Comensais e Audiência



Pedaço do capítulo anterior:


-Eu to loco para aprender a aparatar. -Remo disse com um olhar pensativo... e você?


-Também... Deve ser tão prático... -Eu respondi- Hm... Você quer um chá?


-Um chá seria bom, obrigado-Ele respondeu com um sorriso


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 Eu me levantei e fui começar a ferver a água. Peguei dois saquinhos de chá e levei para a sala com as canecas. Tomamos o chá em silêncio por alguns minutos então Remo quebrou o silêncio.


- Achei que você já tinha contado aos seus pais de minha hum... Situação...


-Claro que não!-Eu disse de olhos arregalados- Eu não diria para eles sem a sua permição! É algo de seu íntimo, que eu, intrometida descobri.


-É... - ele disse rindo- eu nunca pensei que você fosse ser tão cuidadosa...


-Porque não?!-Eu perguntei ficando ereta


-Ahnnn... Crianças-Meu pai falou andando em nossa direção- eu estou indo trabalhar também, até mais!- e ele saiu pela porta e desaparatou


-Porque não?!-Eu repeti para ele


-Você nunca me deu a impressão que correspondia o sentimento. Eu tentei me aproximar de você, mas sempre achei que seu coração era de Sirius, como o de todas as garotas do colégio. -Ele disse tímido- até aquele dia na árvore. Foi nele que percebi que você pelo menos gostava muito de mim. Mas eu nunca imaginei que você iria ser tão cuidadosa com as minhas informações...


-Eu não pareço cuidadosa?-Eu perguntei pondo a caneca de chá vazia na mesa


-Bem... Agora parece, mas quando eu te conheci... Bem, digamos que a sua fama não era muito boa... -Ele respondeu corado


-Ahhh... Sei, ´´a puta que pega geral´´-Eu disse com voz sarcástica. Ele me encarou apavorado então eu ri- O que? Meninas não podem falar palavrão Reminho?


-Bem... Podem, mas é estranho ver uma palavra tão feia... -ele se aproximou de mim- saindo de uma boca tão bonita.


-Aproveitando a ausência dos meus pais Remo?-Eu sussurrei chegando perto dele- isso não é coisa de menino comportado...


-Quem disse que eu sou um menino comportado?-Ele perguntou chegando perigosamente perto


-Eu. - e beijei ele


 Mas uma coisa muito estranha aconteceu quando nossos lábios se tocaram. Foi como se um jato de adrenalina corresse por minha espinha e se dissolvesse por meu corpo. Eu pus minhas mãos em sua nuca enquanto ele me puxava mais para perto pela cintura. Então... Eu caí do sofá.


-Genial... -eu murmurei tentando levantar no pequeno espaço entre o sofá e a mesa de centro


-Ajuda?- Remo disse rindo e me puxando


-Não ri de mim!-Eu disse cruzando os braços- você me empurrou!


-Eu não te empurrei!-Ele protestou rindo - Você se jogou!


-Como você vai saber se estava de olhos fechados?!-Eu perguntei provocativa


-Como você tem tanta certeza que meus olhos estavam fechados?- ele me perguntou no mesmo tom


- Não tenho, pois eu não abro os olhos enquanto beijo meu namorado!-Eu disse ainda provocando


-Eu não abro os olhos!-Ele disse apontando para os olhos e para si mesmo


 Então foi como se nós pensássemos por um só, no mesmo segundo nos aproximamos rápido e nos beijamos novamente. Aquele jato de adrenalina percorreu meu corpo de novo, só que com mais... Intensidade. Então eu percebi o que era. Me aproximei mais de Remo. Arranhei de leve sua nunca. Ele, que respondeu o ato, segurou meu rosto. Eu segurei seu colarinho com força enquanto ele tirava seu casaco. Desabotoei um botão. Dois. Tirei meu casaco. Três. Ele tirou minha blusa. Quatro, cinco, seis. Eu tirei sua blusa... Beijos e mais beijos...


 


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-Remo... por Merlin, eu achei que você era um nerd caladão...-Eu disse, meia hora depois vestindo meu casaco- quem é você e o que fez com o Remo Lupin que eu conheço??


-Ainda é o mesmo- Respondeu Remo rindo e calçando seu sapato- mas você acabou de deixar-lo louco...


-Bobo... - eu disse beijando ele- falta um botão!- Eu disse rindo e apontando para sua blusa, que estava realmente com um botão desabotoado. Ele corou de leve e o fechou rapidamente.


-Então... E aquela volta?-Ele disse como quem não queria nada- Vamos?


-Boa idéia... -eu disse andando para a cozinha e abrindo um armário, de onde tirei um canivete de prata. Entreguei-o para Remo, que me olhou estranho- se algum animal... Sei lá, precaução, Remo!


-E fica comigo por que...?- ele continuou


-Você é o homem!-Eu disse dando um tapinha em minha cabeça- a arma fica com o homem!


-Ahhh ta... - ele disse meio confuso


-Argh, vamos logo!-Eu disse andando até a porta e saindo. Remo me seguiu, eu tranquei a porta e nós saímos andando


-Você já andou a cavalo Remo?-Eu perguntei como quem não queria nada


-Na verdade não. -Ele respondeu- por quê?


-Porque o meu vizinho trouxa tem cavalos, e eu estava pensando que poderíamos dar umas voltas neles... - eu expliquei


-Bem... Eu não sei, mas sempre é bom aprender, certo?-Ele disse segurando minha mão com delicadeza- que lado?


-Siga. -Eu disse puxando ele para a direita.


 Logo deparamos com uma casa que mais parecia uma cabana bem grande: paredes de madeira, uma cadeira de balanço do lado da porta, um fusquinha vermelho estacionado na frente da casa e um homem moreno e grisalho limpando a neve da entrada da casa. Ele nos avistou e nos cumprimento alegremente:


-Julieta! Há quanto tempo! Como vai? E a escola? Quem é esse rapaz que me traz aqui?


-Olá seu Jack!-Eu cumprimentei feliz- vou muito bem, a escola ta cada vez melhor e esse aqui é o Remo, meu namorado. -eu e Remo coramos quando eu disse isso.


-Você nunca me apresentou a garotos antes!-Velho Jack disse num tom de reclamação


-Nunca teve nenhum garoto bom o suficiente para eu te apresentar!-Eu disse rindo. Remo corou fortemente e sorriu envergonhado


-Então eu considero uma honra estar na sua presença Remo!-Velho Jack, que já estava ao nosso lado disse à Remo, que estava realmente vermelho agora.


-Podemos dar uma voltinha com seus cavalos seu Jack?-Eu perguntei para tirar Remo daquela situação


-Claro!-E ele se virou para sua casa- Até mais crianças!


-Até mais!-Eu disse andando até um compartimento improvisado na casa, que o velho Jack usava como celeiro. Ele era quente, apertado e tinha cheiro de excrementos. Havia quatro cavalos no canto: um marrom escuro, um branco, um preto e um marrom claro.


-Eu diria que para você é melhor o marrom-claro. -Eu disse a Remo.-Vem, vamos celá-los.


 Celamos os cavalos e montamos. Saímos num trote lento pelo bosque. Remo quebrou o silencio em alguns minutos.


-É até bem fácil... -Ele disse como quem não queria nada- Ou este cavalo é extremamente comportado...


-É como você - Eu disse rindo- quase sempre comportado e obediente


-Eu já te provei que não sou tão comportado assim- ele disse num tom meio provocante meio irônico - quer mesmo que eu prove de novo?!


-Ei! Eu estava brincando seu estressado!-Eu reclamei


-Eu sei... - ele disse com olhar de desculpas - mas acho que não importa onde eu esteja, sempre alguém vai me encher o saco por prestar atenção na aula e por ser meio tímido...


-Você sabia que foi o seu jeito tímido que me chamou a atenção quando você me atingiu na King´s Cross?-Eu disse me lembrando da dor que senti no dedão- Eu meio que... Gostei desse jeito. Tímido mas sem ser feminino. Sabe só tímido. – Então lacei um olhar provocante - Achei bem atraente...


 Ele riu e corou. Então eu resolvi andar a frente dele. Acelerei um pouco e fiquei onde eu queria. Mas Remo não gostou e acelerou para me ultrapassar. Ficamos nisso por um tempo, então resolvemos voltar para casa. Já estávamos quase chegando quando um forte barulho de explosão foi ouvido mais à frente.


-Merlin!-Eu disse quando o chão tremeu


-Que diabos... -Remo disse saltando do cavalo para olhar mais à frente. -Vem da casa do velho Jack. -Ele disse num sussurro quase inaudível. Ele sacou a varinha e me olhou.


-Vamos lá. - Eu disse sacando a varinha e saltando do cavalo- Não vão embora!-Eu disse aos cavalos que pareciam entender- Voltaremos logo!


-Vamos!-Disse Remo correndo.


-Fala velhote!-Ouvimos uma voz amarga dizer na frente da casa. Vimos entre as árvores, vultos encapuzados apontando as varinhas para o velho Jack, que estava caído no chão, olhando com um olhar de desafio no rosto.


-Nunca- ele murmurou freozmente- entregarei minha família.


-Como eu estou de bom humor hoje, vou te dar outra chance... -o homem encapuzado falou de novo


-Remo, vamos petrificar eles!-Eu murmurei para Remo


-Pedrificiamos os de trás e estuporamos o da frente-Ele murmurou em resposta- depois apagamos a memória do Jack. Eu vou por lá- ele apontou para o outro lado da área que circundava a casa- vamos logo, já vou indo- e ele saiu correndo silenciosamente.


 Esperei alguns momentos até ver Remo do outro lado da clareira acenando a cabeça. Então murmurei:


-Petrificus Totalus!- e um dos comensais ficou duro e caiu na neve. Graças aos céus a neve abafou o barulho. Logo o outro também caiu. Vi Remo andando mais para frente, eu fiz o mesmo então nós dois gritamos ao mesmo tempo:


-Estupefaça!- E o comensal da morte foi tacado no ar por dois jatos de luz vermelha.


 Corremos na direção do seu Jack que nos olhava apavorado


-Vocês... São bruxos?!


-Sim seu Jack, mas acho que não vai poder se lembrar disso- eu disse levantando a varinha com um sorriso triste


-Espera ai! Eu sou um bruxo também!-Eu disse se levantando e andando na direção onde uma varinha velha estava caída - Olhem só - ele a sacudiu e transfigurou uma árvore para um balão de gás.


-Porque nunca disse?-Eu perguntei nervosa- eu achei que você era um trouxa...


-Eu achei que vocês eram trouxas... -Ele disse com a cara estranha


-Julieta... Olha aquilo - Remo disse nervoso ao meu lado apontando para dois vultos voando no céu em nossa direção.


-Ahhhhh, não. Não. Não. Não! Porqueeeeeeeeeeee?!-Eu choraminguei


-Cartas do ministério. -Remo disse cuspindo as palavras


 As corujas pousaram na cadeira de balanço do velho Jack. Nós fomos pegar as cartas, um para cada um.


- Uso de magia por menores, blábláblá, quebrar varinhas, blábláblá, expulsa de Hogwarts, blábláblá, esperando que esteja bem, BLABLÁBLÁ!-Eu li a carta com má vontade- Que injustiça! Nós pegamos três comensais e vamos ser expulsos!


-Vamos avisar eles - Remo disse decidido - Sr. Jack, tem pena, tinta e pergaminho?


-Claro- velho Jack disse assustado - claro, vou... Pegar.


-Vamos amarrar esses imundos, eles podem fugir enquanto estamos aqui. -Eu disse apontando para os comensais caídos no chão- ou até nos matar.


-Vamos pegue as varinhas que eu pego a corda- Remo disse procurando entre as caixas de madeira jogadas ao lado da cadeira de balanço.


 Eu peguei as varinhas dos comensais, nós dois os arrumamos em uma espécie de triangulo, de forma que eles estejam de costas um para os outros. Tiramos suas máscaras. Nenhum rosto era familiar. Então amarramos seus corpos, seus calcanhares e seus punhos. Tiramos qualquer tipo de arma antes, é claro.


-Aqui está!-Disse o velho Jack saindo da casa. Ele viu os comensais amarrados no meio da clareira- Uau, vocês são espertos, hein?


-Obrigada- eu disse pegando o pergaminho e entregando a Remo, que começou a escrever rapidamente


-Pronto. -Ele disse dobrando o papel e escrevendo o endereço- estamos avisando dos comensais, eu pedi que mandassem alguém aqui para levá-los e para, repensarem o nosso destino. -Ele amarrou a carta na perna da coruja e ela voou junto da outra.


-Certo, vamos esperar aqui então. -Eu disse olhando em volta- logo alguém ou alguma carta vai chegar.


-Certo, se quiserem entrar, não há problema - disse Jack, que já tinha de volta o ar feliz de sempre


-Esperaremos aqui, não há problema- disse Remo gentilmente


-Certo, mas eu vou entrar- disse Jack entrando em casa


 Esperamos uns dez minutos, então três pessoas apareceram aparatando na orla do bosque. Eram aurores. Eu só conhecia um. Era um garoto de dezenove anos. Alto, negro, andando para nós com a segurança que eu lembrava. Era Kingsley Shacklebolt, nosso antigo colega de casa que se formou dois anos antes. Os outros dois, um era meio grisalho, mas com ar confiante e outro era uma bruxa de cabelos loiros e com cara rabugenta.


-Oi Kim!-Eu cumprimentei- que tal o presentinho?-Eu disse apontando para os comensais amarrados


-Muito bem... -Ele disse com sua voz grave e extremamente reconfortante- Belo trabalho... Pode me dar as varinhas deles?


 Eu hesitei e entreguei olhando para os outros aurores com desconfiança. Kim percebeu isso e logo falou.


-Não se preocupe, somos mesmo aurores.


-Você sabe bem de minha história com o ministério. Não confio muito em vocês. Sem ofenças é claro- eu disse ainda observando os outros aurores


-Como assim?-Remo perguntou- Desculpe, oi Kim!


-O meu pai, a demição dele pelos motivos... Eu nunca mais confiei no ministério- Expliquei para Remo com simplicidade


-Eles sabem?-Remo perguntou desconfiado.


-A história da demição de Greg Giucci é como uma lenda lá no ministério. É contada para todos os calouros e às vezes, comentada por ai. - Kim explicou com simplicidade


-É lá a minha privacidade sai voado- eu disse com um movimento dos braços


-Kingsley! Temos trabalho a fazer ou não percebeu?!-A aurora loira disse com uma voz estridente- largue essas crianças e vamos levá-los!


 Eu apontei minha varinha com o ar ameaçador para a aurora, que me olhou com indignação. Então eu sorri debochada e abaixei a varinha.


-Vocês vão ter uma audiência- Kim explicou- amanhã, nove horas. Dou a dica de não se atrasarem. Bem, eu vou indo, boa sorte.


-Tchau Kim!-Eu e Remo nos despedimos rapidamente observando os três aurores desaparatarem com os comensais.


-Vamos voltar para casa?-Eu perguntei para Remo, que estava com ar de choque


-Claro. -Ele disse sem me olhar.


 Começamos a andar pela neve em direção à minha casa. Tinha tanta coisa passando por minha cabeça: comensais, aurores, eu e Remo... Era muita coisa para digerir de uma vez! Logo deu para ver minha casa, eu tive uma idéia. Eu diminui o passo de forma que Remo não percebeu e continuou andando. Eu abaixei a peguei uma bola de neve, então a joguei em Remo. Ele também precisava relaxar!


-Que diabos... - Ele disse se virando então me olhou com um olhar de censura - Julieta.


 Eu joguei outra bola de neve nele, rindo


-Julieta, para. -Ele disse se contendo. Eu prendi o riso por um momento e taquei outra.


-Agora é guerra!-Ele disse pegando uma no chão e jogando em mim, eu, desprevenida, fui atingida, mas continuei a rir.


 Logo estávamos em uma grande guerra de neve. De vez em quando eu o abraçava, mas a maior parte do tempo foi realmente neve para todo lado.


-Crianças!- Ouvi meu pai chamar atrás de mim - que história é aquela que eu ouvi na loja sobre uns comensais?!


 Eu e Remo paramos com a guerrinha em segundos. Olhamos assustados para ele e limpamos a neve em nossas vestes.


- Vamos lá para dentro e quando sua mãe chegar vocês falam tudo certo?- Meu pai continuou


-Certo. - Eu disse mordendo o lábio inferior. Então murmurei para Remo –Se prepara,  bronca a vista...


 Remo riu baixinho e entramos na casa. Meu pai acendeu a lareira e preparou um chocolate quente para nós, que tomamos com vontade. Logo minha mãe apareceu na soleira da casa aparatando.


-A única coisa que eu pedi era não ouvir o seu nome lá no ministério Julieta!- Ela disse se sentando numa poltrona- Explica tudo que aconteceu!


 Começamos a contar a história (claro, a partir de que saímos de casa, ou eu ficaria viúva de namorado) e eles nos ouviram com atenção. Contei e mostrei as cartas que recebemos do ministério e contei que o velho Jack era um bruxo.


-Ele deve ser um ótimo ator para nos esconder por todos esses anos que não era bruxo... - Meu pai comentou impressionado


-Que bom que vocês mandaram a carta... - Minha mãe comentou- imagina se tivessem quebrado as varinhas de vocês enquanto Remo estivesse aqui? Sua mãe ia nos matar-Ela disse com um pequeno sorriso para Remo


- Você leva a gente para a audiência amanhã mãe?- Eu perguntei para ela


-Claro!- Ela disse- Levo vocês quando for para o trabalho.


-Certo... - Meu pai disse olhando para a paisagem lá fora, que estava escurecendo- vocês dois por acaso não tomaram banho, não é?


 Eu e Remo coramos. Nos levantamos e subimos as escadas. Como no quarto de hóspedes tinha banheiro, Remo foi andando para lá. Eu peguei minhas roupas e fui para um que era entre o meu quarto e o de meus pais. Tomei um banho demorado pela quantidade de coisas que eu precisava pensar. Depois me vesti e desci para o jantar. Comi pouco pelo nervosismo, Remo também comeria, mas é educado demais para recusar a comida de minha mãe. Mais tarde fomos nos deitar. Dormi rapidamente, mas acordei muitas vezes durante a noite, com sonhos que incluíam lobisomens destruindo minha varinha e aurores fazendo guerras de neve.


 


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-Julieta... Julieta acorda!-Ouvi Remo me chamar. Resmunguei alguma coisa e afundei minha cara nos braços


-Julieta... Eu sei que você tá acordada. -Ele insistiu, eu fiquei imóvel


-Acorda! Por Merlin! Temos a audiência em uma hora e você ainda nem se levantou!- Ele insistiu, mas eu continuei imóvel


-Então tá... Acho que eu vou ver o que tem por aqui- eu o ouviele dizer um pouco mais longe de mim- que roupas bonitas...


-FICA LONGE DAS MINHAS ROUPAS!!!!!!-Eu quase gritei me levantando rapidamente. O bobo nem tava perto do meu armário. – Maldição, Remo!Eu ainda te mato sabia?!


-Ta bem, ta bem... - ele disse rindo – Seua pais já tentaram te acordar e não conseguiram, aí a sua mãe pediu para eu te acordar e eu não ia sair daqui sem conseguir!


-Madita mãe!-Eu disse pulando na minha cama- agora eu despertei aargh!


-Vai se vestir logo! Eu to lá embaixo!- Ele disse rindo


-Então vai logo seu maldito!-Eu disse jogando um travesseiro nele


 Ele saiu rindo e eu abri meu armário para escolher as roupas que eu usaria. Era uma audiência disciplinar, então eu iria querer estar com uma boa aparência... Hum... Uma blusa bonita e simples, calças jeans arrumadas, cabelos penteados, sobretudo vermelho por causa do frio, botas pretas... Perfeito :D


-Bom dia- eu disse entrando na sala


-Bom dia- Minha mãe respondeu- não sei qual foi a técnica que Remo usou para te acordar, mas eu quero aprender -Ela disse com um risinho


-Só vai funcionar se for alguém de fora. Com vocês não daria certo... - Eu disse - Ele fingiu abrir meu armário. Vocês sabem como eu odeio que mecham nas minhas roupas... Mas vocês sempre mechem, então nunca vão conseguir me acordar. -Eu concluí com um sorriso


 Meus pais pareciam estar prendendo riso. Eu comecei a comer o meu café-da-manhã em silencio. Quando acabei minha mãe finalmente falou alguma coisa


- Eu diria para vocês acabarem de se arrumar logo. Falta meia hora e nós vamos pelo caminho mais longo...


 Eu e Remo assentimos e fomos para o andar de cima. Eu para escovar os dentes e Remo para pegar um casaco. Logo depois estávamos prontos na sala.


-Certo. Boa sorte para vocês- meu pai desejou - me avise o destino de vocês, está certo?


-Claro pai!Tchau!-Eu disse andando para fora da casa


-Até mais Sr. Giucci- Remo se despediu saindo da casa também


-Bem, vamos de carro. - Minha mãe disse entrando no nosso fusca mágico.


 Em pouco tempo estávamos no ministério da magia. Ô lugar sinistro... Mas tudo bem! Minha mãe nos levou para o terceiro tribunal. Era um lugar grande, circular e alto. Tinha duas cadeiras no centro e em volta uma espécie de arquibancada cheia de trabalhadores do ministério. O ministro estava lá de mau humor ao lado do subsecretário e do chefe dos aurores. Minha mãe disse que não podia entrar conosco. Então nós entramos.


-Horário exato.- Uma mulher comentou baixinho


-Srtª Giucci e Sr. Lupin. Sentem-se para começarmos esta audiência. - O ministro falou


 Nós nos sentamos. Eu estava muito desconfortável com tanta gente me olhando de cima. Remo estava corado e inquieto. Eu realmente não sei como ninguém nunca teve um surto de pânico durante uma audiência. Eu só não tive por que sou muito orgulhosa para isso. Mas conheço pessoas que teriam numa boa.


-Muito bem. Audiência Disciplinar do dia 24 de dezembro para apurar as violações ao Estatuto de Restrição a Pratica de Magia por Menores cometidos por Julieta Kathleen Giucci e Remo John Lupin. Sem tirar em conta da captura de três Comensais da Morte.


-Inquiridores... - o ministro começou a falar um bando de nomes de gente que eu não conhecia. Eu só fiquei olhando para os lados e para a cara das pessoas. Poucos sorriam ou demonstravam estarem felizes em estar no ministério na véspera de Natal. - Testemunhas de Defesa... Vocês têm alguma testemunha de defesa?


-Parece que não. - Eu conclui


-Então, continuando... - O ministro disse - Acusações. As acusações são...


- Desculpem-me pelo atraso, mas acontece que só fui avisado que meus alunos estavam aqui no café da manhã. - Ouvi uma voz dizer. Virei-me e vi o nosso diretor, Alvo Dumbledore entrando no tribunal com um sorriso.


-Dumbledore- o ministro disse com um leve sorriso - Não sabia que viria!


- Como disse, eu fui avisado a pouco que dois de meus alunos prenderam comensais da morte e estavam em uma audiência disciplinar. Eu resolvi dar uma ajuda. - Disse Dumbledore com calma


-Certo, certo, testemunha de defesa, Alvo Dumbledore. - O ministro concluiu enquanto um homenzinho anotava ao seu lado- Continuando, as acusações: Eles intencionalmente, com plena consciência de seus atos, executaram cada um, dois feitiços: um estuporante e um petrificante. Vocês são Julieta Kathleen Giucci e Remo Jhonn Lupin?


-Somos- Eu e Remo respondemos


-Vocês negam terem executado os feitiços?- O ministro continuou


-Não- nós respondemos em coro - Mas eu também não nego ter ajudado a prender 3 comensais- Eu disse sozinha com voz confiante.


-Continuando... - O ministro disse me olhando com repugnância- Vocês tinham total consciência de seus atos?


-Sim. - Eu e Remo dissemos


-Então podem me explicar porque os realizaram?!- o ministro perguntou nervoso


-Porque o meu vizinho que achávamos que era trouxa estava sendo atacado por comensais e nós não iríamos deixá-lo morrer na nossa frente- Eu disse olhando o ministro com olhar de desafio


- Achávamos que era trouxa... Como vocês podem ter achado que seu vizinho era trouxa se é muito fácil um bruxo reconhecer outro bruxo?!


-Realmente não sei. - eu expliquei cruzando minhas pernas e pondo minhas mãos nelas- ele é um ótimo ator, devo dizer. Porque nem eu, nem meus pais descobrimos o que ele era nestes últimos sete anos que moramos ao lado dele.


-Você não reconheceu sua magia nos últimos sete anos... - o ministro disse sem acreditar- certo...


-Ora vamos! Esses dois prenderam comensais da morte durante as férias!- Dumbledore falou- Não acha que seria muito mais concreto dar um prêmio que um castigo?!


- Eles podem ter prendido comensais, mas ainda estão fora da lei!- o ministro protestou


-Porque os senhores não nos explicam o que aconteceu?- Dumbledore disse para mim e Remo


-Certo. - eu respondi e comecei a narrar os fatos.


-E o que estavam fazendo antes de sair para a caminhada?!- Perguntou o ministro desconfiado


- Temo que não iremos dizer isso para metade do ministério.- Remo disse com a voz calma


-Porque não, eu posso saber?! Esta é uma audiência disciplinar e eu sou o ministro da magia! Diga o que estavam fazendo antes ou eu encararei como que estavam contrabandeando objetos das trevas com estes comensais que me trouxeram!- O ministro disse quase gritando, e vermelho de raiva. Eu realmente não entendi por que ele estava tão difícil conosco, mas eu temo que seja pelo fato dele estar perdendo a véspera de Natal aqui.


-Bem, pense ministro, a casa vazia, eu, minha namorada... O que o senhor faria se tivesse a minha idade?- Remo disse com simplicidade cruzando os braços. Eu o vi corar de leve, mas foi muito mais leve que o normal (Aew! Meu namorado tá evoluindo *-*). Dumbledore deu um risinho e o ministro perdeu a cor de seu rosto.


-Está certo então... - ele disse nervoso- Esta bem, eu os julgo inocentes de todas as acusações. Todos de acordo?- O ministro perguntou. Ouve um murmúrio de afirmação pelo tribunal- então, acabamos, estão a salvo desta vez, mas até fizerem dezessete, nada de magia fora de Hogwarts.


-Conseguimos- eu disse a Remo segurando sua mão com um sorriso no rosto


-Obrigado diretor!- Remo disse ao Dumbledore, que sorriu e saiu do tribunal

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