Capítulo II



Capítulo 2


“Hey there, little princess... Do you want some fun?”


                  Acordei com o som do celular vibrando dentro do bolso do short, que agora jazia abandonado no chão do quarto. Levantei, sonolenta, e procurei cegamente pelo som, incomodada pela fio de claridade que escapava pelo canto das cortinas. Meus dedos se fecharam em torno do I-phone e vi a foto de Lily no visor.


            _Oi... – murmurei com a voz embargada.


            _Marlene Mckinnon! – a voz dela era estridente, denotando sua irritação – Onde você está?


            _Em casa. – respondi num resmungo – Tentando dormir.


            _Você tem idéia de quantas vezes eu já te liguei? Como você vai embora sem avisar nada?


            Droga. Um milhão de vezes ‘droga’. O estúpido do amigo do James tinha me deixado tão irritada, que eu tinha ido embora sem falar nada com ninguém.


            _Lil’s... – suspirei – Desculpa, amiga... Eu tive que vir embora...


            Lilian respirou pesado, e eu sabia que ela provavelmente estava revirando os olhos naquele momento.


            _Ok. – ela respondeu – E já é meio-dia, pode tratar de levantar, preguiçosa! – tratou de aliviar o tom de voz, me fazendo rir.


            _Sim, senhora... – foi a minha vez de revirar os olhos – A gente se encontra pra almoçar?


            _Aham. Combinei com o Jay no Jackie’s daqui há uma hora, pode ser?


            _Te encontro lá. Beijo. – me despedi.


            Levantei da cama, abrindo as cortinas e sentindo que ficaria cega a qualquer minuto. Depois de me acostumar com a luz, me dirigi para o banheiro da suíte, onde permaneci por alguns minutos. Entrei no quarto enrolada na toalha e me postei em frente ao armário, demorando um pouco na escolha da roupa. Passei a mão em um vestido branco com um cintinho rosa, e sapatilhas da mesma cor.


            Enquanto me maquiava, não pude deixar de lembrar da noite anterior. Aquele idiota do amigo do James... Menino estúpido! A mão deslizou mais que o necessário, e o risco do deliniador subiu um tanto.


            _Inferno... – murmurei, amaldiçoando o garoto que me fizera errar, enquanto pegava um cotonete para limpar o olho. Depois de algumas tentativas, o que me deixou ainda mais irritada, consegui acertar o risco – Você me paga! – resmunguei, como se ele pudesse me escutar, saindo do quarto.


            _Lene? – minha mãe chamou, assim que eu apareci na sala – Achei que não fosse mais acordar...


            Sorri levemente, procurando minha bolsa.


            _Mãe, vou almoçar com a Lily. – comuniquei, me dirigindo para a porta.


            _Vai andando? – ela ergueu as sobrancelhas.


            _O Jackie’s é pertinho. – expliquei, saindo antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa.


            Realmente, eu não mentira. Em menos de dez minutos eu estava chegando ao restaurante onde Lily combinara de se encontrar comigo. Ela e James já tinham marcado nossos lugares do lado de fora, de mãos dadas sobre a mesa.


            _Boa tarde! – sorri, sentando ao lado da ruiva.


            _Bom dia, Lene. – Jay respondeu, sorrindo.


            _Estou brava com você! – Lily disse, segurando uma risada, como eu.


            _Ah, vá! Já te pedi desculpas, amiga! – deitei no ombro dela, rindo.


            _Por que você foi embora, louca? – ela revirou os olhos.


            Respirei um pouco mais fundo, e limpei a garganta, tentando não chamar muita atenção para o meu desconforto.


            _Por nada... – meus olhos se voltaram para minhas próprias mãos – Só me senti um pouco mal...


            _E foi embora sem falar com a gente? Não faz mais isso, Lene... – James pediu, segurando minha mão com um olhar preocupado.


            _Ok. Prometo. – sorri pela preocupação dele, mesmo que eu tenha mentido. Lily me estudou com aqueles olhos analíticos e irritantes dela, afirmando saber que eu não dissera a verdade. – Sabe de uma coisa? – pigarreei, mudando de assunto – Eu estou completamente morta de fome. A gente pode pedir?


            _Claro. – Lily se mobilizou, pegando os cardápios.


            O celular de James tocou, e ele tirou o aparelho do bolso.


            _Vou querer o de sempre, amor. – disse, antes de abrir o flip – Fala, moleque. – ele riu de canto, atendendo o celular – Não dá agora... Tô com a Lily almoçando no Jackie’s, passa aqui... – pausa – Não vai sobrar nada! – ele riu abertamente – A Lene tá aqui também. – ele finalmente captou melhor minha atenção – Isso... Ela mesma. – dessa vez James segurou uma risada, percebendo meus olhos sobre ele – Você que sabe... Mais tarde a gente se fala então... Falou.


            _Quem era, amor? – Lily perguntou, depois de ter feito nossos pedidos – Sirius? – a menção do nome me deu uma vontade incrível de revirar os olhos.


            _Six. – ele riu – Falei pra ele passar aqui. Ele disse que vai ver...


            _Ele podia vir, pra fazer companhia pra Lene. – Lily sorriu, maliciosa, e eu sorri amarelo, dessa vez sem conter um olhar sarcástico.


            _Vocês se falaram ontem, não foi? – James sorriu, olhando pra mim.


            _Muito pouco. – eu disse, bebericando um pouco do suco que pedira, tentando, com sucesso, graças a Deus, cortar o assunto.


            Depois de alguns minutos, os pratos chegaram e nós nos ocupamos em almoçar. Quando eram quase três da tarde, finalmente deixamos o restaurante.


            _E aí, cara! – James riu, vendo que Sirius parava a moto no exato momento em que colocamos os pés para fora, me fazendo amarrar a cara - É tão difícil assim chegar na hora?


            _Desculpa, cara... – ele riu abertamente, tirando minha concentração por alguns segundos – Acabei encontrando uma amiga no caminho, aí... Sabe como é... – ele trocou um olhar cúmplice com James, que sorriu, revirando os olhos.


            _Você não presta... – deu um soco no braço do outro, brincando.


            _Claro que não. – ele piscou levemente, e, para meu desconcerto, percebi que o fizera na minha direção – Lily, minha princesa... – ele beijou o rosto de Lily, que riu.


            _Fala, Six. – ela beijou o rosto dele, e, para isso, ergueu-se na ponta dos pés.


            A este ponto, eu já desviara meus olhos para um ponto qualquer do outro lado da rua. Por mim, Sirius não precisava nem me cumprimentar. Sabe “antipatia à primeira vista”? Foi isso que eu tive por ele. Ok, talvez não, já que num primeiro momento, eu quase babei por ele... Mas depois de uma troca de palavras sim...


            _Ora, ora, se não é a morena que me deixou marcado... – percebi que ignorar sua presença não adiantaria, e me virei, deparando-me com a imagem tentadora de Sirius me encarando com uma das mãos segurando o lado do rosto em que eu lhe dera um tapa na noite anterior. James e Lily estavam claramente intrigados, e eu senti minhas bochechas corando – de raiva, que fique claro.


            _Ficou marca, foi? Que pena! – fingi preocupação – Talvez queira igualar os dois lados! – sorri angelicalmente, e ele sorriu de canto, como se me avaliasse.


            _A gatinha é brava! – sorriu inalterado, fazendo meu sangue ferver...


            _Você bateu no Sirius, Lene? – Lily estava claramente dividida entre o divertimento e a estupefação.


            Respirei fundo. O que eu deveria responder: “Sim, Lils, eu bati no estúpido e extremamente gato do amigo do seu namorado porque ele disse que uma mimada metida a perfeita.”? É, não era má idéia.


            _Bati. – respondi simplesmente.


            _Por que? – dessa vez foi James quem falou, encarando Sirius com divertimento.


            _Porque... – ele começou a responder, mas eu o interrompi.


            _Porque ele derramou cerveja na minha roupa. – menti, encarando-o, desafiando-o a me contradizer.


            _Sério? – Lily riu – Sério, Sirius?


            _Se é isso que a patricinha diz. – ele sorriu debochado – Não sei porque ela ficou tão estressada! Talvez porque a cerveja deixou a blusa dela transparente... – ele descontou minha mentira. Idiota! Porque ele não podia simplesmente concordar e calar a boca.


            _Por isso que você foi embora, Lene? – James riu.


            _Foi, Jay. – eu disse, encarando Sirius com raiva – Foi por isso.


            _Eu acho... – Lily riu, segurando a mão de James – que vocês precisavam desfazer essa confusão... Eu e o Jay precisamos mesmos dar uma passada lá... lá... – ela se enrolou.


            _Lá em casa! Pra pegar algumas coisas, né, amor? – James cobriu a falta da namorada, rindo.


            _Isso! – ela sorriu – Então o Sirius pode te levar, Lene.


            _Eu vou andando. Muito obrigada, amiga. – completei, irônica.


            _Ah, mas tá muito quente... Você vai andando? – ela completou no mesmo tom. Lilian Evans podia se considerar absolutamente morta caso não parasse de me empurrar pra cima do garoto.


            _Vou. – respondi – Pode ir, amiga. Eu vou ficar ótima. – sorri do tipo: olha quantos dentes prontos pra morder se você não parar com esse assunto!


            _Mas eu tenho certeza que o Sirius vai te levar. – James entrou na dança de Lily, e eu me senti encurralada.


            _Sobe na moto, patricinha. – ouvi a voz do moreno à minha esquerda, enquanto ele jogava um capacete para mim.


            _Eu não vou com você. – joguei o capacete de volta, percebendo que James e Lily já entravam no carro dele, a alguns metros dali.


            _Claro que você vai. – ele subiu na moto, rolando os olhos e me estendendo o capacete.


            _Por que você acha que eu vou fazer o que você diz? – arqueei uma sobrancelha.


            _Porque é o que você quer fazer. – ele olhou para frente, aparentando tédio – E porque você sabe que se for andando, vai estar agindo como a mimada que eu disse que você é. E você quer me provar o contrário, não, Marlene? – seus olhos me encararam novamente, confiantes.


            Peguei o capacete das mãos dele, que sorriu de canto. Eu não acreditava que estava fazendo aquilo! Mas os argumentos dele procediam, e se eu saísse andando, ele teria certeza de que eu era uma patricinha mimada.


            _Eu tô de saia, não dá pra subir nisso. – resmunguei, encarando o assento da moto.


            _Eu vou estar de costas, relaxa. – ele piscou de leve.


            Bufei alto, sentando atrás dele, que virou o pescoço para trás, me fazendo puxar a barra do vestido pra baixo.


            _Olha pra frente! – reclamei, empurrando o ombro dele.


            _Você vai cair. – ele disse, puxando o descanso da Ducati com o calcanhar.


            _O que? – murmurei, puxando mais um pouco o vestido.


            _Se você ficar com as mãos aí... Você vai cair. – ele disse, puxando meus pulsos e passando meus braços em torno do seu corpo.


            Senti que prendia o ar pela surpresa do movimento. Ok, não só pela surpresa... Tentei retrair um pouco os braços, mas Sirius os apertou ainda mais em torno de si. Ele finalmente acelerou, e senti o vento batendo no meu rosto conforme ele aumentava a velocidade.


            _Você não precisa saber meu endereço, gênio? – perguntei com a voz abafada pelo capacete, assim que ele parou no primeiro sinal.


           _Se estivéssemos indo para a sua casa, sim... – ele respondeu, e pelo tom, sorria – Como não estamos...

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N.A.: Boom, mesmo que eu não tenha muitos comentários (brigada Carol!!), resolvi postar!
Espero que alguém leia, e, claro, goste!!! :D
Não custa comentar, née? hahaha Espero reviews!
Beeijos! s2 

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    UALLLLLLLLLLLLLLLLLL Curti KKKKKKKKKKKK Siriu é muiiiito perfeiiiito *-*

    2011-12-03
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