Capítulo 7



Capítulo 7


_E você tem mesmo certeza de que eu não posso ir de jeans?


_Não, Lene... – Sirius segurou uma risada, apoiando a testa na porta do quarto da menina, enquanto esperava – Agora você pode abrir a porta?


_Não! – ela gritou lá de dentro, e Sirius franziu a testa para o barulho de um corpo trombando em outro seguido de um xingamento de Marlene – Nem de All Star, né? – ela perguntou, ainda murmurando de dor, e Sirius riu, imaginando que os saltos eram, muito provavelmente, o motivo do tropeço.


_Não, Marlene. – ele insistiu – Agora você pode abrir, por favor?


_Ainda não. – ela resmungou – Espera, Sirius. Se as suas Barbies você têm que esperar, imagina eu, que preciso fazer muito mais!


_Ah, cala a boca. – ele murmurou, virando de costas para se apoiar melhor na porta de madeira.


Dois minutos e sete bocejos depois, Sirius sentiu seu apoio desaparecer e se desequilibrou, caindo direto no tapete colorido do quarto de Lene e se deparando com... pernas? Belas pernas? Subiu os olhos e percebeu que Marlene gargalhava de seu tombo, com aquela risada só dela, fazendo com que ele risse sem nem mesmo perceber.


_Eu sei que eu demorei, mas precisava dormir encostado na minha porta? – ela perguntou, estendendo a mão para levantá-lo.


_Você fez de propósito, né? – Sirius riu, puxando a calça preta um pouco pra cima – Caramba, Lene... – ele respirou fundo, olhando-a melhor – Você tá, sabe... – Sirius levou uma das mãos à nuca, sem achar um adjetivo porque sua mente desocupada estava mais preocupada em pensar como Lene conseguia se esconder tanto atrás de suas roupas.


Naquela noite ela usava um vestido cinza escuro de um ombro só, bem marcado na cintura e com uma saia toda detalhada em renda. Os olhos azuis pareciam zafiras realçadas pela maquiagem preta e azul, que lhe iluminava o rosto. Linda. Linda. Linda.


_Tá ruim? – ela arregalou os olhos, indo para a frente do espelho – Eu sabia! Falei pra minha irmã que tava demais... – ela virou de costas para examinar melhor o (lindo) vestido – É essa droga desse salto que me faz parecer idiota...


_Lene, cala a boca. – Sirius riu, escorando-se no beiral da porta – Eu ia dizer que você tá maravilhosa. – completou, com um meio sorriso, segurando uma mecha dos cabelos dela – Absurdamente maravilhosa.


Marlene parou por alguns segundos, encarando Sirius de uma maneira que ele só conseguia imaginar como o de um gatinho assustado, desentendido. Ela não fazia mesmoidéia. As bochechas da menina coraram, e ela desviou os olhos, encarando o espelho.


_Obrigada. – sussurrou, surpresa pela elogio – Eu acho.


_Não precisa agradecer. – ele sorriu mais uma vez, e Marlene virou-se para trás, finalmente parando para observar como ele conseguia ficar ainda mais bonito que o usual!


Deus do céu! O que é que ele tomava de manhã? Chá de Delícia Morena? Os cabelos não eram curtos nem compridos, mas na medida certa para que ele ficasse bem na linha entre roqueiro revoltado e sonho da sogra. Ele usava jeans escuros, tênis slip on cinza e camisa preta com a logo "New York loves Me" – nada mais a cara dele – sob uma jaqueta militar escura. Jesus, abana!


_Hm... – ela pigarreou alto, tentando livrar ambos da estranha situação de análise mútua em que se encontravam – Eu tô pronta, se você quiser ir.


_Ah, claro. – Sirius finalmente despertou para a realidade que não envolvia só Lene. E seus olhos. E aquele rosto. E... – Vamos!


Lene riu baixo da animação dele, e deu um passo à frente, passando colada a ele na porta do banheiro, abrindo a do quarto. Sirius a seguiu, tomando fôlego. A noite ia ser looonga.


_Mãe? – Lene chamou, andando até a sala – Tô indo, tá?


_Tá bom, querida. – ela sorriu, beijando o rosto da menina – Comporte-se.


_Tá, mãe. – Lene corou frente à risada de Sirius.


_Traga ela inteira, certo? – pediu ao moreno, que concordou efusivamente.


_Claro, claro!


_Então, divirtam-se! – a senhora sorriu, abrindo a porta para os dois.


_Oh, Deus... – Lene revirou os olhos, assim que se viu no recanto seguro do carro de Sirius – Ela me mata.


_Sua mãe é ótima. – ele sorriu, dirigindo.


_Ela é mesmo. – Lene concordou, por fim, e Sirius pensou em quão singela era aquela pequena – Posso ligar a rádio? – pediu, olhando para o moreno.


_Liga sim. – Sirius concordou, e os dois tiveram a atitude de encostar no botão ao mesmo tempo.


_Hm... – Lene tirou a mão – É melhor você mexer.


Sirius sorriu de canto, e procurou uma estação.


_Ah, eu adoro essa. – ele parou em uma rádio, sorrindo abertamente, reconhecendo os primeiros acordes de "Satisfaction".


_Stones? – Lene riu – Sério mesmo?


_When I'm drivin' in my car, and that man comes on the radio, he's tellin' me more and more, about some useless information, supposed to fire my imagination, I can't get no, oh no no no. Hey hey hey, that's what I say! – ele cantou, empolgado com um microfone imaginário. No refrão, fez questão de posicioná-lo na frente de Lene, que riu antes de cantar.
_I can't get no satisfaction. I can't get no satisfaction. 'Cause I try and I try and I try and I try. I can't get no, I can't get no... Satisfaction!


Os dois riram, cantarolando o restante da música.


_Eu não sabia que você gostava de Rolling Stones. – Sirius sorriu, quando a música terminou.


Lene sorriu aquele sorriso de "você não sabia nem o meu nome na semana passada, querido", mas depois acenou de leve com a cabeça.


_Eu adoro. – disse simplesmente, sentindo como se o espaço do carro estivesse se reduzindo conforme ela e Sirius gargalhavam juntos. Era estranho, porque mesmo que parecesse que tudo deveria estar bem, ela sentia como se, cada vez mais, estivesse mergulhando em algo errado. Algo que não podia ser – Estamos chegando? – perguntou, ansiosa para sair do carro e se livrar daquela sensação.


_Quase lá. – Sirius disse, e quando virou a próxima esquina Lene foi capaz de avistar um letreiro estiloso com o nome da boate Hauska (que Sirius depois lhe revelou significar "diversão" em finlandês, ou algo do gênero) – Pronta? – ele sorriu, abrindo a porta para Lene e lhe dando uma das mãos, para que ela conseguisse se segurar no salto.


_Acho que sim. – ela respondeu, um pouco intimidada pelas pessoas que chegavam no local.


_Deixa eu te falar uma coisa? – Sirius sorriu, percebendo o olhar dela – Você tá comigo hoje. A noite vai ser maravilhosa. Confia em mim?


Lene respirou fundo, e sem saber exatamente o porquê, acenou com a cabeça, deixando que Sirius a guiasse para dentro.


O lugar era maravilhoso: decoração moderna, com ponto forte nos jogos de luz, que davam um colorido lindo a dinâmica incrível ao local. Era maais bonito que qualquer outro que Lene se lembrava de ter visto, e como Sirius não permitira que ela pagasse seu ingresso, não tinha idéia do preço, exceto pelo evidente: era caro. Bem caro.


_Já achei o pessoal. – Sirius informou, aumentando o tom de voz para que ela o escutasse, antes de puxar a mão de Lene em direção à bancada do bar, onde se encontravam quatro pessoas.


_Ora, ora, ora, se não é o atrasado de sempre? – um moreno de cabelos espetados e sorriso divertido exclamou, largando a cintura da ruiva que antes segurava para abraçar Sirius.


_Dessa vez a culpa não foi minha... – ele levantou os braços em rendição – Lene, esse é o James. Provavelmente o ser mais irritante e incrível que você vai conhecer na vida.


_Prazer, famosa Lene. – James sorriu, abraçando a menina – Pads, ela é linda mesmo. – completou, em tom de segredo.


_Muito prazer. – Lene sorriu, ainda envergonhada – Dessa vez eu temo que a culpa tenha sido mesmo minha... – ela riu.


_Ahh, mas esse cachorro merece ser zuado até sem motivo. – James riu, bagunçando os cabelos do amigo, que socou seu braço, sem dar muita importância.


_Essa é a Lily, Lene. – Sirius continuou, apresentando a ruiva – Namorada do James. Aliás, preciso da sua ajuda pra escrever a carta ao Vaticano pedindo pra transformarem ela em Santa Lilian por aturar essa praga! – continuou, fazendo as duas rirem.


_Sirius é exagerado. – a ruiva riu, beijando o rosto de Lene – Mas é um prazer conhecer você depois de tanta falação desse aí...


_Prazer, Lilian. – Lene sorriu – Não sei o que ele disse, mas é mesmo exagerado.


_Há. Há. Isso, falem de mim mesmo. – Sirius rolou os olhos – Esses são Remus e Emmeline, Lene. Provavelmente o casal mais grudento e, acho que as meninas diriam: fofo, que você conhecerá na vida.


_Prazer, Lene. – os dois disseram em coro.


_Não disse? – Sirius riu, apertando as bochechas de Emmeline, fazendo Lene rir.


_É um prazer conhecer vocês. – ela sorriu, beijando o rosto de ambos.


_Pronto, agora estão todos apresentados. – Sirius sorriu, satisfeito – Lene, bebe alguma coisa? – ele perguntou, fazendo sinal para o barman.


_Por enquanto não, brigada. – a menina agradeceu, sentando-se num lugar vago ao lado de Lilian.


_Ok. – Sirius concordou, pedindo uma bebida para si mesmo. Logo depois, andou para perto de Lene, conversando com a garota como sempre fazia.


_Black! – o moreno escutou alguém chamando, e virou-se para olhar, dando de cara com um loiro de sorriso irônico, que fazia com que James e Remus fechassem a cara – Ora, ora, ora, não vai me apresentar sua amiga?


_Malfoy? – ele encarou o outro, desconfiado e surpreso, os olhos em brasa – Não acho que seja da sua conta. – recuperou-se em tempo, tomando a cintura de Marlene possessivamente, ato que ela desaprovava.


_Ah, mas eu acho que é muito da minha conta... – o outro riu, cínico – Marlene McKinnon, não é? – ele se aproximou, e Lene olhou para Sirius, inquisitiva, sem responder ao loiro que lhe causava ânsias.


_Some daqui, Malfoy. – Sirius grunhiu, puxando Lene pela mão e trombando em Lucius, andando com Marlene até a pista de dança.


_Sirius, o que foi aquilo? – ela perguntou, quando já estavam longe o bastante.


_Um idiota, nunca ouviu falar? – ele respondeu, ainda irritado.


_Sirius. – ela disse, soltando a mão da dele – O que foi aquilo? – insistiu na pergunta, deixando claro que lhe desagradava o tom dele.


_Malfoy é um estúpido. – Sirius resmungou, virando de uma vez a bebida que tinha em mãos – Um estúpido que faz os outros perderem a cabeça e fazerem coisas estúpidas... – completou. Lene o encarava confusa, então Sirius sorriu fracamente, aproximando-se da menina, envolvendo sua cintura com os braços lentamente – Mas hoje é a noite em que eu te agradeço o que você fez por mim te apresentando o melhor da noite de Londres e fazendo você se divertir ao máximo, e não que eu reclamo das merdas que eu fiz, não é?


_Acho que é mais ou menos isso... – Lene riu de canto, e ele sorriu abertamente, abraçando-a – Pelo menos é a propaganda que você me fez... Não me decepcione, Black. – ela piscou um dos olhos.


_Nunca, morena. – ele suspirou, levando uma das mãos à nuca para desalinhar os cabelos – Nunca.




NA.: HEEEEEEY!


Viu como eu tô rápida agora? :D


Espero comentários, de verdadeeeeeeeeeeee! Brigada à todas que comentam, e Laura, prometoooo que farei caps maiorezinhos (tipo esse tá bom ou não?).


Beeeeeijos!

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Comentários (2)

  • Lana Silva

    Nossa amei tudo. Lene é muiiito diva *-* ahhhhh até o fim da fic Six vai ser outra pessoa, ou melhor a mesma pessoa só que um pouco diferente. Tô amando muiiiito flr *-----*bjoos! 

    2012-03-16
  • Natti Black

    Aaaaah meniiina , se você soubesse o parto que foi pra eu conseguir postar este comentario ( hahahah vc ia ficar abismada tenho certeza) Meeeeu como pode existir um ser tão perfeito com o Sirius ? me diz, Por Favor, eu agradeço a J.K. e tbm á todos os escritores de fanfics, por torna-lo realidade, ( okok, parei, hoje eu to emocional demais) , Eu quero mais capitulos viu ? E logo por favor ?*-*

    2011-12-28
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