De volta ao túnel



                                                                             
Então, demorei mas postei, espero que gostem. Comentem!!! =D
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Alvo Severo


Eu, Rosa e Scorpius passamos o resto do mês estudando e fazendo alguns passeios como aquele do primeiro dia à noite.  Às vezes Julieta se juntava a nós, e contava sobre como andava na sua casa, a Corvinal. Scorpius e Dominique acabaram se tornado amigos, e quando ele não estava comigo ou com Rosa, ele costumava ficar com ela.


Não tocávamos muito no assunto da caverna. Rosa estava sempre estudando muito, normalmente junto com Emily, uma grifinória também do primeiro ano. De vez em quando eu analisava o mapa, para ver se conseguia descobria possíveis caminhos para o caminho da direita. Meu irmão, Tiago, quase nunca falava comigo. Nossos horários eram completamente diferentes, e eu nunca esbarrava com ele pelo castelo. Normalmente ele me dava um “Oi” de manhã no Salão Comunal, quando acordava, mas não passava disso. Estava sempre muito ocupado com seus treinos de quadribol, já que era batedor.


Em uma certa noite, estávamos nós três sentados no Salão Comunal. Rosa lia um livro (como sempre) e eu e Scorpius conversávamos alegremente, até que Rosa levantou os olhos do livro, e fixou-os desfocadamente na lareira.


–Rosa – Scorpius perguntou, preocupado –Está tudo bem? – Nada. Rosa continuava olhando para a lareira.


–Rosa? – Tentei.


–Já sei! – Ela gritou e eu e Scorpius nos assustamos. Todos na sala comunal olharam para nós – Quer dizer... Já sei – Ela repetiu mais baixo com vergonha – Já sei o que tem no caminho da direita.


–E oque é? – Perguntei em tom de desafio.


–Bem... Eu estava lendo essa nova edição de “Hogwarts: Uma história” que minha mãe escreveu, e aqui está escrito: “De acordo com fontes no Ministério, depois da grande Batalha de Hogwarts, a escola foi reconstruída com vários caminhos, que podem servir de lembrança das antigas gerações que lá estudaram.” – Ela olhava de mim para Scorpius.


–Me desculpe, mas... não entendi – Scorpius admitiu – Oque está querendo nos dizer?


Rosa respirou fundo como se tetasse recuperar a paciência.


–Quero dizer – Ela disse nos encarando – que isso prova exatamente oque eu vim suspeitando que o túnel poderia ser. O túnel pode ser uma “lembrança” às pessoas que morreram durante a Batalha de Hogwarts.


–Mas e se túnel foi construído antes da Batalha, e não foi destruido durante? –Perguntei.


–Nesse caso, só tem um jeito de descobrir – Scorpius disse.


–Está dizendo... que deveríamos entrar lá denovo? –Rosa perguntou.


–Exato.


–E quando poderíamos ir? Durante a noite, depois do jantar? – Argumentei, Rosa balançou a cabeça negativamente.


–Eu não entro naquele buraco à noite nem arrastada!


–Podemos ir durante as aulas, nós matamos a aula e depois dizemos que estávamos doentes...


–Os professores iriam perceber–Scorpius interrompeu.


–E eu perderia as anotações das aulas! –Por mais que Rosa fosse como uma irmã para mim, às vezes ela me enchia com essa mania de Sabe-Tudo. Ficamos em silêncio por mais um longo tempo.


–Tudo bem – Rosa quebrou o silêncio – Mas vamos o mais rápido possíve! E vamos depois da aula de Transfiguração.


–Por que depois da aulda de Transfiguração? – Scorpius perguntou curioso.


–Porque eu gosto de Transfiguração, oras – Ela balançou a cabeça como se isso fosse óbvio – Mas então, podemos ir semana que vem? – Ela perguntou insegura.


–Por mim tudo bem – Concordei.


–Ótimo! Vejo vocês amanhã! – E correu em direção do dormitório feminino.


–Onde você vai?


–Conversar com as meninas.


–Que meninas? –Perguntei surpreso. Não sabia que Rosa tinha feito tantas amizades.


–As meninas com que surpreendentemente são do mesmo dormitório que eu. As minhas amigas. Sabe, eu não tenho que andar só com vocês!–E subiu pisando duro.


–Então tá! Tchau para você também, minha doce priminha– Reclamei em voz baixa e Scorpius riu de mim.


–Então – ele começou a falar – Acha que devíamos deixar Julieta ir com a gente lá para baixo também?


–Não sei – Respondi sinceramente – Imagino que sim, já que nós contamos tudo para ela –Ele assentiu. Jogamos uma partida de xadrez de bruxo antes de irmos nos deitar.


O dia seguinte amanheceu agitado. Rosa nos fazia perguntas e mais perguntas, para que estudássemos para o teste de História da Magia que teríamos naquela tarde. O dia seguiu naturalmente, até por volta da primeira aula depois do almoço.


Seguíamos rapidamente em direção à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas,  até que Scorpius parou de repente.


–Scorpius, o que foi? Vamos nos atrasar se não corrermos – Rosa alertou – Não posso me atrasar para uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, é a minha matéria favorita!


–Rosa – Eu chamei e ela olhou para mim – todas as matérias são suas favoritas.


–Não é verdade – Ela corou e voltou sua atenção para Scorpius.


–Olhem para isso – Ele apontou para a parede. Eu direcionei o olhar para o ponto que ele apontava. Havia uma parte faltando na parede. Um buraco enorme que dava para o jardim, e envolta do buraco, a parede dava a sensação de estar podre. Estava preta, e musgos verdes pareciam crescer ali. Scorpius encostou a mão, e imediatamente mais um pedaço da parede se soltou.


–O que é isso? – Rosa perguntou discretamente, enquanto um grupo de alunos da Sonserina passavam atrás de nós. Eu dei de ombros e continuei observando a parede.


–Não é óbvio? – O grupo da Sonserina parou no corredor, e uma menina de cabelos castanhos claros e olhos azuis se dirigia para perto de Rosa – Parece que quem reconstruiu essa escola, não fez um trabalho muito bom – Ela riu debochando.


–Você – continuou – deve ser a Filha de Ronald Weasley e Hermione Granger, não estou certa? – Rosa acentiu e ela olhou para mim – E você deve ser filho de Harry Potter. Minha mãe disse que a primeira garota do primeiro ano com sardas e cabelo ruivo que eu visse andando por ai seria você. Ha... e não é que ela estava certa?


–Por acaso eu te conheço? – Rosa perguntou rispidamente. A garota deu um meio sorrizinho.


–Não, ainda não nos conhecemos. Prazer, sou Patricia Brown – Rosa ficou vermelha de raiva, mas a menina pareceu não se importar.


–Sabe... – ela continuou – li em algum lugar por ai que seus pais ajudaram a reconstruir a escola, não é mesmo? – Ela bufou – Como eu disse... eles não fizeram um trabalho muito bom.


Ela pareceu achar sua piada divertida, porque saiu de lá cercada de seu grupinho, aos risos.


–Quem é essa? – Scorpius perguntou, e eu lembrei que ele também havia presenciado a cena. Balançei os ombros como quem não sabe, então nós dois encaramos Rosa.


–Não é ninguém demais. Só a filha de uma mulher que não gosta muito do meu pai.


–Porque ela não gosta do Tio Rony? – Perguntei.


–Por nada. Vamos, já estamos atrasados – E continuamos em direção à sala de aula.


 


Saimos da aula de Transfiguração, uma semana depois, e rumamos para a tapeçaria do sétimo andar. Rosa carregava uma mochila nas costas, e teimava em não nos deixar bisbilhotar o que havia lá dentro.


–Nós não devemos chamar Julieta? – Perguntei. Realmente gostaria se ela fosse conosco.


–Não temos tempo. Se formos procurá-la agora, vamos perder mais aulas. Não posso perder mais aulas – Rosa reclamou ao meu lado.


–Nos dissemos que iriamos deixá-la ir com a gente – Scorpius argumentou.


– Eu sei – Rosa retrucou – mas podemos contar para ela quando sairmos de lá – “se nós sairmos de lá”, pensei.


Ao chegarmos na frente da tapeçaria, levaintei-a até aparecer o buraco na parede. Nos entreolhamos.


–Quem vai primeiro? – Perguntou Scorpius.


– Eu vou – Respondi um pouco inseguro.


– Não, pode deixar... eu vou.


– Parem de discutir – Rosa nos interrompeu – Eu vou.


–Rosa, eu não acho que seja uma boa... – Scorpius começou, mas Rosa cortou-o novamente.


–Não. Eu fui primeiro da outra vez. Posso muito bem ir primeiro agora – protestou – E além do mais, o que pode ter de mais lá?


Eu e Scorpius nos entreolhamos. Não concordávamos com isso, mas sabíamos que discutir com Rosa estava fora de questão.


–Tudo bem – ela disse – eu entro primeiro. Vocês contam até quarenta, e entrem depois de mim, Ok?


–Ok – respondemos em uníssono.


Ela entrou n buraco e eu a segui, depois de quarenta segundos. Escorreguei por um tempo e cai com um baque surdo no chão da caberna. Scorpius caiu logo atrás de mim.


–Lembrem-se, se nos separarmos, ou se acontecer algo, nos encontramos aqui – Rosa disse e eu e Scorpius assentimos.


Lumus – Eu disse e começei a andar na frente, Rosa e Scorpius em algum lugar ao meu lado.


–Eu tinha me esquecido do tanto que esse lugar era escuro. Nem mesmo a luz da varinha consegue iluminar direito – Scorpius reclamou à minha direita.


Lumus Maxima! ouvi Rosa acender a luz da sua varinha e depois senti-a segurar a minha mão.


Ficamos mais algum tempo sem falar. Parecia que estávamos andando à horas. O silêncio foi quebrado por Rosa:


–À quanto tempo estamos andando? Parecem horas!


–Meus pés já estão começando a doer – Scorpius reclamou também.


–Eu sei. Os meus também – Concordei.


–Não podemos parar um pouco? Estou morta de fome... – Rosa soltou a minha mão – Só de pensar no tanto de aulas que estou perdendo...


–Esqueça as aulas. Não sabemos o que há que em baixo. E se algo nos atacar enquanto descansamos?


–Voltamos correndo, oras!


–Concordo com Rosa – Scorpius impôs – Estou muito cansado.


–Podemos descansar na volta, quando estivermos seguros no castelo – rebati. Eu odiava ser contrariado.


–Tá! Tudo bem! Mas vamos logo, esse lugar já está começando a me dar arrepios.


Andamos por mais um tempo, até que o túnel fez uma curva para a esquerda. Viramos, e lá no final o túnel acabava, dando para uma sala enorme. Do centro da sala emanava uma luz verde, mas eu não conseguia distinguir oque projetava a luz, por causa da distância da sala.


–O que é isso? Será que é uma daquelas câmaras da Batalha que Rosa disse? – Scorpius indagou. Eu dei de ombros e continuei encarando a luz verde – Eu vou lá olhar – Disse isso e se adiantou para a porta. Rosa apertava meu braço com força.


Scorpius andou alguns passos. Tirou a varinha de dentro do bolso e apertou-a.


E então acelerou o passo.


Andava rapidamente até a sala quando: Bum!


Scorpius se encontrava caído no chão. Rosa correu até ele e se ajoelhou ao seu lado.


–Scorpius, oque aconteceu? Porque você caiu? – Rosa falava ajudando-no a se sentar.


–Eu não sei! Estava andando e...e... alguma coisa me acertou! – Ele falava gritando. Parecia com muita raiva.


–Está tudo bem – Rosa acalmou-o e o ajudou a se levantar.


Eu me adiantei para a porta, pondo um pé à frente do outro, com as mãos esticadas à frente do corpo, devagar. Senti os olhares de Scorpius e Rosa à minhas costas, mas continuei andando.


Parei no lugar onde Scorpius alegava ter sido atingido por alguma coisa. Estiquei meus braços e senti alguma coisa tocando meus dedos. Uma barreira invisível.


–Rosa – chamei – poderia vir aqui um instante?


Ela se levantou e se postou ao meu lado.


–Olhe – eu levantei minha mão lentamente e encostei-a novamente na barreira invisível e Rosa imitou meu gesto.


–O que é isso? – Ela perguntou.


–Não tenho ideia. Imagino que seja uma barreira protetora, ou algo assim.


–Uma barreira protetora que proteje oque? – Ouvi Scorpius perguntando atrás de mim.


Isso é óbvio – Rosa começou – Essa barreira proteje oque está lá dentro – Ela apontou para a porta.


–Acho que devíamos voltar – Opinei. Olhei para o lado e percebi que Rosa segurava a mão de Scorpius. Não a minha.


Eu e Scorpius concordamos e nós três começamos a voltar pelo túnel, até que me lembrei de uma coisa:


–Ei, vocês não queriam parar e descansar um pouco? – Eles se viraram.


–Honestamente, tudo o que eu quero é sair desse buraco escuro – Rosa disse. Eu assenti e continuamos andando. Caminhamos novamente durante um longo tempo, até que chegamos na bifurcação. Voltamos a andar dessa vez, pelo caminho da direita.


Saímos pela porta do final do túnel, e olhei no meu relógio de pulso.


–Está quase na hora do almoço. Perdemos metade do horário de aulas –Rosa colocou a mão na cabeça. Como quem diz “Isso não podia ter acontecido”.

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