Na biblioteca

 

“Me note e pegue minha mão. Por que nós estamos tão estranhos quando o nosso amor é tão forte? Por que continuar sem mim?(...) Eu me faço acreditar que você está aqui. (...) O que foi que eu fiz? (...) Eu só posso ter feito chover. Por favor me perdoe. Minha fraqueza te fez sofrer e essa música são minhas desculpas.”

                                                                                                     Tiago Potter

 

Jennifer corria pelo corredor rumo à biblioteca. Hermione acabara de lhe mandar uma mensagem dizendo que estava atrasada, pois todos já estavam lá. Quando ia virar o corredor à esquerda, ela topou com alguém e ambos caíram no chão.

- Ai, meu Deus, me desculpa! – apressou-se em dizer, antes de ver quem derrubara. Ao se virar não sabia onde enfiar a cara.

Sirius começou a gargalhar, deitando no chão de tanto rir. Jenny o olhou mal-humorada e se levantou ajeitando sua saia ao fazê-lo.

- Você vai mesmo ficar aí rindo assim? – perguntou irritada

- Desculpe, Jen, mas não pude resistir. Qual sua desculpa de hoje? – perguntou se levantando

- Estou com pressa – respondeu mal-humorada

- Pressa? Mas os alunos do 7º ano têm o primeiro horário vago na segunda de manhã.

- Tenho que ir à biblioteca encontrar Hermione.

Sirius percebeu que ela continuava irritada.

- Ainda está emburrada? – ele ficou incrédulo – Vamos, Jen. Eu só achei engraçado. Me desculpa, vai?

- Do que me chamou?

- Jen?

- Da onde tirou isso?

- Não sei – mentiu, lembrando-se vagamente do que sonhara – Vai me desculpar?

- Tudo bem, agora tenho que ir. – ela se virou para o corredor e depois de alguns passos Sirius a chamou de novo.

- Ei! – gritou e ela se virou – A gente se fala mais tarde?

Ela balançou a cabeça achando graça e lhe deu as costas.

 

 

- Por onde andou? – perguntou Tiago

Sirius chegara à biblioteca, onde sabia que encontraria Jennifer para devolver um objeto estranho que ela deixara cair no corredor e que sabia que os trouxas chamavam de celular.

 - Por aí – Sirius respondeu

- Venha até aqui. Quero te apresentar umas pessoas. Tiago o puxou até uma das mesinhas no fundo da biblioteca. Um grupo de pessoas se reunia ali, entre eles Remo e Anna, uma amiga de Lily por quem Remo era apaixonado – Almofadinhas, esses são Rony Weasley, Hermione Granger, e minha futura nora, Gina Weasley.

- Eu e Gina já o conhecemos ontem – disse Hermione sorrindo.

- Futura nora? – Sirius ainda pensava no que Tiago dissera.

- É – confirmou o amigo – Namorada do meu futuro filho Harry Potter, aqui – Harry se aproximou e Tiago o segurou pelo ombro. A semelhança entre eles era incrível, mas o que mais chamava atenção de Sirius eram os olhos de Jennifer em Harry – E esse outro – Tiago continuou – é filho do Remo, mas eu o adotei no futuro, porque Remo estava com uns problemas de saúde e não podia criá-lo – Sirius captou a mensagem do ‘problemas de saúde’ – Mark Potter.

Mark sorriu e estendeu a mão para Sirius que a apertou.

- E aí, cara? – cumprimentou o maroto – Desculpem perguntar, mas... – ele se virou para Harry – Vocês são Harry e Mark, irmãos de Jennifer?

- Conheceu Jennifer? – Harry, Mark e Tiago perguntaram ao mesmo tempo.

- Harry, tem um livro ilustrado de quadribol... – Jenny que estava nas prateleiras se juntou ao grupo e calou observando a chegada de Sirius – Sirius!

- Ah... oi, Jen – foi o que conseguiu dizer

Mark ergueu as sobrancelhas.

- Jen? Ninguém a chama de Jen. Como ficaram amigos? – perguntou mal-humorado

- Sem crises, Mark. Eu e Sirius ficamos amigos ontem. Nos esbarramos sem querer voltando para a torre da grifinória – explicou Jennifer – Hermione, esta é a lista dos livros que você quer ler? Vou procurá-los para você, para andar mais rápido. Harry, separei esse livro ilustrado de recordes do quadribol que parece bem legal. Pega ele pra gente – e dizendo isso, voltou para as prateleiras.

Todos permaneceram em silêncio em seus afazeres, até Tiago interrompê-lo.

- Anna, cadê a Lily?

- Ta ali atrás – respondeu a loira sem desviar os olhos do livro.

Tiago saiu na direção apontada, e aproveitando a chance, Sirius foi atrás de Jennifer.

- Por que não me contou? – perguntou grossamente

Jenny que olhava para a capa de um livro ergueu a cabeça surpresa.

 - Não contei o que?

- Que é uma Potter.

A garota deu de ombros.

- Você não perguntou.

- Fala sério! Você é filha do meu melhor amigo! Como não me contou? Eu posso até ser seu padrinho!

- Sou afilhada do Remo. Você é padrinho de Harry – ela disse e ao ver que a expressão de Sirius não mudara, continuou – Olha, me desculpe. Eu não pensei que seria tão importante. Foi mal. Você não perguntou, então eu não disse nada. Qual o problema nisso?

‘O problema é que eu estava interessado em você, e quase te beijei ontem à noite, e agora descubro que você é filha do Pontas!’ pensou Sirius.

- Nenhum – respondeu. Jenny o olhou desconfiada – Mas poderia ter me contado.

Ela sorriu como quem pede desculpas.

- Será que meu irmãozinho já está correndo atrás das alunas do futuro? – perguntou uma voz e eles se viraram – Já não basta as do presente não? Você deveria lembrar-se de suas recentes histórias amorosas, Sirius.

- Régulo – murmurou Sirius com repugnância.

Régulo Black era tão bonito quanto Sirius, embora seus olhos fossem bem diferentes. Os olhos de Régulo eram tão negros quanto o espaço entre as estrelas.

- Sim, esse é o meu nome – disse sorrindo e se virou para Jennifer – Régulo Black, ao seu dispor.

Ele pegou a mão da garota e beijou, encarando seus olhos verdes e sorrindo.

- E você é...

- Jennifer – e olhando para Sirius de soslaio completou – Potter.

- Jennifer Potter – ele repetiu o nome vagarosamente – Jenny, pode ser?

Ela deu um sorriso forçado.

- O que você quer, Régulo? – perguntou Sirius brutamente

- Mas será que eu não posso querer estar perto do meu irmão? – perguntou fingindo espanto – Você não aparece lá em casa nem para nos visitar. Tem sido um mal menino, Sirius. Está vendo, Jenny? A consideração que ele tem com a família?

- Dá o fora, Régulo – disse Sirius, puxando a varinha

- Que isso, irmãozinho? Isso são modos na frente da Jenny?

Sirius se aproximou de Régulo o encarando ferozmente. Jenny se enfiou entre eles.

- Gente, calma...

- Não me irrite, Régulo – Sirius a ignorou

Régulo sorriu debochadamente.

- Algum problema por aqui? – uma voz que, embora a formalidade do tom, era bem sexy, chamou suas atenções e os três se viraram.

- Cedric! – Jenny respirou aliviada.

 

 

- Oi, ruivinha – disse Tiago se aproximando sorridente.

- Oi, Potter – respondeu ela distraída com um livro

- Como você está?

Ela ergueu os olhos do livro e o encarou antes de responder.

- Pensei que já tinha deixado claro que sempre estou péssima quando na sua presença.

- Ah, Lil’s, vamos! Não me trate assim! – pediu com cara de cervo chorão – Passei a maior parte das férias pensando em você. É muito bom te ter por perto de novo.

Ele sorriu galantemente para ela que o fuzilou com os olhos.

- O que você quer, Potter?

- Quer mesmo que eu diga? Será que não está claro? – ele se aproximou dela, ainda olhando fundo em seus olhos verdes.

Lílian sentiu Tiago a segurar pela cintura. Carinhosamente, o maroto levou uma das mãos ao seu rosto e tirou uma mecha de cabelo que lhe caia sobre os olhos. Um tímido sorriso tomou os lábios do moreno, antes que ele os colasse aos da ruiva. Uma de suas mãos ainda a segurava na cintura enquanto a outra deslizava por seus cabelos, a prendendo pela nuca. Sem perceber o que estava fazendo pela empolgação do beijo, Lílian o puxou mais para si pela frente das vestes. Ambos estavam quase sem fôlego quando se separaram.

- Potter! Você... você ficou louco? – perguntou ofegante

- Eu sempre fui louco, ruivinha. Louco por você. – sorriu marotamente

- Você é um imbecil, Potter! – ralhou a ruiva ficando vermelha – Por que não arruma outra que...

- Meu coração já tem dona, Lílian.

- Estamos em uma biblioteca! Você não tinha nada que ter vindo aqui e me beijado sem o meu consentimento.

- Eu não te forcei a nada – Tiago ficou indignado – Você também me beijou. E parecia gostar do que estava fazendo. Aposto que estava com saudades minha...

- Estava com saudade sua igual estava dos outros marotos, afinal só brigamos, mas não deixamos de ser amigos. E como você se acha um príncipe encantado foi logo achando que eu estava apaixonada...

- Você continua a mesma, né? – irritou-se Tiago – Orgulhosa e implicante.

- E você também continua arrogante, Potter! Mais arrogante do que antes!

- Sabe qual foi meu erro, Evans? Ter me esquecido do seu jeito insuportável e de nossas brigas, durante as férias.

- Ah, e você achou o que? Achou que eu ia adorar ser beijada assim de repente por você? – ela se esforçava para não alterar o tom da voz.

- Você não pareceu não estar gostando! – atacou o maroto

Lílian abriu a boca para retrucar, mas as palavras não saíram. Tornou a fechá-la, dando a Tiago a chance de continuar.

- Agora você vai ter que me escutar, Lílian – ele ficou sério de uma forma que surpreendeu a ruiva – Por que nega o que sente por mim?

Ela ergueu as sobrancelhas.

- Eu nunca menti para você...

- Estamos apaixonados, Lílian – ele olhava profundamente em seus olhos verdes.

O coração dela parou.

- Você está maluco, Potter. Somos apenas amigos.

- Amigos não se beijam com tanta paixão.

Ela o olhou analisando como ele estava diferente. Ela nunca o vira sério daquele jeito.

- Não... quer dizer... você me pegou de surpresa...

Ele soltou uma risada debochada.

- Continue repetindo isso para si mesma – disse – Talvez assim se convença disso.

- Tiago...

- Pontas, cara – Remo chegou apressado – A Jennifer e o Sirius tão ali perto da seção reservada e parece que ta rolando a maior discussão. O Sirius tava de bate-boca com o Régulo, aí chegou aquele chefe dos monitores chefes do futuro. Aquele Diggory. Amos entrou na roda também. É melhor a gente ir lá, cara. Sirius vai arrumar confusão.

 

 

 - Cedric! – Jenny respirou aliviada

- Quem é ele? – perguntou Sirius

- Esse, Black, – um garoto moreno e razoavelmente bonito perto de Sirius, Régulo e Cedric, se aproximou deles – é meu filho. Cedric Diggory.

- Amos! – saudou Régulo – Pensei que ainda estivesse se escondendo depois da vergonha que seu timinho passou no último jogo Sonserina x Lufa-Lufa. Vocês foram escorraçados!

Amos tentou avançar para bater em Régulo, mas Cedric o impediu.

- Ignore.

- Nossa! Mas quanto controle seu filhinho tem, Amos. Da onde conhece ele, Jenny?

Cedric imediatamente soltou Amos e puxou Jenny para perto de si, pela cintura. O movimento surpreendeu Sirius e Régulo.

- Ele é meu namorado – a garota respondeu mal-humorada.

Sirius fuzilou Cedric com os olhos.

- Está me dizendo que namora o filho de Amos Diggory?

- E qual é o problema? – perguntou Cedric na defensiva.

- Bom, deixa eu ver – Sirius fingiu estar pensando – Primeiro: você é bem mais velho que ela...

- 3 anos, apenas – interrompeu Jenny

- Segundo: o pai dela odeia o seu pai...

- O que não é um problema, porque não é meu pai que vai namorá-lo.

- E terceiro...

- Jennifer – chamou Harry, se aproximando com a expressão séria – Perdi alguma coisa?

Mark vinha logo atrás de Harry e ao chegar olhou mal-humorado para Cedric.

- Dá pra você soltar minha irmã? Ela detesta quando você a trata assim.

Cedric a soltou, corado e ela agradeceu Mark com os olhos sem que ninguém percebesse. Régulo a olhou com visível interesse no rosto e um sorriso sexy nos lábios.

- Ora, ora, ora – disse Amos – Esses devem ser os outros dois filhinhos do Potter que você me falou, Cedric?

- Me dei melhor que você, não foi, Diggory? – Tiago chegou sorrindo debochadamente.

Lílian e Remo vinham logo atrás.

- Essa reuniãozinha está ficando grande demais – disse Régulo mal-humorado

- Então por que você não dá o fora? – perguntou Sirius irritado.

- Por que acha isso? – Amos perguntou para Tiago, ignorando Sirius e Régulo.

- Porque tive três filhos maravilhosos. Você teve um que dá pro gasto.

- Cale a boca – disse Cedric.

- Em compensação roubei sua namorada e meu filho a sua filha. – atacou Amos olhando de Lílian para Jennifer.

- Você não me roubou porque não sou de ninguém – irritou-se Lilian – Muito menos namorada do Potter. E coloque uma coisa na sua cabeça, Amos: não estamos mais juntos!

Foi a vez de Tiago sorrir.

- Seus planos deram errados, Diggory.

- Por enquanto, mas sua filha ainda é do meu filho.

- Engano seu, Diggory – disse Jenny irritada – Ele é meu namorado, não meu dono.

- E esse namoro é só uma questão de tempo, também – disse Harry secamente.

Todos o olharam surpresos.

- O que quer dizer com isso, Potter? – perguntou Cedric

- E aí, galerinha do mal? – Clark interrompeu se aproximando animadamente – Olha quem veio para cá passar um tempo com a Tia Minerva.

- Oi, Lily! Oi marotos! – a pequena menina com cara de levada sorriu.

- Oi Lina! – todos responderam.

Lina era a irmã mais nova de Clark e Alice (N/A: na verdade Alice é prima deles, mas foi criada como irmã). Eles eram sobrinhos de McGonagall que era irmã da mãe deles, mas eles passavam mais tempo com a tia do que com os pais que eram aurores e sempre muito ocupados.

- E aí, Linazita? - Sirius se abaixou para abraçá-la – Como foi o verão com um irmão mala como o Clark em casa?

- Não conhecia esse seu lado, Sirius – debochou Régulo – Adorado por criancinhas?

- Qual o seu problema, cara? – perguntou Sirius – Por que ainda está aqui?

- Parem de brigar – bronqueou Jenny se colocando entre os dois novamente

- Viu, Sirius? Ela mandou pararmos de brigar.

- Eu não sou surdo.

- Eu sei. É um grosso. Jenny não merece ficar perto de você. Quer dar uma volta, Jenny?

- Sai de perto dela – Sirius disse antes que ela respondesse

- Ei! – Cedric entrou na conversa – Eu defendo a Jennifer sozinho!

- Não! – disse ela inconformada – Eu me defendo sozinha!

Eles a ignoraram.

Sirius encarava Cedric com uma cara de que o socaria a qualquer momento.

- Certo! – Lina cruzou os braços – Qual dos três quer ficar com a moça bonita?

Jenny arregalou os olhos, e olhou surpresa de Sirius para Régulo. Todos olharam espantados a cena. Tiago olhou desconfiado para Sirius, Régulo e Cedric. Harry e Mark olharam preocupados para Jenny. ‘Não sabemos ao certo que tipo de conseqüências podem acontecer se alguém se apaixonasse, por exemplo’, era a voz de Quim em suas cabeças.

- A “moça bonita” é minha filha, Lina – disse Tiago encarando Sirius seriamente – É obvio que Sirius não iria querer nada com ela.

Sirius não disse nada.

- Fale por ele se quiser – disse Régulo sorrindo maliciosamente olhando para Jenny – Mas não posso esconder – ele se aproximou perigosamente dela – Você é... bem interessante.

Tudo aconteceu muito rápido. No mesmo segundo que Régulo terminou de falar, Cedric avançou sobre ele e umas dez mãos o seguraram.

- Fique longe dela! – gritou – Não toque em um fio de cabelo dela, seu canalha! Ela é minha namorada!

Régulo riu.

- Vou entender isso como um convite – disse sombriamente e se virou para sair , dando uma última olhada em Jennifer.

Harry ia abrir a boca para falar algo, quando passos apressados chegaram até eles.

- Mas o que é isso? – perguntou a Prof.ª McGonagall. Madame Pince estava logo atrás dela com cara de poucos amigos – Que gritaria foi essa que escutei vinda daqui, Sr. Cedric Diggory?

- Me desculpe, professora. Eu me irritei e acabei perdendo o controle...

- Perdendo o controle?! – ela o fuzilou com olhos em brasa – Acha que tem o direito de perder o controle? Você é chefe dos monitores chefes! O mínimo que espero de você é auto controle!

- Não vai se repetir.

- Acho bom mesmo, ou mandarei o senhor de volta para o futuro – ela se virou para os outros – E quanto a vocês... 10 pontos a menos de cada um, por terem participação.

- O que? – gritou Tiago – A senhora ficou louca?

- Ainda não me viu louca, Sr. Potter. Mas se der mais um grito desses dentro da biblioteca tenho certeza de que verá.

- Mas, professora – Tiago baixou o tom de voz – A senhora não pode tirar 10 pontos de cada um de nós. Isso seriam 80 pontos a menos para a Grifinória...

- Não só posso como já tirei – ela o interrompeu – Esse é o último ano de vocês, e espero que não o desperdicem com suas traquinagens. Fiquem espertos. Estou de olho em vocês. E você, Lina, eu quero bem longe deles. Venha e obedeça.

E dizendo isso puxou a pequena e se virou para sair, seguida de Madame Pince.

- 80 pontos... – a voz de Mark falhou

- Bem feito para vocês, Grifinórios – Amos se afastou rindo.

- Me desculpe, gente, mas eu preciso... – Jenny nem terminou a frase e se afastou. Cedric a seguiu e quando Sirius fez menção de sair também, Tiago o puxou pelos ombros para um conto afastado dos outros.

- Me diga uma coisa, Almofadinhas – falou baixo para não ser escutado por mais ninguém – Ta rolando alguma coisa entre você e a Jenny?

- Não – Sirius respondeu prontamente

- Tem certeza?

- Pontas, só porque a Lina...

- A Lina é esperta e você sabe disso. Ela pega as coisas no ar. Ela sabia que eu tava gostando da Lily até antes de mim...

- Todo mundo sabia que você estava gostando da Lily antes mesmo de você.

- Mas a Lina ainda assim sabia antes de todo mundo.

Sirius não disse nada por um tempo. Apenas encarava o amigo. E então continuou:

- Onde você quer chegar?

- A Lina acha que você e o Régulo estão afim da Jennifer.

- O Régulo já deixou bem claro que...

- Eu já escutei o que Régulo disse. Quero saber de você.

- Qual é? Sou Sirius Black! Desde quando Sirius Black se apaixona?

- Você estava gostando da Mary-Kate antes do que aconteceu.

Uma pontada atingiu o coração de Sirius.

- É diferente – ele disse – Jennifer é sua filha.

- Você não sabia quem ela era quando se conheceram – acusou Tiago.

- Mas agora sei, ta? – Sirius ficou nervoso com a pressão. – Quando nos conhecemos, eu admito que me interessei, mas agora não tem mais nada, OK? Ela é só a filha do meu melhor amigo agora.

- Só mesmo?

- Só... na verdade tenho que dizer “a filha muitíssimo bonita do meu melhor amigo”, mas é só. Continua sendo fruto proibido.

Tiago sorriu.

- Valeu, cara. Sabia que podia confiar em você.

Sirius sorriu de volta sentindo algo, que não era seu café da manhã revirar em seu estômago.

Tiago confiava nele. Ele não podia se esquecer disso.

Então uma coisa lhe ocorreu.

- Espera aí! Se você é o pai da Jenny, quer dizer que... Ontem ela me disse que os pais dela... – sua voz falhou e Tiago assentiu.

- Harry me contou. Eu e a mãe deles morremos quando eles tinham um ano. – o rosto de Sirius ficou pálido – Olha, os outros não sabem, então não diga nada. E não fique assim também. Ainda estou aqui. Não vamos viver o futuro antes do tempo.

Sirius apenas assentiu, ainda pálido. Nunca passara por sua cabeça a idéia de perder Tiago.

 

 

-Harry? O que você tem? Está pálido!

Gina correu para ajudá-lo a se sentar em uma das cadeiras da biblioteca.

- Talvez porque acabamos de perder 80 pontos da Grifinória e ainda nem começaram nossas aulas. – respondeu Mark.

- O quê? – Anna, Rony, Hermione e Gina gritaram.

- Shiiiiiiiiiiu! – todos os outros fizeram.

- Querem que percamos mais pontos? – perguntou Mark bravo.

- Mas como perderam tantos pontos? – perguntou Anna.

- Régulo Black abusou da paciência daquele filho do Amos dando em cima da Jenny. Parece que Jenny namora com o Diggory. – respondeu Remo.

- Por isso os gritos? – perguntou Hermione.

Todos concordaram com a cabeça.

- E por que vocês levaram a culpa? – perguntou Gina olhando preocupada para Harry.

- Ah, Gina! Não foi só a voz de Cedric que escutamos – disse Hermione.

Todos ficaram em silêncio por um tempo até Harry se levantar.

- Vou procurar a Jennifer. Vejo vocês na aula de feitiços.

Ele deu um beijo na namorada e saiu.

- Já repararam como os Potter gostam de uma ruiva? James e Sarah, Tiago e Lílian, Harry e Gina...

Todos riram. Clark era ótimo para aliviar momentos de tensão.

- Ah, mas uma Potter namorando com um Diggory me surpreende mais ainda. Quero dizer... Tiago me contou uma vez que as duas famílias são rivais desde a morte da tataravó do pai do Amos. – disse Anna.

- Ué? E por quê? – perguntou Lílian interessada.

- O nome dela era Catherine Linton – respondeu Tiago sobressaltando todos com sua chegada repentina com Sirius – Ela era apaixonada pelo tataravô do meu pai, Edward Potter, mas seu pai não aprovava um casamento entre eles, porque Edward era tipo... um maroto – ele sorriu ao dizer isso e todos riram – Então ela se casou com Edgar Diggory, que era tipo “o cara perfeitinho demais”. Edward foi embora da cidade e só voltou muitos anos depois, viúvo. O reencontro entre ele e Catherine “reacendeu todas as chamas do amor da juventude”, como minha avó gostava de falar, mas Edgar trancou Catherine em casa e a proibiu de voltar a falar com Edward. Edward, é claro, tentou seqüestrá-la, mas isso não foi possível, porque ela ficou muito doente e de cama. Perdeu o juízo depois que se viu sendo separada de Edward pela segunda vez. Ela morreu poucas horas depois de vê-lo pela ultima vez. E desde então as famílias são rivais. Claro que hoje não é como foi no passado, mas ainda assim tem essa implicância, sabe? Quando tomei conhecimento dessa história, eu disse ao meu pai que eu não levaria isso adiante, mas logo no primeiro ano de Hogwarts, se lembram das pirraças que Amos aprontava comigo? Ele era o único que mexia comigo e eu ignorava, mas então me cansei e ficamos como estamos hoje. Agora, confesso que não gostei muito de saber que minha filha vai namorar com o filho dele no futuro. Vocês viram como Amos ficou satisfeito com isso? Acho que ele está querendo aprontar alguma.

- Olha, Tiago, eu odeio o namoro deles – disse Mark – Cedric não é o melhor namorado do mundo, é muito possessivo, mas com todos os defeitos que tem, eu tenho certeza de que ele nunca deixaria ninguém fazer mal à Jennifer bem diante do nariz dele. Ele a ama de verdade.

Todos ficaram em silencio novamente. Passados alguns minutos enquanto eles digeriam aquela história, o sinal tocou para a aula.

 

 

- Jennifer! Jennifer, espera! – Cedric gritava correndo atrás da garota.

- Mesmo nos fazendo perder 80 pontos, você continua a não aprender a não gritar? – ela parou, se virando para ele irritada.

- Está de brincadeira? Acha que a culpa disso foi minha?

- Tenho certeza de que foi sua.

- Ah, Jenny! Não seja injusta!

- Injusta? Acha que sou injusta? – ela o olhou incrédula – Vou lhe dizer o que é injusto, Cedric! Injusto é você pensar que manda em mim! Injusto é você brigar com qualquer um que eu faça amizade só porque acha que esta no seu direito. Injusto é você não me dar espaço para respirar. Injusto é você me dizer o tempo todo o quanto gosta de mim, só para me fazer sentir mal e me forçar a dizer algo parecido! Injusto é você ser tão protetor que me impede de viver. Injusto é eu levar um namoro, no qual não sou feliz, só porque tenho medo de perder sua amizade!

Lágrimas caiam dos olhos de Jennifer enquanto ela desabafava. Sabia que não devia dizer aquelas coisas, mas guardara tudo por tanto tempo que quase a estava sufocando.

- Então é isso, Jenny? – Cedric perguntou em tom baixo – Você não é feliz comigo?

Ela respirou fundo algumas vezes. ‘O que estou fazendo? Injusta está sendo eu!’

- Me desculpe, Ced. Eu não devia ter dito isso...

- Não devia, mas disse. Agora eu quero a verdade – exigiu ele.

- Eu gosto de você, Ced.

- Você gosta? – pela sua voz dava para ver que gostar era pouco.

- Gosto.

- Mas eu te amo.

Jenny engoliu em seco.

- Jennifer! – uma voz a chamou e ela se virou

Harry vinha em sua direção e parecia sério.

- Posso falar com você? – perguntou

Jenny olhou insegura para Cedric.

- Tenho que dar orientação aos alunos do primeiro ano – disse ele se afastando, mas ela o puxou de volta.

- Te vejo mais tarde? – ela perguntou.

Sua resposta foi um meio sorriso antes de se afastar.

- Vocês brigaram? – perguntou Harry

- Eu estava nervosa e acabei descontando tudo nele dizendo bosta.

- Alguma inverdade?

- Não, só falei a verdade, mas fui injusta. Ele mudou muito e mesmo assim joguei na cara dele o quão grudento, possessivo e controlador ele é... ou era. Também disse que não o amo.

- E o que ele disse?

Ela fez uma careta.

- O que você acha?

- Ele te ama de verdade, Jenny.

- Eu sei.

- Não pode brincar com os sentimentos dele.

- Não é minha intenção.

Eles começaram a andar pelo corredor, vagarosamente.

- Se lembra da história que Remo nos contou? O motivo da rivalidade entre nossa família e a dele? – perguntou Harry e Jenny acenou com a cabeça – Já pensou que você está parecendo Catherine?

Jenny arregalou os olhos.

- Não tenho nada haver com Catherine, Harry. Cedric não é meu marido como Edgar Diggory e eu não estou apaixonada por ninguém como Catherine era por Edward.

- Não estou dizendo nesse sentido. Catherine foi obrigada a se casar com Edgar. Estou dizendo que você está presa à Cedric como ela esteve à Edgar. E ambas contra a sua vontade. Vocês não são apaixonadas por eles.

- Catherine era apaixonada por Edward. Não sou apaixonada por ninguém...

- Mas Sirius parece ter despertado algum interesse em você – ele conseguira chegar ao ponto que queria.

- Sirius não me despertou interesse nenhum. Nós apenas conversamos um pouco. Sinto falta dele no futuro. Todos sentimos.

- Não foi o que me pareceu. Você pode até usar a falta de Sirius como uma desculpa, Jenny, mas não engana a mim. Quando nossas mentes eram ligadas por uma horcruxe eu podia entrar na sua cabeça. Te conheço tão bem quanto você mesma. E o Sirius de agora está bem diferente do Sirius do futuro. Ele é jovem, bonito, e pelo que eu ouvi dizer, bem galinha. Nunca se apaixonou por uma garota.

O sinal tocou e eles estavam se aproximando da sala do Prof.º Flitwik.

- Eu nunca me apaixonei, também, Harry. E não vai ser agora que isso vai acontecer. Principalmente por Sirius. Relaxa, ok?

Eles entraram na sala que eles pensavam que estava vazia, mas a cena que viram os paralisou. Harry ainda estava com a mão na maçaneta.

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Quero fazer um agradecimento especial a todos os que estão acompanhando!

Não sabem o incentivo que estão me dando! XD

Esse capítulo é um extra do meu presente de natal!

Vou postar o próximo antes do ano novo.

O nome dele é: A Profecia.

Não percam! Altas emoções nele!

Super beijos para todos!

 

Chrys

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