A Profecia



 


"Acreditei na força do teu querer, mas o ciúme foi maior que você. Ressentimentos cegou minha visão e aquele amor virou antiga paixão..."


                                                              Jennifer Potter


 


A Prof.ª Trelawney estava parada no centro da sala, dura como uma estátua. Uma das mãos estavam apoiadas ao ombro do Prof.º Flitwick que exibia uma expressão apavorada. Ela olhava para um ponto fixo à frente e quando abriu a boca sua voz saiu rouca.


A parte adormecida está próxima do despertar... A ligação das varinhas mais uma vez os unirá... Quando o Lorde das Trevas partir sua alma, as marcas atingirão a verdade... E agora que o passado e futuro se cruzaram, aqueles com o poder de vencer o Lorde das Trevas voltarão a enfrentá-lo... E um amor que atravessa os limites do tempo poderá ser a única chance de impedi-lo de corromper o que foi salvo...”


  Depois de ditas as palavras, sua cabeça caiu por alguns segundos e depois se reergueu. Flitwick continuou a olhá-la assustado, mas sem dizer uma única palavra. Talvez soubesse que se tratava de uma profecia.


- O que estava falando mesmo Filio? – Trelawney perguntou não se lembrando da cena de um minuto atrás – Ah, sim! Preciso ir. Meus alunos do 3º ano já devem estar me esperando...


Ela virou-se para a porta, mas antes que o fizesse Harry saiu da sala sem ser notado fingindo não ter presenciado a cena. Jenny entendeu a jogada.


- Ah! Srta. Potter! Como vai? – perguntou Trelawney


- Vou bem, obrigada – então se virou para o outro – Prof.º Flitwick, meu irmão não está passando muito bem, então vou acompanhá-lo até a ala hospitalar, tudo bem?


- Mas é claro que sim, Srta. Potter, mas vá rápido – disse ele – não pode perder seu primeiro dia de aula.


Jenny saiu da sala apressada e foi acompanhada por Harry. Ao chegarem a um corredor vazio eles pararam.


- Está com a capa da invisibilidade? – ela perguntou


- Não a tiro do bolso desde as recomendações de Dumbledore no 6º ano.


- Ótimo. Não podemos ser vistos matando aula.


Eles entraram em baixo da capa e foram para o dormitório de Harry, onde sabiam que poderiam conversar em paz.


 


 


- Você viu o Harry e a Jenny? – Gina cochichou para Hermione.


Elas estavam na aula de feitiços. Hermione olhou ao redor procurando os gêmeos. Não os encontrando, inclinou seu corpo para Mark que estava sentado com Rony na fileira ao lado.


- Viu o Harry e a Jenny? – perguntou num sussurro


- Não. Eles sumiram – respondeu – Me pergunto aonde foram sem mim.


- Eles estão perdendo a primeira aula. Estamos em ano de NIEM’s. Eles não podem começar assim. Você perguntou se o Rony sabe?


Ambos olharam para Rony que se inclinava sobre a mesa para conversar com Anna. Ao ver isso Hermione bufou e virou de costas.


- Seu irmão é um cretino, como diria Jenny – disse para Gina que sorriu divertida.


- Eu sei. Mas por que diz isso agora?


- No dia da Aurora dos Tempos ele me beijou e até se declarou para mim. Agora ele me trata como se nada disso tivesse acontecido. Nem assumir ele assume. E ainda fica ali se exibindo para aquela loira.


Gina olhou para o irmão.


- Você viu a cara do Mark? – ela perguntou distraída – É a mãe dele que o Rony ta cantando.


O queixo de Hermione caiu.


 


 


- Lily! Lily! Lílian! – Anna chamava a ruiva que se assustou


- Aí! Que foi? – perguntou aos sussurros


- Estou te chamando. Ficou surda? O que você tava olhan... Peraí, você tava olhando para o Tiago?


- Não, eu estava...


Anna fez uma cara de ‘não minta para mim, pois eu sei a verdade’ e Lily suspirou rendida.


- Ta bem. Eu estava olhando para ele. É que ele parece bem diferente, não parece?


- Diferente como? Diferente porque ele parece cada vez mais lindo ou diferente porque nem se incomodou com seu amiguinho Severo Snape desde ontem?


Lílian arregalou os olhos.


- Eu nem tinha reparado nisso!


Ela olhou para a nuca do moreno de cabelos bagunçados mais à frente mais uma vez. Ele estava bem entretido em uma conversa com Sirius para dar a mínima atenção a Severo logo atrás. O que estava acontecendo com ele?


- Estou vendo um sorrisinho no seu rosto, Srta. Evans? – Anna fez cara marota. Lily corou – Eu vi quando ele foi atrás de você na biblioteca. O que conversaram?


 


 


- Não acredito que você beijou a Lily, cara! – disse Sirius achando graça


- Pode ir rindo aí, Almofadinhas – disse Tiago irritado – Você vai ver só. Ainda terei aquela ruiva só para mim. É uma questão de tempo.


- Enquanto você sonha e espera esse tempo passar, caro Pontas, eu começo a programar meu dia.


- Como assim?


- Observe e aprenda com seu mestre – Sirius deu seu mais perfeito sorriso maroto e soltou o aviãozinho de papel em que estivera trabalhando no ar. Passados 5 minutos ele voltou e Sirius o abriu. Em seu interior lia-se:


 


E aí, Raquel? Como passou de férias? Pensei muito em você durante as minhas. Não quer me encontrar hoje à noite nos jardins do lado leste? Para nós conversarmos, por o papo em dia... S.B.


Oi, Six! Minhas férias foram ótimas, e as suas? É claro que quero me encontrar com você! Mas que horas? Beijinhos... R.D.


 


Sirius leu o bilhete e com um sorriso satisfeito se virou para Tiago.


- Viu como se faz?


- Estou impressionado. Primeiro dia de aula e já está nas pistas.


- Fazer o que? Sou Sirius Black. E Sirius Black sempre está em todas! – pensou melhor e completou – Ou com todas!


Eles se puseram a rir.


 


 


- O que acha que foi aquilo? – perguntou Harry, sentando na cama e esticando a perna com as mãos unidas na nuca, enquanto observava Jenny revirar seu malão.


- Como assim o que foi aquilo? – ela o olhou incrédula – Era uma profecia, Harry!


- Eu sei! Mas... o que acha que queria dizer?


Jenny finalmente se levantou do chão e do malão, se sentando ao lado de Harry na cama, apoiando as costas na cabeceira, com o velho álbum de família no colo.


- Por que pegou isso?


- Me ajuda a pensar – explicou ela abrindo em uma pagina mais ao meio.


Tiago estava agachado com Jenny bebê sentada em seus ombros, Mark bebê em uma das pernas e Harry bebê em pé, de frente para o pai e apontava a foto. Todos sorriam. Jenny adulta suspirou – “A parte adormecida é está próxima do despertar...” Que parte adormecida é essa?


- Não sei, mas “A ligação das varinhas mais uma vez os unirá” quer dizer muita coisa – observou Harry sério – Voldemort não tem a varinha das varinhas aqui no passado. Sua varinha é gêmea da nossa. Só não entendo como isso irá nos unir. O que significa essa união?


Ele estava pensativo. Jenny virou a pagina. Remo, Tiago e Sirius sorriam com Mark, Jenny e Harry no colo respectivamente. Jenny adulta tocou o rosto do pai na foto.


- “Quando o Lorde das Trevas partir sua alma, as marcas atingirão a verdade”. Voldemort partir sua alma seria as horcruxes. Agora, quanto às marcas...


- Será que se refere à marca negra? – perguntou Harry


- Isso está muito confuso...


Na próxima foto Harry, Jenny e Mark olhavam para o fogo das velinhas de aniversário, deslumbrados. Lílian estava ali agora e parecia radiante.


- “e agora que o passado e futuro se cruzaram, aqueles com o poder de vencer o Lorde das Trevas voltarão a enfrentá-lo”...


- Quando é que isso vai acabar? – Jenny desesperava-se com a possibilidade de voltar a enfrentar Voldemort.


- “e uma amor que atravessa o limite dos tempos”...


- Você e Gina?


- Que limite de tempo meu amor por Gina atravessa?


- Não sei... Talvez queira dizer que Gina te amou por muito tempo, mesmo quando você nem ligava para ela.


Harry franziu as sobrancelhas ainda em dúvida e continuou:


- “poderá ser a única chance de impedi-lo de corromper o que foi salvo”. O que foi salvo?


- O futuro – Jenny estava convicta de que era isso.


- O que vamos fazer?


- Esperar.


- Esperar o que?


- As coisas acontecerem.


- Você ficou louca? Quer ver Voldemort fazer mais maldades?


- Não é isso, Harry! Lembra do que Dumbledore disse? A nossa profecia não precisava ter se concretizado. Só concretizou porque Voldemort não esperou e nos marcou...


Ela parou de falar. Os olhos fixos em uma foto dela e de Harry no 6º ano, ambos abraçados e sorrindo. Harry podia imaginar as engrenagens trabalhando no cérebro da irmã, quando viu seus olhos brilharem, indicando que havia compreendido algo e ao mesmo tempo estava apavorada.


- Jenny, o que foi? – perguntou assustado puxando a menina para seus braços.


- Ele nos marcou, Harry – ela sussurrou, tocando a cicatriz dos dois na foto e depois a própria testa.


- Sim – concordou Harry ainda sem entender o que a irmã estava pensando – Ele nos marcou como seus iguais como dizia a profecia.


Jenny o olhou mais apavorada do que antes.


- Jennifer! Pelo amor de Merlin, o que foi?


- Ele nos marcou, Harry! – ela repetiu – Temos uma marca. As nossas cicatrizes são marcas! “Quando o Lorde das Trevas partir sua alma, as marcas atingirão a verdade”. Foi o que Trelawney quis dizer. As marcas são nossas cicatrizes!


- Mas o que quer dizer atingir a verdade?


- A verdade de nossas cicatrizes, Harry! – ela estava eufórica e ao mesmo tempo desesperada – Nossas cicatrizes são horcruxes! Uma parte de Voldemort! Uma ligação com ele! Nossa ligação vai voltar quando Voldemort partir o primeiro fragmento de sua alma. É a parte adormecida que irá despertar! Você está conseguindo entender?


A compreensão aos poucos foi tomando a expressão de Harry. Só agora ele conseguia entender o que a irmã queria dizer. E ela tinha razão. Só podia ser isso.


Em algum lugar da escola a sineta tocou.


 


 


Todos os alunos saíram animadamente da sala, comentando a primeira aula, e já rumando para a segunda que seria de poções. Lílian, Alice e Anna iam mais à frente da turma, ainda conversando sobre Tiago.


- Quer saber? – Lílian perguntou para as amigas – Vou falar com ele hoje à noite. Não quero deixar as coisas como ficaram na biblioteca.


- É isso aí, amiga! Atitude é tudo! Mas o que vai dizer a ele?


- Vou apena fazer as pazes.


A animação de Anna e Alice se foi com a mesma velocidade que veio.


- Fazer as pazes, Lily? – Anna a olhou incrédula.


- O que queria que eu fizesse?


- Queria que você corresse para os braços dele e dissesse tudo o que sente...


- Ei, ei, ei, ei! – Lílian interrompeu uma Alice sonhadora – Eu não sinto nada por ele!


- Ah, mas é claro que não! – disse Anna sarcástica – Por que você ficaria a aula inteira olhando para ele se você sentisse alguma coisa por ele, não é mesmo?


Alice desatou a rir.


- Vocês são muito chatas! Eu só estava achando estranho o modo como estava se comportando. Ele nem estava tentando chamar atenção, repararam?


- Nossa! Tenho que avisar o Tiago para continuar assim! – disse Alice – Já está até impressionando a ruiva!


As amigas voltaram a rir. Lílian as olhou irritada.


- Quer saber? To dando o fora. É impossível conversar com vocês, mesmo! Só lembrando que ainda temos que ter uma conversinha chamada Rony Weasley, Srta. Anna Bennet.


Anna corou e Alice riu mais ainda, enquanto a ruiva se afastava.


 


 


- Rony, você não pode ficar dando em cima da minha mãe! – Mark o olhava inconformado.


- Mas ela nem é sua mãe ainda – disse o ruivo inocentemente


- Mas vai ser!


- Se o Mark não quer, não insista, Rony – bronqueou Hermione


- Você está é com ciúmes – provocou o ruivo


- Eu?! Ciúmes?! Ora, poupe-me...


- Oi, Hermione – Remo se aproximou sorrindo encantadoramente para a garota que pareceu desconcertada.


- Ah! Oi, Remo!


Mark olhou de Rony para Remo e Hermione com os olhou estreitos de fúria. Gina segurava para não rir.


- O que achou dessa aula? – perguntou Remo tentando puxar papo


- Ah, foi realmente muito boa. Adoro as revisões da primeira semana de aulas... Harry! Jennifer! Onde vocês estavam?


Harry e Jennifer chegaram ofegantes até os amigo.


-... Nós... tínhamos...


-... Harry... por aí...


Responderam entre arquejos.


- Nem me chamaram! – reclamou Mark


- Vocês perderam aula...


- Não começa, Hermione – Harry a cortou, dando um beijo na testa de Gina.


Hermione olhou inconformada dele para Jenny, que deu de ombros, antes de voltar seu assunto com Remo. Rony não parava de lhes lançar olhares reprovadores.


- Me ajuda com esses livros que a folgada da Hermione me fez ajudar a carregar, Jenny? – perguntou Gina


- Tudo bem – respondeu a garota pegando um pouco da pilha de livros.


 


 


- Meu pai disse que são dois adolescentes do futuro que estão aqui – Tiago contava para Clark – Mas ele e minha mãe não sabem quem são. Parece que são pouquíssimos do Ministério que sabem, além de Dumbledore.


- Uau! Dois adolescentes mataram Você-sabe-quem no futuro – impressionou-se Clark – Quem será que são? Por que fazer tanto mistério, não é mesmo? O que você acha disso, Almofadinhas? Almofadinhas?


Sirius que prestava atenção em um grupo que andava mais a frente sobressaltou-se.


- Oi? Que? Ah, me chamou Clark?


- Onde você ta com a cabeça?


- Lugar nenhum. Pode falar.


- Eu tava perguntando...


- Ah, cara, eu já volto. Vou no banheiro. To apertado.


Sirius foi se afastando.


- O que deu nele? – perguntou Clark


- Não sei. To começando a ficar preocupado com o Almofadinhas. Ele ta estranho hoje... – comentou Tiago


 


 


Sirius certificou-se de que estava fora de vista de Tiago e Clark, antes de aproximar-se do grupo.


- Oi – disse no ouvido de Jenny disfarçadamente para que os amigos dela não percebessem sua presença.


Jenny sobressaltou-se e virou-se para olhá-lo.


- Sirius!


Ele sorriu.


- Queria falar com você – disse o maroto


- Pode falar.


- Bom, é que... Sobre hoje mais cedo...


- Ah – ela compreendeu o assunto – deixe isso para lá.


- Mas eu...


- Por favor, Sirius – pediu


- Tudo bem, então.


Jenny sorriu levemente.


- O que é isso que você está carregando?


- Livros.


- Vai mesmo ler todos esses livros? – ele pareceu incrédulo


- E se eu for?


- Duvido. Seu pai não leria. Para quem são?


- Hermione – ela respondeu a contra gosto


- Meus pêsames para ela.


Então Jenny ouviu seu celular tocar e começou a procurá-lo, quando viu Sirius tirá-lo do bolso.


- O que está fazendo com...?


- Cedric ligando – ele leu a tela com um sorriso maroto e olhou para ela – O que acha de...


- Não se atreva! – desesperou-se ela – Sirius, não!


Mas já era tarde de mais. Ele apertou “atender” e colocou o celular no ouvido.


- Alo?


(N/A: Sirius sabia manusear um celular, ok? Ele aprendeu muitas coisas sobre os trouxas com Lily)


- Quem está falando?


Jenny podia ouvir a voz alterada do outro lado da linha e olhou horrorizada para Sirius.


- É Sirius Black.


- Sirius? O que está fazendo com o celular da Jennifer?


- Jen esqueceu comigo – mentiu – Algum problema?


- Jen? Já têm até apelidos íntimos?


- Não vai me dizer que está com ciúmes...


A voz de Sirius falhou quando Jenny sacou a varinha e apontou para o peito dele.


- Me dê meu celular agora – ela disse vagarosamente tentando manter a calma.


Sirius, sem opção, devolveu.


- Cedric – ela atendeu com os olhos fixos em Sirius e a varinha ainda mirada em seu peito.


- Jenny, por que deixou seu celular com Sirius e o que você está fazendo com ele?


- Estamos indo para a aula e eu não deixei meu celular com ele. Ele pegou escondido.


- Estão bem íntimos, pelo visto – zangou-se


- Dá um tempo, Cedric – Sirius deu uma risadinha – O que você quer?


- Me encontrar com você depois do jantar em frente ao retrato da mulher gorda.


- Tudo bem.


- Até mais tarde, então – e desligou


- O que estava fazendo? – ela perguntou incrédula para Sirius.


- Me divertindo à custa do seu namorado.


Jenny o fuzilou com os olhos e então sorriu marotamente.


- Mostre-me a utilidade dos homens no mundo.


Sirius também sorriu marotamente, se aproximando da garota, mas antes de alcançar seus lábios ela lhe entregou seus livros.


- O que é isso? – ele perguntou


- Sua utilidade.


- Não vou carregar isso.


- Não mesmo? – ela perguntou se aproximando mais dele – Ah, por favor, Six?


Ele a olhou boquiaberto e recebeu os livros com os olhos estreitos.


- Você é diabólica.


- Obrigada – ela sorriu


Sirius ficou abobado com aquele sorriso. Mas então, outra garota, Merlin sabe saída da onde, o tirou de seus devaneios se enfiando entre eles, o segurando pelo pescoço e lhe dando um selinho.


- Oi, Six! – disse ela com uma voz irritante – Senti saudades sua...


- Jenny – ele tentou se desencilhar da garota – Ainda quero falar com você...


- Numa outra hora, então – Jenny olhava para a garota agarrada a Sirius com visível nojo – Não há necessidade de ser agora e você está ocupado...


Dizendo isso pegou os livros de Hermione se afastou rapidamente e se juntou aos irmãos e aos amigos.


O restante das aulas passou rapidamente. Todas foram apenas revisões, de modo que foram bem tranqüilas, e logo já chegou a hora do jantar.


 


 


- Me pergunto como conseguir puxar papo com Jennifer Potter – dizia um aluno da Lufa-Lufa que ia passando – Que tipo de música será que ela gosta? Será que as músicas do futuro são bem diferentes de agora? Queria mencionar aquele novo CD...


- Talvez a Potter esteja comigo em poções... – dizia outro garoto da corvinal que estava entrando no salão principal.


- Isso é tão ridículo – disse Bellatriz – quem vê, pensa que ela é bonita o suficiente para a ala masculina inteira ficar babando nela desse jeito... Até Sirius Black está olhando… - ela estava tão enciumada que o rosto dela, de todas as formas, estava tão verde quanto a bandeira da Sonserina. - E aquela sangue-ruim da Evans se achando com a sua nova amiguinha. Que piada…


- Deixe de ser invejosa Bella – disse Narcisa – Não vai adiantar de nada. E a garota é realmente muito bonita. Você tentou alguma investida com ela hoje, Régulo?


Bella, Narcisa, Lúcio, Severo e Régulo entravam no salão principal e iam para a mesa da sonserina.


- Não tive muitas oportunidades para isso hoje na biblioteca – respondeu Régulo – Aquele povinho ficou intrometendo.


- Você vai ter sua oportunidade agora, então – disse Severo – Olha ela ali.


Eles olharam para a mesa da grifinória. Um grupo bem grande se encontrava ao meio da mesa e entre eles, sentada na ponta, estava Jennifer Potter. Régulo endireitou sua postura.


- Eu vou lá – disse decidido – Ela está mais isolada. Vai ser moleza conversar sem ser ouvido.


- Não se esqueça, Régulo – disse Lúcio antes que ele se afastasse – Você tem que fazer ela se apaixonar por você. É bom que siga o plano à risca ou o Lorde das Trevas ficará irritado!


Régulo sorriu confiante.


- Relaxa! O que pode dar errado para mim?


Ainda sorrindo o garoto se afastou.


- Sei, não – começou Bella – Mas não acho que ele seja apropriado para essa missão. Até Sirius Black está babando pela garota. Régulo vai acabar falhando.


- Sirius Black baba por qualquer garota – disse Severo – Régulo tem mais autocontrole que o irmão. É capaz de conquistar qualquer dessas garotas. Por que a Potter seria diferente?


 


 


Régulo se adiantou para a mesa da grifinória. No caminho ouviu um aluno comentar:


- Olha Sirius Black olhando pra Jennifer Potter. Será que já não é suficiente que ele tenha metade das garotas da escola esperando por ele?


Um sorrisinho se espalhou em seus lábios e ele se aproximou de Jenny, parando ao seu lado. Todos que estavam próximos olharam para ele, surpresos. Tiago, Sirius, Harry e Mark estreitaram os olhos e Jenny ergueu as sobrancelhas.


- O que você quer, Régulo? – Sirius perguntou


- Não é da sua conta, maninho – respondeu com desdém


Régulo se sentou ao lado de Jenny ainda sob os olhares dos outros e a olhou sorrindo, como se fosse completamente normal sua atitude.


- Pode dizer aos seus amigos para voltarem aos seus afazeres porque a minha conversa aqui é com você? – pediu


- O que você quer? – ela repetiu a pergunta de Sirius


- Conversar.


Ela tornou a erguer as sobrancelhas.


- Sobre?


- Qualquer coisa.


- Estou jantando.


- Não vou atrapalhar.


- Ok – disse de má vontade – podemos conversar. Comece.


Régulo olhou se os outros ainda os escutavam e percebeu que bem que tentavam, mas não conseguiam por causa do barulho.


- Eu te irritei hoje mais cedo – Jenny percebeu que não era uma pergunta – Me desculpe. Fiquei sabendo que você e o Diggory brigaram. Tenho culpa nisso?


- Total.


- Sinto muito.


- Não diga que sente – ela pediu – Eu sei que está mentindo. Você não liga para isso.


Régulo ergueu as sobrancelhas e sorriu.


- Tem razão – concordou – Eu não ligo para isso.


Jenny o olhou visivelmente irritada e voltou a tomar seu suco de laranja. Uma pausa se fez entre eles até Jenny cortá-la.


- O que quis dizer hoje mais cedo? – perguntou.


- Pensei que tinha deixado claro que eu te achei...


- Não sobre isso – o interrompeu – Sobre o que você disse ao Sirius, quero dizer.


Régulo uniu as sobrancelhas, confuso.


- Você disse ao Sirius que ele devia se lembrar das recentes histórias amorosas dele – explicou – O que quis dizer?


Régulo sorriu satisfeito.


- Ficou curiosa, não foi?


- Vai me dizer?


Ele pareceu pensar no assunto antes de começar.


- Sirius estava saindo com uma garota... Mary-Kate Carter. Aí nas férias, em um de seus encontros com ela, eles toparam com três comensais da morte que amarraram Sirius e torturam Carter até a morte, porque era uma sangue-ruim. Fim da história.


- Você parece bem insensível a isso.


- Acha que se eu estivesse no lugar dele, ele se solidaria-ria comigo? – debochou


- Acho que são irmãos e deveriam ser amigos mesmo pertencendo a casas diferentes.


Régulo bufou. Eles voltaram a ficar em silencio por um tempo.


- Descobriram quem foram os comensais que mataram Carter, por fim?


Régulo pareceu cauteloso para a surpresa de Jennifer.


- Dois sim – respondeu – Sirius não reconheceu o último.


Jenny ficou abismada.


- Além de perder a namorada, ainda teve que reconhecer quem a matou?


Régulo acenou com a cabeça.


- Vamos, Jenny?


Ela se sentiu despertar quando Hermione a chamou, já de pé ao seu lado.


- Vamos.


Jenny pegou a mochila e se levantou. Régulo a acompanhou.


- Até mais, Jennifer – disse se abaixando e beijando sua face.


Ela sorriu sem jeito e saiu com Hermione para a torre da grifinória.


- O que ele queria? – perguntou a amiga


- Conversar – Jenny respondeu indiferente


- Você falou com Cedric?


- Ele me ligou. Pediu para eu encontrá-lo na frente do quadro da mulher gorda.


 


 


- Sirius.


Ele ergueu os olhos.


- Tudo bem?


- Tudo bem sim, Lily – respondeu


Lílian se sentou no chão da sala comunal, ao lado de Sirius, olhando para a lareira à sua frente.


- Você parece tenso.


- Estou preocupado.


- Com Jenny e Régulo, não é?


Ele sorriu.


- Não consigo esconder muita coisa de você, não é?


- Eu percebi pelos olhares que você lançava para os dois no salão principal. Era visível que você não queria Régulo perto dela – ela fez uma breve pausa antes de voltar a falar. – Você pareceu ‘simpatizar’ com a Jenny.


- Ela é legal.


- Não foi isso que eu quis dizer.


Ela olhou para o maroto que agora a encarava. Em seus olhos azuis Lily podia ver uma batalha interna sendo travada, e por isso ficou em silêncio aguardando, até ver a rendição tomar a expressão de Sirius.


- Acho que nos demos bem. Até ontem à noite. Hoje ela mal quis falar comigo.


- Você está acostumado a se interessar por garotas que ficam no seu pé depois. Jenny é diferente. Ela é mais na dela. E posso perceber que você adorou isso.


Sirius sorriu levemente.


- Confesso que gostei dela. Ela tem alguma coisa... Mas é tão visível assim?


Lílian sorriu carinhosamente.


- Não. Eu é que sou boa em perceber essas coisas.


Ele ergueu as sobrancelhas.


- Se fosse boa mesmo, saberia que Tiago é louco por você.


Ela pensou por um momento antes de responder.


- Eu estava procurando ele quando vim falar com você. Sabe onde pode estar?


Sirius sorriu marotamente.


- Só tem um lugar onde ele pode estar. E só vou dizer onde é, porque é pra você. Ele gosta de ficar sozinho quando vai lá. Mas eu tenho certeza de que ele não vai se importar de ter sua companhia.


- E onde é? – perguntou curiosa.


 


 


- Onde você e Jennifer foram essa manhã? – perguntou Mark


Eles estavam no dormitório vazio. Harry olhou para o irmão e engoliu em seco.


- Senta aí que eu vou te contar – disse – Mas já vou avisando: não é história boa.


Mark se sentou e aguardou.


- A Prof.ª Trelawney do futuro estava aqui hoje, para substituir a professora de adivinhação do passado, como fiquei sabendo – Harry fez uma pausa e se sentou na outra cama de frente para o irmão.


- E... – Mark o incentivou.


- E... ela fez mais uma profecia.


 


 


- Você vai dar uns pegas no Remo?


- Não! Jennifer! Para de rir! Nós combinamos de estudar, só isso!


- Sei! – Jenny não conseguia parar de rir.


- É verdade! Eu até chamei a Lily, mas ela disse que não ia dar... aí! Para de rir, Jennifer!


- Ta bom, ta bom! Agora, entra. O Remo deve estar te esperando já.


- Não vou te deixar no corredor, sozinha.


- Qual o problema? Cedric já deve estar chegando. Combinamos de nos encontrar aqui – disse – Vai, entra.


- Tem certeza?


- Anda logo, Hermione!


A amiga hesitou, mas logo em seguida sorriu e entrou pelo buraco do retrato.


Passaram-se 10 minutos e nada de Cedric. Jenny já estava ficando impaciente quando o quadro da mulher gorda se abriu e ela se virou para ver se era Hermione que voltava.


- Jennifer? O que está fazendo aqui fora sozinha? – perguntou Sirius olhando para as duas pontas do corredor para ver se ela estava realmente sozinha.


- Estou esperando Cedric – Sirius tentou ignorar o dragão que rugiu feroz em seu peito – E você aonde vai? – ela perguntou observando que o maroto estava muito bem arrumado.


- Tenho um encontro – respondeu satisfeito


Jenny ergueu as sobrancelhas.


- Com a peguete do corredor?


- Quem?


- A garota que te agarrou no corredor quando estávamos conversando.


- A Belinda?


- Que seja.


Sirius riu.


- Não. Vou me encontrar com a Raquel.


- Belinda, Raquel... Isso porque estamos no primeiro dia de aula. Sua lista é tão extensa assim?


- Nem imagina o quanto. – provocou com um sorriso sexy nos lábios.


Jenny bufou. Sirius anotou mentalmente como ela ficava linda irritada.


- Então... O que Régulo queria mais cedo? – ele perguntou


- Pensei que ele tivesse dito que não é da sua conta.


- Estou falando sério – irritou-se – Sobre o que conversaram?


- Sobre sua ex... Mary-Kate.


- O que ele te falou? – ele pareceu alterado


Ela hesitou.


- Que comensais da morte a torturam... e... a mataram na sua frente.


- Ele disse quem eram os comensais?


- Disse que você reconheceu apenas dois dos três que estavam lá.


Sirius ficou em silêncio por um tempo. Quando voltou a falar estava bem sério, o que surpreendeu a garota.


- Não quero que fique amiga de Régulo, Jen.


- E por que não?


- Régulo não é... bom pra você.


- E quem é bom para mim, já que você não gosta nem de Régulo e nem de Cedric?


Sirius perdeu a fala. Queria muito dar seu melhor sorriso maroto e responder ‘eu’, mas não podia. Tentou se lembrar dos motivos para não poder, mas diante daqueles olhos verdes vivo e lábios incrivelmente vermelhos, não se lembrava nem do próprio nome. Ergueu sua mão lentamente, mas não sabia o que queria fazer... se era tocar seu rosto, segurar sua mão, puxá-la pela cintura para um beijo...


Não sabia o que era, mas sabia que dentre muitas coisa, a única que ele não queria foi o que aconteceu a seguir.


- Atrapalho?


Sirius e Jenny se sobressaltaram e se afastaram. Não tinham percebido que estavam tão perigosamente próximos.


- Não – ela respondeu – Sirius estava me fazendo companhia até que você chegasse, mas estava agora mesmo me dizendo que não podia mais esperar, pois tem um encontro. Não é Sirius?


Sirius fuzilou Cedric com os olhos antes de assentir com a cabeça, mal-humorado.


- Ótimo. Pode ir então. Como pode ver, também tenho um encontro – disse Cedric em tom provocativo.


Sirius não se moveu e continuou a encarar Cedric como se analisasse a melhor forma de lhe quebrar a cara.


- Sirius.


Jenny tocou seu braço e aquele toque pareceu despertá-lo. Ele baixou os olhos para ela.


- Já estou de saída – disse para ela


Ele se inclinou para beijar-lhe a face, como fizera Régulo, mas com a intenção de provocar Cedric. Então se virou e se afastou dos dois.


Cedric se virou para Jenny.


- O que foi aquilo?


- Ele só queria te provocar...


- Ah! Ele só queria me provocar quando estavam prestes a se beijar e eu nem estava aqui para ver?


- Do que você está falan...


- EU NÃO SOU BURRO, JENNIFER POTTER!


- Cedric, é claro que não...


- ACHA QUE NÃO VI O QUE ESTAVA PRESTES A FAZER QUANDO CHEGUEI?!


- Do que você...


- IAM SE BEIJAR!


- Eu não ia...


- ELE IA TE BEIJAR!


- Não, não ia!


- ELE QUER TIRAR VOCÊ DE MIM!


- NÃO SEJA BOBO! NÃO SOU SUA! NÃO SOU DE NINGUÉM!


Cedric ficou estático.


- Você é minha namorada.


- Sou sua namorada, não sua propriedade!


- Você é minha, sim!


- Não! Não sou! Quem você pensa que é, Cedric? Não vou te deixar mandar em mim!


Cedric permaneceu em silencio. A respiração forte e ofegante.


- Você tinha mudado, Cedric! Você estava mais paciente, menos possessivo, aceitando meus amigos... Isso até ontem. O que foi que aconteceu?


- O que foi que aconteceu? – ele ficou incrédulo – Sirius Black foi o que me aconteceu!


- Sirius Black?! Como pode culpá-lo?


- Vai defender ele, agora?


- Quer me competir com o melhor amigo “morto” do meu pai?


- Você não o vê dessa forma!


- Ah, não? E como o vejo?


- Diferente!


- Diferente como? O que está dizendo? Sirius é meu amigo e padrinho de Harry! Sempre foi assim.


- Não sei se você está mentindo ou se é cega mesmo – disse Cedric – Quer saber? Vou deixar você pensar um pouco sobre isso.


- O que quer dizer?


- Que vou te dar um tempo.


- Não preciso de um tempo...


- Então eu preciso.


- Não é você, sou eu? É isso o que vai dizer?


- Nunca levou um fora antes, não é? – ele sorriu sarcasticamente


Jenny o olhou incrédula.


- Até mais, Jennifer – ele se virou e saiu.


Ela continuou ali, estática no chão por mais um tempo, sem saber o que pensar ou como agir. Lágrimas escorreram por seu rosto até seus lábios, salgando sua boca. Passado o que poderia ter sido horas, embora fossem minutos, ela entrou no salão comunal e seguiu direto para seu dormitório, sem olhar para os lados nem para ver se Hermione ainda estava ali. Precisava dormir.


 


 


Lílian terminou de subir as escadas que levavam para o terraço do lado oposto à sala de astronomia. Ela nunca estivera ali, e por isso a sensação de estar fazendo algo errado a deixava um pouco tensa. Ela abriu a porta a sua frente e espiou antes de abri-la vagarosamente.


Era um belíssimo jardim. Daqueles que fariam qualquer trouxa acreditar que existem fadas e duendes. Lílian sorriu deslumbrada, olhando tudo a sua volta, até avistar Tiago sentado em um banco. Ele estava de costas, por isso não viu a menina enquanto tocava algumas notas no violão e as anotava no papel.


- É uma bela melodia – disse ela


Tiago se assustou com a voz e levantou-se rapidamente, se voltando para a ruiva. Sua expressão de espanto logo se transformou em surpresa ao ver Lily.


Ele sorriu sem jeito, levando a mão rapidamente aos cabelos.


- Obrigado.


Lílian se aproximou e sentou-se no banco, observando os papeis de Tiago e vendo que não eram apenas as notas que ele escrevia. Havia uma letra para a música.


- Você me assustou – disse ele – Pensei que tinha sido pego.


Ele olhou para a ruiva, como se decidisse se ela estava mesmo ali ou não.


- Como me achou aqui?


- Sirius me disse que poderia achá-lo aqui e me explicou como chegar – respondeu distraída lendo o nome da música no topo de um pergaminho. “More Than Words”. Ao lado do nome havia o desenho de um pomo com as iniciais ‘L.E.’ escritas dentro.


- Estava me procurando? – perguntou voltando ao seu tom maroto.


- Eu... Está escrevendo uma música, Potter?


Ela apontou os papéis, só então olhando para Tiago que abaixou rapidamente juntando a bagunça de papeis, tentando escondê-los.


- É só um rascunho – respondeu – Ainda não está pronta.


- Isso é muito legal. Não sabia que era músico – impressionou-se ela sorrindo.


- Lílian Evans enfim gostou de alguma coisa em mim? – ele também sorriu – Acredite, ruivinha, você não me conhece nem a metade ainda. Então por que não sai comigo um dia desses? Você poderia se surpreender...


- Ou me arrepender.


- Nunca deixaria que isso acontecesse.


Eles ficaram em silencio por um tempo, até Lily quebrá-lo.


- Toca para mim? – pediu


Tiago suspirou.


- Detesto te dizer não, mas se quiser ouvir essa música terá que esperar o momento certo.


- E quando será o momento certo?


Ele sorriu.


- Você verá. – disse – Mas, por enquanto, posso tocar outra música se você quiser.


Foi a vez dela sorrir.


- Eu quero sim.


Tiago pegou o violão ao seu lado sem desviar os olhos da ruiva e começou a deslizar a palheta pelas cordas.


 


“Eu gosto de você
Eu penso em você
Eu só respiro você
Eu tento te esquecer
E te deixar pra lá


Mas não consigo


Não dá”


 


Tiago cantava muitíssimo bem. Lílian simplesmente não conseguia desviar seus olhos do maroto. E aquela música...


 


“Sonhos perdidos
Que não saem do meu coração
Que vem mesmo que eu diga não”


 


Ela fazia seu coração transbordar um sentimento que Lily não sabia definir. Mexia com seu interior. Embaralhava sua mente.


 


“Mas é só te ver
Pra enlouquecer
Faço tudo que você quer
Vou me arrepender depois
Mas eu não resisto a nós dois
Oh não”


 


Ele fechou os olhos e Lily viu uma lágrima escorrer por seu rosto. Queria enxugá-la e abraçar o maroto, mas não conseguia. Estava entorpecida pela música.


 


“Você é mel e sal
Você é o bem e o mal
Você me deixa sem sono
Sem ter você pra mim
Eu fico meio assim
Feito um cãozinho sem dono
Sonhos perdidos
Que não saem do meu coração
Que vem mesmo que eu diga não”


 


Ele abriu os olhou e olhou para o céu, se entregando completamente à música, fazendo-a sair de sua alma.


 


“Eu já me condenei
Por ser como eu sou
Mas já me perdoei
É por amor”


 


Ele voltou a olhar profundamente para a ruiva.


 


“Mas é só te ver 
Pra enlouquecer
Faço tudo que você quer
Vou me arrepender depois
Mas eu não resisto a nós dois 
Oh não”


Quando terminou de cantar, tocou mais algumas notas antes de finalizá-la e olhou para Lílian. Seus cabelos ruivos esvoaçavam levemente com o vento e ela o olhava de uma forma que nunca tinha olhado.


Sem conseguir resistir, Tiago se aproximou e deu-lhe um leve beijo. Lílian corou e se afastou.


- Não devia ter feito isso – disse


- Pare de fugir de mim, Lily – pediu cansado


- Não estou fugindo. Estou pedindo para que se afaste.


- Por quê?


Ela não respondeu. Apenas o olhou, analisando aquele rosto maroto que agora possuía leves traços de um homem maduro. ‘Como ele mudou tanto?’ pensou.


Vendo que ela não responderia, ele continuou:


- Você não parecia querer que eu me afastasse quando nos beijamos mais cedo – acusou


- Eu não sei como fui deixar aquilo acontecer.


Ele a olhou inconformado.


- Você fala como se tivesse sido obrigada a fazer alguma coisa!


- Estou confusa, Tiago! Não estou entendendo nada...


- Quer que eu te explique? – perguntou – Você está completamente apaixonada por mim, assim como eu sempre fui completamente apaixonado por você!


Ela se levantou rapidamente.


- Preciso ir dormir – disse


- Vai fugir de novo? – desafiou Tiago


- Não estou fugindo, Potter. Já passou do horário da estar na cama.


- Não vou contrariá-la, Evans. Vamos voltar. – concordou emburrado.


O trajeto de volta para os dormitórios foi silencioso, com apenas um ‘boa noite’ antes de subirem cada um para sua cama para dormirem.


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Música do capítulo: "Não resisto a nós dois" Wanessa Camargo


Só posto o próximo capítulo com pelo menos 1 comentário!


O nome dele será: Sirius e Jenny?


Super beijos e até lá!


Chrys

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Comentários (1)

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