Capítulo III



         Capítulo III
       "Sou o atalho pra tua perdição... Em te ganhar eu tenho doutorado até pós-graduação!"


            Se hoje eu teria subido na maldita moto? Não... Eu teria engolido meu orgulho da melhor forma possível, respirado fundo e encarnado a patricinha geniosa indo pra casa a pé. Não digo que eu me arrependa... Mas, certamente, isso teria evitado uma série de acontecimentos sem os quais eu estaria muito mais feliz agora. Talvez.


            Mas Sirius sempre teve aquele jeito convincente de quem vende até areia no deserto... Ele consegue o que ele quer. Simples assim. E eu não tive como resistir aos seus argumentos... Ok, talvez não só aos argumentos... Mas não resisti.


            _E pra onde você está indo? – perguntei, irritada – Porque eu vou pra casa, então pode ir encostando...


            _Nós vamos pra um lugar diferente. Você vai gostar... – ele respondeu.


            _Será que dá pra você me deixar em casa, por favor? Eu não vou com você! – reclamei, batendo no ombro dele com os punhos cerrados.


            _Você está novamente entrando na zona ‘patricinha mimada’... – ele disse, e percebi um tom divertido na sua voz – E, dá pra acrescentar: irritante.


            _Eu odeio você... – murmurei, suspirando pesado.


            Ele riu de leve e maneou a cabeça, certamente divertindo-se com a minha, eu admito, infantilidade. Mas eu não gostava – e continuo a não gostar – de ser arrastada para algum lugar contra a minha vontade! Depois de alguns longos minutos de malabarismos da minha parte para manter o capacete e o vestido em seus devidos lugares, Sirius cantou pneu, parando a moto na frente de um bar.


            _O que você quer fazer aqui? – eu perguntei, assim que tirei aquele capacete insuportável da cabeça.


            Sirius, que já estava quase na porta do bar, deu uma olhada para trás, reservando-se ao direito de me ignorar piamente. Bufei, andando até ele com ar entediado. Ele passou um dos braços pela minha cintura, me deixando desconfortável com a situação – a julgar pelo seu sorriso, ele sabia perfeitamente disso – e entramos.


            _Olha quem chegou... – alguém disse, assim que cruzamos a porta – O cara que perdeu pra você ontem ficou de aparecer aqui hoje, Sirius... – finalmente identifiquei quem falara: um homem corpulento e muito alto encostado preguiçosamente no bar.


            _Tão disposto assim a perder de novo? – Sirius arqueou as sobrancelhas, sorrindo de canto.


            _Não vai apresentar a... amiga, Sirius? – um outro cara perguntou do fundo do bar.


            _Não... – ele respondeu simplesmente, apertando minha cintura com mais força. Dessa vez, entretanto, para minha surpresa, aquela atitude me deixou mais segura, e eu permiti uma maior proximidade dele.


            _O que a gente você quer aqui? – murmurei.


            _Vamos ver o que é que a mocinha sabe fazer... – ele respondeu, começando a andar para dentro e me puxando por uma das mãos.


            Entramos em uma sala com três mesas de sinuca. Duas delas estavam ocupadas, e Sirius se dirigiu para a parede, pegando dois tacos antes de andar até a mesa vazia.


            _Será que ela joga? – ele apoiou o rosto sobre as mãos que pousara sobre os tacos – Ou vai precisar de uma ajuda? – completou, me observando em desafio.


            Andei até ele com uma expressão decidida, agradecendo mentalmente ao gosto de Luke pela sinuca. Peguei o taco menor enquanto ele preparava as bolas.


            _Qual você quer? – perguntei, observando a mesa.


            _Vai me deixar escolher? – ele sorriu de canto, erguendo uma das sobrancelhas – Que coragem! Mas eu vou ser bom com você. A amarela, vai... Tá fácil...


            Observei a bola amarela, que era, certamente, uma das mais fáceis. Me posicionei e, com uma pontada de orgulho secreto, dei uma tacada certeira, encaçapando a bola que ele pedira. Sorri abertamente, apoiando o taco no chão e sorrindo para Sirius.


            _Então ela sabe jogar... – ele sorriu, sem tirar os olhos de mim – A verde. – sinalizou levemente com o queixo.


            _Não dá... – eu disse baixo, observando a mesa.


            _Claro que dá. – ele sorriu abertamente, me fazendo torcer a boca – Tenta...


            Me posicionei da melhor forma possível, o que não era lá muito bom, e escutei uma risada leve atrás de mim.


            _Assim você não vai conseguir. – ele disse, encostando o corpo no meu e segurando meu braço na posição certa – Tenta agora. – Sirius completou, sua boca colada ao meu ouvido. Minha tacada, é claro, saiu forte demais.


            _Droga. – murmurei, levantando o corpo e desgrudando Sirius de mim.


            Ele deu um meio sorriso, pegando seu taco.


            _Qual você quer? – perguntou, apontando as bolas na mesa.


            _A azul. – respondi, depois de constatar que aquela era a mais difícil de ser encaçapada.


            Sirius novamente sorriu, como se soubesse da minha escolha. Ele se postou e costas e colocou as mãos para trás.


            _Você sabe escolher... – ele riu antes de dar uma tacada na bola branca – E eu sei jogar. – completou, virando-se para ver a bola que tinha encaçapado sem olhar.


            _Eu não acredito... – murmurei, irritada. Como ele podia fazer aquilo?


            _Relaxa, gatinha... Você não é a única. – um dos caras da mesa ao lado me disse, rindo – Esse sabe jogar desde que largou as fraldas.


            _Percebe-se. – olhei para Sirius, que mantinha um olhar de divertimento – Não quero mais jogar... – eu disse, sentando na beira da mesa.


            _Você quer que eu te chame de mimada agora, ou pode ser depois?


            _Cala a boca! – revidei sem pensar – Você não sabe nada sobre mim, Sirius. Nada.


            _Verdade... – ele disse, pegando uma cerveja no balcão – Mas você também não sabe nada sobre mim e já disse que me odeia, então acho que não estamos tão diferentes assim...


            _Ah, cala a boca... – resmunguei, estressada pela falta de argumentos de ele me causava.


            Sirius confirmou com a cabeça enquanto se ocupava em tomar mais um gole de cerveja. Ele tirou a garrafa da boca e sorriu de modo típico, antes de andar até a Jukebox que ficava no canto do bar. Observei quando ele se virou para mim novamente, os primeiros acordes da música começavam.


                        _A patricinha curte Joan Jett? – arqueou uma sobrancelha, colocando as mãos sobre a beirada da mesa de sinuca onde eu estava sentada. Quando eu confirmei com a cabeça, ele completou. – Eu duvido... –me desafiou, assim que a introdução da música terminava.


            _I saw him dancing there by the record machine / I knew he must have been about 17 – cantei o início da música, pulando de cima da mesa. Sirius pareceu se surpreender, e depois de alguns segundos, sorriu, mordendo o canto do lábio – The beat was going strong, playing my favorite song / And I could tell it wouldn't be long till he was with me / Yeah with me / And I could tell it wouldn't be long till he was with me / Yeah with me – deslizei uma das mãos por seu ombro, enquanto andava em torno dele, que riu.


            _Singin' I love rock and roll / So put another dime in the jukebox baby / I love rock and roll / So come on take some time and dance with me – Sirius segurou minha mão esquerda e puxou meu corpo para perto do seu, cantando o refrão da música.


            _OWWW! – gritei, rindo. Sirius segurou minha cintura e me encarou por alguns segundos. Senti que tinha parado de respirar, o que era certamente um mau sinal, e pigarreei – Hm. Eu acho melhor a gente ir... – eu disse.


            _Não pode agüentar as comparações com a Joan? – ele riu de canto – Porque sua performance estava até razoável...


            _Se tem uma coisa que eu aprendi, é que sempre vale a pena ir embora com uma boa trilha sonora. – pisquei, me desvencilhando dele.


            Sirius rolou os olhos e concordou em ir embora. Jogou uma nota de dez dólares sobre o balcão e então saímos.


            _Parece que eu estava certo. – ele riu, subindo na moto.


            _Sobre o que? – perguntei, com um mal pressentimento sobre onde aquilo iria parar.


            _Você é mesmo muito mimadinha. – ele deu um meio sorriso.


            _Por que você não cala essa sua boca, Sirius? – eu olhei para ele indignada. Será que ele nunca podia ficar quieto? Nem quando as coisas começavam a melhores?


            _Você teve a chance de fazer isso você mesma ali dentro... – ele riu, malicioso – Mas é orgulhosa demais, não é, barbie girl? – completou, me olhando de cima a baixo.


            _Estúpido! – murmurei, virando de costas – Eu vou andando.


            _Pode ir... mas vai estragar o sapato... – ele riu – Só não morre no caminho, ok? Ou eu vou ter que dar satisfações ao James, e não vai ser legal...


            _Eu odeio você! – eu disse em tom mais alto que o habitual, enquanto ele arrancava com a moto. Àquele momento, eu tinha plena certeza de que sim, eu odiava Sirius Black.


______________________________ 


N.A.: Heeyyy! =]
Então... espero que se alguém esteja lendo (o que eu francamente duvido!), pelo menos não esteja desperdiçando completamente seu tempo!
E, é claro, que PLEASEEE comentem! hahahaha


Beijudds pra vcs, galere! 

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Comentários (2)

  • Lana Silva

    Pelo amor de Merlin poste maiiiiiiiiiiiiiis, tipo eu já tô maluca aquii preciso de maiiiiiiiiiiis flr. Tô amando a fanfic, ahhhh quero mais um capitulo, na verdade quero muiiitos capitulos, mas por hora um basta \O/beijoos *-* 

    2012-09-08
  • Lana Silva

    Awwwwwwwwwww eu tô amando a fic kkk perfeiiita amo essa musica, você escreve divinamente....Poxa olhei as ultimas atualizações da fic foram há mais de dois meses...Volta a postar flr...

    2011-12-03
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