Novos ares



Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa. Será que tantas desculpas assim são suficientes? Nunca demorei tanto, que vergonha. Aí está um capítulo novo e é o maior até agora. Tenho a impressão que não tenho agradado tanto ultimamente, então gostariam que vocês comentassem, mesmo que não estejam gostando. Por favor, COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM.


 


 Capítulo 22: Novos ares


 Acordaram no dia seguinte e a casa parecia ter sido atingida por um furacão. Havia louça suja por todos os lados, algumas quebradas. Garrafas de bebida vazia, cadeiras espalhadas e mesas no jardim completamente bagunçadas. Molly acordou cedo e não demorou a colocar todo mundo pra ajudar na arrumação. Ron, na noite mais feliz da sua vida, não conseguiu um momento a sós com Hermione. Ela se sentia igualmente frustrada. Encontraram-se na cozinha, o garoto levemente de ressaca.


 - Bom dia meu amor – ela estava feliz apesar da hora e de todo o trabalho que teriam pela frente.


 - Bom dia – Ron deu um beijo na namorada, mas sua cara já não era tão boa.


 - O que foi? Tudo bem?


 - Minha cabeça tá explodindo. E eu queria muito ter passado a noite ao seu lado – ela ficou ligeiramente corada, como sempre ficava quando pensava naquilo.


 - Também queria ter passado a noite ao seu lado, mas com sua mãe aqui não dá. E se não tivesse bebido tanto estaria com a cabeça ótima – os dois permaneceram abraçadinhos por alguns minutos até que mais pessoas começaram a aparecer e eles tiveram que se separar.


 Jorge e Carlinhos haviam passado a noite em casa, então o café da manhã estava mais cheio. Foi uma refeição muito silenciosa, provavelmente porque haviam exagerado na noite anterior. Depois da refeição, todas as esperanças que eles tinham de conseguir algum tempo de descanso foram para o vinagre. A sra. Weasley logo os colocou para arrumarem a casa. Jorge até tentou argumentar que precisava voltar para casa, mas como era domingo, não convenceu sua mãe.


 Ron e Harry estavam no jardim, juntando as cadeiras espalhadas, reparando alguns copos quebrados e tentando começar a organizar aquela bagunça monumental. Mione e Gina estavam fazendo o mesmo do outro lado.


 - Então, gostou da festa? – Harry, completamente descabelado e igualmente de ressaca, resolveu começar uma conversa.


 - Claro, veio todo mundo e mais alguns. E eu vou ser auror. Dormi com a carta que o ministro me deu. Já devo ter lido e relido umas quarenta vezes. Ainda é difícil acreditar – Harry havia se esquecido momentaneamente. Abriu um enorme sorriso.


 - É mesmo! Tinha me esquecido! Meus parabéns, mais uma vez.


 - Obrigado. Tinha certeza que nunca iria ser aceito. Com o julgamento e as acusações contra mim.


 - Você foi um herói Rony. Tanto na guerra como no confronto com aqueles dois. Você é provavelmente o sujeito mais capacitado e merecedor – Ron, com lágrimas nos olhos deu um demorado abraço em Harry. Hermione apareceu ao lado de Gina. Ron tomou-a nos braços e deu um demorado beijo na namorada. Quando terminaram, Harry e Gina já não estavam mais ali.


 - Estou tão feliz. Finalmente as coisas vão se acertar – ela sorriu e devolveu o beijo. Ficaram assim até que ouviram Molly gritando para que voltassem ao trabalho. Às gargalhadas, atacaram o jardim e logo terminaram aquela parte.


 Foi um dia muito duro e árduo. A chuva que caiu no fim de tarde em nada ajudou. Molhados, cansados e famintos, todos se reuniram para o jantar. Por estarem exaustos, ficaram todos em silêncio. Somente Ron e Hermione trocavam olhares e sorrisos, o que obviamente não passou batido pela sra. Weasley. Por mais uma noite, Ron não teve chance de ficar a sós com a namorada. Dormiu e acordou muito irritado.


 Aquilo se repetiu por alguns dias seguidos. O que mais o irritava era que Harry conseguia dar suas escapadas e Ron se mordia de ódio ao imaginar o que ele e Gina estariam fazendo. Finalmente Ron achou uma brecha e achou que aquela noite seria a sua noite de sorte.


 Hermione estaria dormindo sozinha no quarto de Gina, já que a ruiva e Harry passariam a noite na casa de Andromeda Tonks. Depois de ter certeza que estavam todos dormindo, Ron saiu de seu quarto e pé ante pé chegou ao quarto da namorada. Nada, mas nada mesmo poderia prepará-lo para o que encontraria. Sua mãe estava sentada na cabeceira da cama de Hermione e falava alegremente.


 - Oi Rony, o que você está fazendo aqui? – Molly se virou para ele. O ruivo obviamente não sabia o que dizer. Olhou para Hermione, suplicando que ela o ajudasse.


 - Na..., nada não. Só vim avisar a Hermione que pediram que ela entrasse em contato com o Ministério amanhã.


 - Mas só veio avisar isso agora?


 - É que eu me esqueci. O recado chegou hoje cedo. Bem, era só isso. Vou voltar pra minha cama – antes de fechar a porta ele olhou para a garota que parecia não estar gostando nada daquela situação. Ron voltou pro quarto bufando. Precisava tomar alguma atitude pra mudar aquilo e tinha que ser rápido. Teve uma ideia e resolveu que daria um jeito logo logo.


 No dia seguinte, antes que a sra. Weasley pudesse atrapalhá-lo, Ron chamou Hermione para um canto.


 - É o seguinte. Você vai dizer que vai voltar para sua casa e que seus pais me convidaram para dormir lá. Me encontre hoje às oito horas em frente àquele hotel onde fomos das últimas vezes. É a única chance de ficarmos a sós. Tenho uma coisa muito importante pra te falar, muito mesmo. Lá vem minha mãe – não deu outra. Assim que chegou até os dois, tratou logo de separá-los e Hermione ficou sem entender nada. Passou o dia inteiro sem um momento a sós com o namorado. Na hora marcada e com muita dificuldade, ela finalmente se livrou da sogra e desaparatou até o hotel.


 - Ufa, achei que você não viria? – Ron logo abraçou a namorada.


 - Achei tudo muito estranho, mas claro que eu viria. Você falou tudo tão rápido que eu tive muita dificuldade em entender.


 - Vamos entrar que a gente conversa – subiram pro quarto, mas como era esperado, não tiveram muito tempo para conversas. Depois de devidamente matarem a saudade e reunindo toda a coragem que tinha, Ron começou a falar.


 - Eu tenho uma coisa pra te perguntar – Hermione sentou-se na cama e ficou olhando para ele.


 - Pode falar meu amor – Ron então tomou a mão da menina e olhou ainda mais fundo nos olhos dela. Seu coração estava na boca, a mil por hora. Hermione percebeu que ele estava nervoso, mas antes que ela pudesse dizer isso a ele, o rapaz respirou fundo e começou seu discurso.


 - Bem, minha vida assumiu outro sentido desde que começamos a namorar. Todos os momentos que estamos juntos pra mim são a realização de um sonho, mas detesto ter que ficar fugindo dos outros para que possamos ficar a sós. Eu, eu... – essa era a parte em que ele temia engasgar e não conseguir falar. Precisou respirar fundo mais algumas vezes.


 - Eu queria saber se você gostaria de morar comigo? – sentiu como se várias toneladas tivessem sido tiradas de suas costas. Continuou a encarar a namorada, mas ela nada dizia.


 - O que foi meu amor? Já sei, odiou a ideia né – ele já ia se levantando, na certeza que tinha sido o maior idiota de todos os tempos, mas ela segurou sua mão mais firme e ele permaneceu sentado.


 - Você, você tem certeza disso? – Ron continuava a olhá-la confuso.


 - Claro. Por que? Você não? – ela engoliu em seco antes de responder.


 - Claro que eu quero morar com você, só fui pega de surpresa. Mas onde iremos morar? Você já tem um lugar? E como vamos pagar uma casa só nossa? Você já pensou em tudo isso?


 - Bem, ainda não. Mas eu olhei alguns planos que o Ministério tem para fornecer empréstimos a aurores e assim que começar, eu consigo comprar uma. Você também vai começar seu estágio e pode me ajudar. Não vamos ter nada muito grande no início, mas estaremos começando nossa vida juntos, na nossa casa – ele soou muito confiante e eufórico, mas ela ainda parecia confusa.


 - Você ainda parece meio cética. Por quê?


 - Não é isso. Uau, isso é muito pra mim, morar com você, ter que arcar com os custos de uma casa. Mas quem eu estou querendo enganar, claro que eu vou morar com você. Mudaria com você nem que fosse pra morar naquela barraca em que acampamos ano passado – ela, ainda segurando as mãos dele, se levantou e ele fez o mesmo.


 - Nossa, que maravilha. Por um instante achei que fosse recusar – ela o abraçou e se beijaram apaixonadamente. Aproveitando que já estavam ali, comemoraram à maneira deles.


 Antes de irem embora, logo depois do anoitecer, Hermione falou.


 - Eu e a Gina já conversamos sobre isso, sabia? Contei a ela como seria a casa dos meus sonhos e ela me contou como seria a dela. Você sabe né, coisa de mulher – Ron riu e deu mais um beijinho na namorada.


 - Vai ser a casa dos nossos sonhos. Prometo – sorriram um para o outro e foram embora.


 Assim que chegou ao seu quarto, longe da Toca, Mione não resistiu e enviou um patrono ao namorado, dizendo o quanto o amava e que mal podia esperar para mudarem para sua nova casa e começarem uma nova vida. Ron respondeu com certa dificuldade, afinal aquele feitiço nunca fora o seu forte. Desceu para o jantar sentindo-se o homem mais feliz do mundo. Obviamente, Molly estava muito desconfiada.


 Logo após o jantar, o ruivo não deu muito tempo para que sua mãe lhe enchesse de perguntas e subiu para o seu quarto bem cedo. Ficou relembrando tudo que havia acontecido até então.


 Ron já tinha muito claro o que queria fazer. Não iria esperar nem mais um dia para começar a perseguir seu sonho. Já havia sofrido tanto na sua vida que iria fazer de tudo para que pudesse mudar-se para sua própria casa e viver com a mulher que tanto amava. Foi bem cedo para o Ministério e encontrou-se com Percy, que o aguardava no saguão.


 - Bom dia Ron, achei seu pedido muito estranho, mas dei uma olhada.


 - Bom dia Percy, o que você tem pra mim?


 - Bem, conversei com alguns conhecidos meus no setor financeiro e eles me deram alguns planos de empréstimo especiais para aurores. Marquei um horário lá pra você, vamos? – Ron concordou e seguiu o irmão. Percy havia mudado radicalmente ao longo dos anos. Agora que estava namorando, ele havia se tornado mais amável e muito menos rígido. Continuava um cara muito trabalhador e ambicioso, mas havia se tornado mais humano. Ron, assim como o restante de sua família, estava impressionado com aquela mudança. Conversaram alegremente até chegarem ao Departamento de Economia e Finanças Bruxas. Ron ficou horas discutindo suas opções e saiu de lá muito satisfeito.


 Pela primeira vez desde que tivera aquela ideia, ele tinha certeza que agora tudo se resolveria e ele realizaria seu sonho. Aceitou o convite do irmão para almoçarem juntos e achou que deveria contar os seus planos, já que Percy o havia ajudado tanto. Como já era de se esperar, o Weasley mais velho deu vários e vários avisos para que Ron tomasse cuidado e tal, mas no geral achou uma boa ideia. O mais novo perguntou sobre Audrey, mas aquele assunto ainda era um pouco desconfortável, então não conversaram muito sobre isso.


 Durante o resto daquele dia e da semana também, todos, sem exceção vieram perguntá-lo, cada uma à sua maneira, o que ele foi fazer no Ministério. Molly apelou para o sentimentalismo, dizendo que ele não deveria guardar segredos de sua própria mãe. Gina e Jorge estavam estudando uma maneira de fazê-lo tomar um pouco de veritaserum, mas não chegaram a nenhum plano decente.


 Estava feliz com a decisão que havia tomado, mas uma coisa ainda o afligia. Já havia decidido onde queria morar, mas não tinha a menor ideia de qual casa escolher. Como seria surpresa para Hermione, ele não podia contar nada a ela. Resolveu conversar com Gina, mas tinha dúvidas de como a irmã reagiria. Adiou o quanto pôde, mas no final da semana, resolveu falar com ela.


 Ele estava apreensivo de começar aquela conversa. E se ela risse dele e achasse aquela a ideia mais estúpida do mundo. Com as mãos suadas bateu à porta da garota.


 - Quem é?


 - Sou eu, Rony, posso entrar? – ele ouviu passos e ela abriu a porta.


 - Pode falar. O que você quer?


 - Queria falar com você. Posso entrar? – ela saiu da frente dando-lhe passagem. Ele entrou e se sentou na cama da irmã.


 - O que foi maninho? Desembucha – o ruivo não sabia por onde começar. Gaguejou e falou, atropelando as palavras.


 - Euquerocomprarumacasa – ela obviamente não entendeu e pediu que ele repetisse.


 - Eu quero comprar uma casa. Para morar com a Hermione – Gina se assustou e arregalou os olhos. Sentou-se ao lado dele na cama e ficou encarando o rosto do irmão.


 - Sério? Já falou isso com ela?


 - Já falei que em breve penso em comprar uma casa e me mudar com ela. Ela me disse que conversou com você a respeito de como seria a casa dos sonhos. Eu vim aqui pra te pedir ajuda e escolher uma – ela abriu um largo sorriso e abraçou o irmão.


 - Que ideia ótima. Finalmente está crescendo hein. Claro que eu te ajudo. Ela me deu vários detalhes, sei exatamente o que ela quer. Mas, você tem dinheiro pra isso?


 - Tô resolvendo lá no Ministério. Você me ajuda então? – ela fez que sim com a cabeça e Ron finalmente sorriu.


 - Amanhã, depois do almoço. Pode ser? A Hermione vai passar o resto da semana na casa dela, então não vai desconfiar de nada. E não conta nada ao Harry ainda. Depois que eu estiver com tudo mais ou menos resolvido eu conto a ele – ela concordou e Ron saiu do quarto sentindo calafrios na espinha.


 No outro dia, Rony não deu paz para Gina. Ficou no pé da garota o dia inteiro até que ela finalmente arrumou tempo pra ir com ele.


 - Já pensou em algum lugar? Não podemos simplesmente sair por ai sem saber onde procurar.


 - Godric’s Hollow. Tem muitas famílias bruxas e vários lugares trouxas, assim Hermione não precisa se afastar completamente do seu outro mundo. Tenho certeza que podemos encontrar alguma coisa lá.


 - Ótima ideia. Parece que você realmente pensou bastante nisso – ele sorriu, claramente satisfeito consigo mesmo. Ele e a irmã desaparataram até uma ruela logo atrás da igrejinha.


 Ron sabia exatamente onde devia ir. Virou algumas esquinas e parou diante de uma casa enorme. Parecia boa, mas precisava de muitas reformas.


 - Que tal?


 - Não sei não. É muito grande só pra duas pessoas. Vocês não vão ficar muito tempo em casa, agora que começarão seus trabalhos no Ministério. Além disso, será necessário muitas reformas para deixá-la no ponto. Além do mais, deve ser caríssima. Tem alguma outra que você queira olhar?


 - Não, gostei tanto dessa – ele murchou um pouco e deixou de sorrir. Gina se sentiu mal e não sabia o que poderia falar para fazê-lo se sentir melhor. Ron simplesmente começou a caminhar de volta para o lugar por onde chegaram. Gina estava caminhando atrás dele se sentindo péssima. Quando viraram uma esquina, ela estancou no lugar.


 - Ron, vem ver isso – ele, sem vontade nenhuma, retornou pra ver o que ela queria.


 - O quê?


 - Essa casa, é perfeita – ele olhou para uma casa pequena, incrustrada no final da rua.


 - Jura? Mas é tão pequena.


 - Ela sempre disse que prefere casas pequenas, são mais aconchegantes. E é uma casa claramente bruxa – ela começou a caminhar até a casa, com ele logo atrás.


 - Como você sabe? – ele não tinha percebido nada na casa que pudesse indicar que ela era de uma família bruxa, ou que ela estava à venda.


 - Simples. Tá vendo essa pintura aqui? – ela apontou para um pequeno ponto na parede em que a tinta parecia flutuar. Só chegando muito perto, Ron conseguiu enxergar.


 - O que tem ele?


 - É um sinal que os bruxos deixam para que outros bruxos saibam que não estão em casa. Depois que os pais de Harry foram assassinados, os moradores daqui combinaram esse sinal para que os vizinhos pudessem monitorar uns aos outros. Caso o bruxo demorasse a voltar eles poderiam começar a procurar ajuda – Ron se assustou com o fato de Gina saber tudo aquilo. A ruiva, se antecipando a ele, respondeu.


 - Eu li tudo sobre isso aqui depois que eu comecei a namorar o Harry. Esse é um sinal que não se usa há quase vinte anos, então a casa deve estar abandonada – Gina se aproximou da pintura na parede e apontou sua varinha. O sinal se desfez e na parede estava marcada a data em que a pessoa havia deixado a marca. Realmente havia muito tempo. Ela guardou sua varinha e se encaminhou para a porta. Empurrou-a devagarinho e a porta praticamente cedeu. Apesar de toneladas de poeira acumuladas pelo chão e pelas paredes, ela parecia estar em bom estado. Os dois deram uma voltinha por ela e Gina abriu um largo sorriso.


 - Isso é exatamente o que ela está procurando. Essa casa é perfeita – Ron não conseguia sorrir com toda aquela poeira. Chamou a irmã e os dois voltaram para a rua.


 - Tá, eu também gostei, mas tem quase vinte anos que ninguém mora ai. Vai precisar de muitas reformas e tal, mas acho que dá certo. Como eu faço pra descobrir se ela está a venda?


 - Conversa no Ministério. Você não está olhando lá uma maneira de conseguir comprar uma casa. Tenho certeza que eles devem ter um registro – Ron achou a ideia excelente e resolveu anotar o endereço. Ele e a irmã se deram por satisfeitos e voltaram pra casa.


 Ron tentou montar um esquema para fazer tudo escondido de Hermione. Compraria a casa, mas faria surpresa pra ela. Percy se certificou para ele que a casa estava à venda e o preço estava dentro do que Ron imaginava. Obviamente precisaria da ajuda de Alice e Bill, mas não sabia como contar aos dois. Decidiu deixar isso para depois. Resolveu falar primeiro com Harry. Encontrou o garoto durante a noite, no quarto de Gina.


 - Oi gente, posso entrar? – Gina soltou o abraço do namorado e permitiu que ele entrasse.


 - Senta aí, Ron – Harry abriu espaço para ele na cama. Ele se sentou e ficou esfregando as mãos em nervosismo. Gina revirou os olhos de impaciência e se adiantou a ele.


 - Que isso Ron. Até com o Harry você tem vergonha. É o seguinte meu amor, o Rony está querendo comprar uma casa para morar com a Hermione – Ron se levantou espantado. Harry olhou-o por alguns segundos e abriu um sorriso.


 - Quem diria hein. Mal arrumou um emprego e já quer uma casa nova. Ótima ideia – o ruivo já não estava entendendo nada. Não tinha tido tempo de abrir a boca. Ficou olhando atônito pros dois.


 - Você acha realmente uma ótima ideia?


 - Claro. Já escolheu a casa? – Ron aos poucos foi contando o dia que tivera com Gina. Agora que aquilo se repetia na sua cabeça, estava adorando ainda mais a ideia que tivera. Harry já estava começando a ter ideias parecidas e prometeu dar a Rony toda a ajuda possível. O ruivo lembrou-os que teriam que manter segredo e pediu ajuda para contar aos seus pais e aos pais da namorada.


 Os dias seguintes foram cheios de mistérios. Hermione passou a maior parte do tempo em sua casa e estranhou o fato de Ron não ficar pedindo para que ela fosse visitá-lo. O dia mais esperado foi o dia que Rony decidiu contar aos seus pais. Com Harry e Gina ao seu lado, ele teve que ouvir sua mãe esbravejar que ele era muito novo e irresponsável, além de estar muito debilitado fisicamente (o que era mentira, já que havia se recuperado muito bem, inclusive já havia dispensado as muletas). Arthur foi mais contido, simplesmente alertou sobre os perigos e responsabilidades de ser dono de sua própria casa. A sra. Weasley não parecia ter concordado completamente, mas Ron sabia que aquilo se resolveria logo.


 No final da semana, Hermione chegou para passar alguns dias. Quando teve alguns minutos a sós com o namorado, foi logo falando.


 - Meu amor, você não sabe o que eu fiz – Ron se virou para ela preocupado.


 - O que? – ele soou mais ríspido do que desejava. Ela recuou um pouquinho. Ele percebeu e mudou o tom de voz.


 - Me desculpe, não queria soar dessa maneira. O que foi que você fez?


 - Contei ao papai e a mamãe que nós vamos morar juntos – ela tinha os olhos brilhando, como uma menina que acabara de fazer uma travessura. Ron engasgou e olhou pra ela espantado.


 - Você, você já falou?


 - Já. Algum problema? – ela não esperava aquela reação.


 - Não, não – Ron definitivamente não esperava aquilo. Já tinha até ensaiado como falaria com os dois. Ficou com medo que seu segredo fosse revelado. Fez a melhor cara que pôde para não parecer assustado.


 - E o que, o que eles disseram? – ela ainda estava um pouco desconfiada, mas estava louca para contar aquilo ao namorado.


 - Claro que ficaram apreensivos e me deram vários e vários sermões. Ah, e você terá que falar com eles, muito em breve, mas no final gostaram da ideia. Disseram que fazem questão de nos ajudar a escolher a casa e querem conversar com seus pais – Ron pensou melhor e viu que aquilo poderia lhe ser muito benéfico. O pouparia do desconforto de ter que falar com os dois e bastaria pedir a eles que guardassem segredo. Sabia que a ajuda dos dois era imprescindível para o sucesso da sua empreitada.


 Hermione parecia não desconfiar de nada. Na segunda-feira, ele foi cedo para o Beco Diagonal, após ter passado a noite na casa dela, no quarto de hóspedes (ele não se importou porque aquilo logo se resolveria). Apesar de ter aceitado o emprego como auror, ainda gostava de trabalhar com varinhas e não havia contado ao sr. Olivaras que não continuaria trabalhando ali. Chegou cedo e encontrou Simas, recém-chegado de uma caçada a unicórnios. Apesar de alguns arranhões aqui e ali, ele parecia realmente levar jeito pra aquilo. Passados alguns minutos, o velho bruxo apareceu. Simas ficou claramente decepcionado que o amigo não continuaria trabalhando ali, mas Olivaras aceitou muito bem e o parabenizou pelo novo cargo que assumiria. Depois de resolvido seu assunto na loja, foi para o Ministério se encontrar com Percy.


 - Bom dia Percy – o garoto parecia um pouco impaciente e irritado.


 - Você está atrasado. Sabe o trabalho que tive pra conseguir marcar isso pra hoje? Vamos logo – Ron não se importou com aquele sermão, porque era típico de Percy. Caminharam em silêncio até uma sala em um dos últimos andares do prédio. Com as mãos tremendo, Ron assinou os dois contratos que mudariam sua vida. Conseguiu o dinheiro e a casa que tanto queria. Agora precisariam reformar, o que daria muito, mas muito trabalho.


 Sua mãe começou a aceitar melhor aquela história e para a alegria de Ron, ela tomou as rédeas para organizar a reforma de uma maneira que Mione não desconfiasse. Obviamente isso envolvia muito trabalho e cada um dos Weasley teria que ajudar. Até mesmo Hagrid, que ficou sabendo por Arthur, se despôs a dar uma mão. Ao final daquele dia ele teria que sair para jantar com Hermione e os pais dela para que finalmente conversassem sobre a casa. Ele ainda não tinha tido tempo de conversar com os dois e não sabia como pediria a eles que guardassem segredo, já que a garota também estaria presente.


 - Boa noite Ron – Bill o recebeu na porta. Mantinha-se cordial, mas decididamente mais frio. As mãos do garoto suavam quando ele cumprimentou o sogro.


 - Boa noite – ele foi convidado a entrar e sentou-se no sofá. Nem Alice, nem Hermione encontravam-se na sala. O sr. Granger se sentou em frente a ele e ficou encarando-o em silêncio. Ron sentia que seu coração iria saltar pela boca.


 - Bem, minha filha me disse os planos que vocês dois tiveram. O que você tem a me contar sobre isso? – Ron engoliu em seco umas três vezes antes de reunir coragem pra responder.


 - Vamos, vamos morar juntos senhor. Já arrumei o dinheiro e com o meu salário e o dela poderemos manter essa casa sem maiores problemas.


 - Será mesmo? Será mesmo que você sabe o que é necessário para se ter uma casa hoje em dia. Todos os custos, as contas, os problemas. Será que vocês dois já tem a real ideia disso tudo?


 - Acho que sim. Eu sei que não é fácil e não espero que seja. O que eu quero é morar com sua filha. Antes que o senhor pergunte, pretendo sim me casar com ela e viver a minha vida inteiro ao seu lado. Esse é só o primeiro passo. Consegui um dos empregos mais bem remunerados do mundo bruxo e ela, com toda a inteligência e disposição que lhe é peculiar irá subir muito dentro do Ministério e nós dois juntos poderemos levar uma vida muito tranquila – aquelas palavras simplesmente jorraram dele. Não sabia como Bill estaria se sentindo, mas se sentiu bem ao botar aquilo pra fora.


 - Parece que você realmente pensou muito nisso. Espero que minha filha seja tão pé no chão quanto você. Ouvindo você falar, me senti muito mais tranquilo agora – ele se levantou e estendeu a mão para o genro. Ron sorriu e cumprimentou o sogro.


 - Agora vamos chamar aquelas duas – Bill foi até a escada e gritou para que a esposa e a filha descessem. Quando estavam os quatro reunidos, saíram, de maneira completamente trouxa. Ron não sabia como trouxas poderiam caber em carros sem que fossem previamente expandidos por magia. Chegaram ao restaurante e ele estava lotado. Demorou para que conseguissem suas mesas.


 Bill contou a Alice e Hermione sobre a conversa que havia tido com Rony mais cedo. Alice obviamente fez as suas próprias perguntas, mas no final também parecia estar convencida. Mione se sentiu orgulhosa do namorado. Foi uma refeição muito alegre. Bill prometeu a Ron que iria com ele a um jogo de quadribol caso o ruivo fosse com ele a um jogo de futebol. Depois do jantar, pouco antes de irem embora, Alice e Ron ficaram sozinhos na mesa. Certificando-se que não havia ninguém ouvindo, a sra. Granger se inclinou para falar com ele.


 - Sua mãe me contou que você pretende fazer uma surpresa para minha filha e eu acho isso ótimo. Pode deixar que se depender de mim e do meu marido, ela não vai ficar sabendo de nada – Ron não sabia como responder. Agora tinha tudo que era necessário para que pudesse dar sequência ao seu plano.


 - Ótimo. Vou precisar mesmo da ajuda de vocês. Quero começar a reforma o quanto antes – Alice não teve tempo de responder porque Bill e Mione apareceram.


 - Já paguei a conta. Vamos? – os quatro pegaram suas coisas e saíram do restaurante. A caminho do carro, Ron começou a imaginar que aquela sua ideia maluca podia realmente dar certo.


 Nos dois dias seguintes, sem Hermione na Toca, Molly repassou com todos os planos para a reforma da casa. Ron teve um sono agitado. Muito cedo na manhã seguinte, Molly reuniu todos e partiram para Godric’s Hollow. Somente Fleur ficaria de fora, já que estava grávida. Jorge e Carlinhos amaldiçoaram o irmão enquanto tentavam manter-se acordados.


 Ainda bem que eram bruxos, porque tinham muito pouco tempo para reformarem a casa. Precisava de uma pintura nova, portas e janelas novas, trocar as tábuas do assoalho. Basicamente o interior inteiro precisava ser arrumado, além do jardim. Hermione era a melhor em feitiços domésticos e era a única que não poderia participar da reforma. Além disso, tinha que comprar toda a mobília e eletrodomésticos. Ron resolveu que faria uma casa bruxa, mas com o máximo de coisas possíveis do mundo trouxa. Alice e Bill não ajudariam muito, pois precisavam garantir que Hermione não desconfiasse de nada.


 Foi um árduo dia de trabalho. Adiantaram bem a reforma, mas ainda faltava muita coisa. Com o dia já escurecendo, resolveram ir embora. Alice tinha ido mais cedo para se encontrar com a filha para que ela não desconfiasse de nada. No dia seguinte bem cedo retornariam.


 Mais dois dias e a casa finalmente ficou pronta. Ron olhou pra ela e não segurou as lágrimas. Aquilo tudo finalmente o atingiu de uma vez. Se mudaria pra lá com a mulher da sua vida e a casa tinha ficado linda.


 - O que foi Ron? Por que está chorando? – Gina veio conversar com ele logo após ela e Harry terem terminado no jardim.


 - Ficou linda não ficou? Será que ela vai gostar? – Gina sorriu diante da pergunta do irmão.


 - Claro que vai, não se preocupe. Ela ficou maravilhosa – o sol ia se pondo atrás da casa e Ron ainda ficou contemplando aquela imagem por algum tempo. Nos últimos dias ele teve dúvidas e mais dúvidas se aquilo era realmente o que deveria estar fazendo, se não estava se precipitando, mas ao ver a casa pronta tudo fez muito mais sentido. Olhou para o céu e viu que a lua cheia estava começando a querer dar o ar de sua graça. Mudou radicalmente sua expressão e começou a falar com todo mundo, muito nervoso,


 - Vamos embora então, agora – Gina achou estranho e olhou para Harry, que havia acabado de aparecer.


 - Quê isso Ron, como assim?


 - Vamos logo Gina. Vai chamar o papai e a mamãe – Gina ia protestar, mas Harry a interrompeu.


 - É melhor irmos, depois eu te explico – Gina, muito contrariada, saiu atrás do namorado. Em alguns minutos eles voltaram com Arthur e Molly, também muito irritados.


 - Tivemos que nos despedir às pressas do sr. e sra. Granger. Ron, o que está acontecendo aqui?


 - Não está acontecendo nada. Agora vamos – antes que pudesse dar tempo de sua mãe responder, ele segurou as mãos de todo mundo e desaparatou.


 Assim que colocou os pés no gramado, a lua já ia alta e ele entrou correndo em casa. Pela primeira vez ele desejou que não encontrasse Hermione, mas ela estava ali, toda carinhosa, esperando o namorado chegar. Harry puxou Gina de lado e os dois entraram por outra porta, deixando Ron e Mione sozinhos.


 - Oi meu amor, resolvi fazer uma surpresa – ele deu um abraço muito frio nela, que logo mudou sua expressão.


 - Oi Hermione. Que bom que você está aqui. Agora eu preciso ir pro meu quarto. Você poderia ficar com a Gina hoje? Já pedi ao Harry que não subisse também.


 - O quê? Como assim. Aconteceu alguma coisa?


 - É difícil explicar, mas faz o que estou te pedindo, por favor – ele não deu tempo para ela responder. Saiu correndo escadas acima e deixou-a falando sozinha.


 Hermione ficou muito ressentida com o namorado. Nunca, em toda a sua vida, imaginou que seria dispensada daquela maneira. Ron se trancou no quarto e ela sentou-se no sofá com os olhos cheios de lágrimas.


 - Calma Mione. Hoje é dia de lua cheia. Lembra-se que ele não gosta que ninguém fique junto com ele nesses dias? – Hermione trocou o semblante de raiva por um de extrema preocupação.


 - É mesmo. Mas o que será que acontece com ele nesses dias. Ele nunca te falou nada?


 - Não. Nunca perguntei, mas ele nunca nem mencionou o que acontece. Não acho que ele esteja virando um lobisomem – ele resolveu completar ao ver a cara da amiga.


 Por diversas vezes ela pensou em subir, mas ao olhar a expressão de Harry ela recuava. Acabou tendo uma noite muito agitada e mal pregou os olhos. No outro dia bem cedo, encontrou-o na cozinha com uma expressão horrível de quem também não tinha dormido bem.


 - Bom dia meu amor – ele tentou começar uma conversa, mas ela, muito fria, não deu muita bola.


 - Bom dia – ele logo percebeu o tom pouco amigável que ela usava e sabia exatamente o motivo. Sentou-se ao seu lado e tomou suas mãos.


 - Eu sei que você deve ter ficado magoada com a noite de ontem, mas é algo que preciso contar quando eu achar certo. Prometo que assim que mudarmos eu conto tudo. Não se preocupe, garanto que não é nada grave – ela não conseguia pensar no que falar, simplesmente se levantou e se jogou nos braços dele, com lágrimas nos olhos. Ele tentou acalmá-la, mas parecia impossível. Depois de longos minutos, ela falou.


 - Promete mesmo que vai me contar? Quero estar do seu lado, não importa o que isso possa ser – ele fez que sim com a cabeça e os dois ficaram abraçadinhos mais um tempo. Hermione, que praticamente passara a noite em claro, logo adormeceu. Rony viu uma coruja pousar na janela e foi receber a carta que ela trazia


 Bem Rony, recebemos um comunicado do Ministério logo cedo e a mudança precisa ser feita hoje. Conseguiram apenas uma janela de tempo pequena para que façamos tudo sem que os trouxas percebam. Eu, mamãe e papai viemos na frente, e nos encontraremos com Bill e Alice. Harry, Jorge e Carlinhos estão em casa e virão pra cá assim que possível. Por favor não estrague tudo. Esteja aqui às duas da tarde


 Beijos da sua irmã,


 Gina


 O coração de Ron estava na boca. Como assim teriam que se mudar ainda naquele dia. Aproveitou que a namorada estava dormindo no sofá e subiu para o quarto para pensar melhor. Voltou para a sala de banho tomado e todo arrumado.


 - Que isso Rony, aonde vai tão arrumado? – Hermione se espantou ao vê-lo daquela maneira.


 - Nós vamos sair pra almoçar. Depois da noite de ontem, eu quero ir pra rua. Tá um dia tão lindo. Vamos comer alguma coisa e dar um passeio por Londres. Quem sabe a gente já vai olhando um lugarzinho pra nossa casa – ele tentou parecer o mais descontraído possível, mas Mione desconfiou de alguma coisa. Acabou gostando da ideia e foi se arrumar. Demorou uns trinta minutos para retornar, tempo suficiente para ele acabar de comer todas as suas unhas.


 - Então, aonde vamos? – ele não tinha pensado naquele detalhe. Falou a primeira coisa que lhe veio à cabeça.


 - Vamos naquele restaurante que fomos da última vez – Mione concordou, mas estava ainda mais desconfiada. Ele parecia muito nervoso e agitado.


 - Está tudo bem, meu amor?


 - Claro, claro, tudo ótimo. Só estou com fome, muita fome. Agora vamos? – foram até o jardim e desaparataram. Aterrissaram em um beco e foram caminhando até o restaurante. Arrumaram uma mesa e se sentaram, mas não era bem o almoço que Hermione esperava.


 - O que foi Ron? O que está acontecendo?


 - Não tá acontecendo nada, já te disse – ele falhava miseravelmente em tentar parecer tranquilo.


 - Tá acontecendo sim. Você não para de me perguntar as horas. Você mal olhou o cardápio e já pediu o almoço. Agora fica evitando olhar pra mim. O que foi? Conta logo – ela tinha aquele olhar inquisidor que ele tanto temia. Pôs seu sorriso mais despretensioso e respondeu.


 - É coisa da sua cabeça, não tem nada. Olha lá nossa comida, vamos comer que eu estou faminto – ela mal tocou na comida, mas ele não quis alongar muito mais a refeição. Tinham apenas mais dez minutos até as duas horas e ele tinha que correr. Pagou a conta e saiu com uma namorada irritadíssima ao seu lado.


 - Eu não vou a lugar nenhum se não me contar o que está acontecendo – ela cruzou os braços e recusou-se a dar as mãos para ele. Ron respirou fundo, mas parecer tranquilo estava se tornando impossível, principalmente agora que estavam em cima da hora.


 - Por favor, vamos embora. Não está acontecendo nada. A noite de ontem foi muito difícil. Por favor, acredite em mim – a história parece ter surtido o efeito desejado. Ela logo anuviou sua expressão.


 - Me desculpa, não devia ter desconfiado de você.


 - Não se preocupe. Agora vamos? – ela fez que sim e os dois desaparataram.


 Hermione abriu os olhos, mas não estava na Toca. Olhou para Rony, que agora tinha um enorme sorriso nos rosto.


 - Onde estamos?


 - Vem comigo, você vai ver – ele a segurou pelas mãos e saiu andando. Diversas vezes ela tentou descobrir onde estavam indo, mas ele se recusava a falar uma palavra que fosse. Depois de uns cinco minutos de caminhada, ela começou a se irritar.


 - Eu sabia que você estava aprontando alguma coisa. Onde estamos indo? – ela parou de repente e cruzou os braços. Ron tentou convencê-la a continuar, mas sem sucesso.


 - É logo ali, cruzando a esquina. Vamos?


 - O que que tem logo ali? Me conta se não eu não saio daqui.


 - Te conto lá, mas vamos logo, por favor – ele parecia desolado de imaginar que Hermione não o acompanharia. Ela pensou um pouco e acabou cedendo, muito contrariada. Assim que dobraram a esquina, Ron tapou os olhos da namorada com as mãos.


 - Que palhaçada é essa Rony. Tira as mãos daí.


 - Só mais três passos, é logo ali.


 - Não vou mais a lugar... – Ron finalmente tirou suas mãos e Hermione perdeu todo o fôlego. Diante dela estava uma casa espetacular. Não era muito grande, mas era linda. Era exatamente como ela havia descrito a Gina alguns dias antes. Ron sorria como um bobo, mas a garota não conseguia falar. Harry, Gina, Gui, o sr. e a sra. Weasley e o sr. e a sra. Granger estavam ali perto e sorriam como bobos.


 - Então, gostou? – ele esperava uma reação mais animada da garota, que permanecia estática.


 - É linda, mas de quem é essa casa?


 - É nossa meu amor. Nosso cantinho – ela olhou pra ele muito espantada. Ron continuava sorrindo, mas seu sorriso ameaçava ir embora.


 - Como assim nossa casa? – definitivamente não era a reação que Rony esperava.


 - Eu conversei no Ministério e consegui um empréstimo. Comprei a casa porque não aguento mais viver longe de você e nem ter que nos esconder de nossos pais. Ela é sua, pode fazer o que quiser. Agora nós dois teremos empregos bons no Ministério e você pode me ajudar a pagar. Eu te amo tanto que achei que era a coisa certa a se fazer – Mione estava boquiaberta olhando para Rony. Do outro lado da rua, Harry e os outros estavam começando a achar que o tiro havia saído pela culatra. Quando Hermione, aos prantos se jogou em cima de Ron e começou a enchê-lo de beijos, todos viram que tudo havia se resolvido.


 - Então era por isso que estava tão estranho. Me enganou direitinho seu bobão. Sabe que não gosto de surpresas – ela deu alguns tapinhas nele, fingindo-se de brava. Ele riu e a abraçou mais forte.


 - Vai dizer que não valeu a pena. Agora temos a nossa casa – ele se abaixou e falou bem baixinho no ouvido dela.


 - Mal posso esperar para estrear nossa cama nova – ela enrubesceu, mas sorriu de volta. Molly e Alice, que já estavam ficando sem paciência atravessaram a rua para buscar os pombinhos.


 - Agora vamos pra lá, porque estamos parados aqui feito bobos – os quatro atravessaram a rua e pararam em frente à casa. Hermione não se segurou e voltou a chorar.


 - Tem certeza que ela também é minha?


 - Claro, agora entre, vamos conhecê-la.


 Ela cruzou o portão e naquele instante tudo fez sentido. O jardim, com um pouco de cuidado ficaria lindo. A região era maravilhosa e havia várias outras famílias bruxas vivendo ali. Olhou para o seu namorado ao seu lado, suas mãos entrelaçadas e ela soube que, assim que cruzasse a porta, ele seria para sempre a sua companhia, ali ou em qualquer outro lugar.


 

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Comentários (2)

  • lumos weasley

    ficou muito legal o capítluo o ron realmente amadureceu. poxa o q acontece c o ron na lua cheia? fiquei mó curiosa pf posta logo vai! bjs!

    2011-11-06
  • LiarGranger

    Que lindo! O Ron é mesmo um fofo né? Awn! O que será que acontece com ele nas noites de lua cheia? To meeeeeeeeeega curiosa! HAHAHAHAH por favor, continue logo ok? Por favorrrrrrrrrrrr! SUHASUHHUSHUAUH Eu amo a sua fic ok? Beijão

    2011-11-05
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