Na Floresta Proibida



– Capítulo 17 –


Na Floresta Proibida


 


 


POV Jennifer Potter


Parecia que fazia dias ou semanas que eu estava ali. Não saberia dizer, pois perdi a noção do tempo. Senti a consciência me recobrar aos poucos. Logo eu podia ouvir o que se passava ao meu redor, embora ainda não pudesse reagir a nada. Meu corpo permanecia imóvel.


Ouvi uma porta se abrir, passos se aproximarem e senti alguém tocar minha mão.


- Eles não acordaram ainda?


- Não.


- As cicatrizes voltaram ao normal.


- O professor Dumbledore as fechou. Eu não saberia como lidar com cicatrizes causadas por um feitiço tão poderoso quanto esse.


O que? Como Madame Pomfrey sabia sobre isso? E como ela contava isso para outras pessoas?


- Eles podem nos ouvir? – reconheci a voz de Gina.


- Não saberia dizer.


- Jen? Jen, pode abrir os olhos? Pode apertar minha mão?


Era difícil não reagir a aquela voz. Normalmente eu sentiria um arrepio percorrer meu corpo ao escutá-la. Fui privada disso no momento. Lembrei-me do que ele havia dito na ultima vez que conversamos. Senti meu coração derramar calor. Eu o amava também. Sentindo sua mão tocar a minha, esforcei-me para apertar a dele também, mas não consegui. O que estava havendo comigo?


- Ela parece tão dura. Será que...


- Calma, Sr. Black. Eles vão ficar bem.


Eu queria muito dizer a ele que eu estava bem e que podia escutá-lo, mas não conseguia abrir a boca. Aos poucos outras preocupações começaram a tomar minha mente.


Eles disseram que Harry estava inconsciente. Mas como ele está? Por que não falam mais dele? E onde está Mark? Por que não vem aqui ajudar a gente como ele sempre fez a vida toda?


- O que vai acontecer depois? – era a voz de Rony.


- O prof.º Dumbledore disse que eles não poderão voltar para o futuro – respondeu Hermione.


Sirius aumentou a pressão que fazia em minha mão.


- Onde está Mark? – essa voz era de Lily.


- Mandei ele subir e descansar um pouco – respondeu Madame Pomfrey – O pobrezinho não sai daqui noite e dia preocupado com os irmãos. Deu o que fazer para convence-lo a subir. Ele diz que quer estar aqui quando eles acordarem. Se não fosse Tiago Potter, eu não sei o que faria.


Houve um suspiro.


Eu não estava entendendo nada. Por que eu e Harry não poderemos voltar para o futuro? E, se Mark não saia daqui noite e dia, a quanto tempo exatamente estávamos aqui? Queria poder abrir os olhos e deixar Sirius ler meus pensamentos. Assim ele poderia responder minhas perguntas mesmo que eu não pudesse dizê-las.


Senti uma leve pontada na minha cabeça. Isso era estranho. Quem puxara meu cabelo?


- Está na hora de vocês irem. Acabou o horário de visita e é quase hora do jantar – disse Madame Pomfrey – Poderão voltar amanhã.


Senti uma pressão na minha testa e depois a voz de Sirius em meu ouvido.


- Boa noite, meu amor.


Institivamente quis responder, e fiquei frustrada ao me lembrar que eu não falava. Escutei Gina conversando com Harry e a invejei. Então outra mão segurou a minha e eu me distrai dessa ideia por um momento. Esse toque eu conhecia muito bem. Estava acostumada a ele.


- Até amanhã, amor.


A voz de Cedric só veio para confirmar o que eu já sabia. Mas estranhei ele não ter dito nada até o momento. Será que ele estava chateado comigo por causa do baile, ou só estava preocupado. O que ele estaria achando da aproximação de Sirius?


Ouvi passos se afastando e uma porta batendo. Silencio. Na falta do que fazer comecei a contar carneirinhos. Logo, a escuridão voltou.


 


POV Narrador


- O que está fazendo? – perguntou Régulo, juntando-se a Bellatriz em um canto escuro do salão comunal.


Ela ergueu um fio de cabelo.


- O que é isso? – perguntou confuso.


- Um fio de cabelo.


- Isso eu percebi, mas de quem é?


- Jennifer Potter.


Momento de silencio.


- Como pegou isso?


- Fui visita-la na ala hospitalar. Mas não se preocupe. Ninguém me viu. Sou ótima em feitiço da desilusão.


- Para que você precisa de um fio de cabelo de Jennifer Potter?


Bella ergueu os olhos, o analisando.


- O Lorde das Trevas quer ela e o irmão mortos, começando por ela que é o elo mais fraco.


- Acredita realmente que ela é o elo mais fraco?


Bella estreitou os olhos.


- O que você sabe que não sei?


Régulo deu de ombros.


- Nada. Mas não acha que já fez o suficiente contando para a escola inteira que ela e o irmão mataram o Lorde das Trevas?


- Ora, Régulo, aquilo foi apenas para acabar com a felicidade deles. Como eu disse: o Lorde das Trevas os quer mortos.


- O que você vai fazer?


- Aprendi a fazer um feitiço muito simples. Através do fio de cabelo dela posso chegar na mente dela e colocar uma imagem. Crio uma ilusão que para ela vai ser real – disse Bella – Vou usar isso para levá-la para a floresta proibida. Hoje é noite de lua cheia. Severo e Lúcio foram para o Salgueiro Lutador. Eles vão paralisá-lo e soltar a “fera” – ela riu – Se Lupin não conseguir matá-la ao menos destruirá aquele rostinho bonito dela.


Régulo arregalou os olhos.


- Não pode fazer isso! – grunhiu dando um soco na mesa.


O sorriso dela se apagou.


- O que disse?


-Não vou deixar você fazer isso com Jennifer.


Bella riu.


- Ora, ora, ora, mas o que vejo. Régulo Black acabou se apaixonando pela bela flor do campo, a tão adorada Jennifer Potter – sua voz era embargada de cinismo.


- Não sei o que está dizendo.


- Não sei o que está dizendo.


- Não sabe? Então por que quer mantê-la viva?


- Só estou preocupado que você levante suspeitas para nós.


- Preocupado? Tenho uma solução para isso. Daqui a uma hora procure Dumbledore e diga a ele que você viu o vulto de um aluno entrando na floresta.


- Você não mede esforços para conseguir o que quer, não é?


- Só quero me vingar da morte do Lorde das Trevas.


- Ou tentar de alguma forma superar sua inveja dela.


- O que?!


Régulo não respondeu. Levantou-se e subiu para o dormitório. Fazendo cara feia, Bellatrix olhou para o fio de cabelo em suas mão e o tocou com a varinha.


- Ilusão Realista.


 


- Posso entrar?


Tiago ergueu os olhos do livro que lia, para a ruiva parada à porta do dormitório. Ajeitou-se na cama rapidamente.


- Mas é claro.


- Vim ver com você e Mark estão – disse Lily sentando-se ao pé da cama do maroto e olhando para Mark que dormia na cama do lado – Ultimamente só os vejo durante as aulas.


- É, nós temos passado todo o tempo livre na ala hospitalar – sua voz parecia cansada.


- Está tudo bem com você?


Ele desviou os olhos da ruiva e olhou para Mark.


- Só estou preocupado – disse com uma ruga entre as sobrancelhas – Fazem duas semanas e Harry e Jenny não acordaram ainda. Mark mal tem comido e tem tido pesadelos a noite... Meus pais vieram aqui ontem e deram uma poção para ele tomar todos os dias antes de dormir. Eles visitaram Harry e Jenny junto com Dumbledore e saíram de lá com caras estranhas... acho que Dumbledore disse alguma coisa a eles. E depois essa história que se espalhou... “ Os meninos que sobreviveram”, “Os Eleitos”... Você entende tudo o que eles já passaram? E eu nem vou estar por perto para ajuda-los...


- Ei! Calma! – Lílian pegou sua mão – Você não tem culpa de nada Tiago. Tente se acalmar.


- Isso tem sido meio impossível ultimamente. E ainda tem esse negócio de Sirius estar apaixonado por Jenny... – disse Tiago – Pela primeira vez estou com medo do futuro, Lílian. Não por mim, mas pelas pessoas que eu amo.


- Quem mais te preocupa?


- Você.


Ela o olhou surpresa.


- Mark não me deu detalhes – disse ele – mas ele disse que eu morri primeiro, tentando salvar minha família. Minha esposa não precisava ter morrido, mas ela quis ir no lugar dos três. – ele fez uma pausa – Mark não disse quem era ela, mas... Harry e Jenny têm os seus olhos.


Ele arriscou olhar para ela. Ela fitava o chão com lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios.


- Lily?


Ela ergueu os olhos.


- Por que esse sorriso?


Ela balançou a cabeça levemente.


- Jenny pediu para não dizer a ninguém, mas... você precisa saber – disse ela – Eu serei a mãe deles.


Tiago não sabia se ria ou se chorava. Limitou-se a um leve sorriso.


- Como lidou com isso? – perguntou.


- Como assim?


- Como foi para você? Descobrir que no fim das contas vai me amar, nos casaremos e teremos três filhos maravilhosos?


- Foi confuso no começo, mas aos poucos eu percebi que... formaremos uma linda família.


Tiago sorriu levemente.


- Está com medo? – perguntou.


- Não tenho medo da morte se é o que quer saber. Vou morrer para salvar meus filhos. Com certeza não existe melhor forma para isso. Eu já os amo.


- Não sabe o quanto te admiro.


Ela sorriu.


- Obrigada.


Ele olhou para as feições coradas da ruiva e também sorriu.


- Eu te amo, Lílian Potter.


Ela riu.


- Ainda não sou Potter!


- Disse muito bem: ainda não. Já posso marcar a data do casamento?


- Você vai me deixar louca desse jeito.


- Você quer ficar louca?


- Desistiria de mim se eu ficasse?


- Nunca.


- Não se importaria mesmo?


- Eu já sou louco por você há muito tempo – disse ele sorrindo.


- Formaríamos o casal perfeito então.


- Eu sempre soube disso, ruiva.


- Convencido! Eu duvido que sabe essa – disse ela.


- O que?


- Eu te amo, Tiago Potter.


Ele deu seu maior sorriso.


- Eu também te amo, Lílian Evans.


 


 


POV Jennifer Potter


Senti a consciência voltar aos poucos. Percebi que agora eu podia me mexer, embora estivesse tão dura que achei difícil fazer isso. Estaria eu me esquecendo de como movimentar?


Lentamente abri os olhos. O ambiente estava um pouco escuro. Sentei-me. Uma mulher muito bonita de longos cabelos acaju e olhos verde vivos, sorriu para mim.


- Mãe?


- Como você está? Sente-se melhor, meu bem? – ela me perguntou.


- Estou bem, sim. Mas... como chegou aqui?


Ela riu da pergunta.


- Não está feliz em me ver?


- Claro que estou! – apressei em dizer – Só fiquei surpresa...


- Venha comigo, querida. Não temos muito tempo.


Ela pegou minha mão e me ajudou a descer da cama. Pegou meu robe e me cobriu por cima da camisola curta.


- Aonde vamos? – perguntei.


- Seu pai quer te ver.


Parei de andar.


- Por que ele não veio aqui?


- Ele quer te fazer uma surpresa.


Sorri.


- Não vai me contar o que é?


Mamãe riu.


- Não vou estragar a surpresa.


Parei de novo.


- Mas e Harry e Mark? Temos que chama-los.


- Eles já estão com seu pai.


- Sério?


Voltei a andar. Estava me sentindo muito feliz. Quase leve. Percebi que íamos para a floresta proibida.


- Por que o papai foi para lá, mãe?


- Parte da surpresa.


Ela pegou minha mão e me puxou para dentro da floresta. Senti que ela parecia impaciente, mas pensei que fosse ansiedade de encontrar meu pai. Adentramos cada vez mais na escuridão. Não vimos uma única alma viva pelo caminho, mas logo comecei a escutar patas batendo no chão. Olhei para minha mãe assustada, mas ela sorria. Olhei para onde ela olhava.


Um enorme cervo veio em nossa direção e curvou-se para mim, querendo carinho. Sorri e olhei para minha mãe que me incentivou a continuar. Ergui minha mão e toquei seu focinho. Franzi minha testa. Eu esperava um pelo macio, mas na verdade era áspero. Muito áspero.


Virei-me para mamãe, mas ela não estava mais ali. Aonde teria ido? Olhei para o cervo. Ele também sumira, mas eu ainda me sentia tocar nele. Logo a floresta ao meu redor começou a escurecer... escurecer... até eu não ver mais nada. Breu. Percebi então que eu estava de olhos fechados. Achei estranho, não me lembrei de tê-los fechado. Abri-os lentamente. Minha mão ainda estava erguida para tocar o cervo, mas não era o cervo que ela tocava. Era o tronco de uma árvore. Abaixei o braço e olhei ao meu redor. Eu estava sozinha.


Um uivo cortou o ar frio da noite na floresta proibida.


 


 


POV Narrador


Sirius estava no salão comunal quase deserto. Remo dissera para ele e Tiago descansarem essa noite ao invés de ir para a casa dos gritos. Eles estavam exaustos tamanha era a correria entre intervalos das aulas e horários vagos para visitar Harry e Jenny. Lina estava adormecida em seu colo, enquanto Clark e Rony recebiam ajuda de Hermione para fazerem os deveres mais ao canto.


Uma das corujas da torre de Hogwarts entrou pela janela e depositou um pequeno bilhete no acento ao lado de Sirius. Ele o olhou surpreso e abriu.


 


“Jennifer corre perigo. Ela foi para a


floresta proibida.


Salve-a.”


 


Sirius conhecia aquela letra muito bem. Régulo. Mas o que ele estava tramando? O que queria dizer com aquilo se Jennifer estava desacordada na ala hospitalar?


O buraco do retrato se abriu e todos se viraram para ver quem chegava tão tarde da noite.


- Onde está Jennifer?


- Harry! – exclamou Hermione levantando-se para abraça-lo – Você acordou! Finalmente! Mas por que você está aqui? Não deveria ter saído da ala hospitalar...


- Sai porque Jennifer não estava lá. Quero vê-la. Onde ela está?


- Jenny... ela... ela não está na ala hospitalar? – gaguejou Hermione.


- Mas ela estava lá antes do jantar – disse Rony confuso – Ela não apareceu por aqui...


Todos viraram-se para Sirius que permanecia calado. Ele fechou a boca e ergueu o bilhete.


- Ela está na floresta proibida.


 


 


Mark acordou um pouco confuso. Tivera um sono sem sonhos graças à poção de seus avós. Abriu os olhos lentamente e sorriu com o que viu. Tiago estava encostado na cabeceira da cama ao lado com Lílian deitada em seu peito. Ambos dormiam e aparentemente estiveram velando o sono do filho antes disso.


Sem pressa sentou-se na cama e espreguiçou. Sobressaltou-se então com um estrondo que fez Tiago e Lílian acordarem. A porta do dormitório se abrira violentamente e por ela entraram Sirius, Clark, Lina, Rony, Mione, Gina e Harry.


- Harry? – Mark levantou-se rapidamente.


- Mark, a Jenny sumiu.


- O que?


- Sirius acha que ela está na floresta proibida – disse mostrando o bilhete.


- Mas é noite de lua cheia! – disse levando as mãos a boca.


Todos a olharam surpresos.


- Eu sei que Remo é um lobisomem – disse ela – Por favor, não subestimem minha inteligência.


- Quem mandou isso? – perguntou Mark, ignorando-a.


- Não faço ideia – mentiu Sirius.


Eles ouviram um uivo vindo da floresta proibida e arfaram.


- Não era para o Remo estar na casa dos grit...?


Hermione nem terminara de falar e Sirius e Tiago saíram correndo do dormitório. Harry e Mark fizeram menção de segui-los, mas Rony e Clark os impediram.


- Eles são animagos. Vocês lá só trariam mais problemas.


- Eles são o que? – prguntou Lily.


- Animagos – respondeu Clark com a voz entediada.


Lily arregalou os olhos.


- Como?


- Acho melhor o Tiago te explicar depois... – ele parou de falar ao ver Lina sentada no chão no canto do quarto – Lina? Por que está chorando?


- O Remo vai matar a Jenny?


Todos se viraram para ela.


 - Não, Lina! – Hermione foi até ele ampará-la – Remo está sendo controlado pela lua cheia, mas Sirius e Tiago foram ajudá-lo e depois vão trazer Jenny de volta.


-Harry – Mark virou-se para ele – A ligação entre vocês voltou. Tente entrar na mente de dela. Veja se está bem.


Harry assentiu e fechou os olhos.


“Viu um enorme cervo aproximar-se e curvar a cabeça. Ele sorriu para o animal e olhou para os lados. Uma belíssima mulher de cabelos acaju estava ali o incentivando a continuar. Harry tocou o focinho do cervo e estranhou a textura.


Virou-se para perguntar para sua mãe o porquê daquilo, mas ela não estava ali. Lembrou-se então que ela estava morta. Virou-se para o cervo que também não estava mais ali.


Alguém estava controlando a mente de Jennifer. Fez força com o próprio pensamento para despertá-la. Aos poucos a mente dela ficou escura e ela lentamente abriu os olhos.


A mão que tocava a árvore não estava mais ali e Jenny olhava ao seu redor. Estava sozinha no escuro.


Outro uivo cortou o ar da floresta.”


Harry ofegou e abriu os olhos.


- Remo está perto dela. Sirius e Tiago têm de ser rápidos.


 


 


POV Jennifer Potter


Ao ouvir o uivo, virei-me em sua direção. Estava muito próximo. Tentei achar minha varinha, mas ao apalpar minhas vestes percebi que só estava com uma fina e curta camisola, que embora fosse a minha preferida, eu não a escolheria para um tour à noite na floresta proibida em pleno outono.


Um rosnado às minhas costas me alertou mais uma vez para o perigo. Virei-me rapidamente. Um lobisomem adulto saia de trás das árvores e me lançava um olhar mortal. Recuei alguns passos tentando não fazer movimentos bruscos, mas foi inútil, porque tropecei na raiz da enorme árvore e cai em cima do tapete de folhas secas no chão da floresta.


A fera parecia satisfeita com sua presa indefesa e encurralada. Mais um rosnado saiu de sua garganta, antes de avançar para mim.


Escondi meu rosto em meus braços esperando o ataque que não chegou a acontecer. Ao invés disso ouvi galopes, mais rosnados e grunhidos. Virei-me para olhar.


Um enorme cão e um cervo impediam o lobisomem de avançar. O cervo olhou para mim e balançou a gralhada indicando para que eu corresse. Rapidamente me coloquei em pé e corri, sem saber para onde. Estava perdida. Senti algumas pedrinhas e folhas secas cortarem meus pés descalços enquanto corria. Outros galhos baixos arranhavam meu rosto, braços e pernas, mas nem por isso parei. Embrenhava cada vez mais na floresta escura.


Ouvi alguém me chamar ao longe, mas pensei que fosse mais uma ilusão. Concentrei-me em fechar minha mente enquanto corria, mas parecia não estar funcionando. A voz ainda me chamava.


- Me deixe em paz! – gritei para o nada.


Cheguei em uma parte rochosa que eu nunca vira antes e comecei a subir as pedras. Olhei para baixo. Havia um pequeno rio ali, a uns sete metros da onde eu estava. Ouvi algo se mexer à minhas costas e olhei para as árvores. Será que o lobisomem voltara? E onde estariam Sirius e Tiago? Mais um movimento. Não pensei duas vezes. Pulei para o rio.


 


 


POV Narrador


Tiago e Sirius seguiram em suas formas animagas em direção ao uivo. Chegaram a tempo de ver Jenny caída no chão e o lobisomem avançar para ela. O cervo o impediu de continuar, se colocando entre ele e ela. O cachorro avançou para o lobisomem. Tiago virou-se para Jenny que o olhava surpresa. Indicou para ela correr e virou-se para Remo/lobisomem.


Com dificuldade, Tiago e Sirius conseguiram distrair o lobisomem de sua presa humana. Eles o levaram na direção do salgueiro lutador, mas Tiago parou atrás de uma arvore longe da vista do lobisomem e se transformou.


- Vai atrás da Jenny – disse para o cachorro – Eu levo Aluado para a casa dos gritos.


O cachorro acenou e correu na direção oposta. Farejou Jenny por um longo pedaço até finalmente avistá-la. Transformou-se.


- Jen! Jen, espera! Jennifer! – gritou, mas parecia que quanto mais gritava mais ela corria. Correu atrás dela.


Será que está irritada por causa do baile?’ pensou.


-Jen! Por favor, espera! Me escuta!


-Me deixe em paz! – ela gritou.


Ela subiu nas rochas e olhou para o rio que Sirius sabia que existia ali.  Virou-se para as arvores próximas à ela. Ele correu mais, tentando alcança-la, mas antes que isso acontecesse ela ficou em pé nas pedras e pulou no rio.


- Jennifer!


Sem pensar duas vezes, Sirius subiu as rochas e pulou no rio atrás da Jennifer, mas ela não estava mais ali. Não na superfície pelo menos. ‘Ela sabe nadar, não sabe?’ pensou tentando se acalmar. Ele mergulhou para procura-la, mas estava escuro e ele não enxergava nada dentro d’agua. Subiu para tomar folego.


- Jen! – gritou desesperado e mergulhou novamente.


Nadava de um lado para o outro às cegas, mas era inútil. Jenny não estava ali e se estivesse não iria encontra-la no escuro da noite. Subiu novamente para tomar mais folego.


- JENNIFER! – gritou.


- Oi?


Sirius virou-se rapidamente em direção à voz. A luz da lua iluminava seu rosto lhe dando a mesma imagem surreal que tivera na clareira. Ela estava em pé na beirada do rio e parecia surpresa em vê-lo. Ele foi até ela e tocou seu rosto, afastando seus cabelos molhados. Uma lagrima escorreu pelos olhos do maroto.


-Sirius por que você tá assim?


-Por que eu to assim? – ele achou graça da pergunta como se fosse obvia – Porque já é a terceira vez em duas semanas que pensei que tivesse te perdido! No baile, o lobisomem e agora! É querer lutar contra o impossível tentar te manter viva, não é?


Jenny riu.


-Eu te disse que a minha vida não era historia para fazer crianças dormirem – disse.


Gotas começaram a cair em seus rostos.


-Está começando a chover – disse Sirius – Precisamos nos esconder. Vem comigo.


Ele a puxou por entre as árvores, se afastando do rio. A chuva engrossava cada vez mais e alguns relâmpagos tomavam o céu, dando súbitos clarões na floresta. Sirius levou Jenny para uma caverna que achou, fez surgir um fogo azulado para aquece-los e secou suas vestes com um feitiço. Imediatamente olhou para ela e deu seu melhor sorriso maroto.


- Você está magnífica com essa mini camisola, mas terá que vestir minha camisa ou morrerá de frio – disse ele.


- Mas e você?


- Sou quente de natureza – disse convencido – não se preocupe comigo.


Ele começou a desabotoar a camisa do uniforme e Jenny voltou todas suas atenções para o peitoral bem definido do maroto. Nem percebeu que mordia seus lábios inferiores.


- Se divertindo? – ele perguntou sorrindo.


Jenny não respondeu. Sentiu sua respiração ficar mais forte e seu corpo se arrepiar quando Sirius se aproximou ainda com aquele sorriso para vestir-lhe sua camisa, mas isso não aconteceu. Ao invés disso ele segurou sua cintura fortemente e a colocou contra a parede da caverna.


Uma das mãos de Sirius enlaçou-se mais a cintura de Jenny, enquanto ele encaixava suas pernas perfeitamente. A outra subiu para o pescoço da garota e desenhou com a ponta dos dedos sua lateral, descendo para os ombros e baixando uma das alças da camisola.


Jenny puxou seus próprios cabelos para o lado, liberando o ombro com a pele a mostra. Abraçou as costas nuas de Sirius que se inclinou para beijar seu ombro. Jenny fechou os olhos com o toque e arranhou levemente as costas de Sirius. Ele gemeu baixinho e a puxou mais fortemente para si, a beijando ardentemente, enquanto tentava se livrar da camisola dela. Cuidadosamente a deitou no chão da caverna.


 


Tiago entrou no dormitório masculino e encontrou os amigos o aguardando. Todos avançaram para ele.


- Cadê a Jenny?


- O que aconteceu?


Tiago suspirou e olhou para Harry e Mark.


- Sirius foi procura-la. Eu levei Remo de volta para o salgueiro lutador – respondeu – Tem alguma coisa errada. A árvore estava parada. Remo não consegue pará-la sozinho.


- Você acha que armaram isso? – perguntou Lilian preocupada.


- Mas quem poderia ter armado? Você-Sabe-Quem não pode entrar no castelo – disse Clark.


Todos ficaram em silencio. Harry e Mark trocaram um olhar significativo.


- Será que eles vão demorar? – perguntou Lina.


Hermione a abraçou.


- Eles vão chegar logo – disse – É melhor irmos dormir. Jenny com certeza vai acordar Harry e Mark quando chegar. Eles nos acordam quando isso acontecer.


Todos concordaram em seguiram para suas camas. Hermione, Gina e Lina deixaram o quarto, ficando apenas Lílian e os três Potter no centro do quarto.


Lílian olhou para Harry que também a olhava. Sorriu tristemente e foi abraça-lo. Por cima do ombro de Harry, ela chamou Mark que também os abraçou.


- Jenny vai ficar bem – sussurrou para os dois.


- Não da pra relaxar sabendo que ela está lá – disse Mark.


- Acha que eu teria voltado se não soubesse que ela está perfeitamente segura com Sirius? – perguntou Tiago – Vocês têm que descansar. Está chovendo lá fora. Todas as criaturas da floresta devem ter se abrigado. Eles estão seguros – ele aproximou e abraçou os três – Eu vou cuidar de vocês quatro. Só quero que durmam agora. Jenny estará aqui quando acordarmos.


Harry soltou-se do abraço.


- Vou descer para falar com Gina – disse afastando-se.


Mark foi para sua cama.


Lílian olhou para Tiago.


- Você não está tão bem quanto quer demonstrar – acusou.


Ele suspirou e sorriu fracamente.


- Eu vou ficar só estou preocupado.


- Quer que eu fique aqui com você?


O sorriso de Tiago aumentou.


- A oferta é realmente tentadora, e  eu sei que vou me arrepender disso amanhã, mas não quero que se preocupe comigo – disse – Boa noite Lílian.


- Boa noite, Tiago.


 


- Gina – Harry chamou quando desceu para o salão comunal.


Ela levantou-se da poltrona em que estava e foi abraça-lo.


- Estou tão feliz que tenha acordado, Harry. Eu estava com tanto medo. Vocês ficaram desacordados por duas semanas!


- Está tudo bem, agora.


Ela o soltou.


- Você tentou entrar na mente de Jenny de novo? – perguntou.


- Tentei. Ela deve ter percebido que alguém colocou uma ilusão em sua mente, porque está usando oclumência.


Ela suspirou. Ficaram em silencio por um tempo.


- Dumbledore disse que você e Jenny não poderão voltar para o futuro – disse Gina – Não enquanto houver uma parte de Voldemort do passado em vocês.


- Eu já esperava por isso.


- E o que vai fazer?


- Tudo no seu tempo. Primeiro quero Jennifer de volta. Depois pensarei nisso.


Ela acenou. Harry olhou para ela e sorriu.


- Eu já disse que eu te amo?


Gina também sorriu.


- Hoje não. Na verdade, nas ultimas duas semanas não.


- Tenho sido um péssimo namorado então.


- Que bom que percebeu.


- Mas prometo te recompensar.


Ela se aproximou mais dele.


- Como?


- Assim.


Harry a beijou ardentemente.

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Comentários (1)

  • lily jean OLIVER

    esse cap está dez amei todo el pricipalmente a de jenny e sirius >.< até o prox espero que seja logo

    2013-01-27
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