Onde está Amelia?



Edgar achou estranho a irmã não aparecer para se despedir de seus convidados, porém como estava arrependido pela discussão fez-se de bom anfitrião e cuidou para que todos tivessem carros para partir.


__


Era manhã e os elfos corriam de um lado para o outro para ajeitar a Mansão. Mas não eram apenas os elfos que corriam. Edgar se preparava para o regresso escolar. Ele já havia posto seu uniforme sonserino, penteado seus cabelos, desjejuado, escovado seus dentes e por fim checado seus pertences para Hogwarts. Só faltava uma coisa. Onde estava o famoso desespero de 1° de setembro que sempre ouvia vindo da suíte ao lado?


Amelia Cartier sempre se desesperava no primeiro dia de aulas, pois segundo ela, havia de estar perfeita. Ela sempre demorava horas para por o uniforme, tomar banho, escolher a tiara certa. (embora ela sempre escolhesse a mesma todos os primeiros dias de aula. Ela usava um modelo chamado Sweet Amelia da Cartier, desenhado por seu pai quando ela completara dez anos. Era toda de ouro branco com pequenos diamantes pela tiara toda. O modelo tinha sido um sucesso por todo os E.U.A.). Amelia já devia estar surtando a essa hora. Mas como o menino não ouvia nenhum barulho vindo de seu quarto.


Então lá foi ele bater na porta.


-Amy? Amy você já se aprontou? Está tudo bem? Olha me desculpa por ontem a noite, eu tava meio bêbado, você sabe...Amelia?


Mas apenas o silêncio vinha do quarto. Quando Edgar decidiu entrar  porta estava aberta e o quarto completamente arrumado, ao que parece a pequena Amelia não havia dormido por ali.


Então Edgar enfezou-se por ter procurado a menina, era óbvio que ela tinha saído e ido pra casa de alguém. Agora quem? Ele pensou e relembrou a noite, recordou de ver Amy dançando com Nicholas. Ah! Mas ele não podia, não, sua irmã nunca ousaria com o cafajeste do Nicholas. O menino tentou pregar isso em sua cabeça, mas logo desistiu e pegou o telefone mais próximo, que no caso era o telefone rosa todo peludinho de Amelia.


Depois de três toques alguém atendeu.


-Alô? – era a voz de Nick do outro lado da linha, mas ele parecia ter acabado de levantar. Agora esse ele tivesse acabado de levantar com Amelia?


 


-Seu filho da puta! Seu cretino! Não acredito que você ousou! Ela é minha irmã seu bastardo! - Edgar berrou


- O que? Edgar? Está tudo bem? – O menino perguntou confuso.


- Não! É claro que não! Você, seu bastardo usurpador, você transou com a minha irmã, não é mesmo? Você se aproveitou dela!


-Não. Edgar controle-se. Eu juro que não fiz isso. Você sabe que ela nem gosta de mim.


-É, mas você acha ela bonita e não pestanejaria!


-Cala-boca! Ser repugnante. Eu NUNCA me aproveitaria dela. Pode até ser que fizesse isso com uma menina qualquer do quinto ano. Mas nunca com Amelia.Você sabe disso. Sou seu melhor amigo, idiota.


-Então porque ela não está em casa?


- Eu sei lá! Já pensou que talvez ela tenha ido pra casa da Tally?


-Não. A Thalia foi pra casa com o Alex, eu chamei um taxi pra eles.


- O que? A Thalia e o Alexander foram embora juntos?


-É, mas dane-se a Amelia não tava com eles.


-Mas ela gosta do Alex!


-Depois você se lamenta. Agora, onde está Amelia?


- Já tentou ligar pra ela?


-Não.


-Nossa! Sério? Você é muito burro. Liga pros seus pais, veja se eles já estão chegando, depois liga pra mim. Eu vou ligar pra Amy. – Mas assim que Nicholas disse isso Edgar avistou o telefone da irmã.


-Deixa pra lá. Ela esqueceu o celular aqui. Porra! – Edgar bateu a mão no criado-mudo com tanta força que o barulho ecoou pelo quarto.


-Puta merda! Alguma idéia de onde ela possa estar?


-Não. Merda. Merda. Merda. Eu fiquei ocupado demais com Ménages que me esqueci de ver se minha irmã estava bem!


-Ok. Agora não há muito a se fazer a não ser procurá-la. Ligue pros seus pais e os avise.


-Avisá-los? Não. Você ta maluco? Eles vão surtar!


-Mas nós já não estamos surtando?


- É diferente. Vai por mim. Venha pra minha casa agora. Eu ligopros meus pais, para atrasá-los. Ligue pro Alex a pra Tally e venha, por favor.


-Ok, dois segundos.


__


Em menos de trinta minutos os quatro amigos estavam reunidos no quarto de Edgar pensando numa solução. Já era depois do meio-dia, o que significava que haviam perdido o trem para Hogwarts.


-Ok. Quando você a viu pela última vez? –Alexander perguntou a Edgar


- Acho que foi quando ela e o Nick tavam dançando.


-Nick? – Alex perguntou


- Idem.


-Eu só a vi quando ela me pediu pra achar o Alex, depois... –Thalia corou


-Ok. Eu nem a vi. Ótimo! Nem temos idéia de onde ela possa estar! –Alexander puxou os cabelos


-Pera aí. Vocês se comeram? – Nicholas perguntou erguendo uma sobrancelha


-Nicholas! – Edgar sinalizou


-Temos assuntos mais importantes, não acha?- Alexander respondeu ficando tão rosado quanto o telefone de Amelia.


- Não. Sério. Vocês no mínimo se beijaram ontem?


-Sim, Nicholas. – Tally respondeu com rispidez


-Oh-ou! Onde?


-Por quê? Tanto faz!- Edgar disse impaciente


-Porque isso pode nos dar uma pista. E eu acho que já tenho alguma idéia.


- Bem... No jardim... Nós nos beijamos e tal no jardim. – Thalia disse franzindo as sobrancelhas


-Ok. Vamos pra lá agora.


E assim os quatro saíram à procura de Amelia. O jardim Cartier era muito extenso, por isso tiveram de se separar. Edgar para um lado; Thalia e Alex para o outro; Nicholas cuidou do resto.


Todos procuraram feito desesperados, já fazia mais de nove horas desde o sumiço de Amelia.


Era quinze pra uma quando Nicholas encontrou a menina.


Ela estava jogada ao chão feito uma boneca de pano. Usava as mesmas vestes da noite anterior; seus cabelos estavam cheios de folhas e alguns gravetos; sua pele estava muito alva; sua maquiagem completamente borrada e havia uma mancha vermelha no vestido de Amy, se parecia muito com sangue.


Nicholas berrou pelos amigos, mas teve a impressão de que nenhum ouvira. Então levantou Amelia e pegou no colo como um grande bebê. Ela era mais leve do que ele esperava, mas mais gélida também. Na verdade a menina estava bem fria. Parecia até... morta.


__


 


Dentro de quinze minutos Nicholas chegou ao ponto de encontro no jardim e começou a chorar. O que havia acontecido com Amelia? Por que a menina estava tão gelada? E por que não havia acordado, ou movido um músculo desde que ele a pegara do chão?


Logo os amigos chegaram ali e viram a cena. Edgar foi o primeiro a surtar, ele berrou, mas podia-se ouvir a dor em sua voz. Thalia ficou imóvel. Agora, Alex foi o único que permaneceu igual. Ele estava duvidando das circunstancias.


- Você não acha que ela...? – Alexander perguntou sem conseguir terminar a frase


- Amelia, minha doce Amelia... Por que está tão gelada? – Nicholas perguntou olhando para Amy


- Você checou os batimentos? – Alexander perguntou


-N-não. – Nick declarou


- Seu estúpido! Ela pode só estar desacordada! Tipo ter desmaiado! – Alex correu para medir os batimentos da menina e Nicholas ficou perplexo por não ter pensado nisso antes.


- Graças a deus! – Alex gritou – Estão lentos, mas estão aqui! Acho que ela perdeu muito sangue...


Edgar sibilou um feitiço para estancar o sangramento.  – Vamos levá-la ao médico


-Ok. Eu a carrego – Nick disse com mais tranqüilidade


 


__


 


Amelia estava tão mole, tão gelada, tão mórbida que logo de vista o médico a declarou como morta. Os amigos tiveram de explicar às pressas a situação. O doutor cuidou de Amélia e deixou-a deitada tomando soro, segundo ele, ela ficaria bem.


-preciso falar com os responsáveis. – o médico declarou


-Bem... eles... – Alex começou, mas logo foi cortado por Edgar


-Sou eu. Eu sou o pai dela.


- O senhor parece meio novo... – o médico duvidou


-É... Bem...Eu pareço muito mais novo do que realmente sou, mas sou o pai dela. Posso provar. – Então Edgar tirou um documento falso da carteira, foi o suficiente para convencer o médico.


__


Quando Amelia acordou estava num lugar muito diferente do que estava habituada.  Era uma maca com um cobertor amarelado, paredes brancas e uma poltrona escura no canto. Só que lá cochilava um garoto que Amélia por estar muito zonza não conseguiu reconhecer.´


-Oi!


- Amy?! Oh! Por Merlin! – Ele despertou e correu até ela, abraçou-a tão fortemente que quando a soltou ela girou por alguns segundos.


- Hã? Onde é que eu to?


- No hospital, Amy.


- O que aconteceu?


- Você desapareceu... Então eu encontrei você no Bosque... Oh, Amy! Achamos que você tinha morrido!


- Mas eu estou bem... – a afirmação de Amelia soara como uma lamentação


-Não. Foi proposital? Amelia, por quê?


- Acalme-se Nick. Está tudo bem...


-Não! Amelia? O que você fez?


-Eu achei uma pedra pontiaguda...


-Oh! Amy... O Alexander não vale tudo isso! Nenhum garoto vale! Nunca, está me ouvindo? Nunca faça isso de novo!


- Mas ele... Thalia...


-Eu sei também me dói muito, mas nem por isso fico tentando me matar.


- Você gosta da Tally? Ela é a menina especial de que você comentou?


-Shh... Você tem de descansar. Vamos pra Hogwarts amanhã. Seu irmão falsificou uma carta do Elliot dizendo que todos nós estávamos na sua casa e perdemos o horário, mas que amanhã estaríamos por lá. Então descanse. Seu irmão já trouxe seu malão.


-E meus pais? Onde estão?


- No Ritz.


-Eles não sabem que eu estou aqui, nem o que aconteceu?


-Não.


-Obrigada Nick. Digo, obrigada por se importar...


 

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