Voltando pra casa



Lá estava Sirius Black, acariciando as penas do Hipogrifo no meio das cavernas e rochas que lhe serviam de esconderijo. O homem estava aborrecido, magro, mal vestido, com os cabelos descuidados na altura dos ombros, os olhos azuis que mais lembravam um cinza de tão escuros estavam sem brilho. Enquanto limpava as penas do seu único companheiro ia falando.


- Pois é Bicuço, olha só onde você se meteu, com um foragido do ministério, se bem que você também é foragido não é mesmo meu amigo, e também por algo que não foi culpa sua.


Bicuço parecia entender e apenas abaixou a cabeça em forma de compreensão enquanto seu novo dono acariciava suas penas.


- Preciso decididamente de um banho, e de roupas novas e até mesmo uma varinha, viver como cachorro não é tão ruim, mas a pulgas são de matar! Preciso resolver minha vida, preciso comer algo descente. – Quando Sirius falou isso Bicuço olhou-o e logo depois olhou para alguns animais mortos como rato e dominhas que tinham sido a refeição como se o repreendesse – Calma ai amigão, eu não to reclamando não, mas comer comida mal passada como humano não é pra mim não – Falou Sirius rindo e parando de acariciar o novo amigo.


Há 2 meses havia fugido de Hogwarts montado em um Hipogrifo, há 2 meses ele havia provado sua inocência a Alvo Dumbledore, e melhor que isso, provou sua inocência ao seu melhor amigo e ao seu afilhado. Nesse tempo eles tinham se comunicado por cartas, mas a ultima carta de Harry o havia deixado preocupado: a cicatriz feita por Voldemort estava doendo, e isso definitivamente não era um bom sinal. Foi pensando nisso que arrumou suas coisas e tomou a decisão final, iria enfrentar seus medos, e o primeiro passo era voltar para Londres.


Decidido alçou vôo montado no Hipogrifo de volta pra casa, mas aonde ficar? Ele precisava de um lugar que o acolhesse sem levantar suspeitas, ele precisava de um lugar que desse acesso ao mundo bruxo e que fornecesse condições dele arrumar uma varinha, e de falar com Harry e Dumbledore. Um lugar que ele fosse acolhido. Foi com esse pensamento que retornou a casa em que pela primeira vez soube o que era ser família, voltou a casa dos pais de Tiago, voltou a mansão dos Potter’s.


Ali era o lugar perfeito, nunca imaginariam que ele estaria ali. Ninguém sabia que a casa existia sem ser Tiago. Quando os pais de Tiago morreram, eles tinham resolvido deixá-la com o feitiço Fidelius.  A casa sempre estaria ali para quando estivessem em apuros. Sirius e Tiago foram o Fiel-Segredo, por isso a casa estava invisível a quem passasse por lá. Quando chegou viu que a casa não era mais a mesma, estava destruída pelo tempo e pela falta de cuidados, mas mesmo assim trazia boas lembranças, lembranças de uma família.


A primeira coisa que fez ao entrar na casa foi se dirigir ao seu velho quarto, estava idêntico ao que ele lembrava. Os objetos no mesmo lugar, as fotos dos marotos, e a foto da Ordem da Fênix. Ali todos estavam bem, sua morena, Lily e Tiago e até ele estava bem. Ao ver aquilo soube que não podia ficar ali. A casa era apenas para quando um deles precisasse, e agora ele precisava. Mas assim que colocasse sua vida nos eixos, ia entregá-la a Harry.


Ao se olhar no espelho constatou que necessitava de um banho mais do que imaginava, abriu o velho guarda-roupa em busca de algo, e se dirigiu ao banheiro do fim do corredor.Ao passar pela porta do quarto ao lado da sua, não resistiu e entrou, era o quarto do seu melhor amigo.


- Cara, só posso ter virado Masoquista – pensou abrindo a porta.


Quase idêntico ao seu estava o quarto de Tiago, a diferença era nas fotos, lá existia uma do Tiago criança com os pais – Harry realmente é idêntico a ele (pensou Sirius) – uma foto dos marotos, algumas dele e da Lily, outras dos marotos com as meninas – sua morena e Lily - mas foi a ultima foto que mais chamou atenção, era a foto da formatura, Tiago e ele estavam abraçados e atrás estava os pais de Tiago, naquela foto pareciam realmente irmãos. Ao ver aquilo, várias lembranças vieram a sua mente, Sirius apenas segurou a foto e se permitiu chorar, chorar de saudades do seu irmão, do seu amigo.


Quando conseguiu parar de chorar, deixou a foto em cima da cama e se dirigiu ao banheiro para o tão esperado banho, ele queria justiça contra aqueles que tinham tirado tudo dele, queria que eles pagassem por todo o sofrimento que tinham lhe causado. Ele iria atrás de uma nova varinha, iria escrever pra Dumbledore pedindo para que conversasse com Olivaras e com os duendes de Gringotes explicando sua inocência, para que ele retomasse seu dinheiro e comprasse uma nova varinha. Ele iria atrás de viver novamente, iria enfrentar todos.


Após mais de uma hora no banho, saiu o novo Sirius Black, ainda magro e com feições marcadas pelos duros momentos que passou, mas agora estava com a barba e o cabelo mais curtos e limpos, os dentes limpos, suas roupas estavam limpas e nos seus olhos azuis, existia esperança. E foi com essa esperança que começou a escrever a carta que daria inicio a sua nova vida.
 


“Caro Alvo Dumbledore,


Sei que acredita que sou inocente, por isso preciso de sua ajuda, mas em troca gostaria a me dispor a oferecer tudo o que tenho para se fazer justiça contra a arte das trevas, preciso resolver e enfrentar algumas pendências do passado, mas assim que retornar dessa minha luta eu estarei a sua disposição e novamente a disposição da Ordem da Fênix.


Mas antes de partir preciso de 2 favores:



  • Uma varinha nova (não posso aparecer no beco diagonal ainda, por isso gostaria de pedir para que falasse com o Olivaras)

  • Minha herança dos BLACK (preciso de uma ajudinha com os duendes do Gringotes)


Sei que durante Hogwarts dei um pouco de trabalho (azarei alguns alunos, explodi algumas bombas de bosta, namorei um pouco além da conta) mas o senhor sabe que sou uma boa pessoa.


Necessito muito de ajuda,


Atenciosamente,


Sirius Black”


 


Após reler a carta e despachá-la pela pequena coruja, Sirius pode finalmente comer alguma comida quente (tinha pegado no caminho em uma quitanda e deixado o dinheiro no balcão) e deitar em uma cama limpa e macia, na qual se deixou vagar nas melhores lembranças que tinha dentro daquela casa, até finalmente adormecer.



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N/A: Olá meus lindos leitores, espero que gostem desse capitulo, e gostaria de agradecer de coração todos que comentaram essa fic. Desculpem se tiver erros, não tenho Beta por isso as vezes passa ta bom. BJS E COMENTEM SEMPRE!!

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Comentários (3)

  • Van Vet

     ALGUÉM APLICA UM MAX-3 NESSE SIRIUS CANINO! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK  Interessante essa Mansão Potter que vc teve ideia, nunca foi citado onde ficava a casa dos avós de Harry.   Que triste é esse destino dos marotos, né. Super tocante Sirius chorando junto a foto do amigo.  Será que o Alvo vai ajudar na questão da varinha... humm... vamos ver...       

    2012-08-17
  • gabyhosanas

    Oi Sah, adorei a fic, muito foda o que aconteceu com o Sirus neh, tipo náo lemos fics dos marotos na escola e depois "ver" o final deles é muito ruim. Mas sua fic ta muito boa parabéns..

    2011-09-12
  • Harry W. Potter

    *-* M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O Muito bom mesmo!!! Confesso que só li o cap 1 hoje, mas está perfeito apesar de estar pequeno. "Não é o tamanho do capítulo que determina a sua qualidade, mas sim, a dedicação com que foi escrito" =D bjos, e esperando o próximo cap.

    2011-08-23
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