Capítulo 10



- Agora que Rowena já lançou tudo que é feitiço existente e criado por ela mesmo por toda a nossa volta, podemos começar a construir o castelo.


Um clima de êxtase invadiu todos que ouviam Godric falar naquela noite estrelada. Seus pais estavam a um canto e sorriam orgulhosos do filho.


- E como vamos fazer isso? – Helga perguntou animada.


- Pretendo contratar algum tipo de empregados...só não pensei em quais ainda.


- Não-Mágicos escravos? – Salazar sugeriu.


- Não vamos escravizar ninguém! – Helga mudou sua expressão para revoltada. – Muito menos Não-Mágicos!


- E por que não? Precisamos de alguém que construa a escola e depois para cuidar de manutenção. – então sorriu debochadamente. – Ou as meninas, com seus delicados vestidos, vão querer limpar cada extensão do castelo?


- Podemos contratar gente. – Helga o olhou fulminante.


- Sim? – fingiu falsa animação. – Poxa! Boa ideia! Mas diga-me...vamos pagar com nossa gratidão eterna?


- Ora...nós...podemos prometer em breve um pagamento. De início vai ser complicado, mas no futuro...


- E quem vai nos pagar para pagarmos a eles no futuro, minha querida? Não temos um tipo de reinado bruxo. E me divirto ao imaginar sugerirmos aos...trouxas...um ordenado para propagar nossa magia!


Helga cruzou os braços, irritada.


- Você sempre arranja algum empecilho!


- Trouxas? – Rowena sussurrou, segurando o riso. – O que são os trouxas?


- São como, nosso amigo aqui, chama os Não-Mágicos. – Godric sorriu também. – Imaginaria ele chamando-os de qualquer outro nome pior, não?


Rowena fez que sim e depois repetiu a palavra, seguida de "gostei...".


- Mas, infelizmente, ele está certo, Helga. Não temos dinheiro. Soube que em alguns outros países como Espanha, Portugal e China, os bruxos estão se juntando para formarem um tipo de...governo, acho que é esse o nome, e formar uma moeda única.


- Não temos quem represente a Britânia? – Helga perguntou.


- Não ainda...precisamos realmente pensar em alguém ou ficaremos de fora disso. E não podemos nos dar esse luxo. Ainda mais agora que já começamos nossos planos.


- Ouvi dizer que na França eles conseguiram abrir uma escola de bruxos também. Estão enfrentando várias dificuldades, mas ao menos um passo foi dado. – Rowena deu de ombros. – Poderíamos ir lá e procurarmos saber como eles fizeram, quem usaram para isso...


- Não gosto de franceses. – um dos bruxos da antiga vila destruída, comentou.


- Nem eu. – Godric riu. – Mas essa é uma boa ideia e teremos que ignorar nossos "desgostos".


- A escola será para crianças, certo? O que o resto de nós fará? – uma senhora de idade, próxima às sombras das árvores, interrogou.


- Bom, decidimos que será para crianças de 11 até 17 anos. A partir daí, já serão de maioridade e já terão aprendido bastante coisa. Acho que sete anos é o suficiente. Teremos que buscar em vários lugares, bruxos especialmente bons em coisas diferentes e oferecer o trabalho. Apenas nós não seríamos o suficiente. Como ainda será o começo e provavelmente não teremos muitos alunos, vocês poderão aprender também, se assim desejarem.


- E vamos morar no castelo? – a senhora continuou.


- Assim que arranjarmos a mão-de-obra, construiremos uma cidade. Será a primeira cidade bruxa que conhecemos. – Godric sorriu e as pessoas começaram a conversar entre si, animadas. – Mais alguma pergunta?


- Quem será enviado para essa reunião sobre o tal governo e moeda única entre os países bruxos? – dessa vez era um velho, ao lado da mulher de antes. Parecia seu marido.


- Bom, ainda não está totalmente decidido. Mas se todos concordarem, acho que a melhor pessoa seria nosso velho e sábio Merlin, enquanto eu e Salazar partiremos em direção a França, nos comunicarmos com essa escola.


Todos pareceram aprovar de pronto essa decisão.


- Ótimo. Então, acho melhor dormirmos. Amanhã partiremos.




Salazar aproximou-se de Helga, puxando-a pelo braço.


- Ei...ficou brava comigo?


- Não imagina. Você é um doce. – falou emburrada e soltando-se bruscamente das mãos dele.


- Olha...eu só estava comentando sobre fatos.


- Precisava ser debochado e grosso? – andou em direção a um monte de cobertas. – Agora com licença. Irei dormir.


- Não foi minha intenção. Olha...vou embora amanhã e demorarei dias para voltar. Vai mesmo me deixar ir, brigado assim?


- E por que não? Não somos amigos e nada mais. Somos apenas duas pessoas unidas por um mesmo objetivo.


Salazar levantou então irritado, assustando a garota.


- Ótimo! – se afastou com passos firmes. – É mesmo uma criança. Irritante e barulhenta.


Rowena aproximou-se sorrindo com um rolo de pergaminhos e tinta nas mãos e Godric logo atrás.


- Ei, grandão. Volta aqui. – puxou ele pela gola de volta a onde Helga estava deitada. – Pombinhos, parem com as brigas e vamos conversar.


- Pombinhos? Ora nós... – Helga começou levantando-se, mas Rowena interrompeu.


- Ta ta...temos coisas mais importantes para discutir. O que acham de dividir os futuros alunos em Casas?


- Casas? – perguntou a menina.


- Sim. Quatro Casas melhor dizendo. Uma para cada um de nós. Acho que seria melhor dividir os alunos em casas. Assim formaríamos um esquema melhor de aulas. O colégio abrigará muita gente e será bem complicado...


- Gostei disso.


- Então temos que pensar em símbolos ou brasões, nomes, cores e qualidades. Coisas assim, para podermos dividir os meninos. Mas só seria dividido para isso. Na verdade todos podem continuar amigos.


- Bem interessante. - concordou Salazar.


- Que bom que gostaram. Tomem. – ela entregou um bolo de pergaminho, vidro de tinta e uma pena para cada um. – Quando já tiverem tudo resolvido, é só falarem. Aí juntos, poderemos pensar em um emblema para o colégio. Um que una todos os quatro.


- Mas amanhã vamos viajar para a França, não temos tempo para... – Salazar disse apontando para si mesmo e o outro rapaz.


- Bom, vocês não sabem ainda onde fica a escola francesa, então não podem aparatar. Daqui até a França de cavalo é bastante tempo. Dias...acho que é uma ótima oportunidade de pensarem. Um pode ajudar o outro. Boa noite. – levantou e saiu.


Godric a observou partir com um sorriso, enquanto Salazar levantava e resmungava.


- Garota mandona...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • HiHeloise

    O fato da Rowena ser assim mandona e decidida é que ela combina muito com a personalidade do Godric. E eu achei muito fofa a cena do Salazar e daHelga, ainda que tenha sido uma briga. Imaginar como eles escolheram os simbolos e as cores é o mais divertido

    2012-07-29
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.