Capitulo 6



Capitulo 6



- Shh! – Lílian levou um dedo aos lábios de Ammy. –Precisamos ser o mais discretas possível. Você pegou toda as suas coisas?



A amiga assentiu com a cabeça, olhando para a janela.



Lílian balançou a cabeça enquanto amarrava sua capa.



- Não precisamos no dar esse trabalho. Eles estão dormindo pesadamente na taverna. E nenhum daqueles homens é sensível o suficiente para nos escutar passando, se formos discretas. Agora vamos. Não tenha medo – disse ela, tocando o ombro de Ammy para tranqüilizá-la . – O pior que pode nos acontecer é sermos pegas, e o melhor é conseguir escapar. – Lílian se endireitou e respirou fundo, levando a mão no bolso para verificar se a pedra brilhante e a peça de xadrez continuavam ali. O saquinho de pó de tio Albus estava bem preso a seu cinturão. Determinada, ela seguiu até a porta do quarto.



- Só espero que encontremos os cavalos depressa. Senão, teremos de voltar andando para Londres.



Com cautela, Lílian abriu a porta, alegrando-se por as dobradiças não rangerem. Enfiando a cabeça para fora, ela olhou em todas as direções antes de sair e indicar para que Ammy a seguisse. Três passos as conduziram até o topo da pequena escadaria que levava ao cant mais afastado da taverna. E escada ficava escondida atrás de uma surrada tapeçaria, e foi ai que ela parou de novo, afastando-a para

espiar o salão.



Lílian surpreendeu-se com o que encontrou, mas continuou em silêncio diante da cena repulsiva. Uma grande festa acontecera durante a noite e o inicio da manhã, e todas aqueles que tinham participado agora pagavam o preço. Corpos estavam espalhados pelo grande salão, deitados nas mesas, cadeiras e até no chão. Vários homens dormiam de boca aberta, roncando alto, mas ninguém se mexia. Alguns estavam nus ou seminus, homens e mulheres, e nem o frio da manhã os despertava. Havia canecas por todas as partes, e o cheiro de bebida, fumaça e suor era suficiente para qualquer pessoa desacostumada aquilo desmaia. Ela respirou fundo para afastar a náusea e desejou estar fora da taverna respirando o ar fresco, puro.



Esquivando-se do medo que ameaçava fazê-la voltar para o quarto, Lílian atravessou a tapeçaria e olhou a taverna a sua volta, em busca de algum sinal de movimento. Tudo em silêncio. Então deu mais alguns passos sempre seguida pela amiga.



- Onde esta Tiago James Potter? – sussurrou Ammy.



- Não o estou vendo – respondeu Lílian, procurando-o. Tiago James Potter era um homem muito marcante para não ser notado, mesmo entre todos aqueles corpos caídos. Nem ele nem seu amigo Sirius Black estavam na taverna, ou mesmo Bostwick, cujo tamanho o tornava inconfundível.



- Talvez ele tenha partido sem nós – sugeriu Ammy.



- De jeito nenhum. Devem estar enfiados em algum quarto com prostitutas. Vamos logo.



Elas seguiram em silencio, passando em meio aos corpos espalhados por todos os lados, cuidando para não pisar em alguma mão ou pé. De vez em quando alguém resmungava e se virava de repente, assustando-as, mas ninguém acordava, permitindo-lhes continuar com a fuga.



Quando alcançaram a porta da taverna, Lílian parou.



- Não pode ser –murmurou ela, tocando o trinco aberto. – Duvido que eles tenham ficado tão bêbados a ponto de esquecer a porta destrancada –Ela se virou e olhou para o salão desordenado. – Tiago deve estar acordado, escondido em algum lugar esperando para nos pegar no flagrante. Não acredito que deixaria a porta aberta se já não estivesse lá fora, nos aguardando. É uma armadilha, pode ter certeza!



- Mas milady – sussurrou Ammy – talvez a porta tenha ficado destrancada porque todos na taverna estavam bêbados demais para se preocupar em trancá-la. Por que ladrões pensariam em trancar uma porta? Por medo de serem roubados? Duvido.



- E por que não ? – Lílian colocou a mão na tranca – Bem, se James Potter estiver nos esperando lá fora, não vamos deixá-lo irritado. O mínimo que temos a fazer é lhes dizer Bom-dia.



Ela abriu a porta e saiu, esperando deparar com Tiago James Potter e Sirius Black esperando-as com sorrisos nos rostos.



Mas não havia ninguém a vista. Em nenhum lugar.



O pátio da taverna estava vazio, e as duas foram recebidas apenas pelo vento frio e pelo sol que começava a nascer. As arvores ainda estavam molhadas da chuva do dia anterior, mas o dia prometia ser claro e ensolarado.



Lílian respirou fundo o ar puro e fresco, contente por não estar mais dentro da taverna. Ammy fechou a porta com cuidado, deixando os homens embriagados e o mau cheiro para trás.



- Quem sabe não é a nossa chance – murmurou Lílian, pegando a mão de Ammy e puxando-a para o que imaginou ser a estrebaria. – Por favor meu Deus, permita que seja verdade. Permita que consigamos escapar desses bandidos.



Foi tudo tão simples que Lílian não acreditava que estavam quase conseguindo. Os dois cavalos, em meio ao s outros animais do abrigos, foram selados rapidamente. A égua de Sirius deixou bem claro o seu desconforto Poe estar sendo tocada por um estranho, porém o garanhão preto, Nimrod, manteve-se em silencio ; O cavalo era tão bonito como seu dono, mas tão grande que ela teve de subir em um banquinho para conseguir passar as rédeas por cima das orelhas dele.



Para montá-los, entretanto, a dificuldade foi maior, principalmente por a égua de Sirius não aceitar Ammy como amazona. Depois de algum tempo, as duas conseguiram sair da estrebaria. Então começaram os problemas de Lílian.



- Vamos lá! – disse ela, esporeando os flancos de Nimrod. O cavalo nem se mexeu. Lílian puxou as rédeas para o lado, a fim de guiá-lo até o pátio, mas ele se recusou a obedecer. Com muita calma, acompanhada pela égua de Sirius, Nimrod começou a seguir para a lateral da taverna, exatamente para o lugar onde seu mestre Tiago James Potter, se encontrava.



Entretido em uma agradável conversa debaixo da janela do quarto onde as duas tinham dormindo, Tiago e Sirius arregalaram os olhos ao ver seus cavalos , comandados pelas prisioneiras.



Tiago gritou, surpreso, e Sirius correu em direção a égua. Lílian, sem pensar duas vezes jogou-se da sela , caindo graciosamente na lama. Nimrod, por sua vez continuou a andar até seu mestre.



O grande animal era como uma parede entra Lílian e o seqüestrador. Tudo que ela enxergava eram as penas de Tiago. Quando aquelas pernas começaram a vir em sua direção, ela afastou o choque momentâneo que a mantivera imóvel e se levantou. Então puxou a saia para cima e saiu correndo o mais depressa que conseguiu.



Tiago James Potter gritou de novo, correndo atrás dela, enquanto Sirius tentava pegas as rédeas de sua égua descontente.



Mesmo correndo, Lílian sabia que era tolice. Teria muita sorte se conseguisse alcançar o portão do pátio antes que Tiago a pegasse, mas o som das pesadas votas se aproximando fizeram-na correr ainda mais. As saias pesavam cada vez mais em suas mãos , e o ar frio da manha queimava-lhe a garganta cada vez que ela inspirava.



- Senhorita! – chamou ele, logo atrás. Lílian sentiu a mão em seu ombro.



- Não! – Ela parou na mesma hora, mas Tiago não conseguiu controlar o peso de seu corpo e os dois caíram no chão enlameado.



Lílian quase foi esmagada pelo peso do corpo dele.



- Saia! Saia de cima de mim – gritou ela, debatendo-se.



No instante em que sentiu-se aliviada, Lílian virou-se depressa e o empurrou para lama ao lado.



- Brutamontes! – ralhou ela, empurrando-p novamente quanto Tiago tentou sentar-se. Jogando-se em cima dele. Lílian o impediu de se levantar. –Maldito!



- Como você conseguiu sair da taverna? – perguntou ele furioso.



- Pela porta da frente! – gritou ela.



- Pela... – Tiago segurou-a pelos ombros, puxando-a para perto ate que estivessem se olhando nos olhos. – Impossível!



- Não foi impossível! Eu só me arrependo de ter ido a estrebaria atrás daqueles malditos cavalos! Deveríamos ter fugido correndo! A esta hora já estaríamos bem longe daqui! – Lílian soltou-se das mãos de Tiago e sentou-se na lama.



Tiago ficou deitado, olhando-a e balançando a cabeça.



- Você saiu pela porta da frente ... e eu tinha certeza absoluta de que tentaria escapar pela janela. Que tipo de mulher é você , saindo pela porta da frente como se pudesse não ser pega?



Lílian tentou, em vão, tirar a lama de sua mão, depois o olhou com desdém.



- Uma mulher esperta o suficiente para saber que seria pega se tentasse escapar por um lugar tão obvio quanto a janela. Eu não sou tão tola assim.



- Nem eu –respondeu ele, nervoso – E me enganei, achando que você tentaria escapar pela janela, mas sabia que tentaria de alguma maneira, apesar do juramente que fez.



- Eu jurei que não tentaria escapar durante a noite 0 respondeu ela – O dia já amanheceu.



- Eu entendi perfeitamente o que você quis dizer quando fez a promessa. Mas eu passei as ultimas três horas parado nesse frio, esperando que você escapasse pela janela.



Ao contemplar aquela cena patética , Lílian não conseguiu conterá risada. Um homem daquele tamanho deitado na lama, enfurecido por ter sido passado para trás por uma mulher, era quase ridículo.



- Não ria srta. Lílian – advertiu ele, apontando-lhe o indicador – Eu não serei motivo de zombaria depois de quase ter congelado por sua causa. E Sirius também.



Era impossível. Lílian começou a rir, pensando nos dois parados debaixo da janela por tanto tempo, esperando e planejando de antemão como seria capturar as duas prisioneiras quando elas tentassem escapar por aquele mesma janela. E as duas tinham saído pela porta da frente. Era muita tolice. Se conseguir se conter, ela caiu na risada.



- Não vejo graça – disse Tiago – Você não tem sentimentos. Eu a tratei tão bem e é assim que você me paga?



Lílian quase não tinha fôlego para respirar de tanto que ria.



- Pela janela! –disse ela, entre risadas. – Você ficou parado embaixo da janela! Esperando nós! – Lílian ria tanto que seus olhos se encheram de lágrimas.



- Você é cruel – ralhou Tiago – Cruel e sem coração.



Lílian riu ainda mais. Sirius e Ammy se aproximaram dos dois, e as perguntas murmuradas fora motivo de mais risada. E então quando ela começava a se acalmar foi a vez de Tiago. A principio um riso calmo e contido, mas depois vieram as gargalhadas. E assim ficaram os dois, incontroláveis.



- Meu Deus! – exclamou Ammy – Eles enlouqueceram.



Ao escutar essas palavras, Lílian teve um novo acesso e achou que jamais conseguiria parar.



Algum tempo mais tarde os dois se acalmaram, deitados na lama suspirando. Lílian sentiu-se fraca e quando foi se levantar notou que estava sentada de maneira nada elegante.



Horrorizada, ela descobriu estar sentada sobre a parte mais intima do corpo de Tiago James Potter, e saiu de cima dele o mais depressa possível, como se estivesse sentada em brasas. O s dois pararam de rir e se entreolharam pó rum longo instante... e recomeçaram a rir.



Com a ajuda de Ammy e Sirius, ela se levantou.



- Precisamos de um banho – comentou Tiago, olhando para seu estado lastimável.



- É verdade – concordou Lílian.



Eles caíram na risada outra vez, mas logo foram interrompidos por Ammy, que impaciente puxou Lílian pelo braço. Sirius fez o mesmo com seu amigo.



- Vamos voltar para taverna antes que o estrago seja maior – falou Sirius – Olhe o que elas fizeram. Toda taverna acordou.



Era verdade. Lílian e Tiago avistaram os ocupantes da taverna todos do lado de fora, que os olhavam espantados. Bostwick, o que mais se destacava, tinha os olhos arregalados.



- Bostwick! –gritou Sirius, conduzindo seu amigo para dentro. – Precisamos de dois banhos! Urgente!



- Mas eu não tenho nada preparado!



- Não me interessa! Acorde alguns homens e mande-os buscar água. Esses dois cão tomar banho frio, mas vão tomar banho. – Ele empurrou Tiago para a cadeira mais próxima, então o encarou com irritação – Qualquer um que o visse nesse estado acharia que você esta bêbado . Agora terá de viajar molhado, bem mais molhado do que já estava.



- Não, eu vou viajar bem seco – respondeu Tiago James Potter, com um belo sorriso.



Sirius balançou a cabeça.



- Você esta imundo. Suas roupas precisam ser lavadas. Todas. E suas botas também.



- Pode lavar tudo – disse ele, começando a tirar os sapatos. – Elas estarão secas antes de partirmos. A srta. Lílian cuidará de tudo não é?



Ele olhou para a jovem que entendeu perfeitamente o recado. Lílian sabia não ter outra escolha a não ser usar o pó de seu tio se não quisesse ter sua “magia” revelada. Não que o culpasse por isso. Ela mesma também não queria vestir roupas molhadas o dia todo.



E apesar de não dever nada para aquele seqüestrador. Lílian lhe faria esse favor pela diversão que ele lhe proporcionara ao esperá-la debaixo da janela.



- Sim, Tiago James Potter – disse Lílian, já saboreando o banho que tomaria – Eu cuidarei para que suas roupas fiquem bem secas.





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N/A : Pois é... esse capitulo ficou bem pequeno... mas ele foi mais para dar um toque de diversão na historia... heuehuehue..... Nossa... Eu to muito triste..... pois .. de mais de 100 pessoas que leram a fanfic... apenas 4 comentaram... e nossa.. isso desanima.... Vamos la povo comentemmm...

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