Primeiro dia



Mais uma vez demorei bastante né. Fim de ano e minha vida está uma loucura. Fiquem tranquiloS que jamais abandonarei a fic. Estamos chegando ao fim. Bem, espero que gostem. Por favor, gostaria de receber mais comentários, pra saber se estou realmente agradando. COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM.


 


Capítulo 24: Primeiro dia


Ron acordou sem saber muito bem onde estava. Apesar da noite terrível que tivera estava se sentindo bem melhor por ter dividido tudo com Hermione. Levantou-se com certa dificuldade e foi sentar-se ao lado dela na cama. Ficou ali, admirando sua namorada até que ela acordou lentamente.


- Oi meu amor. Bom dia – ela sorriu e sentou-se na cama. Estava muito feliz de vê-lo sorrindo. Deu um abraço forte no amado.


- Bom dia. Fiquei com tanto medo ontem – ela parecia não querer soltar. Ele precisou pedir calma a ela.


- Não fique assim. Já estou bem – mesmo assim ela permaneceu abraçada a ele por um bom tempo.


- Está bem mesmo? Aquilo, aquilo foi horrível – ela parecia prestes a chorar. Ele segurou seu rosto entre as mãos e disse, bem suavemente.


- Esse sou eu agora. Sei que é horrível, mas teremos que nos acostumar. Agora que sei que você estará sempre ao meu lado, tudo ficará mais fácil – ela ouvia tudo de olhos fechados e simplesmente fez que sim com a cabeça.


- Bem, estou morrendo de fome. Será que tem alguma coisa pra comer aqui? – ela se levantou antes dele e impediu-o de se levantar.


- Vai tomar um banho e relaxa. Hoje o café é por minha conta – ele não discutiu e foi para o banheiro. Ela resolveu surpreendê-lo e foi juntar-se a ele. Namoraram bastante debaixo do chuveiro até que a fome apertou e precisaram tomar café.


Aquele seria o último dia antes que começassem a trabalhar, então resolveram passar o dia juntinhos.


- Vamos fazer um passeio? – Ron perguntou enquanto terminava de lavar a louça


- Um passeio? Mas onde?


- Beco Diagonal. Quanto tempo faz que você não passa lá? – ele tinha razão. Ela mal conseguia se lembrar da última vez que esteve no Beco Diagonal. Parou o que estava fazendo e logo se animou.


- Ótima ideia. Será que devemos chamar mais alguém?


- Melhor não. A partir de amanhã passaremos a maior parte do nosso tempo separados. Quero aproveitar meu domingo ao seu lado. Além do mais, estou com uma cara horrível por causa de ontem à noite. Não quero ninguém me fazendo perguntas – ela gostou da ideia e foi se trocar. Ele ficou esperando-a na sala e perto da hora do almoço, partiram.


O Beco estava completamente lotado. Haviam se esquecido que o ano letivo estava prestes a começar em Hogwarts. Alunos e mais alunos se acotovelavam para comprar livros, penas, vestes e etc. A loja de Jorge estava absolutamente entupida  e eles resolveram que voltariam depois. Passaram no lugar preferido de Hermione, a Floreios e Borrões, também muito cheia.


- Na nossa época era assim? Não lembro de ter visto esse lugar tão cheio – Ron tentava não derrubar alguma das várias crianças que passavam correndo.


- Calma, Ron. Na nossa época tudo era novidade, por isso não reparávamos – Hermione notou um grupo de meninas ali perto, cochichando e rindo, enquanto apontavam pra eles. Uma delas, muito envergonhada, veio andando em direção aos dois.


- Com, com licença. Você é Ronald Weasley? – Ron se espantou com a pergunta. Mione se aproximou pra ouvir melhor.


- Sou eu sim. Por que?


- Você podia assinar aqui pra mim? – ela então esticou a mão que continha uma figurinha, dessas que vinham com os sapos de chocolate, com a foto de Ron. Hermione já tinha visto aquelas figurinhas, mas Rony ainda não. O ruivo sorriu e pegou o cartão.


- Ora ora, quem diria? Claro que eu assino – ele conjurou uma pena e autografou o cartão. A menina voltou para seu grupinho radiante.


- Aposto que você deve estar adorando essa fama? – instantaneamente reconheceram a voz de Draco Malfoy. Ron se virou para o garoto, que vinha acompanhado de dois rapazes que Ron desconhecia.


- Você por aqui Malfoy. Não devia ter vergonha de aparecer assim em público? – apesar de manter o mesmo ar pomposo de sempre, Malfoy estava nitidamente mais magro e abatido. O olhar de fúria que ele e Rony trocavam estava deixando Hermione apreensiva.


- Eu não tenho vergonha de nada. Você, por outro lado, assassinou duas pessoas e continua solto. Você deveria estar envergonhado – o ruivo deu uma passo à frente, até quase encostar seu rosto no do garoto. Malfoy não recuou e imediatamente levou sua mão à varinha. Ron fez o mesmo, mas Hermione foi mais rápida e lançou um feitiço entre os dois, impedindo-os de se aproximarem. Ron já ia desfazer o feitiço da namorada, quando Hagrid se aproximou.


- Opa, opa, opa. O que está acontecendo aqui? – enquanto Rony bufava de raiva, Malfoy disse calmamente.


- Nada não seu gigante inútil. Só não acredito na escória que deixam livres por aí. Azkaban tem uma cela com seu nome nela, Weasley – Ron avançou, mas Hagrid o conteve. Hermione ao seu lado tentava acalmá-lo. Malfoy deu uma risadinha e saiu da loja. Parecia que todo mundo havia parado pra ver o confronto dos dois.


- Não liga pra ele meu amor, por favor – Hermione agora se esforçava ao máximo para conter o namorado. Não queria passar aquele domingo daquela maneira. Rapidamente, ela e Hagrid tiraram Rony da loja e não demorou para o garoto se acalmar.


- Me desculpe agir assim, mas não aguento a cara desse nojento.


- Eu sei. Eu também não, mas não vamos estragar nosso dia por causa disso – Ron concordou com a cabeça. Hagrid permanecia ali ao lado, mas precisou chamar a atenção do dois para sua enorme presença.


- Oi garotos. Tudo bem?


- Oi Hagrid. Desculpe por isso – Mione deu um abraço no gigante e foi seguida pelo namorado.


- Esse Malfoy não muda nunca. Mas vamos esquecer dele. Como vocês estão? – os três conversaram por bastante tempo. Hagrid sempre fazia-os sorrir, não importasse a hora ou o local. Passearam pelas lojas até a hora do almoço. Hagrid disse que precisava voltar a Hogwarts e foi embora. Depois de comerem, viram que a loja de Jorge estava mais vazia e resolveram fazer uma visita.


- Ora, ora. Finalmente resolveram aparecer. E que cara horrível é essa Ron? – Jorge usava um uniforme roxo muito extravagante. Angelina, ex-namorada de Fred também estava lá.


- Vieram agradecer pelos presentes que eu dei para a casa nova? – Ron acabou fechando a cara, mas Hermione sorriu.


- Ótima pegadinha Jorge. Tenho que admitir – Jorge sorriu e se virou para o irmão.


- E você, não gostou?


- Hermione pelo menos só foi atingida pela garrafa d’água. Eu ainda tive que enfrentar aquele pó preto nojento. O que era aquilo?


- Não posso falar. Será nosso lançamento especial de fim de ano. Resolvi testá-lo em você. Quer dizer que funcionou? – Ron não respondeu e puxou Hermione pela mão. Eles deram a volta pela loja e compraram algumas coisinhas. Despediram-se de Jorge e resolveram voltar para casa. Pararam antes para tomarem um sorvete.


Não esperavam por aquilo, mas assim que colocaram os pés no jardim de casa, os dois deram de frente com Harry, Gina e todos os outros Weasley. Somente Arthur e Molly não estavam ali. Até Jorge havia conseguido chegar lá antes deles.


- Bem, vocês estiveram lá na loja e ainda assim não me convidaram pra vir aqui. Então achei que seria legal aparecer sem ser convidado. Resolvi chamar o resto da família e aqui estamos – Ron e Hermione foram obviamente pegos de surpresa. Sem saber o que falar, a garota convidou-os para entrar.


- Que isso hein Roniquito. Quem diria que teria uma casa assim?


- Não me chame assim – Jorge sabia exatamente como irritar o irmão e chamá-lo de Roniquito era o jeito mais fácil.


Percy levou sua namorada, os dois muito sisudos. Até Carlinhos apareceu. Ron passou um bom tempo com ele. Fleur já estava com a barriga saliente e foi paparicada pelas outras mulheres. Jorge estava com Angelina. Ron achou meio estranho a princípio, mas ela era uma menina legal, então ficaria feliz pelo irmão. Ron ficava muito animado ao ver o irmão tentando se reerguer da morte de Fred. Foi uma noite muito agradável, até que Gui chamou-os para ir embora.


- Vamos agora. Amanhã esses dois começam seus empregos novos – os outros concordaram e se prepararam para sair. Pela décima vez naquela noite, Percy veio dar dicas ao irmão de como se comportar no Ministério. As imitações que Jorge fazia dele eram impagáveis e até mesmo Audrey dava risadas.


- Que bom que vieram – Ron disse ao fechar a porta após a saída dos seus irmãos.


- Também achei. O Jorge parece estar se recuperando bem. E quem diria que ele estaria com Angelina.


- Pois é. Fiquei surpreso – os dois conversavam enquanto terminavam de arrumar a casa. Ron não esperou nem que chegassem até o quarto, agarrou a namorada ali mesmo na sala. Ela tentou se desvencilhar dele, mas acabou cedendo e os dois tiveram uma noite muito quente, ali mesmo no sofá. Quando finalmente foram se deitar, estavam muito animados.


- Boa noite meu auror favorito.


- Boa noite minha, minha. O que você faz mesmo? – Mione fingiu-se de ofendida, mas acabou rindo da piada.


Ron precisou acordar muito antes de Hermione. Tomou o máximo de cuidado para não acordá-la. Preparou uma surpresa para ela e saiu para trabalhar. Estava um clima muito agradável e ele resolveu caminhar um pouco antes de desaparatar. Ainda não havia amanhecido quando Ron chegou ao Ministério. Encontrou-se com Harry e alguns de seus outros colegas logo na entrada, todos com a mesma cara de noite mal dormida.


- Bom dia – Harry ainda bocejando se virou para responder.


- Bom dia. Isso lá são horas para começar as aulas?


- Nem me fale – Elizabeth, a única mulher no grupo de estudantes daquele ano respondeu.


- Pois é. Não dormi nada essa noite – os outros colegas conversavam entre si enquanto esperavam do lado de fora. Ron e Harry não chegaram a conhecer todos.


Aquele era provavelmente o setor que mais despertava curiosidade nos funcionários do Ministério. Somente aurores eram autorizados a entrarem ali. No auge da guerra, aquele era o setor mais movimentado e a grande esperança de muita gente. Deviam se encher de orgulho os que estivessem parados em frente àquela porta. Passados alguns minutos, um bruxo muito carrancudo apareceu.


- Por favor me acompanhem – ele deu as costas e voltou caminhando pelo mesmo corredor de onde viera. Os outros permaneciam parados na porta.


- Andem logo, não tenho o dia todo – eles rapidamente se mexeram e apertaram o passo atrás do auror.


Era um corredor muito longo e suntuoso, com decoração bem antiga. Possuía prateleiras e mais prateleiras de caixas fechadas com documentos. Aqui e ali, um ou outro saia voando de uma caixa para outra. Nas paredes, fotos das grandes personalidades bruxas. Se você fosse remotamente importante, seu nome estaria ali. Obviamente encontrariam uma foto de Harry, se tivessem tempo de procurar.


O auror conjurou uma porta nas paredes do fundo e entrou por ela, com os alunos logo atrás. Era outro corredor muito longo, mas dessa vez eram simplesmente paredes e mais paredes de concreto, com alguns canos passando por elas. Ron jurou ter visto alguns ratos aqui e ali.


- Aqui embaixo monitoramos todas as atividades do Ministério. Temos acesso a todas as salas, de todos os setores – ela falou durante todo o percurso. Ron às vezes desviava seus pensamentos e ficava imaginando se estaria próximo da sala de Hermione. Depois de caminharem por bastante tempo chegaram a um imenso campo aberto. Quatro aurores o esperavam. Uma bruxa baixinha falou primeiro.


- Bom dia a todos. Chamei vocês aqui a essa hora porque hoje vocês irão conhecer o nosso principal centro de treinamento. Por favor me sigam – os alunos se olharam sem entender, mas obedeceram a bruxa.


- Esse aqui é o Centro de Treinamento Prático dos Aurores – a bruxa anunciou aquilo como se fosse a grande descoberta do século. Ron e os outros ficaram boquiabertos com o tamanho do lugar. Enquanto ficavam admirando-o, o ministro Shacklebolt apareceu.


- Bom dia futuros aurores – todos imediatamente se reuniram em frente a ele.


- Bom dia – eles responderam em uníssono.


- Bem, hoje começa seu treinamento. Teremos exames físicos e testaremos suas habilidades. Devido aos recentes acontecimentos, nós dificultamos ao máximo para nossos aspirantes. Vocês realmente terão que se esforçar se quiserem se tornar aurores. E eu garanto a vocês que vale a pena. Não só pelo aspecto financeiro, mas também pela realização pessoal. Não existe setor mais difícil de se entrar. Apresento a vocês nossa equipe – além daqueles quatro, vários bruxos surgiram atrás do ministro. Alguns ficaram bastante conhecidos durante a guerra. Depois de devidamente apresentados, os alunos foram separados e levados a uma sala diferente. Ron e Harry ficaram em grupos separados.


Parecia uma sala de hospital, com algumas macas e vários aparelhos diferentes. Assim que entraram, o responsável pelo grupo pediu a todos que tirassem a roupa. Obviamente, ninguém obedeceu de imediato. O auror responsável não se preocupou em explicar e simplesmente gritou com eles. Muito constrangidos, começaram a se despir.


Ron se sentia péssimo. Ele ainda tinha certa vergonha daquelas cicatrizes, especialmente da palavra MORRA. Assim que tirou sua roupa, todos os olhos se voltaram a ele. Seria o último a ser chamado, então foi o que permaneceu mais tempo exposto. Sentiu-se aliviado ao ouvir seu nome. Acompanhou o auror até outro setor e sentou-se.


- Seu nome é Ronald Abílio Weasley?


- Sim senhor.


- Aqui diz que você mora em Ottery Saint Catchpole. Correto?


- Sim senhor.


- Você é filho de Arthur Weasley e Molly Weasley?


- Sim senhor – o interrogatório continuou por alguns minutos até que o auror pediu a ele que se levantasse. Chegou mais próximo e examinou as cicatrizes. Depois de um tempo pediu a ele que se sentasse novamente.


- Aqui na sua ficha consta que você foi torturado por dois Comensais da Morte e que você os matou. Correto?


- Eu tive que matá-los porque...


- Simplesmente responda à minha pergunta. Foi você que os matou?


- Sim senhor – o auror fez várias anotações e várias outras perguntas a Rony antes de dispensá-lo. Antes do ruivo sair, ele falou.


- Não se preocupe meu rapaz. Não sentimos a menor compaixão por comensais da morte. E suas cicatrizes não devem representar um problema para os treinamentos. Existe um ditado entre nós. “Nunca confie em um auror sem cicatrizes”. Agora pode ir. – Ron voltou pra sala onde todos já estavam vestidos. Rapidamente colocou sua roupa e eles foram dispensados.


De volta ao pátio de entrada, os outros alunos foram terminando seus exames e se juntaram a eles. Quando estavam todos reunidos, o ministro reapareceu.


- Bem, deixo vocês agora. Estão nas mãos dos melhores instrutores possíveis. Sempre que precisarem, podem vir falar comigo – todos aplaudiram enquanto ele saia. Harry sempre sentiu admiração por aquele homem, especialmente depois da maneira como ele lidou com a situação de Rony. Depois que ele foi embora, os quatro aurores que os receberam reapareceram.


- Agora que vocês terminaram seus exames, vamos começar. Os treinamentos são divididos em quatro grandes grupos. Ataque, Defesa, Detecção e Prevenção. Cada um deles é dividido em vários subgrupos. Nós quatro somos os responsáveis por cada um deles. Nesse um ano de treinamento, vocês serão separados em quatro grupos e cada grupo passará um trimestre em cada matéria. Vocês verão ali na saída como os grupos foram divididos. Peço que vocês confiram em que grupo estão e subam para pegar os itens necessários e se dirijam para a primeira aula. Antes de mais nada, agora que estão aqui, por favor se vistam de maneira adequada – ela fez um movimento com a varinha e uma caixa com os uniformes apareceu. Depois de propriamente vestidos e antes de saírem, a auror falou mais uma vez.


- Não se enganem. Pode parecer que tiraram a sorte grande ao se qualificarem para o cargo de auror, mas eu garanto a vocês que cada um de nós fará o máximo para tornar a vida de vocês aqui um inferno. Só assim vocês estarão realmente preparados. Agora podem ir.


- Que isso hein, será que é tão difícil assim? – Ron falou a Harry enquanto os dois se dirigiam para o quadro de avisos.


- Acho que sim. Todos os aurores que conhecemos parecem muito sérios. Vamos lá ver se estamos no mesmo grupo – conseguiram chegar ao quadro e viram que no primeiro trimestre estariam juntos na aula de detecção, mas passariam dois trimestres separados. Viram o número da sala que deveriam estar e o horário da primeira aula. Daria tempo de almoçar e Ron resolveu chamar Hermione.


- Vou lá ver se consigo falar com a Mione. Vem comigo?


- Claro – Harry e Ron seguiram até o final do corredor e rumaram para o Departamento de Controle das Criaturas Mágicas, que ficava muito longe. Não sabiam onde Hermione estava e resolveram perguntar.


- Bom dia, gostaria de saber onde está Hermione Granger? – a funcionária do Minsitério levantou os olhos para eles e pareceu espantada.


- Peraí. Vocês são aurores? – Harry e Ron estranharam a pergunta.


- Sim, por quê?


- Bem, aurores geralmente não costumam procurar por pessoas nos outros setores a não ser que esteja acontecendo alguma coisa muito grave. Essa Granger, aprontou alguma?


- Não, não, ela é minha namorada – Ron tratou logo de esclarecer as coisas.


- QUÊ? Tem uma colega minha aqui que namora um auror. Que máximo. Vou procurar aqui onde ela está. Ei, você é Harry Potter? E você, você saiu nos jornais. Robert Weasley, certo?


- Não, Ronald. E esse é sim Harry Potter – os dois já estavam ficando irritados com ela. Insistiram em saber onde Mione estava e ela, muito a contra gosto, foi procurar.


- Ela está no final daquele corredor – os bruxos agradeceram e saíram.


- Nossa, que menina irritante – Harry simplesmente concordou com a cabeça e os dois continuaram pelo corredor. Bem no final, em uma dos últimos cubículos encontraram-na.


- Oi – Mione levantou a cabeça e abriu um largo sorriso. Pulou da cadeira e veio falar com Rony.


- Oi meu amor. Que surpresa você aqui. Oi Harry – Harry a cumprimentou de longe.


- Bem, vim te chamar para almoçar.


- Claro, só vou pegar minhas coisas. Ah, esses aqui são Maura e Martin – Ron cumprimentou os dois, mas obviamente fechou a cara pro bruxo bonitão. Mione parece que não percebeu. Ron a puxou pelas mãos e eles saíram.


- Adorei seu uniforme. Ficou lindão – ele sorriu e deu um beijinho nela. Harry, ao lado dos dois, simplesmente rolou os olhos.


Os três sentaram-se no restaurante do Ministério. Ron, por várias vezes, pensou em fazer algum comentário sobre Martin, mas mudou de ideia, pois não queria estragar o primeiro dia da namorada. Ela foi a que falou mais. Fez várias perguntas sobre o dia dos dois.


- ... nossa, detecção, o que será que ensinam nisso?


- Não sei, mas precisamos ir Harry. Já está quase na hora – antes de irem embora, Ron e Mione se demoraram despedindo-se um do outro. Quando se separaram, Harry já estava impaciente.


- Vamos logo cara, duvido muito que vão gostar se chegarmos atrasados pra nossa primeira aula – eles tiveram que correr até o setor dos aurores, que ficava no último andar. Chegaram em cima da hora. O professor os esperava na porta da sala. Cada um recebeu uma caixa, mas não foram autorizados a abrir.


- Sejam bem vindos. Por favor sentem-se – os alunos se sentaram e ficaram esperando. Ron se inclinou para falar com Harry e o professor, de costas e bem longe deles falou.


- Por favor senhor Weasley, faça silêncio – ele se espantou e logo se arrumou na cadeira. Ele tinha certeza que o professor não tinha como ter percebido que ele iria falar alguma coisa. O bruxo conjurou um giz e começou a escrever no quadro. Para desgosto de Ron, estava mais uma vez de volta a uma sala de aula. Quando ela terminou de escrever, podia-se ler.


“Treinamento Básico de Aurores – Teoria inicial”


- Bem, como vocês podem ler, começaremos com o básico. Relembraremos assuntos vistos por vocês nas suas escolas. Muitos acham que essa é a parte menos interessante do treinamento, mas garanto a vocês que é tão importante quanto todas as outras. Bem, vamos começar – ele acenou sua varinha e pergaminho e pena surgiram diante deles. No quadro agora podia-se ler “Teoria Básica de Feitiços de Detecção”. Ron escorregou na cadeira, teria uma longa tarde pela frente.


_______________________________________


Hermione acordou e tateou a cama ao seu lado, mas não encontrou seu ruivo preferido. Desceu da cama preocupada, mas acabou encontrando uma carta que Ron havia deixado, informando-a que teve que sair bem cedo. Ela ficou um pouco chateada, pois realmente queria passar aquela manhã com ele. Quando desceu à cozinha, teve uma grande surpresa. Ron havia deixado uma enorme mesa de café da manhã, além de flores e alguns presentinhos que prometam esquentar bastante as noites daquele lugar. Ela ficou um pouco corada ao terminar de ver tudo que tinha ganhado. Mal conseguiu se concentrar no café e quando percebeu, já estava perigosamente tarde. Tomou um banho muito rápido e foi logo para o Ministério.


Ela agora esperava do lado de fora da sala de sua chefe. Esfregava as mãos em nervosismo. Havia ensaiado várias vezes o que diria naquela ocasião, mas já havia se esquecido de tudo.


- Hermione Granger – ela se assustou ao ouvir seu nome. Se levantou e respondeu.


- Pois não.


- A sra. Levine está te esperando – Hermione deu uma última arrumada na roupa e seguiu a bruxa.


A sala de sua chefe era enorme. Era uma mulher muito elegante e imponente. Hermione logo percebeu que ela era o tipo de pessoa que não se deveria contrariar. Apesar de tudo, ela foi muito cordial.


- Srta. Granger, por favor, sente-se – Hermione obedeceu, mas ainda parecia muito nervosa.


- Aceita uma água ou um chá?


- Não, muito obrigada – a voz da garota custava a sair.


- Bem, eu vou querer uma água – ela acenou sua varinha e uma copo d’água apareceu à sua frente. A mulher colocou seus óculos e começou a analisar o currículo de Hermione. A garota ficou reparando a sala da mulher e notou várias fotos em que ela estava acompanhada de várias celebridades bruxas. Viu uma foto dela com alguns meninos que ela imaginou serem seus filhos. Depois de um tempinho, a sra. Levine voltou a olhar para a garota.


- Bom, seu currículo parece muito bom. Já ouvi falar no seu projeto F.A.L.E e foi especialmente por isso que pedi que te contratassem. Quer conhecer sua sala? – Hermione se assustou. Estava esperando uma entrevista de emprego com uma bruxa mal humorada e de má vontade. Quando viu que Hermione parecia assustada, sua chefe falou.


- O que foi, não quer conhecer sua sala?


- Não é isso. Achei que você fosse me entrevistar. Que tivesse um processo de seleção. Não esperava que fosse assim tão rápido – ela abriu um sorriso antes de responder.


- Você é a aluna mais brilhante de Hogwarts. Sei de todos os seus atributos. E além do mais, você está realmente interessada nesse assunto. Nada mais óbvio que você fosse contratada – Hermione agora conseguiu sorrir. Sempre se derretia ao ouvir o quão brilhante ela era. Percebendo que a reação da garota mudara, sua chefe chamou de novo.


- Vamos conhecer o departamento então? – Hermione se levantou no ato.


- Claro, sra. Levine.


- Me chame de Wendy – as duas saíram da sala e percorreram um longo corredor até chegarem a outro setor, cheio de pequenos cubículos. Elas passaram direto e entraram em uma sala enorme, com poucas gavetas aqui e ali. Em outro lado, alguns livros ocupavam outras prateleiras.


- Esse é nosso arquivo. Todos os casos já realizados por esse departamento estão arquivados aqui – Hermione olhou para aquilo e ficou imaginando como uma sala com tão poucas gavetas pudesse conter todos os casos analisados pelo departamento. Pensou em perguntar, mas teve que deixar para depois, pois Wendy já ia saindo da sala.


- Bem, ali fica a copa, onde podemos parar pra fazer um lanche, tomar um café. Ali na frente fica nosso setor de assessoria jurídica – enquanto as duas caminhavam, a sra. Levine mostrou todos os diferentes setores do Departamento de Regulamentação Controle das Criaturas Mágicas. Ao final do passeio, voltaram para o setor cheio de cubículos.


Memorando interdepartamentais voavam pra cá e pra lá. Pergaminhos e penas voavam de mesa em mesa. Hermione precisou se esquivar de alguns. As duas caminharam até o fim do corredor e pararam em frente a uma cubículo vazio, ao lado de dois outros bruxos, que pareciam muito ocupados.


- Bem, seu lugar é aqui. Esses são Maura Tenton e Martin Heine – os dois então levantaram suas cabeças. Maura era uma bruxa baixinha, mas parecia muito simpática. Martin era um bruxo muito bonito e sorriu largamente para a menina, que corou um pouquinho.


- Essa é Hermione Granger, a nova estagiária. Confio que vocês irão ensinar a ela todo o trabalho – os dois pararam o que estavam fazendo e se levantaram para cumprimentá-la.


- Muito prazer. Já ouvi falar muito em você – Maura sorriu e foi logo correspondida por Hermione. Martin, muito galanteador, falou.


- Seja bem vinda. É um prazer tê-la aqui. Espero que goste do lugar – ela sorriu de volta, mas muito mais contida. Sentou-se à sua mesa, mas não sabia bem o que fazer. Maura logo veio falar com ela.


- Bem, é o seguinte. Estamos trabalhando nisso aqui – ela estendeu um calhamaço de pergaminhos para ela.


- Você poderia ir ao arquivo procurar esses documentos aqui? – Mione imediatamente se levantou e pegou a lista que Maura tinha nas mãos.


- Claro, já já eu volto – ela não tinha a menor ideia de como procurar aquilo naquele arquivo minúsculo.  Quando ia saindo, Martin disse.


- Cuidado com as gavetas – ela não respondeu porque afinal, não entendeu o conselho.


Entrou no arquivo e tentou procurar por ordem alfabética, mas os documentos não estavam arquivados dessa maneira. Tentou procurar por assunto, mas também não encontrou. Quando procurou pela data do fato em questão, aí teve mais sorte. Assim que chegou mais próxima à gaveta ficou imaginando o que seu colega queria dizer ao dar aquele conselho. Parecia uma simples gaveta. Tentou abri-la com as mãos, mas não obteve sucesso. Sacou sua varinha e assim que encostou-a na tampa do móvel, deu graças a Deus de não estar em frente a ela. Em uma velocidade alucinante, a gaveta em questão se estendeu até o outro lado da sala. Agora era uma gaveta enorme, que continha milhares e milhares de documentos. Procurou o seu e não foi difícil encontrar. Encostou sua varinha novamente e a gaveta se fechou na mesma velocidade. Voltou pra sua mesa sorrindo. Então era assim que os documentos eram guardados.


- Então, aprendeu a usar nosso arquivo? – tanto Martin quanto Maura aguardavam-na com um sorriso no rosto. Aparentemente, todos os novos funcionários passavam por aquele susto no primeiro dia.


- Ufa, foi por pouco. Se eu estivesse em frente a ela – ela agora sorria também. Tinha que admitir que fora uma boa pegadinha.


- Não tive essa sorte. Fui arrastado pela sala inteira. Até a sra. Levine riu de mim – agora os três riam do infortúnio de Martin. As brincadeiras acabaram e retornaram ao trabalho. No fim do dia, Hermione estava um caco, mas muito satisfeita. Simplesmente adorou seu trabalho e mal podia esperar pra dividir com todo mundo.  Assim que colocou os pés em casa, recebeu uma carta de Rony.


Oi amor,


me desculpe, mas não sei a hora que vou chegar. Não precisa esperar por mim acordada. Nunca imaginei que seria tão puxado assim. Tive várias aulas diferentes hoje e ainda não terminamos. Espero que seu primeiro dia tenha sido melhor.


Beijos, te amo


Rony


Hermione leu e seu espírito murchou um pouquinho. Não queria passar a noite sozinha. Apesar de muito cansada, ainda estava muito elétrica e cheia de novidades pra contar. Já que Ron ainda demoraria, resolveu ir jantar na casa de sua mãe.


- Hermione, que surpresa. Vamos, entre – não importava a hora que ela aparecesse, sua mãe sempre fazia festa ao vê-la.


- Oi mamãe. O Ron ainda vai demorar e eu não queria jantar sozinha. Se importa se eu passar um tempo aqui?


- Claro que não. Vou arrumar o jantar pra você. Seu pai saiu com seus tios, que estão de visita. Não deve demorar – as duas bateram longos papos. Hermione pôde contar nos mínimos detalhes tudo sobre seu dia. Nem viu o tempo passar quando precisou ir embora.


- É uma pena que eu não pude ver o papai. Dá um beijo nele por mim – as duas se despediram e a menina voltou pra casa. Ron ainda não havia chegado. Infelizmente ela não poderia esperar mais, tinha que acordar muito cedo no outro dia. Assim que deitou-se na cama, ouviu um barulho vindo da sala. Correu até lá e encontrou Ron, completamente exausto.


- Oi meu amor – ele parecia péssimo.


- Oi Mione, ainda não dormiu? – ele não tinha o menor entusiasmo.


- Ainda não. Fui jantar com a mamãe hoje. Mas me conta, como foi a primeira aula de Detecção? – ele se jogou no sofá.


- Parece interessante, e perigoso, mas hoje foi um saco. Parecia que estava de volta a Hogwarts. Tive aula de Feitiços e tive que provar porções horríveis. E tem mais, só podemos usar feitiços não-verbais. Apesar de só termos tido aulas teóricas, eu tô completamente acabado. Mas me conta o seu, como foi? – Hermione começou a falar, mas não demorou e ele já estava roncando. Fez o que pôde para deixá-lo o mais bem acomodado possível e subiu para sua cama. Para sua surpresa, pouco depois de deitar, ela sentiu alguém deitando ao seu lado.


- Apesar de todos esse cansaço, não consigo mais dormir longe de você – Ron se aconchegou ao seu lado e logo adormeceu. Ela ficou sorrindo feito uma boba por algum tempo quando ouviu seu namorado roncando. Ainda com um sorriso no rosto, ela ficou relembrando todas as reviravoltas que a levaram até aquele ponto.


 


 

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