Capitulo 4



No capítulo Passado...


 


E naquela hora, Sirius Black não ligou para sua aparência nem para as milhares de pessoas que poderia entrar naquele dormitório e olhar aquela cena de chamá-los de Gays. De qualquer forma ele azararia a pessoa.


 


Aquele era Tiago Potter, seu melhor amigo e seu irmão. O garoto dos Potter era como um verdadeiro irmão para si. Seus amigos eram sua única e verdadeira família, odiava vê-los naquela situação. Prometeu a si mesmo que não deixaria que isso acontecesse novamente.


 


#♥#♥#♥#


 


Capítulo 4


 


Sirius levantou-se decidido e desceu as escadas do dormitório, seguindo a passos firmes em direção a uma ruiva e uma morena.


 


— Lily. — disse ele sério. — Precisamos conversar.


 


— Nossa... E não é que ele resolveu furar o olho do amigo? — Marlene murmurou baixo.


 


Sirius apenas ignorou o comentário da McKinnon, e continuou a olhar fixamente para Lily, esperando a resposta da ruiva.


 


— Tudo bem. — ela falou, mas não se moveu. Sirius suspirou ao responder:


 


— Sozinhos.


 


— Tudo bem, tudo bem... Percebi que estou sobrando... —Dizendo isso, a morena saiu, mas os outros dois sequer desviaram o olhar para verem a amiga subindo as escadas.


 


— Escuta, Lils... — começou Sirius. — Eu sei que nós somos amigos, e que o Tiago gosta de você, e que você ama dar foras nele, mas... Você já pensou sobre o que ele vem sentindo?


 


Lilian encarou o moreno sem dizer uma palavra.


 


— Olha, ruiva, eu realmente te adoro, mas eu vou ser sincero com você. — o moreno a encarou seriamente. — O Tiago é, além de meu amigo, o irmão que eu escolhi, que me acolheu na casa dele quando minha família me rejeitou pelo simples fato de eu ser um Grifinório.


 


Lily abriu a boca para contestar.


 


— Não. Quem fala agora sou eu. O Tiago gosta realmente de você. — mais uma vez, a garota tentou falar, e mais uma vez o moreno a interrompeu. — Você pode não acreditar, você pode dizer que ele é um cafajeste, você pode pensar que ele está rindo de você pelas costas.Mas ele não está. E desculpe, Lils, mas eu cansei de assistir você brigando com meu amigo. Neste momento, o Tiago está no quarto, depressivo, e por sua causa. Eu não estou pedindo para você se desculpar, porque boa parcela dessa culpa é dele.Tudo o que eu quero é que você simplesmente pare de brincar, porque ele não é de ferro. O Tiago tem sentimentos por você que eu talvez nunca chegue a entender. Tente... Só TENTE cogitar a ideia de dar a ele uma chance. Apenas uma. Nada mais. Acredite isso será melhor para todos nós.


 


Sem mais uma palavra, Sirius se virou e subiu as escadas, deixando para trás uma Lilian pensativa e assustada com as palavras do amigo.


 


— Oh, Merlin. — murmurou a ruiva, e saiu correndo em direção às escadas que o amigo acabara de subir, mas no intuito de falar com outro moreno. — Tiago! — gritou a ruiva irrompendo pelo dormitório masculino do sétimo ano da Grifinória, e encontrando um Frank Longbottom, um Remo Lupin e um Harry Potter enrolados em toalhas com os corpos muito bem definidos escorrendo gotas e mais gotas de água, este último secando os cabelos muito negros.


 


Tiago (com os olhos ainda vermelhos, mas já mais calmo) estava a meio-caminho para o banheiro, com uma toalha na mão, quando viu a ruiva surgir desesperada no quarto.


 


Lily sequer notou o estado dos garotos. Tinha olhos apenas para o moreno de olhos avelã à sua frente.Remo pigarreou.


 


- Hm... Lily? - chamou o licantropo timidamente. - Será que dá para... Hm... Nos dar licença? Quer dizer...


 


Enfim, a ruiva olhou para o amigo, para o 'novo' aluno e para Frank, sentindo as bochechas queimarem como se tivessem ateado fogo nelas.


 


— Er... Eu... Hm... — gaguejou a garota, abaixando os olhos. — Eu já vou. Ei... Potter? — Harry e seu pai olharam para ela com idênticos sorrisos zombeteiros. — Ti-Tiago, eu digo. — ela corou mais ainda, olhando nos olhos avelã que tanto lhe encantavam, encontrando-os vermelhos e inchados, fazendo-a sentir um aperto no peito por saber que a culpa daquilo era exclusivamente sua. — Será que podemos... Conversar?


 


— Ahn... Tudo bem, eu acho. — respondeu o moreno, com uma expressão meio confusa. A garota continuou ali. — Ahn... É, Evans, pode me esperar na sala comunal? Sabe, preciso tomar um banho antes e eles precisam se trocar. — respondeu com a voz trêmula, como se fosse óbvio, mas sentia um aperto no peito por tê-la chamado de Evans.


 


— Ah... Está bem, eu vou indo. — a ruiva respondeu; sentindo as lágrimas surgirem em seus olhos por ouvi-lo chamando-a por seu sobrenome. Lílian saiu do dormitório, voltando para a sala comunal e sentando-se em um dos sofás, encarando a sala vazia que se tornava melancólica naquele momento. Esperou, ali, sentada o maroto de olhos avelã.


 


Ainda no dormitório, Tiago encarava a porta fechada, onde a ruiva estava parada instantes antes.


 


— Eu to sonhando? — perguntou o moreno abobalhado. — Se eu estou, ninguém me acorda por favor.


 


Sirius riu.


 


— Eu disse que eu era demais! — o moreno de olhos cinzentos gargalhando. — Até como cupido eu sou perfeito!


 


Harry revirou os olhos para o futuro padrinho


— Você se acha! — Remo riu. — E anda logo, Pontas, a Lils deve estar te esperando. Quem sabe agora você consegue pelo menos uma trégua?


 


— Querido, Aluado, eu não me acho, eu sou. — Sirius sorriu abertamente, Remo revirou os olhos. — E é melhor você ser rápido, veado. — completo o moreno, referindo-se à Tiago.


 


— É CERVO, SEU CACHORRO IMUNDO! — Tiago berrou, antes de entrar no banheiro para finalmente tomar seu banho.


 


— É... Voltamos à rotina normal. — murmurou Pedro para Remo.


 


Frank riu, se vestindo rapidamente.


 


— Ainda bem. Até mais tarde, garotos. — o moreno saiu sorrindo largamente


 


— Onde ele foi? — perguntou Harry.


 


— Provavelmente foi agarrar a namorada dele, Alice Cohen. — explicou Sirius, revirando os olhos.


 


Os minutos se passaram, e finalmente ele apareceu. Era noite em Hogwarts, provavelmente boa parte dos estudantes já estavam dormindo. A ruiva permanecia na sala comunal da Grifinória, esperando o moreno.


 


Após um longo tempo sentada, Lily suspirou pesadamente e se levantou. "Como eu posso ter pensado que ele viria? O Six está certo, eu não deveria ter brincado com ele, e eu não deveria fazer essas coisas com o Tiago. Ele tem sido tão... Perfeito comigo" Quando a ruiva deu um passo em direção às escadas do dormitório feminino, Tiago apareceu. Ele usava apenas a calça de pijama, deixando o peitoral bem definido à mostra; aquilo era uma tentação até para ela. Ele a fitou nos olhos, ela corara com o olhar dirigido a si.


 


— Evans, eu... — começou o moreno, sem desviar o olhar.


 


— Não. — a ruiva encarou os olhos castanho-esverdeados que tanto atiçavam sua parte mais liberal. — Eu falo. Você ouve.


 


O moreno sorriu largamente, fazendo os pelos da garota se eriçarem. Então, ele fez um gesto claro, indicando que ela prosseguisse.


 


— Eu sinto muito. Por tudo. Eu não devia tê-lo tratado da forma que lhe tratei. Desculpe por isso. — a garota respirou tristemente. — Você tem sido muito gentil, mas eu me ceguei pelo seu histórico, e acho que a verdade é que eu não queria ver o quão...


 


— O quão... — ele incentivou.


 


— O quão maravilhoso você pode ser. — ela corou.


 


Tiago sorriu largamente, sorriso esse, que foi desfeito assim que a ruiva continuou a falar:


 


— Mas eu não quero um relacionamento contigo, Tiago. Não quero ser só mais uma na sua pequena lista, não quero me magoar.


 


O rosto do rapaz se contorceu em uma expressão de tristeza, que demonstrava claramente o que ele sentia.


 


— Lily, eu já disse que você não vai ser apenas mais uma. — ele tentou argumentar.


 


—Mas eu quero tentar ser ao menos sua amiga, uma amizade saudável. Por favor, até porque somos Monitores-Chefe, e precisamos fazer rondas e relatórios juntos, além de todas as reuniões com os outros monitores e com os professores.— ela continuou. E ao notar a expressão do rapaz, ela disse. — Por favor, Tiago, não fique triste. Me machuca te ver assim e saber que eu sou a culpada.


 


— Triste? Eu não estou triste. — ele afirmou, forçando um sorriso. — Ah, Lily, eu... Eu acho que vou dormir agora. — terminou, e caminhou em direção ao dormitório masculino da Grifinória.


 


— Espera! Pot... Tiago! — Lily alteou um pouco sua voz para chamar a atenção do garoto. O moreno se virou, um sorriso brincando com seus lábios ao ouvir seu nome se pronunciado pela ruiva. — Então... Você não respondeu! — Ela disse, corando. — Amigos?


 


O garoto apenas lhe lançou um sorriso fraco.


 


— Boa noite, Lírio.


 


E subiu, deixando a garota desnorteada para trás, sentindo incômodas lágrimas escorrerem dos cantos de seus olhos. Lily o viu desaparecer e desabou na poltrona em frente à lareira. Já era noite, e havia apenas ela no Salão Comunal. A ruiva deixou as lágrimas caírem por seu rosto, enquanto ela apontava a varinha para a lareira apagada e murmurava um “Incendio” baixinho, em meio a soluços de arrependimento.


 


#♥#♥#♥#


 


Tiago Potter entrou em seu dormitório, que por sinal estava estranhamente quieto. Foi a passos lentos até a sua cama, e sentou-se devagar nesta. Quando iria por fim deitar-se para mergulhar no sono, ouviu alguém berrar:


 


— Nem pense em dormir antes de nos contar o que aconteceu lá embaixo, Tiago Potter! — era Sirius, com toda a certeza.


 


Sentou-se novamente na cama, de frente para a cama do amigo, que era ao lado esquerdo da sua. Suspirou fundo e notou então todas as cabeças dos amigos levantadas, em suas respectivas camas.


 


— Não tem nada pra contar, Sirius. — murmurou, deitou-se novamente e antes que o amigo dissesse algo, murmurou baixo. — Ela ainda me acha um “pegador idiota” e só quer minha amizade. — e então, fechou os olhos, rezando a Merlin para que os amigos não lhe fizessem mais perguntas. Por fim, com o silêncio que se fez no quarto, Tiago Potter caiu na inconsciência.


 


#♥#♥#♥#


 


O dia ainda amanhecia em Hogwarts, e o maroto de olhos avelã já estava acordado, observando o sol nascer sentado no parapeito da janela do dormitório, que ficava ao lado de sua cama. Mal dormira depois da ‘conversa’; acordara pela madrugada, e desde então não conseguira dormir novamente. Sua mente girava apenas em torno da ruiva que lhe roubara o coração sem nem mesmo ter consciência disso, e em torno das palavras da garota, na noite anterior.


 


Por fim, levantou-se de sua cama e caminhou até a porta do dormitório. Desceu as escadas devagar, sem fazer barulho e foi em direção aos sofás, no intuito de ficar ali até que algum de seus amigos acordasse, para ir se arrumar e tomar café na companhia dos Marotos e, agora, de Harry.


 


Mas algo chamou sua atenção, mais precisamente uma cabeleira ruiva muito conhecida, espalhada pelo braço de uma das poltronas. Tiago se aproximou lentamente, e constatou o que já sabia: aquela era Lílian Evans, deitada desconfortavelmente em uma das poltronas, encolhida.


 


Em seu rosto, o moreno pode ver indícios de que a garota havia chorado. Sentiu um aperto no peito por pensar nela derramando lágrimas, aperto este que se intensificou quando constatou que Lily chorara por sua causa.


 


Aproximou-se lentamente da garota, admirando aquele belo rosto que ela possuía. Para ele, era incrível como ela conseguia ser linda até mesmo naquelas condições: dormindo em uma estreita poltrona.


 


— Droga! — praguejou baixinho para não acordar a garota. — Como você conseguiu fazer com que eu me apaixonasse por você, Lily Evans?


 


Olhou mais uma vez para a ruiva, notando que sua posição parecia um tanto... Desconfortável. Tiago pensou em acordá-la para que ela subisse, mas algo o impediu. Ela lhe parecia tão... Perfeita, dormindo serena, que o moreno não conseguiu acordá-la. Então, fez a primeira coisa que veio à sua mente: tomou a garota em seus braços, ajeitando-a para que ela ficasse confortável e caminhou de volta em direção ao dormitório masculino.


 


Em certo ponto do percurso, Lily se moveu, enlaçando o pescoço do moreno com seus braços, e afundando sua cabeça no vão do pescoço dele.


 


— Tiago... — balbuciou ela, ainda dormindo.


 


O moreno sentiu um arrepio descer por sua espinha, e sorriu largamente ao constatar que ela ainda dormia, o que o levou a acreditar que ela sonhava com ele. Contendo-se, o moreno continuou andando, e abriu a porta do dormitório do sétimo ano com seu pé.


 


Sem olhar para nada, Tiago pousou Lily em sua cama cuidadosamente, afastando-lhe as madeixas ruivas do rosto e depositando um singelo beijo na testa muito branca, torcendo para que ela não acordasse. O moreno a ajeitou na cama de forma que ela ficasse confortável e tirou os sapatos e a capa da garota, cobrindo-a com o edredom vermelho-vinho e fechando as cortinas lentamente, se afastando da cama em seguida.


 


— Mas o que foi isso? — perguntou Remo boquiaberto, com um semblante sonolento de quem acaba de acordar. Tiago o olhou sorrindo, e viu que Harry também o encarava com uma expressão confusa, demonstrando o mesmo sono do amigo.


 


— Ela estava dormindo no Salão Comunal, numa das poltronas — explicou Tiago dando de ombros e indo até seu malão em busca de uma toalha e do uniforme, atirando um conjunto do último para Harry também. — e ela parecia estar desconfortável. Então eu trouxe ela pra cá. E aí está novato. Talvez a calça fique um pouco curta, porque você é mais alto. Qualquer coisa pega uma do Remo. — completou, se dirigindo ao banheiro e fechando a porta.


 


Harry olhou para Remo.


 


— Mas... Eles não tinham brigado ontem à noite?


 


O licantropo deu de ombros.


 


— Não tente entender. Esse daí é apaixonado pela ruiva desde o primeiro ano. Só ficou mais insuportável depois que ela se recusou a sair com ele. — explicou o de cabelos claros.


 


Harry assentiu com um sorriso. Estava adorando a ideia de conviver com seus pais e com os outros Marotos. Claro que com a exceção de Pedro. Até aquele momento, o moreno se controlara para não atacar o traidor... Só esperava que não perdesse este controle tão cedo.


 


Minutos depois, Tiago saiu do banheiro, e Remo entrou, e logo todos os Marotos estavam prontos, Sirius emburrado por ter sido acordado com seus lençóis pegando fogo, o que foi ideia de Harry, que se lembrou do fogo ‘portátil’ azul que Hermione costumava conjurar para aquecê-los em dias mais frios. Nada fora realmente queimado, só que o garoto não achou muito... Confortável ter labaredas azuis em sua cama logo pela manhã.


 


Os garotos desceram, e deixaram Lily ainda dormindo na cama de Tiago. No Salão Comunal, Marlene se encontrava desesperada.


 


— Ti! Tiago! — gritou ela, correndo em direção aos garotos, que riam da cara emburrada de Sirius.


 


O moreno de olho avelã arqueou as sobrancelhas.


 


— Bom dia pra você, também, Lene. — sorriu o maroto. — E o que houve?


 


— Bom Dia. — ela bufou, retomando logo sua expressão de desespero. — É a Lily! Ela sumiu! Ontem à noite eu estava esperando ela, e...


 


— Lene! — chamou Tiago, mas a morena não ouviu.


 


— Ela simplesmente não apareceu! — ela berrou. — Ela ia falar com esse Cachorro, mas quando eu desci...


 


— Lene! — o moreno tentou mais uma vez, obtendo o mesmo efeito.


 


— Nenhum dos dois estava aqui! Ah, Black! — ela rosnou. — Se você fez qualquer coisa com a minha amiga...


 


— A Lily está dormindo na minha cama! — Disse Tiago, controlando a voz para que apenas os amigos ouvissem. Marlene ficou quieta imediatamente, e arregalou os olhos.


 


— COMO ASSIM? — berrou Lene ao sair do ‘transe’ em que se encontrava. — TIAGO POTTER! EXPLIQUE-SE! O QUE VOCÊ DEU PRA RUIVA, HEIN?


 


— Hey! Se acalma, garota! — Tiago revirou os olhos. — Eu não dei nada pra ela. Quando eu acordei, a Lily estava dormindo no sofá, e, como eu não posso subir as escadas do dormitório feminino, eu a levei para o meu quarto. Simples assim. E você provavelmente não a encontrou aqui ontem à noite porque ela tinha subido no nosso dormitório para me chamar.


 


A morena ficou quieta, digerindo as recentemente obtidas informações.


 


— Que seja, então. — disse a garota, por fim. — Eu vou chamá-la. Ela não vai gostar de perder o café. E... Por que ela te chamaria?


 


— Para oferecer uma trégua. — o moreno dos olhos avelã sorriu belamente. — E para pedir a minha amizade.


 


— Ah. — ela disse simplesmente. Segundos depois, a morena arregalou os olhos e gritou. — O QUÊ? COMO ASSIM?


 


Os Marotos riram.


 


— Não me pergunte. Depois que o Sirius falou com ela, a Lily simplesmente apareceu no dormitório e abriu a porta com tudo, o que foi meio constrangedor, já que o Remo, o Frank e o Harry estavam só de toalha. — o queixo da garota caiu enquanto o moreno explicava. — Mas isso não vem ao caso...


 


— Não vem ao caso? — bufou a garota. — Como não? Ah, Droga! Como eu queria ser a Lils nessa hora... Mas... Espera! — ela se virou para Harry. — Levante a camisa!


 


Harry arregalou os olhos, sentindo as bochechas esquentarem. Os garotos desataram a rir quando o moreno de olhos verdes negou, constrangido.


 


— Ah, qual é, Novato! — exclamou a garota, se aproximando do outro moreno de cabelos despenteados. — Não dói! Só... Levante a camisa!


 


Harry negou mais uma vez, e Lene bufou, agora bem próxima a ele. Então, num súbito, a garota sacou rapidamente sua varinha e a apontou para o garoto, murmurando um “Immobilus” baixo.


 


Harry, ao ver o movimento da garota, sacou sua própria varinha em reflexo, e, a tempo de impedir o feitiço, conjurou um escudo não-verbal, o protegendo do ‘ataque’.


 


Os presentes o olharam com as sobrancelhas arqueadas, como se perguntassem comoele se protegera tão rapidamente.


 


— O que foi? — perguntou o garoto fingindo inocência, procurando uma desculpa que explicasse o porquê de ter reflexos tão bons, sem querer dizer que os adquirira durante a guerra que estouraria dali a quase trinta anos. Então, lembrou-se de algo que descobrira em seu quarto ano. — Em Durmstrang, nós aprendíamos algumas técnicas de duelos, além de algumas coisas das Artes das Trevas.Eu, particularmente, não gostava, mas era obrigatório.


 


#♥#♥#♥#


 


Não muito longe dali, no dormitório masculino, uma garota ruiva abria levemente os olhos verdes. Levantou-se de onde estava deitada, percebendo estar em uma cama. Mas não se lembrava de como fora parar ali.


 


Abriu as cortinas antes fechadas, e olhou rapidamente o local ao seu redor. Não parecia ser o seu dormitório. Levantou-se rapidamente, e avistou no criado-mudo ao seu lado, um pequeno pergaminho dobrado. Pegou-o e abriu, lendo o conteúdo em seguida:


 


“Querida Lily,


Não se desespere. Está no dormitório masculino da Grifinória, eu mesmo a trouxe pra cá quando desci as escadas e a avistei dormindo desconfortavelmente em uma das poltronas da sala comunal da Grifinória.


Não se preocupe, não aconteceu nada que você não queira.


Com carinho,


Tiago Potter.”


 


Instantaneamente, ela sorriu. Não conhecia aquele Tiago preocupado, que se importava com o conforto dos amigos e até dela mesma. Deu-se conta naquele momento, que não conhecia absolutamente nada do verdadeiro Tiago Potter. O que sabia dele era apenas o que queria acreditar nos anos anteriores. Algo que só agora se deu conta de que era totalmente errado.


 


Arrumou as vestes. Eram as mesmas do dia anterior — argh, definitivamente precisava de um banho. Saiu do dormitório, e desceu as escadas, avistando os amigos na sala comunal, com uma Marlene irritada tentando a qualquer custo levantar a camisa de Harry Potter.


 


— Marlene! — exclamou a ruiva, atraindo as atenções para si. — Que modos são esses? Comporte-se!


 


A morena apenas sorriu maliciosa para a amiga.


 


— Ah, qual é, Lils! — Lene mantinha seu sorriso — Você já tem o Tiago só para si! E seja caridosa! Você já viu o novo Pottinho sem camisa uma vez. Por que eu não posso?


 


A ruiva corou intensamente.


 


— Argh! Você é insuportável, McKinnon! — exclamou a ruiva. — E bom dia, meninos. — Concluiu sem olhar para eles, correndo em direção às escadas do dormitório feminino.


 


Lene gargalhou, e Harry aproveitou a distração da garota para sair de fininho de perto, com um aceno para Tiago, que apenas concordou, prendendo o riso.


 


— Hey! Volte aqui, Potter! — a morena gritou quando se recuperou.


 


Harry, que já se encontrava em frente ao retrato da Mulher Gorda, apenas olhou divertido para a garota e saiu correndo pelo portal. Lene riu, e correu atrás do garoto.

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