A Rebeldia em Pessoa



    Enquanto isso em Liverpool uma menina identica a Juliana passava os canais da televisao entediada. Ela ja tinha passado mais da metade dos canais e nao  tinha encontrado nada de bom.


    Passado algum tempo, ela desistiu e foi ate o seu quarto pegar o seu celular e digitou o numero da casa dos seus primos.


    O telefone chamou uma, duas, tres vezes, ate quedepois de um milenio, algum atendeu:


    -Alo – disse uma voz que a Fernanda reconheceu logo que ouviu.


    -Cleide? Oi e a Fernanda.


    -Nandinha, tudo bem?


    A Cleide trabalhava naquela casa desde que a Fernanda se entendia por gente, por isso a chamava de Nandinha, que era o apelido que as pessoas usavam quando ela era menor. E a Fernanda gostava muito dela.


    -Tudo e voce? – ela respondeu por educacao.


    -Tambem.


    -Escuta, Cleide, o Gui ou o Gu estao em casa?


    -Estao, quer falar com qual?


    -Chama o Gui.


    -‘Ta, um minuto.


    E a Fernanda esperou, esperou e esperou... Provavelmente a coisa que a Fernanda mais odiava na vida era esperarar. Um dos motivos para isso e que ela tem TDAH.


    -Alo.


    -Oi Gui, tudo bem?


    -Estava, ate voce ligar.


    -Obrigada, sr. Simpatia.


    -Foi nada. Mas por que motivo eu fui obrigado a pausar o videogame?


    -Porque eu ‘tava com vontade de te irritar...


    -Ah, vai...


    -Brincadeira, voce sabe que eu te amo.


    -Fe, o que voce quer?


    -Que isso Gui, e so diser que eu te amo, que voce acha que eu ‘to querendo alguma coisa.


    -Hum, deixa eu ver... – ele fingiu pensar – E. E sim.


    Os dois riram.


    -Garoto esperto, nao e que voce acertou?


    Eles riram mais ainda e o Gui revirou os olhos, mas e claro que a Fernanda nao viu.


    -Claro que voce pode! – ele disse, mas pareceu se lembrar de alguma coisa – E a sua mae?


    -Esta em Sao Paulo. Pra variar. – acrescentou ela com ironia.


    -Entao esta otimo.


    -Ja estou indo, ta?


    -Ta. Beijos.


    -Beijos


    A Fernanda pegou o onibus que ela sempre pegava para ir para a casa dos primos. Ela ja o conhecia muito bem, pois ia sempre pelo menos uma vez por semana para aquela casa. Fernanda ficou 15 minutos entediada nos bancos da frente, porque estava com preguica de ir para tras. Apenas quando faltavam apenas dois minutos ela decidiu ir para os bancos de tras, mas ela percebeu que tinha esquecido o dinheiro.


    Desesperou-se por um momento, mas teve uma ideia que julgou ser brilhante. Primeiramente Fernanda se aproximou de um banco onde um rapaz estava sentado ao lado de uma senhora.


    -Ei!! – ela gritou – Cara devolva isso ja!


    -Do que voce esta falando?  - perguntou ele.


    -Nao se finja de inocente! Devolva a carteira dessa senhora!


    Assim que ouviu isso, a senhora ficou revoltada e comecou a bater nele com a sua bolsa. O motorista parou e olhou para tras, mas ele simplesmente nao entendeu o que estva vendo.


    Tinha uma rodinha de passageiros em volta de uma senhora, que estava batendo com a bolsa em um reapaz que tinha uma feicao assustada de quem nao estava entendendo nada. Ele viu tambem alguns joens assustados saindo do onibus.


    -Todos parados! – ele gritou e para a sua surpresa, foi obedecido Descam todos do meu onibus!


    Os passageiros obedeceram e assim que desceram, alguns comecaram a conversar sobre como e um absurdo um rapaz tentar assaltar uma senhora idosa como aquela. E a Fernanda foi embora com um rosto inocente.


    Ela andou quatro quarteiroes ate a casa dos primos. Quando chegou la, acenou para o porteiro, que ja a conhecia.


    Fernanda adorava os primos e a casa deles, por isso sempre estava la. Ela nao gostava de ficar sozinha. O apartamento e grande, por isso ela nunca incomodava.


    Entrou no elevador e ficou fazendo a coisa que ela mais odiava: esperando.


    Depois do que pareceu um milenio, a porta abriu e a Fernanda suspirou de alivio.


    Saiu do elevador e tocou a campanhia. A Cleide abriu aporta e disse:


    -Nandinha!


    -Oi Cleide. – a menina respondeu e abracou a empregada.


    A Fernanda saiu da cozinha e foi procurar os primos naquela casa enorme. Olhou no quarto dos meninos. Nada. No quarto da prima. Nada. Entao foi para o lugar em que deveria ter procurado desde o inicio: A sala de televisao.


    Nao tao surpresa, ela viu que os tres estavam empoleirados em um sofa.


    -Oi gente! Eu sei que eu nao sou tao interessante quanto a tv, mas voces podiam vir falar comigo, ne?


    O Gustavo pausou a televisao e foi falar com ela seguido pelo irmao e pela irma.


    -Oi Fe –ele disse, eles se abracaram e ela se sentiu muito pequena, como sempre se sentia perto dele.


    -Oi gigante! – ela disse e ele sorriu com o novo apelido.


    -Oi Fe – disse o Gui e eles se abracaram tambem.


    -Oi Gui. – disse a Fernanda esperando pelo terceiro abraco que nao veio e ela acrescentou – E a Bruninha naovem falar comigo nao?


    -Oi Fe! – disse a prima e foi ate la para abracar a prima.


    Assim que acabou de cumprimentar todos, a Fernanda pegou o controle que estava abandonado no sofa e desligou a televisao.


    -Ei! – reclamaram os tres juntos fazendo ela rir.


    -Vem! – ela disse e pegou um braco do Gui e um do Gu,arrastando-os para o quarto e a Bruninha os seguiu.


    Ela arrastou eles pelo braco, pois sabia que so assim ela conseguiria que os quatro fizessem alguma coisa juntos que nao fosse ver televisao.


    E valeu a pena! Os tres tiveram uma tarde muito divertida cheia de risos. Ate que chegou a hora de dormir e tinham que decidir onde iam dormir.


    Demorou algum tempo, mas por fim, eles decidiram que dormiriam na sala grande, entao o Gui pegou o proprio colchao e a Fe, o do Gu, pois ele dormiria no sofa. Enquanto a Bruna pegou tambem o proprio colchao.


    Juntos, os quatro reorganizaram a sala, tiraram a mesa de centro e no lugar colocaram os colchoes paralelos ao sofa.


    Uns dez minutos depois, a tia Marcia, mae dos primos, entrou na sala dizendo:


    -Criancas, sao 10 horas, vao dormir que amanha voces tem que acordar as seis horas da manha.


    -Nem me lembre – resmungou a Fernanda.


    -Fe, liga para a sua mae antes de dormir. – ela acrescentou antes de sair da sala.


    -Esta bem, ja vou ligar – disse ja pegando o telefone.


    -Boa noite. – disse a tia Marcia.


    -Boa noite. – responderam os quatro.


    A Fernanda ligou para a mae e disse que estava na casa dos primos e que estava tudo bem.


    Eles ficaram conversando ate tarde. O Gustavo e a Fernanda, entao, ficaram conversando e ouvindo musica ate as tres horas da manha. Na verdade, a unica que dormiu direito foi a Bruna.


    No dia seguinte, o Gui teve que se jogar em cima da fe para ela acordar, mas com o Gu, nem isso funcionou. Para acorda-lo, eles tiveram que joga-lo no chao.


    Essa criatura ja acordou xingando tudo e todo mundo que ele via pela frente, enquanto os outros riam dele. Elestomaram cafe da manha e foram se arrumar com pressa.


    Os quatro foram para a escola com o motorista deles. Eles foram conversando o caminho inteiro etinha algumas horas que a Fernanda gritava so para nao deixar o Gu dormir de novo. No caminho, ninguem sabe como, a conversa chegou nos deveres de casa e a Fernand constatou que tinha tido cinco deveres e que nao tinha feito cinco deles.


    -Fe, voce tem que fazer os deveres! – bronqueava o Gui.


    -Ta bom, mamae. – respondeu ela sem nem ligar para o que o primo tinha dito.


    Depois de uns vinte minutos, eles chegaram na escola e cada um foi para a sua sala. Como as salas do Gui e da Fe eram uma do lado da outra, os dois subiram juntos conversando sobre assuntos mais particulares.


    -Entao, voce falou com ela? – perguntou a menina.


    -Nao, eu nao tive coragem. – respondeu ele.


    -Criatura, qual e a pior coisa que pode acontecer se voce falar com ela e voce levar um nao e os dois vao continuar a vida. Mas e a pior coisa que pode acontecer se voce nao falar com ela, voce vai ficar se perguntando o que ela teria feito para o resto da sua vida!


    -Voce e dramatica...


    -Nao, so estou dizendo a verdade!


    A Fernanda nao achava o primo a pessoa mais bonita do mundo, mas ele nao era tao feio assim e ela achava que se ele falasse com a Luana, que era a garota que ele estava gostando, ela aceitaria. O unico defeito do menino era que ele era baixinho, mas a garota era mais baixa que ele, entao nao tinha problema.


    A Luana era do mesmo ano que eles, so nao estudava na mesma turma. Apesar disso, ela era muito amiga da Fernanda, porque eram da mesma van e ela e uma das poucas amigas da Fernanda, possivelmente era a unica. A Fernanda gostava muito dela epor isso dava a maior forca para ele falar com ela.


    Foi pensando nos dois que a Fe chegou na sala e se despediu do primo. Ela entrou na sala e foi falar com o seu melhor amigo, o Joao Pedro.


    -Oi JP, tudo bem?


    -Tudo e voce, Fe?


    -Tudo, so com sono. Fui dormir as tres.


    -Voce e louca?


    -Hum... Talvez, mas nao por isso – ela disse e ele riu – Eu so estava conversando com o Gu. – ela acrescentou.


    Enquanto eles conversavam, os outros dois garotos do grupo se aproximaram e os quatro comecaram a conversar animadamente.


    Quando o sinal tocou, ele foi devidamente ignorado pelos quatro amigos. O professor, quando entrou na sala, tambem.


    A turma estava toda sentada e com o material na mesa, com excessao dos quatro, mas todos, alunos e professores ja estavam acostumados com isso. E os outros alunos gostavam muito disso, porque apesar de nenhum deles ser muito amigo deles, eles faziam a turma inteira perder alguns minutos de aula.


    O professor suspirou cansado e disse ja sabendo que nao funcionaria:


    -Eu devo pedir que os senhores e a senhorita deixem a conversa para a hora do intervalo.


    -Ah, espere um pouco, isso daqui esta muito interessante. – respondeu o Felipe, um dos garotos do grupo.


    -Entao eu devo pedir que converssem na sala da cordenadora.


    -Ah, sim! Vamos galera, a tia Gigi sempre oferece balinhas para a gente. – disse a Fernanda, fazendo a turma intira rir do apelido.


    -Mais respeito com a cordenadora Regina, senhorita Castro.


    -Mas ela gosta, quando a gente chama ela assim... – disse o Gabriel, o outro garoto do grupo – Ou sera que ela ja desistiu de convencer a gente? Nao sei, mas de qualquer jeito nao faz diferenca.


    A essas alturas a turma inteira ja estava prendendo a risada e o professor percebeu isso, por isso gritou:


    -FORA!!!!


    -Sim, senhor. – responderam os quatro em coro felizes.


    Assim que sairam da sala, os quatro cairam na gargalhada, o que fez o resto da turma rir tambem. O professor lancou um olhar fuzilador para eles, entao eles foram embora bem rapidinho. Eles passaram na frente da janela da sala do Gui, que estava aberta, rindo muito. Isso fez a turma intira olha-los. Todos sabiam o que tinha acontecido, porque viam essa mesma cena varias e varias vezes.


    “Ja?” perguntou o Gui so movendo os labios para a prima. Ela so balancou a cabeca afirmando.


    Como a janela estava aberta, eles pudera ouvir o Sr. Forbes, que era professor de matematica das duas turmas, reclamando deles.


    Quando chegaram na cordenacao, o JP bateu na porta e a cordenadora mandou entrar. Quando ela viu que eram eles, a Fernanda pode jurar que viu ela dar um meio sorriso, mas achou que era so sua imaginacao.


    -O que voces fizeram agora? – ela perguntou, mas pela cara dela, eles puderam ver que foi somente porque era nescessario.


    -Sabe, tia Gigi, a gente nao fez nada, so que os professores nao gostam da gente – disse o JP com fingida inocencia.


    -Ah, eu sei como voces sao injusticados. – disse ela ironicamente – Mas qual foi a desculpa que o Sr. Diniz usou para manda-los aqui?


    -E so que eu estava contando uma coisa que eu precisava contar para eles em pe. – disse a Fernanda como se nao fosse nada de mais.


    -Ah, que injustica, mas infelizmentevoces estao em detencao por dois dias. – respondeu a cordenadora – Mas voces querem balinhas? –ela perguntou sorrindo.


    -Claro! – responderam os quatro fazendo ela rir ao pensar em quao criancas eles eram as vezes.


    A cordenadora jamais admitiria, mas ela gostava muito deles quatro. Achava eles muito divertidos e costumava se perguntar o que seria da sua vida sem eles, que a visitavam pelo menos duas vezes por dia.


    Ela tinha plena conciencia de que se fossem outros alunos dizendo a mesma coisa, ela teria dado uma semana de detencao. Podiam chamar isso de favoritismo, mas a cordenadora nem ligava, porque quando era aluna ela era igualzinha a eles.


    -Tchau, tia Gigi! – ela foi acordada dos seus devaneiospelo Felipe.


    -Tchau queridos, boa aula.


    Eles voltaram para a sala e extranharam o silencio, pois mesmo sem elesgeralmente tinha uma ou outra pessoa falando. Assim que entraram, o Sr. Diniz disse com um sorriso:


    -Teste surpresa!


    -Ah nao! – reclamou o Gabriel.


    Assim que sentaram, receberam o teste e viram que era para ser feito em uma aula de 45 minutos e nao nos 15 que eles ainda tinham. A Fernanda ia abrir a boca para reclamar, mas o Joao Pedro foi mais rapido:


    -E impossivel fazer isso em 15 minutos.


    -Azar o de voces. – respondeu o professor ainda sorrindo.


    A Fernanda e os tres estavam morrendo de raiva, mas viram que nao teriam alternativa se nao faze-lo.


    A menina sentou e ficou olhando para o nada imaginando com seria a cara do Sr. Diniz se ela acertasse tudo.


    Ela olhou com uma cara de odio para o teste, pegou uma caneta no estojo, escreeu seu nome e passou o olho pelas recomendacoes. Quando ela virou a pagina para fazer o teste, ela viu que ja estava todo feito e com a letra dela.


    Comecou a ler as respostas, la tiham coisas que elanem mesmo imaginava,mas ela que nao ia reclamar. A Fernanda, como era muito esperta, ficou fingindo escrever  ate acabar a aula.


    O resto do dia foi normal,eles tiveram mais cinco aulas entediantes, foram para a cordenacao mais duas vezes e riram bastante. A unica coisa que nao foi normal, foi que a Fernanda estava com a cabeca longe, pensando no teste.


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n/A: entao gente, eu particularmente gostei muito desse cap, achei muito engracado. E ai, gostaram do jeito que a Fe descobre seus poderes? E em que casa acham que ela vai ficar?


E outra coisa, como eu disse, todas as personagens principais tem um pouco de mim.


entao, minha mae vai muito para Sao Paulo, eu tambem moro no Rio. Meus primos tambem existem, eu so mudei o nome de dois deles. A empregada deles tambem e real. Eu acho que e so.


 

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Comentários (1)

  • Anne Parkinson

    Gostei da sua fic, é criativa. Onde estão os outros irmãos, quando eles vão pra Hogwarts e qual deles mora com os Monteiro??

    2011-07-27
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