Capitulo 5



No capítulo Anterior…


 


— Hey! Volte aqui, Potter! — a morena gritou quando se recuperou.


 


Harry, que já se encontrava em frente ao retrato da Mulher Gorda, apenas olhou divertido para a garota e saiu correndo pelo portal. Lene riu, e correu atrás do garoto.


 


○○○○¤~♥~¤○○○○ 


 


Capítulo 5


 


Tiago e Remo riram. Sirius estava bestificado.


 


— O que foi isso? — perguntou o garoto Black. — Desde quando a Lene sai tirando a roupa dos garotos por aí?


 


Tiago riu ainda mais com o comentário do amigo, e pousou a mão em seu ombro.


 


— Sinto por ser eu a lhe contar, caro Almofadinhas. Mas... A Lene sempre foi um tanto... Selvagem.


 


O moreno de olhos cinzentos travou.


 


— Que história é essa de você ter ficado com a Marlene no quarto ano, hein, Tiago Charlus Pontas-Potter? — Sirius disse em tom acusatório.


 


Tiago deu de ombros, indiferente, enquanto caminhava lentamente até um dos sofás.


 


— Não foi nada sério. Foi logo depois de uma festa do clubinho maldito do Slughorn. — Explicou o de olhos avelã. — Estávamos os dois bêbados... Nada demais. Eu nem lembro do que aconteceu, direito. Eu só me lembro de entrar com ela numa sala vazia e acordar com uma ressaca dos infernos no dia seguinte, com ela ao meu lado, e nossas roupas espalhadas pelo chão.


 


— Nada demais? — Sirius arregalou os olhos. — Como assim, nada demais? É a McKinnon! Marlene McKinnon! Aquela que foi praticamente criada conosco. Sobrinha-neta dasua mãe, Dorea, e neta da minha tia-avó, Cassiopeia.* A mesma Marlene que nós conhecemos desde crianças! E você transou com ela, e nem se deu ao trabalho de me contar.


 


{* N/Katie: Só para esclarecer, tudo isso é hipotético. Na Árvore Genealógica da Família Black, disponibilizada pela JK Rowling, não há indícios de que Cassiopeia Black tenha se casado ou tido filhos, da mesma forma que não é certo que Charlus Potter e Dorea Black sejam os pais de Tiago. Eu apenas deixei desse modo para criar algum laço familiar com os dois Marotos. Aqui, com Tiago sendo filho de Dorea, Sirius e ele seriam primos. Como a mãe de Tiago acolheu Sirius quando este fugiu, ela seria automaticamente removida da Árvore por traição para com a Família de Walpurga e Orion, os pais de Sirius, o que torna ainda mais improvável este parentesco.}


 


— Eu já disse, não foi importante. — Tiago bufou. — Lene e eu concordamos em deixar tudo para trás. Até porque... Ela lembra mais do que eu sobre o que aconteceu lá, e nós resolvemos não estragar nossa amizade que, como você disse, começou em nossa infância. Esqueça isso, Almofadinhas!


 


Sirius bufou, e Remo revirou os olhos.


 


— Francamente, Sirius, — disse o terceiro Maroto. — Deixe o Pontas em paz. Daqui a pouco você vai nos dar motivos para pensarmos que você está apaixonado pela Lene.


 


Sirius se engasgou e Tiago riu.


 


— O QUÊ? Eu nunca vou gostar da McKinnon, Aluado! — afirmou o de olhos cinzentos. — Ela é uma insuportável! E tem mais! Sirius Black nunca se apaixona!


 


— Cuidado com o que diz. “Nunca” é uma palavra forte, Almofadinhas. — disse Tiago, sério. — Eu costumava dizer a mesma coisa, não se lembra? E agora eu me apaixonei pela minha ruivinha, e...


 


— Não sou sua ruivinha, Potter! — disse Lily, surgindo atrás dos garotos, fazendo-os pular de susto.


 


— Bom dia, Lils. — Remo e Sirius disseram.


 


— Bom dia, meu Lírio! — sorriu Tiago. — E o que houve com ‘Tiago’? Por que voltou a me chamar de Potter? Resolveu voltar atrás com o que disse ontem?


 


A garota corou e respirou fundo.


 


— Desculpe, Tiago — ela disse, revirando os olhos. — Força do hábito. Mas... Você não me respondeu. Então... Amigos? — ela estendeu a mão.


 


Ele apenas sorriu para a mão dela e se levantou, envolvendo a ruiva num abraço apertado.


 


— Amigos, ruiva! — ele gargalhou, a girando no ar.


 


— Ei! Pott... Tiago! — ela gritou. — Me põe no chão!


 


— Não! — ele gargalhou, a jogando por sobre o ombro, como um saco de batatas, caminhando com ela pelo buraco do retrato, atraindo olhares de todos os que passavam, enquanto Remo e Sirius os seguiam gargalhando.


 


— Tiago! — ela ralhou.


 


— O quê? — o garoto perguntou inocentemente. — O Sirius já fez isso muitas vezes com você!


 


— Eu sei, mas eu estava vestindo uma calça em todas essas vezes. — ela bufou. — E, caso não tenha percebido, senhor Potter, eu estou de saia, e todos os garotos que estão passando estão olhando para as minhas pernas.


 


Tiago parou de andar imediatamente, e a pôs no chão com delicadeza.


 


— Droga. Malditos sejam esse garotos. Abusados. — resmungou Tiago, e Lily riu, abraçando Remo e Sirius.


 


— Enfim um ‘bom dia’ decente! — riu-se Sirius, abraçando a ruiva de volta. — Eu achei que você ia me trocar pelo veado!


 


— Ei! É Cervo, seu pulguento! — brigou o de óculos.


 


— Parem de briga, crianças! — demandou Lily, e os garotos obedeceram, ficando quietos e fechando a expressão como uma criança birrenta. — E eu nunca vou te trocar Six! Você é meu cachorrinho favorito! E o Remmy é meu lobinho! — a ruiva abraçou o amigo.


 


— E eu? — perguntou Tiago esperançoso, com um sorriso.


 


— Você... — ela começou. — Não sei! — a garota deu de ombros, andando em direção ao Salão Principal.


 


— Hm... Lily? — perguntou Remo. — Cadê sua mochila? Não me diga que vai matar aula! Por Merlin! O Tiago não pode ter sido uma influência tão rapidamente!


 


— Se acalme, Remo. — a ruiva sorriu. — Eu estava treinando o feitiço do Encolhimento que o Flitwick passou. — ela mostrou uma miniatura de uma mochila preta com detalhes em branco. — Acho que deu certo.


 


Remo pegou a miniatura e sorriu, analisando-a.


 


— Está realmente ótima. — disse o garoto.


 


— Tá, tá, que seja. — disse Sirius revirando os olhos. — Nerds. Será que dá pra andar logo? Eu to com fome!


 


Tiago revirou os olhos.


 


— E quando você não está com fome, Almofadinhas?


 


— Deixa ele, Ti. — a garota riu.


 


Tiago a olhou maravilhado, com uma expressão sonhadora, fazendo Sirius e Remo revirarem os olhos.


 


— O que foi? — perguntou a garota.


 


— Você me chamou de Ti. — o moreno de cabelos desgrenhados sorriu lindamente.


 


— Ué! A Lene te chama assim o tempo todo! Tem algum problema? — a ruiva perguntou, confusa.


 


— Esquece ele, Lils. — Remo revirou os olhos mais uma vez. — O Tiago sempre fica assim quando o assunto é você. O melhor a se fazer é ignorá-lo.


 


— Nossa, Reminho, assim você me magoa. — disse Tiago, com uma voz falsamente ofendida.


 


— Não enche, Pontas. — Remo riu.


 


— Ei! — exclamou Lily, olhando em volta. — Onde estão a Lene e o novato... Harry, não?


 


— A Lene tava tentando tirar a camisa do Harry, aí ele fugiu. — Sirius deu de ombros. — Eles devem estar tomando café.


 


— Mas... Eu ainda não entendi! Por que a Lene queria tirar a camisa do coitado? — perguntou a ruiva, arregalando os olhos.


 


— Eu acho que é porque o Pontas disse que você viu o Frank, o Aluado e o Harry de toalha. — explicou o moreno de olhos cinzas — E ela quer ver também. Vá entender. Aquela lá é louca.


 


Lily corou com a lembrança.


 


— Que seja. — a garota disse, sem graça. — Vamos logo. Eu estou com fome, e ainda quero comer antes de ir pra aula.


 


— Vamos, então — disse Tiago puxando a garota pela mão.


 


E assim seguiram caminho para o café da manhã, em meio a risadas e brincadeiras.


 


—XXX—


 


Lilian se jogou no banco ao lado de uma Marlene muito emburrada e em frente a um Harry um tanto constrangido, mas com um sorriso vitorioso, enquanto os Marotos se acomodavam no banco ao lado do moreno e das garotas.


 


— O que foi, Lene? — perguntou Lily, curiosa.


 


— Isso não é justo! — bufou a morena. — Por que você pode ver os meninos de toalha e eu não?


 


Lily corou com o comentário da outra, e Tiago riu escandalosamente, assim como Remo, enquanto Sirius apenas olhava para a garota com as sobrancelhas arqueadas em descrença.


 


— Pelo menos, já que o Novo Potty não quer mostrar, me diga... De zero a dez, que nota você dá para o corpo dele, Lils? — a morena continuou encarando a ruiva, enquanto esta corava ainda mais, quase atingindo o tom rubro de seus cabelos.


 


— Hm... Nove e meio? Dez? — Lily disse, incerta, sentindo os olhares divertidos de Sirius e Remo, e o ciumento de Tiago pairando sobre si. — Dez e meio?


 


Lene arregalou os olhos.


 


— Ah, qual é! — ela reclamou, encarando o moreno de olhos verdes. — Por que eu não posso ver?


 


Harry bufou, sentindo suas bochechas esquentarem.


 


— Te aconselho a mostrar logo o que ela quer, cara. — disse Remo, servindo-se de ovos com bacon. — Quando a Lene cisma com alguma coisa, ela não para até conseguir o que quer.


 


— Mas por que você quer que eu tire minha camisa? — Harry perguntou para a morena. — Merlin! Estamos no meio do Salão Principal!


 


— Porque eu quero, oras! — exclamou a McKinnon. — E o que você tem a perder com isso? O máximo que pode acontecer é, tomando a nota da Lils como referência, você conseguir um fã clube feminino, que nem o Black e o Ti.


 


— Não estou interessado, obrigado. — o moreno deu de ombros.


 


— Por que não? — a menina disse, cética. — Você é lindo! De acordo com a Lilian, que é muito exigente com garotos, você é gostoso. Você é uma cópia do Tiago, mas com olhos verdes! A não ser que... — ela arregalou os olhos. — Você é gay? Que desperdício!


 


Harry se engasgou com o suco de abóbora que tomava, enquanto Tiago, Sirius e Remo riam histericamente, atraindo os olhares de muitos dos presentes no salão.


 


— Eu não sou gay! — rosnou Harry, quando se recuperou do acesso de tosses.


 


— Então prove! — desafiou Marlene. — Primeiro levante a camisa, e depois agarre uma qualquer. — demandou.


 


Harry respirou fundo, controlando seu gênio, e se levantou, despindo a capa e desabotoando a camisa do uniforme, abrindo-a e mostrando seu corpo muito bem definido pelo quadribol e pelo intenso treinamento do Departamento dos Aurores. Marlene deixou o queixo cair, mas não se deu por satisfeita.


 


— Ótimo. Você é gostoso, mas isso não prova nada. — ela disse com um sorrisinho malicioso. — Falta você agarrar uma garota qualquer.


 


Harry bufou e olhou em volta. Duas garotas, uma loira e uma morena, ambas de uniformes com os detalhes azuis, caminhavam pelo espaço entre as mesas da Grifinória e da Corvinal, onde Harry estava parado. Sem pensar duas vezes, Harry puxou a loira pela cintura, e a beijou intensamente, arrancando risos e palmas dos Marotos e de outros Grifinórios que estavam acompanhando a discussão.


 


Tão rapidamente como começou, Harry se separou da garota, fechou rapidamente a camisa, vestiu sua capa, e sentou-se, corado, retomando seu café como se nada tivesse acontecido. A garota loira permaneceu parada ali, em um tipo de transe, e só foi acordada quando a morena que a acompanhava a puxou pelo braço, cochichando algo ininteligível e soltando risinhos estridentes na direção do moreno.


 


— Feliz, agora? — perguntou Harry, entediado, a Marlene.


 


— Muito. — a garota sorriu largamente.


 


Harry abaixou seu olhar novamente para seu prato, e voltou a comer despreocupadamente, até que...


 


— Ora, ora, ora, o que temos aqui? — perguntou uma voz polida atrás dos garotos. Os Marotos apenas se levantaram e sacaram as varinhas.


 


Harry meramente se virou e viu um rapaz de cabelos loiros platinados muito lisos, com a face pontuda e uma expressão superior, somada a uma pose aristocrática e trajes bruxos impecáveis.


 


— O que faz aqui, Malfoy? — perguntou Sirius em tom de desafio.


 


— Não se meta, priminho. — debochou o loiro, fazendo o Black fechar a cara.


 


— Não é porque você vai se casar com minha prima, Marilyn Monroe, que você vai se tornar meu parente. — o moreno disse, olhando para uma loira ex-Sonserina, Narcisa Black, com nojo e desprezo. — Que decadência, hein, Ciça? Se casar com um Malfoy. Sinto muito por você. — riu-se o moreno, debochado.


 


— Minha vida não lhe interessa, Sirius. — a garota disse friamente. — Mas devo dizer que tia Walpurga me fez uma visita, e disse que lhe dará mais uma chance de voltar para casa, até o Natal. É a sua oportunidade para deixar de andar com gente dessa laia. — ela apontou para Tiago e Remo com superioridade.


 


Tiago avançou para cima dos ex-Sonserinos, mas Remo o segurou, indicando Lily com a cabeça.


 


— Então, querida priminha, avise minha adorada mãe que ela enfie essas ‘chances’ onde bem entender, porque eu prefiro me misturar com gente dessa laia pelo simples fato de o sangue deles ser milhões de vezes mais puro que o de qualquer um de vocês. — rosnou Sirius.


 


— Ora, seu... — começou Belatriz, se fazendo presente pela primeira vez, com seus cabelos crespos e desgrenhados e roupas da aristrocacia, apontando a varinha para o primo.


 


— Abaixe a varinha, Black. — demandou Lily, se levantando e encarando os Sonserinos. — Acho melhor saírem todos daqui, antes que eu tenha que aplicar uma detenção em cada um de seus amigos, e comunicar a Dumbledore de seus atos abusivos dentro desta escola.


 


— Não seja ridícula, sangue-ruim. — debochou Lúcio, fazendo Tiago tentar avançar contra ele, sendo mais uma vez impedido por Lupin. — Dumbledore não pode fazer nada conosco, estamos formados há anos.


 


— Não, mas posso comunicar a professora McGonagall para que ela tome suas providências e não permita mais a entrada de vocês neste Castelo. — a ruiva disse, séria. — E Remo, não se preocupe em conter o Tiago. Não sou a favor das brigas de vocês, mas se for para ver esses ex-Sonserinos sendo quebrados nas mãos de um Grifinório, eu posso abrir uma exceção.


 


Tiago a olhou, bestificado, como se perguntasse silenciosamente se ela estava dizendo a verdade sobre ‘quebrar’ os projetos de Comensais. Lúcio a encarou com ódio.


 


— Que seja. — ele revirou os olhos. — Não viemos aqui pra isso. — o loiro se virou para Harry. — Novato, você pode ser da Grifinória, mas cedo ou tarde vai descobrir que algumas companhias são melhores que as outras. — ele olhou superior para os Marotos e Lily, e estendeu sua mão para o moreno de olhos verdes. — Meus amigos podem ajudá-lo nisso.


 


Harry sorriu debochado para Lúcio, lembrando-se claramente de ter passado pela mesma situação com Draco, em seu primeiro ano.


 


— Sinto muito, Malfoy. — o moreno cuspiu o nome. — Mas eu posso ver sozinho quem são os melhores.


 


— Como ousa? — rosnou Belatriz, apontando sua varinha para o garoto. — Sectusem...


 


— Expelliarmus! — Harry disse, sem se abalar, fazendo a varinha da garota voar de sua mão, e seu corpo ser jogado para trás com o impacto do feitiço. — Não se meta com quem não conhece, Black. E tome cuidado para não me irritar, eu posso não ser tão bonzinho da próxima vez que me atacar.


 


Lúcio rosnou e os Marotos riram, enquanto Lily apenas dava um sorrisinho para a cena e voltava a se sentar, retomando seu café da manhã tranquilamente. Os Sonserinos e os ex-alunos se viraram para sair, e Narcisa se voltou mais uma vez para Sirius.


 


— Você é patético, Sirius. — disse a loira com desdém. — Diz que tem nojo de nós, e que o sangue dos seus amiguinhos é melhor que o nosso, sendo que você carrega as mesmas raízes que eu e a Bela.


 


— E você não tem ideia do quanto eu daria para mudar isso, Narcisa. — disse Sirius sério, fazendo a garota se virar com um último olhar rancoroso para o primo e sair dali a passos rápidos, entrelaçando sua mão na de Lúcio.


 


Sirius respirou fundo, olhando a prima se afastar.


 


— Tenho pena dela. Ela está cega pelo conceito de pureza de sangue, mas a verdade é que a Ciça costumava ser mais como a Andrômeda. — disse o moreno com pesar.


 


— Deixa isso pra lá, Almofadinhas. — disse Tiago, se sentando novamente à mesa, assim como Harry e Remo. — A Narcisa é esperta. Cedo ou tarde ela vai ver que isso não passa de um bando de besteiras da família.


 


— Eu só espero que não seja tarde demais. — o de olhos cinza comentou sombrio.


 


 


Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.