Tão perto, mas tão longe



Mas as minhas preocupações em relação a Tiago foram varridas da minha cabeça com a chegada dos N.I.E.M.’s. A semana que se passou foi toda preenchida com longas e exaustivas provas, já que as provas práticas só ocorreriam no mês seguinte.

Estava demasiadamente enrolada com resumos, anotações, relatórios, obrigações de Monitora-Chefe e livros. Todo dia ia para a biblioteca consultar quantos livros pudesse e quantos podia carregar. Madame Pince, a bibliotecária, sempre fazia cara feia quando eu entrava, porque segundo ela, eu “afanava” quase que todos os livros, deixando os outros alunos sem opção de leitura, a verdade é que ela era muito dramática.

Noites em claro ou mesmo mal dormidas acabavam por completar toda a rotina estressante que eu estava passando. Pesadas olheiras, cabelo bagunçado davam o toque da visão macabra, e não era só eu que vivenciava essa experiência fatigante, todo o sétimo ano parecia estar muito focado em alcançar seus N.I.E.M.’s.

Estávamos na sala de DCAT esperando pelo professor, eu e Vallentina, sentadas juntas quando de repente ela se levantou.

- Lily, eu vou me sentar com o Sirius. Tudo bem para você?

- Ah, claro... claro. Pode ir. – disse eu dando pouca atenção, já que estava concentrada lendo minhas anotações de Transfiguração, mas escutei a voz dela distante.

- Tiago troca comigo de lugar? Eu sento aqui e você senta lá, do lado da Lily.
Escutei um barulho de cadeira e livros e, em instantes Tiago parou ao meu lado.

- Você se importa Evans?

Meu coração bateu acelerado. É claro que eu queria ele sentado perto de mim, entretanto não queria demonstrar isso, assim, sequer olhei para ele e dei de ombros, como se assentisse que ele se sentasse. Tiago se acomodou ao meu lado e nem se deu ao trabalho de puxar conversa comigo. Durante toda a aula ficou apenas tomando notas e prestando atenção. De vez em quando eu o olhava pelo canto do olho. Como ele era lindo, principalmente sério, concentrado. Era a visão humana do mais perfeito Deus, os cabelos rebeldes, que ele tanto teimava em deixá-los mais ainda, davam o toque final da beleza que ele possuía.

Quando dei por mim, vi que estava com a cabeça totalmente virada para Tiago, o cotovelo na mesa segurando a minha cabeça, olhando-o fixamente sem ao menos piscar, com se estivesse admirando-o. Recuperei-me rápido e continuei tomando nota da aula, cheia de vergonha, já que não sabia se ele tinha percebido (fiquei suplicando para que de fato ele não tivesse percebido, mas nossas cadeiras eram coladas uma na outra, sendo que então nós dois ficávamos muito próximos. Merlin, o que estava acontecendo comigo?). Pelo pouco tempo ainda que restava de aula não ousei virar minha cabeça para olhá-lo (por mais tentador que fosse) e muito menos espiá-lo pelo canto do olho, o que seria um passo para voltar a contemplá-lo. Era incrível como nós estávamos tão perto, mas tão longe ao mesmo tempo.

Assim que soou o sinal para a última aula do dia, recolhi meus pertences colocando-os de qualquer maneira na mochila. Esperei que todos saíssem da sala já que queria fazer algumas perguntas para o professor.

Após ter tido todas as dúvidas da matéria esclarecidas, o que levou certo tempo, decidi que regressaria para o Salão Comunal, pois não estava com fome e além do mais tinha que terminar algumas revisões.

Todos estavam jantando no Salão Principal e eu era a única pessoa que transitava naquele horário pelos corredores, pelo menos foi o que eu pensei.

N/A: Peço desculpas pela demora e amanhã posto mais um capítulo, agradeço os comentários e explico o que aconteceu. Beijocas.

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