A FLORESTA PROIBIDA



Charlotte pegou seu casaco e seu cachecol que estavam pendurados ao lado de sua cama. Enquanto descia as escadas começou a se perguntar como, no meio da floresta proibida, acharia a Srta Frost. Então a resposta pareceu obvia para Charlotte, o Mapa do Maroto! A garota então, passando pela professora McGonagall, subiu as escadas do dormitório masculino com a professora sussurrando indignada atrás dela. A garota foi até o dormitório masculino do primeiro ano onde Lino e Joseph Dweni estavam dormindo. Charlotte foi até a cama que deveria ser de um dos gêmeos e começou a procurar o mapa. Achou em baixo do colchão da outra cama e, tomando cuidado para não fazer barulho, desceu correndo as escadas. A professora a esperava ao pé da escada totalmente indignada:
- O dormitório masculino??- sussurrou ela irritada - O que estava pensando?! Era para você ser discreta!!
A garota ignorou a professora, e pegando a varinha, Charlotte tocou-a no mapa murmurando:
- Juro solenemente não fazer nada de bom. - enquanto passavam pelo buraco do retrato, o pergaminho virou mapa. Charlotte percorreu os olhos pelo mapa procurando a Srta Frost. Achou ela com o aluno que era... Jeremias Springle!
- A Srta. Frost está com Jeremias Springle! - informou Charlotte a professora apertando o passo.
- Jeremias Springle?! Aluno da Sonserina ?! - os gritinhos de histeria da Srta McGonagall eram apenas ouvido por Charlotte parcialmente, ela se concentrava em ler o mapa.
As duas seguiram correndo para fora do castelo. A professora parecia decidida e confiante em resgatar Jeremias, mas sua respiração era entrecortada e nervosa. A Srta Frost entrava cada vez mais na Floresta Proibida, a Srta McGonagall parou na orla da floresta então falou:
- Vamos chamar Hagrid! - falou a professora e tomou o rumo da casa do guarda-caça mas foi interrompida por Charlotte:
- Professora! Cada segundo que perdemos aqui pode valer a vida de Jeremias!! - falou a professora irritada. Então a professora a olhou orgulhosa:
- Isso é que é coragem, arriscar a sua vida para defender alguém que temos inimizade. - então retomou o rumo da floresta com Charlotte.
As duas entraram ao mesmo tempo na floresta escura e gelada. Quanto mais entravam, mais as roupas das duas prendiam nas plantas, rasgando as vestes impiedosamente. Poucos minutos depois pararam em uma clareira para Charlotte checar o mapa.
- Me oriente - murmurou Charlotte para sua varinha, então uma rosa-dos-ventos surgiu em cima da sua varinha, enquanto Charlotte tentava achar a Srta Frost no map. Ela havia desaparecido dos limites do papel. Então as duas ouviram um barulho dentro da floresta. Um barulho que Charlotte reconheceu como cascos batendo no chão.
A professora McGonagall puxou Charlotte para trás de si a protegendo com seu próprio corpo e levantou a varinha. Atrás da professora, Charlotte imitou o movimento levantando a varinha se preparando para atacar a qualquer momento:
- Humanos. - falou uma voz masculina grossa vindo de dentro da floresta como se falar a palavra, fosse algo nojento para ele. - Sempre invadindo nosso território.
- Mas está acompanhado de um potro. - falou uma segunda voz mais suave. - Não atacamos potros.
- Mas vê como levanta a varinha? - perguntou a primeira voz. - Como se fosse superior?
- Não atacamos potros. - falou uma terceira voz que parecia ser a do líder.
Então Charlotte reconheceu a quem pertenciam as vozes, eram os centauros que viviam na floresta. A discussão continuou:
- E nem são os primeiros essa noite. Se não temêssemos pela saúde da vila, interceptaríamos a outra. - falou uma quarta voz. - Se continuarmos deixando que humanos entrem assim, nunca nos respeitarão.
- NÃO ATACAMOS POTROS! - falou o líder usando de toda a sua autoridade.
Então tudo ficou claro para Charlotte, eles tinham visto a Srta Frost passar por eles, mas não tinham feito nada porque os centauros temiam aramintas. Com a ordem do líder, os centauros começaram a se retirar, então Charlotte gritou:
- Esperem!- sua voz entrecortada pela sua respiração ofegante. Descansou a varinha ao lado do corpo. - Para onde ela foi?
Os centauros pareceram achar que Charlotte dirigir a palavra a eles como iguais era algo indigno. Batiam os cascos no chão com raiva. A professora fez um movimento com a mão para fazer Charlotte se calar.
- Vê como são orgulhosos? Até o potro acha que temos que lhes conceder favores porque são humanos. - falou um dos centauros com nojo na voz.
- Não é isso! - falou Charlotte ignorando os apelos da professora. - Podemos matá-la, sabemos como!
Os centauros murmuraram entre si. Um deles, um loiro, se postrou à frente e falou:
- Eu as conduzirei ao local em que ela normalmente fica.
- Firenze! - exclamou o líder em desaprovação.
- É pelo bem do bando! - falou Firenze em resposta. - Se sabem como matá-la, o bando poderá respirar aliviado novamente. Se não, morrerão.
O bando discutiu entre si parecendo aprovar, apesar de que alguns discordavam argumentando que centauro nenhum deveria pedir ajuda de humanos para nada. O líder do bando pareceu ponderar os dois lados, depois de alguns segundos, que para Charlotte pareceram séculos, ele finalmente falou:
- Tudo bem, Firenze. Mas não nos responsabilizaremos pelo que acontecer com você. - então, com os cascos fazendo barulho no chão, os centauros se retiraram.
- Vamos logo. - falou Firenze, apesar de que ele não precisaria convidar novamente já que Charlotte queria cada vez mais que tudo acabasse logo.
O centauro as conduzia por um caminho que parecia ter sido usado recentemente. Poucos minutos depois, era possível se ouvir água corrente. Quando o som pareceu alto o suficiente para não ser mais mascarado pelo barulho dos cascos dos centauros, este parou e, afastando um galho do caminho, falou:
- É apenas seguir em frente. Daqui em diante vocês vão sozinhos. - então olhou para Charlotte. - Boa sorte, humana.
Seguindo as instruções do centauro, a Srta McGonagall e Charlotte seguiram pela Floresta Proibida. Em pouco tempo, as árvores começaram a se tornar espaçadas e um riacho surgiu. Se escondendo atrás de uma árvore perto da clareira, Charlotte pôde ver a Srta Frost perto do lago enquanto Jeremias estava deitado no chão, aparentemente adormecido por causa da um feitiço.
- Megan Frost! - a Srta McGonagall tomou a frente com a varinha em punho. - Como ousa?! Um aluno! - A Srta Frost porém foi mais rápida.
- Expelliarmus! - e a varinha da Srta McGonagall voou longe.
A Srta Frost se agachou em posição de ataque, seus dentes pontudos reluziam à luz da lua. Então, para o horror de Charlotte, a Srta Frost atacou a Srta McGonagall que, desarmada, não conseguiu fugir a tempo. Charlotte viu de trás da árvore a Srta Frost morder o pescoço da Srta McGonagall que envelheceu rapidamente ficando com seus cabelos extremamente brancos, a pele totalmente enrugada parecendo extremamente frágil como Charlotte nunca a imaginou. A Srta Frost deixou a Srta McGonagall cair no chão com um triste som. Então, andou lentamente até Jeremias:
- Parabéns, Adams. Você é muito esperta por descobrir que eu sou uma araminta. - Charlotte, que ainda estava escondida atrás da arvore congelou. - É, Adams, eu sei que você está aqui. E seria agradável se você se mostrasse para mim.
A garota, quase que involuntariamente, saiu de trás da árvore e partiu para a lareira. Sentiu seu rosto ser iluminado pela lua. A professora abriu um sorriso para a garota, depois ficou novamente séria. A garota então falou com a voz de desprezo:
- Você atacou meu namorado e meu melhor amigo!- gritou Charlotte tentando manter a voz firme. Não conseguiu. A Srta Frost voltou seus olhos para Charlotte e sorriu novamente.
- Foi necessário. - a mulher falou simplesmente brincando com sua varinha entre os dedos. Charlotte sabia que não adiantava sacar a varinha ainda, tinha que esperar o momento certo. - Sabe como uma araminta surge?
- Tem que ser mordida por outra araminta. - os pêlos do braço de Charlotte ficaram arrepiados. Não estava gostando da direção em que esta conversa estava indo.
- Exato! - sorriu a professora. - Sabe, eu já fui uma jovem esperta e bonita como você. Era muito talentosa. No primeiro ano eu já transformava ratos em xícaras. - a professora andava encarando Charlotte, cercando-a de modo que a garota não pudesse fugir correndo dali. - Mas, assim como você, eu era muito curiosa. E foi então que, num trágico verão, quando eu passava as férias em um chalé dos meus pais, eu fui mordida. No começo é muito ruim, dói e você envelhece em uma velocidade enorme. Mas depois que você aprende a se alimentar é fácil levar uma vida normal.
- Matando crianças inocentes, você quer dizer. - falou Charlotte espremendo os olhos de raiva.
- É triste, mas fazer o quê. Você aprende a conviver. - o sorriso da Srta Frost foi ficando cada vez maior. A professora pisou na Srta McGonagall que estava no chão para ir até Charlotte. - Não se preocupe, Adams. Você também vai aprender a conviver com isso.
A Srta Frost estava a pequenos passos de Charlotte.
- Expelliarmus. - gritou Charlotte, a varinha da Srta Frost voou longe, mas a professora deu um risinho como se não ligasse.
- Não vou precisar de varinha. - falou a professora tomando postura de ataque.
- labaredum. - gritou Charlotte, da ponta de sua varinha que desenhou uma parede de fogo a sua volta. A professora recuou.
- Você não vai salvá-lo, já é tarde. - falou a professora, a lua já estava acima de suas cabeças. A professora andou até Jeremias que brilhava com a luz da lua. Charlotte contornou a parede de fogo correndo, correu até Jeremias e se jogou por cima do garoto o protegendo com o corpo. Ao toque de Charlotte, o garoto pareceu acordar do feitiço.
- Onde estou? - perguntou Jeremias desnorteado.
- Agora não, Jeremias! - gemeu Charlotte que, com a queda, havia caído por cima da perna. - labaredum - acertou a professora no braço.
A professora guinchou aninhando o braço que estava pegando fogo, o barulho fez a cabeça da garota girar. A professora pulou em cima da garota que, no desespero, lançou o fogo no rosto da mulher.
- O QUE VOCÊ FEZ??? - guinchou a mulher.
A dor na perna da garota aumentava cada vez mais. A visão de Charlotte foi diminuindo como se a luz estivesse diminuindo gradativamente. Desmaiou pouco depois que Dumbledore apareceu no meio da floresta, lançando feitiços na professora. A garota acordou nos braços do diretor que a carregava para fora da floresta.
- A Srta Frost..? - perguntou a garota com a voz fraca.
- Não vai incomodar mais ninguém. - falou o diretor serenamente. - Foi muito corajosa, Srta Adams. Seu futuro será brilhante.
Charlotte sorriu fracamente:
- E o Olívio?
- Creio que já deve ter se recuperado, apesar de que não deve ter percebido pois provavelmente está dormindo. Ele tem sorte de ter uma namorada como você. - o professor falou com um sorrisinho orgulhoso no rosto. - Talvez queira saber que o Sr Weasley e o Sr Springle também estão bem. Direto para a enfermaria, sim?
Dumbledore a levou para a ala hospitalar acordando a Madame Pomfrey, que surgiu de robe e bobs no cabelo. Olívio estava dormindo, Charlotte se livrou dos braços do diretor e se jogou no namorado:
- Olívio!!! - gritou a garota se pendurando no pescoço do namorado que já estava com a aparência jovem.
Olívio acordou e encarou a garota que estava descabelada, suada, com as vestes rasgadas e levemente chamuscadas mas estava sorrindo e com lagrimas nos olhos apesar da dor que andar até a cama do garoto causou.
- Francamente, Srta Adams, tem uma perna para curar! - falou a Madame Pomfrey que tentava carregar a garota para a cama ao lado de Olívio.
Depois de muito discutir com a enfermeira, Charlotte concordou em tomar uma poção para dormir.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.