu entre mim e Elizabeth?
- Sim. Não tenho como mentir. Eu queria chamar a sua atenção e me vingar por você a ter abandonado Elizabeth daquele jeito. Sempre soube que você era um homem honrado, mas depois do que aconteceu com minha irmã, vi que não era bem assim – Thiago não podia evitar a amargura em seu tom de voz, depois do ódio que nutrira por Daman Evans durante tanto tempo. – Queria que você soubesse como é ter uma pessoa querida em poder de outro homem, depois espancá-lo em uma batalha a dois.
Naquele momento, o criado entrou na tenda carregando uma bandeja.
- Não imaginei que pudesse ser pego em ação. Não sei se acreditará em mim, mas eu jurei que não seduziria sua irmã.
Daman levantou a mão para que ele se calasse enquanto o criado estivesse ali. Havia um prato com queijo e pedaços de pão, uma garrafa de vinho e dois copos.
- Saia – ordenou ele- e vocês dois também – Daman dirigiu-se aos homens que estavam atrás de sua cadeira.
Sem contestar, os três fizeram uma mesura e se retiraram.
- Coma. Estou tentando encontrar um motivo para não acabar com a sua vida. Eu sempre soube o tipo de homem que você é. Por que deveria acreditar que você não tinha a intenção de desonrar minha irmã, se foi justamente isso que aconteceu?
- Talvez você morra antes – disse Thiago, irritado. – Não admitirei que fale assim de uma mulher tão correta quanto Lílian. Ela não foi desonrada, e não permitirei que ninguém, nem mesmo você, a trate como tal.
- Já se esqueceu de como eu encontrei vocês dois, meu caro? Vai ter coragem de me dizer que não compartilharam a mesma cama?
- Você é muito idiota, Daman Evans! Sim, nós dormimos na mesma cama, e não negarei que tivemos momentos de prazer, mas Lílian ainda é virgem, como ela mesma deve ter lhe dito. Por que um homem de reputação tão sombria quanto a minha insistiria nesse assunto se não fosse verdade? Sabendo que bastaria a palavra de um médico para confirmar o fato? Pense bem, meu caro.
- Fique quieto por um instante e deixe-me pensar. Coma em paz, enquanto isso. Não sei se conseguiremos acampar outra vez antes de chegar a Londres, e você sairá o menor número de vezes possível da carroça.
Agradecido, Thiago bebeu um gole do vinho e pegou um pedaço de pão.
- Gostaria de saber o que aconteceu com o meu cavalo, Nimrod.Queria lhe pedir a gentileza de devolvê-lo ao meu pai, o lorde Allen.
Daman colocou seu copo de volta na mesa e olhou para Thiago, evidentemente confuso.
- Sinto muito, porém não sei nada sobre seu cavalo. Lembro-me bem de Nimrod, é um grande garanhão preto, não é? Um belo animal.
- Sim, ganhei-o de presente do meu pai. Decerto deve estar com um de seus homens. É meu bem mais valioso, e não terá nenhum valor a quem pagá-lo.
- Vou mandar procurá-lo – prometeu Daman. – Imagino, todavia, que tenha ficado em Cardigan. Se Nimrod não estiver aqui, vou pedir para que um dos meus homens vá buscá-lo onde estiver. Concordo que ele deva ser devolvido a Lorde Allen. Não é conforto pela perda de um filho , mas acredito que seu pai não se surpreenderá nem um pouco com seu destino.
- Também acho que não.
Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes, comendo e bebendo, te que Daman olhou para cima.
- Você não me deve nada... – Thiago teve a impressão de que Daman estava um pouco nervoso. – E sei que serei o responsável pela sua morte, mas gostaria de lhe pedir que me contasse um pouco sobre Elizabeth.
Thiago recostou-se na cadeira e o fitou por um longo momento.
- Você a amava? Pelo menos.. um pouco?
- Muito – respondeu ele, com sinceridade – Achei que fosse morrer quando a deixei, só que não havia escolha, não havia como... – Daman ficou em silêncio.
Em outra ocasião, Thiago não hesitaria em cuspir-lhe no rosto. Agora, entretanto, depois de ter descoberto como o amor podia ser doloroso, sentiu um pouco de pena de seu inimigo.
- Lílian me contou que o comportamento peculiar de sua família arruinou-lhe a vida. Foi por esse motivo que você deixou Elizabeth sem nenhuma explicação? Nunca prometeu se casar com ela?
- Sim, foi por isso. Só que fiz questão de deixar tudo bem claro. Ela chorou até não poder mais, porém não havia outra solução. Era a melhor saída, pois eu não poderia envergonhá-la daquela maneira.
Thiago respirou fundo, por entre os dentes cerrados.
- Mentiroso! Você me acusou de ter tirado a virgindade de sua irmã, mas eu jamais a deixaria como você deixou Elizabeth. Eu sei o quanto ela sofre quando você partiu, achei até que fosse morrer. Eu nunca faria isso com a mulher que amo. Você sabia que Elizabeth estava grávida? Ou partiu sem se importar em saber as conseqüências dos momentos de prazer?
Daman arregalou os olhos.
- Um bebê? – repetiu ele, em um fio de voz. – Não é possível. Eu lhe disse... Eu não teria coragem de desonrá-la. Eu Não a desonrei.
- Tenha piedade, Daman. Como consegue ser tão dissimulado? Você soa tão sincero que eu quase acredito em suas palavras. Eu estava ao lado de minha irmã quando ela contou a novidade a nossa família. Ela me disse que a criança era sua.
Daman se levantou, furioso.
- Não é possível! Eu nunca me deitei com Elizabeth! Nós apenas nos beijamos e trocamos algumas carícias. Juro por tudo que é mais sagrado que... – ele parou de falar e levou a mão a cabeça. Então sentou-se devagar. – Ah, meu Deus! Aquela noite, quando nos despedimos... depois que ela foi embora, eu comecei a beber para aliviar a minha dor... então fui para a minha cama e sonhei com... na, não pode ser! – Ele olhou horrorizado para Thiago. – Ela deve ter voltado para o meu quarto. O que eu pesei ter sido um sonho foi realidade. Será que Elizabeth pensou que eu me lembraria? Ah, Meu Deus!
Daman se levantou, andando de um lado para o outro.
- Será que ela pensou que eu lhe tirei a inocência e depois a deixei sem nenhuma explicação? Eu parti antes que ela acordasse na manhã seguinte, achando melhor ela não me ver outra vez, Saiba, contudo, que eu jamais teria ido se tivesse me dado conta do que acontecera entre nós.
- Elizabeth acha que você a abandonou. Ela ficou doente de saber que você teve a coragem de deixá-la naquele estado.
- Eu jamais teria agido assim! – insistiu Daman. – Eu juro! Eu teria me casado com ela, apesar de todos os meus receios. Quer você acredite, quer não, sou um homem de muita honra. Você precisa acreditar no que estou lhe dizendo.
- Sim. Vou acreditar, pois é evidente que você amava Elizabeth. Antes de ter conhecido Líly, eu não acreditaria em você, mas agora o compreendo.Quem me preocupa é minha irmã. Ela sofreu demais por ter confundido a realidade com um sonho
- Eu sei, e é por isso que pretendo falar com ela o mais depressa possível. Elizabeth deve estar no final da gravidez, se é que o bebê ainda não nasceu. Precisamos nos casar com urgência. Onde ela está?
- Acredito que esteja com minha mãe e meu padrasto – respondeu Thiago – Lorde Randall o matará antes de perguntar o que você quer com ela. Saiba que ele o deixou em paz só porque Elizabeth lhe implorou, e por não querer que você soubesse que estava grávida. Se você for lá...
- Eu sei muito bem os riscos que corro. Entretanto, Elizabeth precisará de mim em um momento tão difícil. Pode deixar que eu me entendo com lorde Randall.
- Daman – disse Thiago, levantando-se – Preciso leh contar algo sobre a criança.
- Ainda não nasceu? – perguntou ele, preocupado – Por favor, diga-me que é mentira. Um filho ilegítimo? Não, não é possível. Não faz nove meses que nós nos separamos. – Daman se aproximou de Thiago – Ele nasceu antes do tempo? É um bebê doente? Ah, meu Deus, preciso correr e...
- Não – Thiago segurou o braço dele, impedindo-o de sair. – Elizabeth ficou muito doente quando você a abandonou. Foi um período difícil, principalmente nos três primeiros meses. Ela... Ela perdeu o bebê.
Toda a cor sumiu do rosto de Daman. Ele olhou para Thiago por um momento, então virou e cobriu o rosto com as mão.
Thiago imaginava como aquele momento devia estar sendo doloroso, pois lembrava-se perfeitamente do sofrimento de sua irmã. Não tina a menor dúvida de que Daman sentia a mesma dor inconsolável diante de tão triste notícia.
- Como fui tolo! Estou pagando por meus pecados. Deus me puniu com justiça. Gostaria apenas que Elizabeth e o bebê tivessem sido poupados.
- Você realmente foi um tolo, como eu. Jogou fora a chance de um verdadeiro amor por não ter fé em Elizabeth e em sua própria família. Saiba que eu quase fiz o mesmo com Lílian.
- Ela deve estar me odiando – murmurou Daman – Mesmo assim, terá de se casar comigo. Vou lhe implorar que... não, simplesmente vou informá-la de que vamos nos casar. Com o tempo, ela saberá me perdoar. E se Deus quiser, teremos muitos filhos juntos... – Ele se virou para Thiago – Não vou mais lutar por seu enforcamento, agora que vamos ser parentes. Mas você^terá de ser julgado por todos os crimes que cometeu, e pode ser condenado à morte. Espero que compreenda.
- Entendo perfeitamente. Estou aliviado, todavia, em saber que você não atormentará Elizabeth com sua vingança. Deixe-a pensar que outro homem me capturou e me levou para Londres, será melhor.
- Obrigado. – disse Daman. – Estou começando a pensar que o julguei mal, Thiago James Potter. Gostaria, de verdade, que tudo pudesse ser diferente entre nós.
Thiago sorriu.
- Eu não mudaria de opinião tão depressa milorde. Não está escutando a comoção do lado de fora da tenda? Acredito que meu amigo tenha colocado seu plano de fuga em prática.
- O quê?
- Sim, e se eu não estiver enganado, um de seus homens deverá entrar aqui para lhe contar que Sirius Black sumiu e não foi encontrado em nenhum lugar.
Thiago sentou-se e pegou seu copo de vinho.
- Sirius é um homem difícil de se apanhar. Sugiro que avise seus homens para não perder tempo à procura dele, mas você pode agir como bem entender, claro.
- Ele não pode ter escapado! – declarou Daman, incrédulo. – Seria impossível, com todos os homens que o vigiavam.
- Você não conhece os talentos de Sirius. De uma forma ou de outra, ele encontraria uma maneira de escapar. – Thiago começou a encher o copo com movimento lentos – E tem mais, se o conheço bem, ele foi atrás de LÍLIAN e Ammy para ajudá-las a me libertar.
Daman caiu na risada.
- Que tolo! Minha irmã e sua amiga estão seguras em Glain Tarran, protegidas por alguns de meus melhores cavaleiros. Eles não conseguirão se encontrar.
Thiago tomou um gole de seu vinho, uma voz do lado de fora da tenda pediu licença para entrar, era Hubert, evidentemente nervoso.
- Milorde, sinto informar que as notícias não são nada agradáveis. O outro prisioneiro,desapareceu. Procuramos por todo o acampamento, mas não o encontramos em nenhum lugar.
Daman olhou para Thiago que sorriu.
- Como ele escapou?
- Não sei milorde. Ninguém sabe. Perguntamos para todos os homens que ficaram de guarda, e todos disseram o mesmo, que ele simplesmente desapareceu.
- Eu não lhe disse? – falou Thiago, orgulhoso – Ele é um bandido de renome, tido em grande estima por seus companheiros. É assim que surgem os melhores ladrões.
- Não preciso de seus comentários irônicos agora. Cale-se Potter!
- Milorde, temo lhe dizer que tenho notícias piores – murmurou Hubert.
- Não me da que Lílian e Ammy escaparam de Glain Tarran?
- S-sim, um cavaleiro acabou de chegar da propriedade e nos trouxe a notícia. Sinto muito, milorde.
- Como elas escaparam?
- Não faço a menor idéia, só se sabe que elas fugiram em um grande garanhão preto...
- Ah! Nimrod! – exclamou Thiago.
- E uma égua cinza.
- Meretriz – Thiago pegou um pedaço de pão – Fico contente em saber que os cavalos estão bem.
- Seus homens saíram à procura delas imediatamente, milorde, mas a neblina os impediu de prosseguir com a busca- contou Hubert – Muitos homens se perderam e não conseguiram encontrar Glain Tarran durante horas. Por isso demoraram em mandar alguém com a notícia.
Em silêncio, Daman cerrou os punhos ao lado do corpo.
- Que problema não? – ironizou Thiago – Ir atrás de Lílian ou de Elizabeth? Não gostaria de estar no seu lugar.
- Como estará na prisão, que é o lugar mais adequado para alguém como você, não se preocupe com a decisão.
- Como quiser, porém eu tenho uma vaga idéia de onde você as encontrará.
Daman mandou Hubert embora.
- Não fará a menor diferença se você me contar. Seu destino é a prisão.
-Eu sei, é com Lílian que me preocupo. Não quero vê-la machucada.
Daman enrubesceu e blasfemou em voz alta, impressionando Thiago com seus xingamentos. Depois olhou para Thiago, fuzilando-o.
-Você ama Lílian?
- Sim.
- Pois saiba que nunca terá minha irmã.
- Não precisa me dizer Daman, você poderá se casar com minha irmã, pois possui nome e família para tanto. Eu não terei o mesmo privilégio, mas saiba que, se eu fosse um homem livre, passaria por cima de tudo e de todos para me casar com Lílian. Veja como é o destino.
- É mesmo. E minha irmã insiste em dizer que o ama e que o terá de qualquer jeito. Maldito!
- O amor parece não se importar com as leis e a igreja. Não se pode fazer nada contra.
- Diga-me onde poderei encontrar minha irmã, para que pelo menos eu possa cuidar de sua segurança – pediu Daman, um pouco mais calmo.
- Tente procurar em Hammersgate, a propriedade onde minha irmã, Lady Nathália, vive com a família.Aposto como as duas foram em busca da ajuda de minha mãe.
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N/A: É, eu sei que faz mto tempo que eu não atulizo a fic...
mas deixa eu explicar...
a fic é uma re-publicação, entretanto com os personagens diferentes!!
Então, eu tinha perdido o livro aqui em casa, por isso não consegui escrever.. mil perdões!!!
Obrigada pelas reviews, de coração ^^
=*** o próximo capitulo não vai demorar, pois ja ta escrito \o.
Beijosssssss

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